Samanta Antonelli
Sai do hotel, o motorista me deixou em casa, subi para o meu quarto e entrei no banheiro e fico em baixo do chuveiro e me esfregou com o máximo de força que eu consigo, me sinto suja, usada, hoje eu me vendi e um sentimento miserável toma conta de mim.
Deito na minha cama o ‘flash’ do que aconteceu fica voltando a minha cabeça, embora eu tenha me deixado levar naquele momento aquilo não era algo que eu queria eu sei que o dia de hoje vai me transformar para sempre.
Afundo-me em meus pensamentos e logo durmo.
Acordo me arrumo para ir à faculdade e meus pais ainda pareciam preocupados.
— Pai mãe, aqui está o documento da hipoteca, consegui o dinheiro para pagar. — Joguei o documento sobre a mesa.
Seus olhos espantando me alcançaram.
— Como conseguiu tanto dinheiro? — A voz desconfiada do meu pai fez o meu corpo gelar.
— O Davi me emprestou. Ele não tinha todo o dinheiro então vendeu um carro, uma moto, juntou com o que tinha na conta e me emprestou. — A mentira era a melhor opção naquele momento embora ela me gelasse ainda mais o meu coração.
— Estou envergonhada. Ele vendeu seus bens para nos ajudar? Mas é muito dinheiro como vamos pagar? — Minha mãe pergunta preocupada
— Ele tem outros carros, não se preocupe, vamos dando pouco todo mês. Ele não está precisando do dinheiro para logo. — Garanti.
— O traga aqui para jantar quero agradecer, pessoalmente. — Meu pai fala, agora visivelmente mais tranquilo.
Eu também me senti mais tranquila vendo que eles acreditaram na minha conversa.
— Preciso ir se não perco a primeira aula. — Corri cruzando a porta da sala.
Chego na faculdade e Davi me espera na entrada.
— E ai como estão as coisas? — Ele pergunta preocupado
— Deu tudo certo, consegui o dinheiro. — Minha voz saiu tranquila.
Ele me olha espantado.
— Sério? Onde conseguiu tanto dinheiro? — Ele pergunta curioso.
Meu semblante cai e ele percebe que tem algo me incomodando, porém, não pretendo contar da minha noite para ele.
— Consegui outro emprego, falei que precisava desse dinheiro e recebi um adiantamento e pagarei com meus serviços. — Tetei ser convincente.
— Samanta você estar mentindo. Quem pagaria 500 mil de adiantamento? — Ele apertou os olhos me estudando.
— Esquece esse assunto, já foi resolvido, o que vai fazer hoje à noite? — Mudo de assunto
— Não tenho planos para hoje. — Ele fala ainda contrariado.
— Então vamos sair para onde você quiser, agora você paga porque eu não tenho dinheiro. — Ele me olhou satisfeito e logo o vi relaxando novamente.
Nós dois rimos, ele balança a cabeça concordando e vamos para sala de aula.
A aula acaba e Davi me leva para o café.
— Volto mais tarde para te pegar. — Ele falou já no carro
— Tudo bem. — Sorri acenando para ela.
Entro no café e Gabi já está arrumando as coisas.
— Amiga, eu e Dani vamos sair hoje quer ir junto? — Pergunto animada
— Claro, aonde vamos? — Perguntou com a mesma animação.
— Não tem nada definido ainda. — Dei de ombros como quem diz pode escolher.
— Então vamos a uma boate aqui perto que é bem badalada, só Vips, quem sabe não acho meu homem rico lá. — Ela fechou os olhos sonhando com a possibilidade.
— Se é vip como vamos entrar? — Mostrei as palmas das mãos torcendo os lábios com quem fez um questionamento obvio.
— E você pensa que o Davi não é vip? A família dele pode não ter tanto dinheiro como antes, mas nome é tudo querida. — Ela falou com tanta segurança que eu nem podia duvidar de suas palavras.
— Está bem então vamos. — Ri das bobagens dela.
— Na Hora do nosso intervalo, vamos comprar umas roupas. — Ela estava extremamente animada aprecia que eu tinha convidado ela para um super evento.
— Roupas? Não Gabi não tenho dinheiro — Falo descartando a sua ideia.
— De forma nenhuma que você vai desarrumada, eu compro no cartão, e parcelo em 12x. — Levantou o cartão sorrindo para mim.
1 hora depois...
— Gabi você roda, roda e não compra nada. — soltei a respiração e relaxando os ombros enquanto sacodia as pernas já cansada de tanto andar. — Já estou tonta de tanto andar. — Completo
— Acheiiii.... Perfeito.... — Ela estava eufórica dando vários pulinho em frente a vitrine da loja.
Entramos na loja e a Gabi vai até dois vestidos que são realmente belíssimos.
Um é bem-comportado rosa e combina com o estilo que eu gosto o outro é vermelho acima do joelho e com um decote generoso.
Viro a etiqueta para olhar o valor.
— Nossa muito caro não podemos, não ganhamos isso nem em dois meses de trabalho. — Falo já virando de costas.
— Vai provar. — Ela fala entregando o vestido e me empurrando até o provador.
— Uau! Você está incrível. Vamos levar esse — Ela disse a vendedora seguindo entusiasmada dando várias palminhas.
— Gabi é muito caro não, não — balancei a cabeça negativamente várias vezes.
— Vai logo tira o vestido que ainda temos trabalho. — Ordenou sem me dá atenção.
Ela pega os vestidos paga e saímos da loja. Eu saio aflita nunca paguei tão caro em um vestido.
Terminamos nosso expediente e nos trocamos.
— Um espetáculo é isso que estamos... — Ela encarava os nossos reflexos no espelho nos admirando, mas a buzina do carro de Davi fez ela sair correndo para a entrada do café.
— Estamos prontas... — corri atrás dela em seguida.
— Uau meninas vocês estão lindas. — De forma cavalheira ele abre a porta e nós duas entramos no carro.
— Aonde vamos meninas? — Ele pergunta antes de ligar o carro
— Você conhece a boate vip que tem aqui perto? — Ela estava eufórica muito animada.
— Sim. — ele respondeu a olhando pelo retrovisor.
— Espero que você seja vip por que é para lá que nós vamos. — Ela falou com um sorriso realizado de quem esperou muito esse momento.
— Suponho que posso dar um jeito. — Ele sorriu de volta.
Chegamos na boate e Davi vai até à entrada e tirar várias notas de dinheiro da carteira e entrega a um dos seguranças, que acena positivamente com a cabeça.
— Vamos meninas, tudo certo. — Ele gritou da entrada da boate.
Gabi entra observando tudo, meus olhos estavam tão curiosos quanto o dela, eu nunca entrei em nada parecido.
— Obrigada Davi você é incrível. — Ela o surpreendeu com um abraço apertado.
— E você o que achou? — Ele perguntou olhando para mim.
— Não é um lugar que eu frequentaria normalmente. — Falei observando tudo ao redor, o lugar era refinado o som muito alto e muitas luzes.
Davi foi buscar umas bebidas, Carol não perdeu tempo já estava conversando com um rapaz, eu fiquei ali analisando o local ainda me sentido deslocada.
— Toma peguei para você. — Davi me entrega um copo com uma bebida colorida.
— O que é isso? Eu não tenho costume de beber — Recusei.
— Sam, se solta só uma vez na vida. — Disse debochando empurrando o copo em direção a minha boca.
— Está bem. Só esse. — Deixei claro.
A bebida era doce e descia fácil de engolir. Não me lembro quantas tomei depois dessa, mas eu já não estava tão sóbria.
Davi me chama para dançar e eu aceito, ele estava bem alegrinho, ele me puxa cada vez mais para perto e suas mãos percorrem meu corpo.
— Davi preciso ir ao banheiro.
— Quer que eu vá com você? — falou bem perto do meu ouvido por conta do som alto.
— Não precisa, eu volto logo. — Eu queria lavar o rosto, respirar um pouco.
Quando estou saindo do banheiro, sinto uma mão me puxando e me empresando contra a parede.
Tento me soltar, mas ainda estou sob efeito do álcool, sinto meus movimentos lentos. Ele me prende ainda mais na parede e começa a passar a mão pelo meu corpo, apertando meus s***s, eu grito, mas ninguém me ouve...