************ Capítulo 3 *************
************* Beatriz *************
Acordei me sentindo estranha e a primeira coisa que reparei foi que não me encontrava mais no restaurante do Bil. Fora que despertei num colchão baixo com algumas palhas em baixo para servir de estrado. Olhei em volta observando a cabana feita por grossas madeiras em forma de longos cilindros de cubos. Todas montadas um por cima da outra de forma alinhada, lisa e envernizada, amarradas juntinhas com cipos de alta qualidade encontrada pelas matas da região mais distante. Um trabalho artesanal de alta categoria. O que eles eram? Carpinteiros maníacos?
Era nítido que não estava mais na cidade, mas pra onde aqueles dois loucos me levaram? E por que diabos estou amarrada?
Meus braços e pernas estão presas por uma corda que somente seria cortada por uma faca bem amolada.
Quando tentou me mover soltando um grito de ajuda, a porta de abre num estrondo, revelando o animal de quatro patas; um lobo branco de olhos gentis ressurge diante de mim, era pra teme-lo contudo sua presença não parecia hostil e parecia disposto a ajudar.
- Olá... Pode fazer o favor de...
Ele não esperou e veio correndo fazendo se alastrar o temor que ainda não havia sentido. Achando que ele me faria de refeição tentei ao menos ficar viva o mais tempo possível, virando-me de costas. Mas então o sentir roendo os amarrados das cordas, olhei de soslaio achando um brilho em seu olhar canino, seus dentes eram enormes, todavia nenhuma vez arranhou a pele. O bicho parecia pensar feito gente... Não... Isso era impossível, muita imaginação da minha cabeça.
O lobo me desamarra em segundos, quando finalmente fui liberta levantei vendo ele da dois passos para trás, olhando fixamente para o meu rosto, inclinando aquela cabecinha fofa, fazendo barulhinho de cachorro chorando.
Acho que ele quer um carinho nas orelhinhas. Em agradecimento por ter me salvado. Se aqueles caras estão por aí, talvez caçando alguma lebre daqui a pouco voltam para a cabana, está é minha única chance de escapar.
Senti a corrente de ar extremamente fria, denunciando que eles haviam me sequestrado para as montanhas, não importa, sei me virar sozinha e podia perfeitamente voltar pra casa de olhos fechados.
Antes de me abaixar para alegrar meu novo amiguinho avistei um casaco que parecia bem quentinho, o peguei, e em seguida ele saiu correndo para fora, corri atrás dele pondo o casaco apressadamente em meu corpo. Ao sair avistei a brusca temperatura, o chão coberto de neve, ainda era de dia mas o frio parecia do anoitecer. Reparei que estava a léguas de distância do meu lar.
O lobo branco retornou parando na minha frente, sentado me dando a patinha.
Inclinei o corpo mas acabei sentando em cheio na neve quando ele se jogou em mim pedindo carinho. Sorrindo esfreguei seu pelo macio adorando sua traquinagem de esconder o rosto nos meus s***s, fungando e tentando lamber eles. Que animal esquisito.
Logo fui recebida por uma matilha, havia lobos de todas as cores, uns mais altos, soberanos, outros do tamanho normal. Contudo, o mais acinzentado deles, de olhos verdes vivos, me fitava parado, esbanjando um seriedade tremenda, sentia que queria me devorar, não como alimento, e sim como... Não, que doideira é essa?!
Em poucos minutos percebi que havia sido cercada, mais e mais chegavam, pareciam querer me conhecer. Alguns se aproximaram curiosos com a única humana ali. Mas o lobo branco mostrou os dentes para eles fazendo-os recuar de cabeça baixa. Menos o lobo cinza, este ficou vidrado na minha pessoa.
O animal que ainda se aconchega em mim fazia questão de mostrar que eu pertencia a ele, e que os outros mantivesse distância. Havia gostado desse comportamento possessivo, se ele quisesse me acompanhar na minha jornada seria muito bem vindo.
Me levantei decidida, o chamando, os lobos mantendo distância. Obedecendo a vontade do meu amiguinho, porém ele não queria vir. Mas quando olhei em volta desses lobos via-se um novo tipo de raça chegando e esses me davam medo, um calafrio na espinha, os pêlos eriçados. Eram tigres, vindo para perto do bando.
Meu temor se agravou a medida que poderosos leões chegaram. Estes eram considerados reis da selva, todavia pareciam uma família unificada. Eles não disputavam espaço, viviam em paz.
Não entendia a ligação até que diante dos meus olhos todos eles mostram suas verdadeiras identidades, abri a boca não acreditando na visão em minha frente, ao derredor, detrás, por todas as extremidades. Vendo aqueles animais se transformarem em homens... Ficando completamente como vieram ao mundo. E ao olhar meu novo amigo reconheci sendo o mais novo dos irmãos que me sequestraram igualmente pelado. Este sorriu se ajuntando ao grupo de homens, exibindo seus músculos saltados, corpos completamente sarados, esculpidos.... E impulsivamente meus olhos ganharam vida própria avistando seus longos membros... Excitados!
Engoli em seco ao fechar a boca olhando para o horizonte pensando comigo mesma.... Se ficar o bicho pega... Se correr o bicho... Come?
Desesperada comecei a suplicar pedindo para não me violentar, ocasionando um burburinho desconfortável no meio deles.
- Beatriz....
Se adiantou o Canatre, tomando dianteira, ficando na minha reta. Foi difícil me concentrar em seu rosto quando existia tantos machos prontos pra acasalar, inclusive o próprio. Ele estava no meio deles, ele era o lobo acinzentado de olhos verdes. O mais lindo de todos.
- Irmão...
- Aguarde sua vez Birlan, a nossa fêmea precisa assimilar seu novo futuro como a mãe de novas gerações.
- Co-Como?
Olhei de um para o outro. Eles acham que vou passar de mão em mão até ficar buchada de seres híbridos? Seres que até então pra mim nem existiam. Como querem que aceite isso?
- Diga a ela que será somente nossa. De nós dois. Acho que o meu plano de mostrar quem somos logo de cara talvez tenha deixado impactada.
- Acredita mesmo nisso? - Canatre pretensiosamente cruzou os braços naquele largo peitoral, movimento os músculos, me dando uma raiva da p***a por ter gostado de ve-lo sem roupa. - Deveria ficar lisonjeada pela quantidade de paus duros que queriam ter tido a chance de acha-la na caçada. Agora terão que aguardar a nossa cria, nascendo fêmea será uma alegria para nós, quando está alcançar a maturidade terá quantos machos assim desejar. Nascendo macho será os próximos descendentes da tribo, um linhagem fortificada, levando nosso sangue de Shifter.
Não conseguia verbalizar mais nada, apenas senti o sangue gelar, deixando-me tonta. Sobretudo não ousei desmaiar.
Depois de uns segundos eles pediram para os outros se distanciar. Uns estraram na mata próxima, se transmutando em animais selvagens novamente. Outros buscaram entrar em silêncio em suas moradias ou tendas improvisadas. Não havia reparando nas outras casas do extenso pedaço de terra. Da propriedade deles.
- Pronto, estamos a sós. Vamos para a nosso cantinho Beatriz, vou te preparar um chá quente. Gosta do sabor de maçã? - Perguntou Birlan simpaticamente.
Desviei o olhar sério do seu irmão para olha-lo, relembrando do fofinho do lobo branco querendo safadamente mamar em minhas t***s.
- Sim. - Tentei sorrir mais fracassei, ao contrário dele que sorriu feliz ao me chamar delicadamente para a cabana que havia acabado de fugir.
Sem ter como sair dessa enrascada fui com ele, planejamento mentalmente uma solução para sair daqui. Canatre nos seguiu calado revelando uma macheza colossal, impondo seu querer numa fêmea. A única da matilha por sinal.