Capítulo 5

1007 Words
O desgosto que Yuri sentia por estar diante da mulher à sua frente não poderia ser medido. Ele estava no seu apartamento quando recebeu uma ligação de Ricardo. Furioso pelo que um dos seus soldados havia contado, Ricardo pediu que Yuri fosse até o shopping resolver a situação. Yuri jamais permitiria que alguém ofendesse Sofia, então correu até lá para descobrir o que estava acontecendo. Ele podia ver o pavor nos olhos da mulher à sua frente. De alguma forma, ela o conhecia, e aquilo o deixava intrigado. — Desculpe, não quis causar problemas — disse ela de repente, desviando o olhar de Yuri. — Problemas foi tudo o que você quis desde que pôs os pés nesta loja, senhorita — disse Sofia com a sua voz suave. Yuri olhou para Sofia, tentando entender o que tinha acontecido. — Me diga o que houve, Sofia — pediu ele, desviando o olhar para a mulher. — Não é preciso, eu já vou embora — disse a mulher, afastando-se. Mas, ao tentar sair da loja, foi detida pelos seguranças de Sofia. — Você não vai a lugar nenhum até que eu saiba o que realmente aconteceu — disse Yuri, com olhos sombrios. Sofia não gostava de causar cenas, mas, naquele momento, entendeu que aquela mulher precisava aprender uma lição ou continuaria tratando as pessoas da mesma forma desrespeitosa de antes. — Ela foi grosseira com todos aqui dentro, Yuri, e exigiu que eu lhe desse as joias que Ricardo mandou fazer para mim. Mesmo quando expliquei que era um presente do meu irmão, ela insistiu, sendo desrespeitosa — disse Sofia, com os olhos fixos no rosto da mulher, que empalidecia a cada palavra. — Qual é o seu nome? — perguntou Yuri, olhando para ela. — Senhor, não é... — Você tem duas escolhas: ou fala de boa vontade, ou um dos meus homens arranca de você — disse ele com um olhar de aço. A mulher tremeu, entendendo que ele estava falando sério. — Letícia Rodrigues, senhor — disse ela com pesar. — Ligue para a família Rodrigues, Dimitri. Avise que eles têm dez minutos para aparecer aqui antes que eu jogue ela pela janela desta loja — disse Yuri. A mulher tremeu diante do seu olhar, encolhendo-se. — Sim, Dom — respondeu Dimitri, afastando-se com o telefone na mão. Pouco tempo depois, voltou com um sorriso no rosto. — Ele está vindo, Dom. — Ótimo. Comece a contar. Sou um homem de palavra. Se ele não aparecer dentro do prazo, sabe o que fazer. — Sim, Dom — disse Dimitri, contendo o sorriso. Sofia olhou para Yuri sem acreditar no que estava ouvindo. Não imaginava que ele tomaria uma atitude tão radical. — Yuri... — começou ela, mas ele a interrompeu. — Não se preocupe, querida, eu cuido de tudo — disse ele, tocando o seu rosto com carinho. — Sente-se, aproveite e escolha um conjunto de joias para o nosso jantar mais tarde. Ela o olhou, ainda incrédula, ele agia como se não estivesse fazendo nada de mais ignorando a mulher assustada a sua frente. — Mas... — Já disse que cuidarei de tudo — reafirmou Yuri, então virou-se para a vendedora mais próxima. — Mostre a ela suas peças mais exclusivas. — Claro, senhor Yvanov — respondeu a vendedora, aproximando-se rapidamente de Sofia. — Venha, senhorita Algustini. Ao ouvir o sobrenome de Sofia, Letícia arregalou os olhos em choque. Definitivamente, o seu pai a enterraria viva pelo que ela havia feito na loja. — Algustini? — perguntou Letícia, em choque. — Um pouco tarde para se arrepender, não acha? — disse Yuri, de forma debochada. — Quantos minutos faltam, Dimitri? — Três, Dom. — Vamos ver o quanto o senhor Rodrigues ama a sua filha — disse Yuri com um sorriso que fez o corpo de Letícia se arrepiar inteiro. Sofia não sabia se se concentrava na vendedora à sua frente ou no que acontecia atrás de si. Ela sempre se esquecia de que Yuri era um mafioso sanguinário. Para ela, ele era apenas um amigo que agia com cordialidade e delicadeza quando estava por perto. — O tempo acabou, Dom — disse Dimitri, sorrindo. — Vocês — disse ele aos seguranças de Sofia —, peguem-na e joguem-na pela janela. — O quê? Não! — Sim, Dom — responderam os seguranças, pegando a mulher pelos braços enquanto outro abria a janela da loja, no quarto andar do shopping. — Por favor! Não pode fazer isso! — gritou Letícia, esperneando, tentando se libertar. Vendo aquilo, Sofia levantou-se e correu até Yuri. Mas, antes que pudesse falar, um homem entrou correndo na loja, ofegante. — Estou aqui, Dom — disse ele, tentando recuperar o fôlego. — Bem na hora. Os meus soldados estavam prestes a jogar a sua querida filha pela janela — disse Yuri, sorrindo. — Parece que não será hoje que terei um pouco de diversão. O homem arregalou os olhos ao ver a sua filha chorando em desespero, sendo segurada perto da janela aberta. Yuri gesticulou para os soldados, que soltaram Letícia. Ela correu para os braços do pai, chorando. — O que houve, Dom? Por que está tratando a minha filha desta forma? — perguntou o homem. — Deixe-me te explicar. Conhece aquela senhorita? — perguntou, apontando para Sofia. — Não, Dom — respondeu o homem, confuso. — Ela é Sofia Algustini, irmã de Ricardo Algustini — disse Yuri. Isso bastou para o homem arregalar os olhos ao olhar para Sofia. — Sua filha teve a ousadia de agredi-la verbalmente e ainda exigiu que a minha noiva lhe desse um conjunto de joias que o seu irmão mandou fazer especialmente para ela. Entende agora a minha irritação? — Sua noiva? — perguntou o homem. — Sim, Sofia é minha noiva. Agora me diga: prefere acertar as contas comigo ou com Ricardo? O homem não queria lidar com nenhum dos dois, mas sabia que não tinha escolha. Ele teria que arcar com o que a sua filha mimada havia feito ou estaria perdido.
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