Doce Veneno

Capítulo 4

Helena Narrando...

-Depois do que minha mãe fez comigo parece que a libido e o t***o me abandonaram , até já fiquei com uns carinhas,beijos, uns amassos, mas travo, sinto muito nojo quando a coisa esquenta.

-No máximo acho um ou outro bonitinho, mas nada que molhe a calcinha, aliás nem sabia direito como isso funcionava até ver ele.

-Coisa mais estranha o quanto aquele homem mexeu comigo, me olhava de uma forma como se enxergasse minha alma.

-Aqueles olhos azuis lindos me deixaram numa grande dúvida porque ele parecia me olhar com carinho, tinha desejo também mas não era aquela coisa nojenta que te faz sentir carne no açougue, com certeza confundi tudo, nem teria o por quê ele me ver dessa forma.

-Só posso tá ficando doida, dei logo um jeito de sumir dali, acho que essa ideia da vingança tá mexendo com a minha cabeça.

-Fui para meu porto seguro, lugar onde me sinto acolhida, sensação de lar, quem disse Morro do Alemão, casa da Tia Bete acertou em cheio.

-Cheguei meu Bombom não estava mas Tia Bete parece que advinha quando a pessoa não tá bem e me recebe com um abraço apertado de mãe, chama pra comer um bolo diz ela que doce melhora tudo.

Bete: -Lena meu amor, vai me contar agora o que te deixou com essa carinha?-pergunta.

Helena: -Ai tia não gosto de conversar esse assunto com a senhora porque sei que é contra meus planos.-falo sem jeito.

Bete: -Filha, não vou te julgar porque não sou perfeita e sei o quanto te faz falta alguém pra conversar.-diz carinhosa.

Helena: -Ai tia, tá tudo tão confuso dentro de mim, tenho tanta dor guardada, quero fazer a minha mãe sentir um pouco do que me fez.

Bete: -Você tá atrás de vingança e tem tudo pra dar desgraça.-fala preocupada.

Helena: -É um conflito sabe, tem horas que a raiva me domina, sou capaz de qualquer coisa, tem vezes que nem me reconheço.

Bete: -Olha eu sou suspeita porque a mulher que te pariu é uma safada e tenho vontade de meter a mão por dentro daquela cara.-diz.

Helena: -Fico nesse conflito né tia, ela me deu a vida mas também transformou num inferno.- falo sincera.

Bete: -Verdade filha, mas tem que tomar cuidado pra não se perder no processo, mantêm sua essência. Vigia pois quem você quer usar pra atingir tua mãe é inteligente , poderoso, esperto e perigoso.

Helena: -Olhando pra ele não parece ser tudo isso, achei bem simpático, educado, cheiroso, olho lindo...-falo pensativa.

Bete: -Lena do Céu, esse homem mexeu com você minha filha, isso tem tudo pra dar errado, aquela tua mãe é sem limites.-diz preocupada.

Helena: -Nada a ver, só to dizendo que ele é bonito, fiquei surpresa por não ser um velho barrigudo.-falo sem muita certeza.

Bete: -Desiste disso Lena, deixa a vida se encarregar dela. Essa não é você!-diz

Helena: -Já viu nessa vida alguém receber justiça? Vai ter os momentos que vai ser difícil, nem sei seduzir alguém, mas eu vou tirar dela algo que ela queria muito e vai doer mesmo que isso signifique vender minha alma!-digo triste mas decidida.

Bete: -Nada que eu disser vai te fazer desistir né?-pergunta vencida.

Sara: -Se cuidem os diabéticos que a Bombom chegouuuu!-entra falando e tumultuando.

Helena: -Se ache menos querida!-falo rindo.

-Dali pra frente foi só risada e bobagem, essas duas me fazem tão bem, que aqui até esqueço um pouco da minha vida com a Patrícia.

(...)

-Dormi na Sara, tava precisando dessa paz que elas me proporcionam,essas sim são a família que meu coração escolheu.

-Patrícia me ligou perturbando pra ir hoje no tal jantar na casa nova, já fui logo dizendo que sozinha não vou, então por livre e espontânea pressão ela chamou a Sara pra me fazer companhia.

-Minha vó Zélia veio passar uns dias por aqui, isso significa que menos paz terei, pensa em uma dupla tóxica, são elas.

-Até porque Zélia quem criou Patrícia do jeito que ela é, chamando de Preciosa, fazendo achar que é melhor do que os outros,querendo viver uma vida de luxo sem batalhar por isso foi ela.

(...)

-Chegamos no tal condomínio onde Mestre mora e que lugar incrível, uma mansão mais linda que a outra.

-Entramos e o dono da casa já vem até nós e vai apresentando todos, Ana é uma mulher encantadora, amável, gostei muito dela.

-Agora seu filho Pedro é um gato, gente boa, divertido, agradável, parecia que a gente se conhecia a um tempo.

-Realmente me senti muito bem com ele, por um minuto até esqueci minha ideia vingativa e fiquei pensando como seria ter uma vida normal, com pessoas normais.

-Só não entendi porque Daniel tava de cara feia e séria o tempo todo, várias vezes veio conversar com a gente, não nos deixava sozinhos por nada, doidinha da Sara disse que era ciúmes vê se pode.

-As coisa até estavam correndo bem, fora as caras feias e Zélia e Patrícia cochichando sem parar de me olhar.

-A campanhia toca Mestre volta acompanhado de uma morena muito bonita, sabe aquelas pessoas que até a forma de pisar em cima do salto passa segurança? É ela.

-Elisa foi apresentada a todos, Patrícia odiou pelo visto, mas como sempre se fez de plena.

-Sinceramente acho que tô ficando maluca, vi Daniel e a tal advogada conversando mais afastados, eram só sorrisos, ela pegava no braço dele, me deu uma irritação, coisa feia gente oferecida.

-Fomos todos jantar e minha linda mãe fez questão de quase me enfiar goela a baixo do Pedro, nem disfarçou.

-Outra coisa estranha foi que Mestre ficou puto com a atitude dela e ainda chamou atenção, tô falando que tá tudo estranho.

-Quase gostei da tal Elisa porque deu uma resposta bem dada pra minha mãe que pela primeira vez perdeu a fala.

-Voltamos pra sala, Pedro trocou o número do celular com a gente, me fez prometer de sair com ele,sinceramente? Achei uma ótima ideia.

-A tal Elisa se despediu mas antes de ir vem até mim, me dá um cartão com seus contatos e pede pra ligar e marcar pois precisa falar comigo e diz.

Elisa: -Não me veja como uma inimiga Helena, posso ser uma forte aliada! Espero você me ligar, boa noite.

Helena: -Boa noite.

-Ela se foi e eu fiquei lá quebrando a cabeça tentando assimilar tudo que rolou essa noite.