Willow
Cansada, me arrasto até o meu quarto. Meu corpo estava dolorido de todo o trabalho hoje e da falta de sono, já que fui acordada abruptamente hoje cedo. Kaitlyn puxou sua rotina normal, fazendo com que eu fizesse todas as tarefas sozinha, e depois, no último minuto, fez com que eu juntasse todas as suas roupas para serem lavadas, mesmo eu tendo acabado de fazer isso ontem.
Abrindo a porta de baixo, subo as escadas. Uma vez no topo, entro, fecho a porta e me lembro de trancá-la desta vez. Sei que serei punida por isso, mas isso comprará algum tempo, se alguém subir, eles terão que voltar até o escritório do alfa para pegar a chave.
Mesmo não querendo descobrir qual punição pode vir para mim, eu só preciso de um pouco de paz de espírito por uma noite. Tirando minha camisa, jogo ela na caixa que uso como cesto de roupa suja, junto com jeans e o resto das minhas roupas. Dou uma olhada em mim mesma no espelho quebrado pendurado na parede, lutando para conter as lágrimas que ameaçam cair quando me olho.
Cicatrizes percorrem meus braços e pernas, minhas costelas aparecem, meus ossos dos quadris estão visíveis, minha pele é tão pálida que está quase branca, meus olhos azuis estão sem brilho e meu cabelo castanho está extremamente seco, parecendo morto. Fechando os olhos, desejo pela morte, seria melhor do que viver essa vida. Sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto, me afasto do espelho, pego algumas roupas. Me visto e vou verificar se meu cobertor está seco, graças à deusa da lua está, caso contrário, será uma noite longa e gelada sem um.
Envolvendo-me nele, deito na minha cama e, ao sentir uma mola me cutucar, eu gemo e me viro um pouco para o lado. Fechando os olhos, estou tão cansada, mas o sono nunca vem fácil para mim, sempre estou preocupada que alguém possa invadir, gritando comigo por alguma coisa. Deixo o pensamento de fugir passar pela minha mente, acho que preferiria ser uma loba Rogue do que viver aqui com essas pessoas. Claro, eu não duraria muito, como uma loba errante, as fêmeas não sobrevivem muito tempo entre os outros. E, além disso, o alfa viria me encontrar e me arrastar de volta, e a punição definitivamente me mataria. Acho que não aguento mais, meu corpo está no limite.
Lentamente, o sono toma conta e eu me afundo na escuridão, como na maioria das noites.
— Shh, Willow! — A voz da minha mãe é baixa quando ela sussurra em meu ouvido, seus braços me abraçando.
— Mamãe, o que está acontecendo? Onde está o papai?— eu perguntei a ela, sentindo seu corpo tremer enquanto ela me abraçava mais forte, quando um barulho alto ecoou pela casa junto com rosnados e grunhidos.
— Shh, querida, não queremos que eles nos ouçam. — Um estrondo alto nos fez pular, ela colocou o dedo na boca me mostrando para ficar quieta, eu assenti com a cabeça e não emiti um som, mas segurei com mais força a blusa da minha mãe.
Andando até a porta, ela espiou devagar e depois voltou para dentro.
— Não há ninguém aqui. — disse uma pessoa.
— Mas eu a vi seguindo por este caminho. Eu tenho certeza de que ela não voltou, caso contrário, ela teria corrido direto para nós. — outro falou, houve algum movimento.
— O alfa não ficará feliz, ele queria que ela fosse encontrada e trazida de volta para a casa. — disse alguém.
— Vamos continuar procurando. — disse outro.
Ouvimos o som deles saindo à medida que seus passos se afastavam. Mamãe me colocou no chão e segurou meu rosto.
— Eu preciso que você fique aqui, Willow, não saia, não importa o que você ouça, ok?
— Não, mamãe, não me deixe, eu prometo ser boa a partir de agora. — Eu chorei enquanto segurava a blusa dela em minhas pequenas mãos.
— Oh, querida, você sempre foi uma boa menina e agora eu preciso que você se comporte e ouça a mamãe e fique aqui. — ela disse.
— Ok, mamãe, eu vou ficar aqui. — eu respondi.
— Muito bem. — ela abriu a porta do armário e me fez sentar no chão enquanto pegava algumas cobertas e me cobria.
— Fique escondida, Willow, espere até que alguém venha te buscar. — ela disse.
— E se ninguém vier?
— Alguém virá, meu amor. Não se preocupe. — , ela me beijou na bochecha e me cobriu com a manta até o final. Ouvi a porta abrir e fechar suavemente. Deslizei a manta para baixo da minha cabeça e olhei através das frestas, vendo mamãe se aproximando da porta novamente, mas desta vez ela não olhou, ela saiu pela porta.
— Aí está ela! — Alguém gritou enquanto eu ouvia correria e então rosnados. Mais gritos encheram o ar, e eu dei um pulo para trás, me escondendo sob a manta e apertando os olhos até não conseguir mais ouvir nada. Continuei esperando alguém vir me buscar, como mamãe disse, mas ninguém veio, mas eu não me mexi, fiquei ali embaixo das cobertas chorando até dormir. Quando acordei com o som da porta se abrindo, olhei para cima e vi um homem grande parado lá, o medo me dominou enquanto eu me afastava pressionando meu pequeno corpo contra a parede.
Se ajoelhando, seus olhos demonstravam bondade enquanto ele estendia a mão para mim. —Vamos embora, pequena. Vamos tirar você daqui. — ele sorriu estendendo as mãos para mim.
Indo em direção aos seus braços, ele me pegou no colo e me levou para fora do quarto, desceu as escadas e saiu pela porta da frente.
— O que você tem aí? — A voz do homem me fez pular quando nos viramos e eu vi o homem assustador parado lá, me fazendo agarrar o homem que me segurava com mais força.
— Achei ela aqui dentro, Alfa, acho que ela é uma das crianças Ômega. — disse ele.
— Coloque ela com os outros. — ele acenou com a mão.
O homem que me segurava caminhou até um grupo de crianças e me colocou no meio, olhando ao redor e observando as pessoas correrem de um lado para o outro, vi os homens separando os membros da alcateia em grupos.
— Willow? — Virei na direção do som do meu nome e vi Marie. Corri direto para ela enquanto ela me abraçava.
— Querida, você está machucada? — Ela me soltou, mas não dou uma chance de responder quando uma comoção me assustou, olhando para o lado vi dois homens arrastando minha mãe. — Alfa!— Alguém chamou.
— Mamãe. — eu comecei, mas Marie tapou minha boca com a mão. — Shh, Willow! — ela disse.
Eles jogaram minha mamãe no chão na frente do homem assustador. — Bom, Cass, faz tempo que não nos vemos. — ele se agacha na frente dela, segurando o queixo dela.
— Não faz tempo o suficiente. — ela disse.
— Agora, isso não é uma maneira de falar com o seu companheiro, não é?— Ele disse.
— Você não é meu companheiro! Laim é o meu companheiro! — ela gritou para ele, ele a soltou com um empurrão para trás.
— Eu sou seu companheiro e agora que eu assumi o controle desse bando e matei o seu suposto companheiro. Você vai ficar ao meu lado ou eu vou acabar com a sua vida. Você escolhe, Cass. — ele disse.
Assisti minha mãe desabar no chão, depois nas suas próprias pernas. Ela me deu um olhar de canto de olho e então fechou os olhos por um momento, levantou a cabeça para olhar para aquele homem.
— Eu prefiro morrer a ficar ao seu lado. — ela rosnou para ele.
Ele não disse nada, apenas a olhou quando soltou um rosnado alto e então quebrou o pescoço de mamãe, eu não consegui segurar o grito que escapou da minha boca. Estremecendo, respiro com dificuldade olhando ao redor, percebo que foi um sonho, o mesmo sonho que tem assombrado meu sono todas as noites.
Descansando a cabeça nas mãos, tento acalmar meu coração, olhando para o relógio vejo que são quatro horas da manhã. Suspirando, levanto da cama. Já que não consigo voltar a dormir, é melhor começar o café da manhã, trocar de roupa e descer as escadas.