CAPÍTULO TRINTA E NOVE

1402 Words
Aisha Estamos jantando e o Guilherme ainda está aéreo depois da aquela carta da ex dele. - Amor? Amor? - chamo e ele continua olhando pro nada - Gui? Amor você está ai - e nada dele me responder - GUILHERME? - grito e ele finalmente volta pra terra e me olha - estou te chamando a um tempão e você ai olhando pro nada, o que foi? - Eu preciso sair - fala levantando. - Sair pra onde Guilherme, você está no meio da janta - ele começa a procurar a chave do carro - Você está nervoso ainda, se acalma primeiro e depois você resolve isso e está chovendo - ele simplesmente me ignora e sai. - Eu vou ficar bem - diz voltando um pouco e depois fecha a porta. - O papai foi pra onde? - a Yuna pergunta. - Eu não sei filha, a mamãe também queria saber - falo voltando pra mesa, espero que ele não faça besteira. GUILHERME Saio com carro e na velocidade que estou não demora muito pra chegar na casa dela... desço e bato na porta. - Quem está batendo na minha porta uma hora dessa e nessa ignorância?- ouço a voz dela se aproximando - Você? o que você está fazendo aqui? - ela pergunta assim que me ver, e nem deixo ela abrir caminho e ja entro em casa. - Porque não me contou? - Não te contei o que? - Que ela ficou grávida? - Como você sabe disso? - ela pergunta surpresa. - Não importa, porque você não me disse? porque você também não me disse que sabia das traições dela?- ela fica parada me olhando com os olhos arregalados - FALA. - Te falar pra que? você ia fazer o que com essas informações?... iria colocar seu bebê de volta ou tirar o chifre que ela te dava? não. - Eu tinha o direito de saber, é a minha vida. - Que vida? você é o que é por causa de mim ... se não teria se tornado um porco igual seu irmão, eu achei que você era alguém né... mas com certeza eu errei, olha o que você se tornou, igualzinho a ele. - Você errou mesmo mãe, errou quando jogou toda a frustação do papai em cima da gente, errou quando jogou toda a responsabilidade da familia nas minhas costas, errou quando jogou seu filho fora como um lixo, errou quando achou que eu deveria cumprir seus sonhos frustrados. - Você é igualzinho seu pai, um ingrato... eu fiz de tudo por ele, eu desistir do amor da minha vida por ele, eu criei um filho de outra mulher por ele e o que ele fez? foi embora e me deixou sozinha... me deixou sozinha em um país que eu não queria morar com duas crianças, eu nunca quis sair do Japão... mas seu pai conseguiu uma orfeta aqui no Brasil e me convenceu que seria o melhor pra nós dois, eu vim por eles. - Eles quem? - O pai da Tina, a gente namorou quando eu era mais nova... eu era apaixonada por ele, a gente tinha planos de formar uma família juntos, só que um certo dia ele terminou comigo, eu fiquei sem entender ... na aquela época uma mulher com certa idade que não era casada era uma vergonha, ai encontrei seu pai e eu conquistei ele e casamos, mesmo amando o pai da Tina, ele e seu pai eram amigos. E conforme o tempo passava eu tinha mais convivência com ele e ali eu achei que a gente tinha chance de reatar... mas ele ja estava com a mãe da Tina, ele e seu pai eram muito amigos e ele não sem importava se éramos ex namorados, nem seu pai sabia e eu so ficava por perto, eu queria está com ele mesmo de longe... e até quando nos mudamos pro Brasil eles vieram juntos, pois ele e seu pai eram colegas de trabalho também. Eu queria ter a família que eu sempre sonhei com ele, e nunca tive a oportunidade, o amor da minha vida era feliz com outra, enquanto seu pai me traia com qualquer uma na rua e até trouxe um filho fora do nosso casamento pra dentro da minha casa... e eu aceitei tudo isso calada, e quando ele morreu eu sofrir... eu sofro até hoje mais do que quando seu pai foi embora. - Isso não te da o direito de mandar nas nossas vidas mãe. - Eu so queria que você tivesse o que eu não tive. - Você em algum momento perguntou se eu ou o Arthur queríamos ter essa vida? você nunca se preocupou em nos ouvir... você foi uma egoísta que passou sua vida descontando suas frustações nos seus filhos. - Você que destruiu tudo, você e a Tina eram pra estar juntos nesse momento, ela era perfeita pra você... eu e ele estaríamos ligados a vida inteira... mas você não teve a capacidade de engravidar ela de novo, você foi um fraco Guilherme e estragou tudo. - Você é louca? você está se ouvindo? você é obcecada por esse homem, você faz coisas nojentas pra conseguir o que quer... eu não sou seu fantoche mãe. - ERA SO UM FILHO GUILHERME, VOCÊ NÃO CONSEGUIU ME DA UM NETO DELE... VOCÊ FOI INCAPAZ DISSO - Ela se altera ja chorando. - ELA NÃO PODIA - eu grito mais alto que ela e ela para - Ela não podia ter filhos, ela tinha um problema e consequentemente se ela engravidasse podia ter abortos consequentes... então ela desistiu de tentar. - Isso é mentira... ela parecia perfeita. - Mãe você não ver que isso é loucura? eu ja tenho uma família e ja tenho filhos... dois filhos. - ELES NÃO SERVEM, eles não tem o sangue dele - diz chorando mais - Você se tornou um porco igual seu irmão e seu pai... essas malditas sempre vencem... você sabe o real motivo do seu pai ir embora? ele encontrou uma de cor pra satisfazer as vontades dele, elas levaram todos vocês de mim... alguém sempre tira alguém de mim. - Não mãe, você tira as pessoas de perto de você... o papai foi embora, o Arthur foi embora, eu fui embora e a Tina foi embora. - A Tina foi embora? - Ela foi morar com o irmão no Japão... ninguém consegue viver muito tempo perto de você sem se intoxicar mãe... você é extremamente tóxica. - Vocês são todos ingratos... principalmente aquelazinha... quando aquela v***a da mãe dela faleceu e o irmão foi embora e o noivo bateu nela eu acolhir ela, a gente tinha um acordo... a gente tinha um plano e aquela v***a deu pra trás. - Você não se importa com ninguém mãe, nunca se importou... você so ama a si mesma, a senhora se continuar assim vai morrer sozinha. - Eu estou nem ai... o amor da minha vida foi embora, eu passei a vida inteira sofrendo calada e minha única esperança foi embora... SAI DA MINHA CASA - ela grita descontrolada. - Mãe - SAI DA MINHA CASA, SAIIIIIIIII, EU ODEIO TODOS VOCÊS.... TODOS - ela diz me empurrando pra fora e fecha a porta na minha cara... é duro ouvir isso da sua própria mãe. Ta chovendo forte mas não estou me importando com isso, pego o carro e saio sem rumo... as pistas estão molhadas e meus olhos embasados pela lágrima.... o ódio e a dor toma conta de mim e entro em uma adrenalina absurda e acelero o carro ao máximo, so paro quando sinto que bati em algo... meu corpo vai todo pra frente e sinto minha cabeça batendo, o airbag amortece a batida... me sinto consciente e vejo que minha testa está sangrando, saio do carro e ligo pra Aisha. - Guilherme onde você está? - Eu não sei... meu carro quebrou e estou perdido. - Olha algo que tem perto ai, de referência. - Eu não sei... a rua é deserta, vou te mandar a foto - meu celular apita - meu telefone está descarregando, vem me bsucar. - Eu estou sem carro esqueceu? so tem sua moto aqui e não sei pilotar... mas calma eu vou da um jeito, eu sempre dou um jeito - sinto minha visão ficando embasada e so sinto o impacto do meu corpo no chão.
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