Savannah Campbell
Savannah _ Finalmente, papai, estava tão ansiosa para voltar para os Estados Unidos, a comida francesa não me agradou nem um pouco.
Sebastian_ Nunca entendi essa sua insistência em fazer esse intercâmbio em Paris, minha filha, aqui tem ótimas escolas, não há motivos para sair do país.
Savannah _ Eu sei, mas agora estou fluente em francês.
Sebastian_ Não vejo em que isso possa ser útil.
Savannah _ Como meu padrinho sempre diz, conhecimento nunca é demais.
Sebastian_ O Sawyer diz muitas coisas inúteis, se isso fosse verdade ele não seria um mero mordomo.
Savannah _ Papai não seja rude com o meu padrinho, você sabe o quanto gosto dele.
Sebastian_ Jamais concordei com a sua mãe convidar um empregado para ser seu padrinho, ela aproveitou que eu estava viajando e batizou você escondido, eu nunca teria deixado um absurdo desses acontecer.
Savannah _, Pois para mim ela não podia ter feito escolha melhor, pois eu o amo muito.
Sebastian _ E é só por isso que eu não o chutei da nossa casa.
Savannah _ Sabe muito bem que se fizer isso eu nunca o perdoarei!
Esse é um dos motivos para eu ter partindo para um longo intercâmbio, meu pai é extremamente soberbo e frio, ele trata todas as pessoas ao redor dele com desdém, e os seus funcionários como lixo, ele acha que por ter dinheiro todos estão abaixo dele.
E isso passou para o meu irmão Connor que tem prazer de humilhar quem segundo ele não é do nosso nível, eu é claro não concordo com esse tipo de coisa, às vezes me sinto um pássaro fora do ninho nem parece que tenho o mesmo sangue que eles.
Mas a outro motivo pelo qual decidi partir, as festas que meu pai costumava realizar em nossa casa para os seus amigos e sócios, elas são como um tipo de orgia ou sei lá como isso funciona, ele sempre me mandava ficar em meu quarto e não sair até o dia seguinte quando tudo estava terminado. Uma vez eu curiosa como sou fui espiar uma dessas festas, na minha inocência nunca imaginei que veria algo tão pervertido que pela minha visão infantil na época foi totalmente assustador, havia várias mulheres e homens nus por toda parte, eles faziam sexo ali uns na frente dos outros e dentre essas pessoas estava o meu pai e o meu irmão, lembro que ele só tinha dezessete anos ainda era um adolescente, mas meu pai não parecia se importar com isso, até porque estava muito ocupado.
Foi nesse dia que conheci aquele homem Grayson Reynold, e minha vida virou um pesadelo, eu estava voltando correndo para o meu quarto quando acabei esbarrando nele, lembro que já estava apavorada, mas quando vi a forma sinistra e maliciosa que ele me olhou meu corpo inteiro se arrepiou de medo, eu me desvencilhei dele e corri o mais rápido que podia de volta para o meu quarto me certificando de trancar bem a porta.
A partir daquele dia, nunca mais bisbilhotei aquelas festas imorais, mas arrumei um problema maior, pois o senhor Reynold passou a frequentar a nossa casa mesmo quando não havia festas e eu sabia que era por minha causa. Ele sempre me olhava da mesma forma e eu sempre ficava apavorada.
Meu pai era muito amigo dele e não parecia perceber as suas intenções, mas eu percebia e tentava ficar o máximo possível longe do caminho dele só que às vezes isso é era difícil, pois ele sempre arrumava um jeito de aparecer nos lugares onde eu estava, até na porta da minha escola ele aparecia, mas a gota d água foi no dia em que meu pai estava dando uma de suas festas, distraída como sou acabei deixando a porta do meu quarto destrancada e acordei no meio da noite com alguém tocando minhas partes íntimas quando abri os olhos era ele.
Apavorada, eu gritei o mais alto que pude e para minha sorte o meu Padrinho apareceu e logo em seguida o meu pai e o Connor.
Eles podiam ter os defeitos deles que não eram poucos, mas sempre foram muito protetores comigo até demais para o meu gosto, o velho asqueroso desconversou quando o meu pai questionou o que ele estava fazendo la, mas ele disse que tinha se confundido e entrado no quarto errado, quando aos prantos eu disse que era mentira e que acordei com ele tocando o meu corpo o Connor foi para cima dele com revoltado, mas o papai entrou na frente dizendo acreditar na versão do senhor Reynold que afinal eu era só uma criança e que devia ter sido só um pesadelo, os três saíram do meu quarto, mas o meu Padrinho não, ele acreditava em mim, e passou aquela noite no sofá do meu quarto me protegendo e no dia seguinte me apoiou quando eu disse que precisava sair de casa por um tempo, pois tinha muito medo do que Senhor Reynold poderia fazer da próxima que tivesse outra oportunidade.
Não foi fácil convencer o papai e o Connor, mas no fim eles acabaram concordando desde que eu ficasse no apartamento da família, pois lá eles poderiam me visitar sempre, eu claro concordei na hora e lá se foram quase três anos e só agora depois que o meu padrinho me contou que o meu pai havia rompido sociedade com o Grayson Reynold que cogitei voltar para casa, quando falei sobre isso com o papai ele se animou e mesmo quando eu disse que só voltaria se ele mudasse o local de suas festas ele não me contestou e disse que isso não seria problema, acho que ele estava doido que eu voltasse para casa o que me deixou feliz, pois eu também estava com muita saudade do meu país, do meu Padrinho e da Penélope minha melhor e única amiga.
Eu a conheci quando éramos crianças, a mãe dela trabalhou lá em casa e como não tinha com que deixar a Pen ela levava ela para o trabalho e nós duas rapidamente viramos amigas inseparáveis.
Um dia ela e a mãe dela simplesmente sumiram de nossa casa e sem entender o que aconteceu perguntei ao meu Padrinho e ele disse que era melhor falar com o meu pai sobre isso.
Quando questionei o papai, ele respondeu que havia demitido a mãe da Pen, pois não aprovava a minha amizade com esse tipo de gente. Lembro que fiquei arrasada e passei dias evitando o meu pai.
Mas a Pen e eu não ficamos muito tempo separadas, pois um ano depois ela apareceu na escola onde eu estudava, fiquei tão feliz quando ela disse que havia conseguido uma bolsa e que agora estudaríamos juntas.
Felizmente meu pai nunca dava um segundo olhar as pessoas que para ele não tinham importância no mundo, então a Pen voltou a frequentar a minha casa como minha amiga da escola e o papai não a reconheceu.
Sebastian _ Chegamos.
O papai fala estacionando o carro na garagem e eu salto para fora quando vejo o meu Padrinho e corro para abraçá-lo.
Savannah _ Padrinho que saudade!
Sawyer _ A minha menina, também estava morrendo de saudade. Como você cresceu! Está um moça muito linda.
Ele fala me abraçando de volta.
Connor _ Maninha já que está abraçando os empregados, acho que o seu irmão também merece um abraço não é?
Fico meio receosa, pois da última vez que ele foi a Paris, nos ficamos meio brigados, ele não gostou da minha amizade com o Louis e até deu um soco no garoto achando que ele era meu namorado e só se conteve quando gritei o Louis era gay.
Mesmo receosa, o amor de irmãos fala mais alto em mim e eu dou um abraço nele.
Connor _ Você continua brava comigo?
Ele diz me segurando em seus braços.
Savannah _ Estava um pouco, mas já passou.
Respondo com um sorriso.
Sebastian _ Sawyer pegue as malas da Savannah e leve para o quarto dela, nós tomaremos um belo café da manhã em família.
Connor _ Eu adoraria ficar, mas tenho que ir para a faculdade e a tarde vou para a empresa, hoje é dia de estágio, só estarei em casa a noite.
Savannah _ Sério? Mas acabei de chegar.
Digo triste.
Connor _ Olha só, amanhã é sábado, então poderemos passar o dia juntos se você quiser.
Savannah _ Promete?
Connor _ Prometo.
Ele dá um beijo na minha testa, se despede do papai e entra em seu carro.
Mal posso acreditar que voltei para minha casa, esse sem dúvida será um ano maravilhoso.