Capitulo 5

1161 Words
A lua/ Selene As filhas da lua, minhas mais fiéis sacerdotisas, mulheres fortes com devotas a mim, eu lhes dei o poder da cura e dom o de gerar os filhos dos meus amados Lycans (lobisomens). Graças a mim elas prestavam um grande papel para humanidade, eram curandeiras, videntes e adivinhas, serviram reis e rainhas, com seu discernimento e sabedoria Mulheres fortes, sempre foram temidas pela sociedade patriarcal, eram chamadas de bruxas, feiticeiras, e com o tempo eu assisti essas mulheres lutarem com unhas e dentes por seu direito de vida e de escolha. Aos poucos foram sumindo como palavras ao vento. Achar uma das minhas discípulas virou algo raro ou armadilha do destino. Heitor Sai de Tessália a séculos e mesmo assim ouvir falar da matilha original me causa um ódio profundo. Venho os monitorando de longe, mas ter os três filhos de Nicolas Lincan no meu quintal me deixava inquieto, eles estão no Rio de Janeiro para que o mais velho possa ter uma espécie de despedida de solteiro. Mas porque aqui, em meus domínios? Eu não podia negar o pedido de entrada de membros da matilha principal em meu território, mas minha intuição dizia que aquilo não era nada bom. João Augusto o beta da minha matilha cedeu sua casa para os tal realeza, prometi recebê-los, serão poucos meses, eles vão embora em breve, e eu vou poder voltar a governar meu território sem grandes problemas. Eu tento pensar dessa forma, mas a presença deles é uma enorme dor na b***a. Eles aqui esfrega na minha cara a minha ascensão e meu grande fracasso. Eu fico repetindo na minha mente a Morte de Argo e o suicidio de Helena. Não me venham me dizer que eu tenho que superar, que é passado, mas me digam o que vocês fazem quando um passado bate à sua porta? Helena continua sendo meu grande amor, a coisa mais pura e inocente que eu pus os olhos em toda minha vida. Eu a guardo em minha memória, linda, andando descanso, correndo pelas árvores com os cabelos ao vento, minha Helena, mais brilhante que o sol, necessária para mim como o ar que respiro. Eu só queria o seu amor, eu trocaria cada migalha de poder que tenho para te-la, ou só a ver novamente mesmo de longe por um segundo que fosse. Eu ando pela cidade sem rumo, o pôr do sol no Rio de Janeiro e uma das coisas mais belas de todo o planeta. Eu paro na pedra do arpoador, e quando eu escuto sua risada, ela não era como eu me lembrava, mas era ela, eu sentia por todo meu corpo, era minha Helena, diferente, mas continuava sendo minha doce e inocente criança. Então ele aparece, ao seu lado, tão sorridente e feliz como sempre foi. ele a abraçava e a beijava apaixonadamente. Em segundos o meu céu virou o inferno. O ódio tomou conta de mim, novamente eu poderia matar Argo com as minhas próprias mãos ali na frente de todo o mundo. Zeus ou Selene deve ter algo maléfico para o meu destino, porque eu não perderia Helena de novo e não deixaria Argo sobreviver. Eu os sigo, eles estão juntos apaixonados, parece um casal de comercial de desodorante, andavam de mãos dadas, sussurravam palavras doces. Ele novamente tinha o mundo em suas mãos e o ciúme novamente me corroía. Eles entram em um táxi, e eu entro em outro logo atrás, aqueles minutos foram aterrorizantes eu precisava saber de tudo, onde Helena morava, onde trabalhava, como eu vou me aproximar dela e tela só para mim. Ele a deixou em frente a uma lojinha de doces caseiros, ela é recebida por uma mulher que aparentava ser um pouco mais velha que ela. Eu saio do carro e entro na loja e um lugar simples, mas aconchegante, eu toco a pequena sineta em cima do balcão, e então eu tenho a confirmação que Zeus estava me punindo. Alice, minha presa por mais de 20 anos, minha predileta,a única que conseguiu fugir de mim e permaneceu com vida, apareceu de trás das cortinas, o que ela estava carregando caiu no chão. Helena e outra moça vem correndo para ajudar -Mãe, a senhora está bem? - As palavras saem da boca de Helena e o mundo abre a minha frente, Alice tremia ao ver as duas juntas eu vejo que Zeus e o destino estavam brincando comigo novamente, as duras eram cópias uma da outra. Helena era filha, eu sabia, e o olhar de Alice em cima de mim eu tive a certeza. Mas como? Alice O Sr. Heitor se virou e saiu da minha lojinha, ele veio atrás de mim, veio me buscar e me levar para aquele pesadelo. Eu não consigo pensar, eu preciso sair dali, eu tento colocar a cabeça em ordem, eu preciso. Conheci em uma entrevista de emprego, eu só tinha 17 anos, iria eu trabalhar para ele, na casa dele e ganhar razoavelmente bem, a casa era grande demais para uma única pessoa. Eu limpava cozinhava e cuidava de suas roupas Mas um dia depois do jantar ele me procurou na cozinha e me ofereceu uma taça de vinho, eu neguei Então aquilo virou um hábito, ele jantava na sala de jantar e vinha para cozinha sentava na mesa e me olhava lavar a louça. Ele era bom e simpático comigo, me dava pequenos presentes e falava bem da minha comida. Aos poucos fui me rendendo e ele me beijou. Depois daquele beijo toda e qualquer chance que eu tinha de escapar se esvaiu. Sr. Helio tomou conta de mim e de meus pensamentos, e me sugou para dentro de seu mundo Eu era sua presa, não havia caminho de volta. Ele foi meu primeiro e único homem, com o tempo virei seu objeto, seu brinquedo, ele era meu dono, ele consumia meu corpo e pensamentos várias vezes por dia, determinava o que eu comia e vestia e como me comportava. Eu engravidei e fugi, não sabia como ele iria reagir, por muitas vezes ele me disse que me mataria se eu aparecesse grávida por que ele não podia ter filhos, fui para casa de parentes em Minas Gerais, e quando voltei, ele me achou, deixar minha filha com minha mãe foi uma das coisas mais dolorosas da minha vida, eu a deixei e junto meu coração, eu a escondi e fiquei com ele realizando todas as suas vontades, até que fiquei velha para não ser mais tão desejável, e ele arrumou outras, não me solicitava tanto como antes, mas ainda ia para cozinha, todas as noites tomar vinho enquanto me observava lavar a louça do jantar. Moças entravam e saiam da casa às vezes mais de uma, bem novas no máximo 20 anos. Eu sentia dó, pena na verdade, mas meu medo de dizer alguma coisa era maior que eu, maior que tudo, eu precisava proteger meu tesouro, precisava proteger meu bebê.
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