Capítulo vinte e seis — Mason

4972 Words
—Pai, eu só queria minha vida de volta. – confessei, entregando-me ao choro. – eu quero voltar a ser eu mesma! —Você continua a Shopia meu amor. – papai disse se abaixando perto de mim e me abraçando. —Mamãe está certa eu sou um monstro. – disse com a voz embargada pelo choro. – meu lugar deveria ser na cadeia pagando por tudo o que fiz. —Não meu amor. – papai disse tentando ser compreensivo. – sua mãe só precisa de um tempo para entender e se acostumar com as coisas. —Você e eu melhor do que ninguém sabemos que ela nunca foi de se acostumar com mudanças. – exclamei. – Ela nunca vai se acostumar com meu novo eu. —Você continua a mesma. – papai disse compreensivo. – ela só precisa ver isso. —Não pai. Eu mudei! – exclamei. – eu só preciso da minha vida antiga. Eu não aguento mais isso! Estou super esgotada com tudo! Eu quero uma folga, desistir disso tudo e ir para bem longe! Quero voltar a estudar e viver como uma pessoa normal! Eu quero voltar a ser eu, eu antigamente, era muito melhor do qu... Me auto interrompi ao perceber uma presença de alguém ao me olhar com culpa e arrependimento. —Como ele veio parar aqui? – perguntei ao papai, sem deixar de encarar o homem com pensamentos longe. —Ele me ligou desesperado, querendo saber onde você estava. – papai explicou. – então o contei. Papai deu um beijo demorado em minha testa. —com o tempo tudo vai se ajeitar amor. – papai disse. – converse um pouco com o Justin, está bem? Papai levantou-se e após cumprimentar Justin com um movimento com a cabeça, se retirou do quArto. Engoli em seco encarando Justin, o qual ainda está me olhando com pensamentos longe. Tento procurar as palavras certas, porém não consigo encontrá-las. —Está sangrando. — ele sussurrou, caminhando ao banheiro. Toquei em minha testa, sentindo algo escorrer. Sangue. —Aqui. – Justin sussurrou, se abaixando ao meu lado com uma maleta de socorro. Ele retirou uma gase derramando sobre, álcool para machucados, aplicando cauteloso sobre minha testa. Fechei os olhos com força ao sentir muito arder. Justin pegou outra gase colocando-a com um medicamento específico para isso, no machucado em minha testa, prendendo-o com esparadrapo. Em nenhum momento Justin deixou a expressão pensativa de seu rosto. —Pronto. – Justin disse ao se levantar e caminhar novamente com a maleta para o banheiro. Engoli em seco, sem saber o que falar para ele. Provavelmente ele ouviu minha conversa com meu pai. —Você quer ficar? – Justin perguntou chamando minha atenção, engoli em seco com sua pergunta. —Como assim? – perguntei confusa. —Se você quiser ficar mais um tempo com seu pai, eu posso vir te pegar depois. – ele explicou, sua voz parecia calma, mas ao mesmo tempo longe. —Não, eu vou com você. – disse tentando me levantar. Justin me ajudou, me apoiando em seu corpo. —Tem certeza? – ele sussurrou. Apenas assenti, nervosa. Justin e eu, ainda conversamos um pouco com meu pai, e depois fumos de volta para casa. Justin durante o caminho, em nenhum momento direcionou seu olhar nem palavras para mim, apenas ficava com pensamentos longe. Justin parou o carro em frente a uma casa desconhecida por mim, fazendo-me estranhar. —Eu tenho que resolver uns problemas. – ele explicou, finalmente me encarando. – acho que gostaria de ficar na companhia de Elizabeth, depois eu te pego. Mal raciocinei e ouvi a voz empolgada de Elizabeth, chamando minha atenção. —Shopia! – ela disse empolgada, caminhando em nossa direção. —Eli, cuida dela, tá bom?– Justin disse, e Elizabeth já foi abrindo a porta do meu lado do carro. —Pode deixar. – Eli disse. – ela está segura comigo. —Obrigado. – Justin agradeceu. Olhei mais uma vez para Justin antes de sair do carro. Ele não sustentou o olhar, desviando-o. Sai do carro, nervosa com as reações do Justin. O que será que ele pensa? Tá, eu sei que falei demais, mas por mais que voltar a minha vida antiga seja realmente minha v*****e, sei que não vai acontecer. Eu sou uma criminosa agora, os EUA E o Canadá estão a minha busca, não tenho mais como ter uma vida normal. Suspirei ao ver Justin arrancando com o carro. O que me preocupa é que ele sempre toma uma decisão desagradável depois de seu momento com pensamentos. —Vamos entrar sho. – Eli disse, me chamando atenção. Assenti, seguindo-a. —Sinta-se a v*****e. – Eli disse gentil assim que entramos em sua casa. – eu estava terminando de fazer uma receita que vi na internet, mas estou tendo dificuldades com esse brigadeiro. Eli disse guiando-nos para a cozinha. Ri de sua fala. —Está tentando fazer o que? – perguntei. —Bolo de brigadeiro. – ela disse abaixando o fogo no fogão. – uma receita brasileira. —Bem.. Nada melhor para fazer uma receita brasileira que uma própria brasileira. – disse sorrindo. – Posso te ensinar o brigadeiro. —Você é do Brasil? – ela perguntou um tanto empolgada. —Sim. – sorri. – vem, deixa eu te ensinar. Por fim, consegui ensinar Eli a fazer o brigadeiro, e assim que o bolo saiu, distribuímos o brigadeiro sobre ele, recheando-o. Logo nos servimos, e com nossos pratos fumos para a sala assistir um filme. Até que está sendo legal, eu nem me lembrava mais como é bom ter uma amiga. E olha quem logo se tornou minha amiga? Se me dissessem logo no começo que Elizabeth se tornaria minha amiga, eu ria sem parar. Esse momento com Elizabeth foi muito bom bom, cheio de gargalhas e sorrisos. Riamos sem parar, e conversamos muito. —Aqui está. – Eli disse preocupada, entregando-me o remédio para dor de cabeça, após eu refazer o curativo em minha testa. —Obrigada. – agradeci-a, pegando o remédio e o copo de água, tomando-os. —Se preferir preparo para o quarto para você descansar. – Eli disse preocupada. —Se não incomodar, eu gostaria de descansar sim por favor. – pedi. —Claro sho, venha.– Eli disse, guiando-me para um dos quartos. Eli ligou o ar condicionado, e pegou um lençol no closet me entregando enquanto eu deitava na cama tonta. —Quer alguma coisa? – Eli perguntou preocupada. —Não, obrigada Eli. – disse agradecida. – só quero descansar um pouco, minha cabeça está me matando. —Está bem. – Eli disse. – qualquer coisa me chame. Assenti agradecida, enquanto Eli desligava a luz e fechava a porta do quarto. Fechei os olhos com força, colocando a mão em minha cabeça sentindo uma pontada de dor. Engoli em seco ao ser atacada por meus pensamentos e lembranças. As lágrimas logo se faziam presentes. Eu tinha imaginado que a reação de minha mãe não seria a melhor, mas não imagina que seria a pior. Eu realmente não imaginava que minha mãe seria capaz de me espancar tanto até eu apagar. Respirei fundo, tentando me acalmar. Eu quem escolhi essa vida e consequentemente todas essas consequências. Me aconcheguei tentando adormecer por um tempo, para pelo menos a dor de cabeça passar. (...) —VAI EMBORA! Acordei assustada com gritos de Elizabeth. Respirei ofegante, olhando ao redor. —VOCÊ É DOIDA? PARA COM ISSO! Gritos do Chris. O que está acontecendo? Corri em direção à porta, abrindo-a rapidamente. —EU NÃO ESTOU TE TRAINDO! — Chris gritava de frente com Elizabeth a qual o olhava com lágrimas. — EU TE AMO ELIZABETH! EU NUNCA TE TRAIRIA! —NÃO PRECISA MENTIR! EU SEI DA VERDADE! – Eli gritou. — NUNCA MAIS APAREÇA AQUI! —Elizabeth para com isso, eu não... – Chris foi brutalmente interrompido com um t**a que Elizabeth lhe dera. O silêncio se fez rapidamente presente. Elizabeth parecia um tanto arrependida, enquanto Chris a encarava incrédulo. —f**a-se! – Chris quebrou o silêncio, raivoso, se retirando, logo batendo à porta da frente. Elizabeth desabou no choro, correndo para seu quarto. Corri em sua direção, porém a porta estava trancada. —Eli. – chamei-a preocupada.– por favor abre aqui.. —Não. – ela disse embolada pelo choro. – eu não quero nunca mais saber do Chris! —Eli, calma, o Chris... —disse, tentando ser compreensiva, porém fui interrompida por barulhos de várias coisas sendo jogadas ao chão. Logo depois um grande silêncio. —Eli? — chamei-a, porém não tive resposta. Deixei meu corpo cair pela porta, suspirando frustada. Esperando Eli abrir a porta. Porém seu grito de dor me assustou. — Eli. – chamei-a desesperadamente tentando abrir a porta. – Eli, pelo amor de Deus abre essa porta. Desesperada tentei arrombar a porta, inutilmente. —O que está acontecendo? – Chris apareceu do meu lado me assustando. – eu estava no jardim e ouvi os gritos. —Eu não sei. — disse desesperada. – ela não abre. — se afasta. – Chris disse fazendo-nos afastarmos antes de ele se arremessar contra a porta. Depois de umas cinco tentativas ele finalmente derruba a porta. Sangue! Havia um rastro de sangue indo para o banheiro, ao acompanhar encontramos Elizabeth desacordada, com sua barriga cheia de sangue com um corte. —Elizabeth! – Chris correu em sua direção, segurando seu corpo, o qual retirou de sua mão uma pequena lâmina. Senti as coisas rodarem com o desespero de vê-la dessa forma. Minha respiração está ofegante e meu coração acelera consideravelmente, preocupada com a situação. —Pega. – Chris joga em minha direção seu celular. – liga para a emergência rápido! Engoli em seco, discando trêmula para a ambulância enquanto Chris tentava estancar o sangue com o pano de sua camisa, o qual se encharcava. Informei rapidamente o local para a moça que me atendeu, e logo corri para ao lado de Chris, tentando ajudar Elizabeth ainda desacordada. (...) Engoli em seco, nervosa à espera de um resultado. O tic toc do relógio é a única coisa que produz algum som. Todos estamos em um pequeno hospital à espera de alguma notícia do estado de Elizabeth. —calma amor. – Justin disse ao meu lado, tentando acalmar-me. Respirei fundo, tentando, inutilmente, me acalmar. —Os parentes de Elizabeth... – a enfermeira ao qual se aproximou nem terminou de falar e foi interrompida por um chris desesperado. —Aqui aqui. Diga logo. — chris disse impaciente. —Bem, temos duas notícias. – ela informou. — Elizabeth ficará bem! Ao ouvir sua frase todos soltamos um suspiro aliviado. —Mas ... – a enfermeira continuo sua fala, deixando-nos novamente preocupados. — infelizmente o bebê não sobreviveu. Todos encaramos confusos para a enfermeira a nossa frente. Nem mesmo Chris parecia entender o que estava acontecendo. Como assim "o bebê não sobreviveu" ? Que bebê? ... Pov. Shopia Emmy Hummel —Me desculpa. – Elizabeth dizia pela décima vez ao Chris, carregada de arrependimento em um choro intenso. Chris a abraçava fortemente, chorando junto. —Eu não te deixaria. – Chris dizia inconformado. – Eu assumiria a criança. No momento estamos em um quarto de hospital, onde o clima é bem triste. Elizabeth está deitada na cama de hospital arrependida, enquanto Chris está ao seu lado inconformado, os dois inconsoláveis. —Me desculpa. – mais uma vez Elizabeth se lamentava. —Eu não seria tão r**m assim. – Chris continuou. – Eu ia ser pai, seria uma grande alegria. Por que achou que eu não assumiria? Por que fizestes isso? Chris estava completamente inconformado com a atitude de Elizabeth ao optar pelo aborto. Enquanto Eli, estava consumida pela culpa e arrependimento. —Me desculpa. – era a única frase que saia de sua boca. Todos nós estávamos comovidos com o ocorrido. Foi algo que nos pegou totalmente de surpresa. Não sabíamos que ela esperava um bebê e muito menos imaginávamos que ela seria capaz de abortá-lo. Mas não é totalmente sua culpa, Eli achava que Chris não iria querer saber dela e a largaria sozinha com o bebê. Eli se desesperou e tomou a decisão errada. Sinto em sua expressão que ela não queria ter feito aquilo, só fez porque achou que não tinha opção. Sinto em seu olhar e fala o quão dor ela sente por ter abortado seu filho. Eu sei o que ela sente, eu sei qual a sensação de perder um filho. Nunca consegui de fato superar a perca de meu filho. É inevitável imaginar como seria se eu o tivesse, o quanto amor eu senti por ele mesmo ele nem vindo ao mundo. A dor de perder um filho é insurportável para uma verdadeira mãe. —Amor.. – Justin chamou-me, limpando minhas lágrimas. – venha, deixe os dois conversarem a sós. Saí do quarto, sendo guiada pelo Justin. Sinto-me tonta e com falta de ar. Lembrar-me um momento tão r**m como esse causa-me uma v*****e gigante de desabar no choro e desespero. —Amor.. – Justin novamente chamou minha atenção. – está tudo bem? —Sim.. – suspirei profundamente, tentando procurar alguma calma. —Tem certeza? – ele voltou a perguntar, acariciando meu rosto. —Tenho sim. – disse tentando tomar o controle da situação. — Você não ia pegar a Bianca na casa de sua mãe hoje? —Sim, eu tenho que pega-la. – Justin respondeu. – a mãe vai ter uma reunião de trabalho hoje. —Vai lá então amor. – disse compreensiva. – qualquer coisa te ligo. Olha só, eu finalmente posso falar a frase: " qualquer coisa te ligo." Finalmente ele confia em mim o suficiente para ter me dado um celular. —Não quero te deixar sozinha. – ele disse. —Não estou sozinha. – respondi. – Ryan está aqui, e também todos os meninos. Não se preocupe amor, eu ficarei bem. —Tá bom então. – Justin disse pensativo. – vou lá rapidinho. Assenti, retribuindo o selinho demorado que ele me deu antes de sair rapidamente do hospital. Foi só ele se afastar que lembranças novamente me preencheram. A imagem de Bryan fincando a faca em minha barriga me atormenta. —A senhora está bem? – ouvi uma moça perguntar. Pisquei algumas vezes, tentando controlar o desespero que tenta se apoderar de meu corpo. —Estou. – sussurrei, porém assim que acabei de falar, senti meu corpo perder o equilíbrio, a moça então me segurou. —AJUDA AQUI! – ela gritou, e logo eu estava cercada de enfermeiros, aos quais me encaminharam a um quarto. —A senhora está bem? – um médico perguntou. — o que sente? —Eu não sei.. – sussurrei, sentindo meus batimentos cardíacos aumentarem. —Calma. – ele disse ao ver meu estado, sentando-me em uma poltrona. – traga-me... —Já sei.. – a moça que estava comigo antes disse rapidamente interrompendo a fala do médico, logo percebi que ela era uma enfermeira. —Me diga o que está sentindo? – ele perguntou com a calma exagerada típica de um médico. —Meu coração está muito acelerado. – comecei. – sinto falta de ar, tontura. Engoli em seco, tentando acalmar-me, porém parece que quanto mais me esforço pior fico. —Aqui está. – a enfermeira entra rapidamente na sala com uma bandeja com seringa e medicamentos. Engoli em seco novamente ao ver o tamanho daquela agulha. Essas coisas me dão arrepios.. —O que houve Shopia? Levei um susto quando a porta é aberta rapidamente com um Ryan preocupado a entrar na sala. —Ela teve uma crise de pânico. – O médico tomou a palavra, conferindo os medicamentos trazidos pela enfermeira. – mas ela ficará bem após o medicamento. Ryan se aproximou preocupado, estando ao meu lado na hora que aplicaram o remédio em minha veia. —Descanse um pouco, pois o medicamento é um pouco forte. – O médico disse a mim, aconchegando a poltrona reclinável para mim. — Depois leve-a para comer alguma coisa. Ele direcionou sua segunda frase ao Ryan, entregando-o um papel. —Qualquer coisa estarei aqui, senhorita. – o médico disse gentil. O agradeci vendo-o passar pela porta. —Então.. – Ryan disse puxando uma cadeira para meu lado. — o que aconteceu? —Não sei.. – sussurrei. – ver a Eli nessa situação me faz lembrar de minha perda. Ryan engoliu em seco, puxando-me para um abraço. —A vida não é nada fácil.. – Ryan sussurrou, beijando minha testa. Ryan suspirou. —Mas me conte o que achou de sua festa de aniversário? – Ryan disse querendo mudar de assunto. Suspirei, me concentrando ao afastar pensamentos e lembranças ruins, focando-me apenas nas boas sensações de meu aniversário. —Eu amei. – disse ao lembrar-me. – foi muito perfeito! —Que bom que gostou. – Ryan disse com um sorriso gentil. – fico feliz. —Gostei mais de como conseguiram combinar meus amigos antigos com as pessoas recentes em minha vida. – sorri. —Sabia que você iria gostar de rever o povão da turma. – Ryan disse rindo. —Realmente amei muito. – disse contente. – foi uma ótima turma. —E como. – Ryan disse contente. —Mas confesso que fiquei surpresa de nenhum ter me visto como ameaça. – disse. — me senti como a Shopia de antes. —Você continua a mesma Shopia. – Ryan disse. —Bem que eu queria Ryan.. – suspirei novamente. —Bom.. Vamos comer algo? – Ryan perguntou novamente mudando de assunto. Fiz uma careta de desgosto. —Estou sem fome. – respondi. —Nada disso. – Ryan disse, erguendo a mim sua mão. — orientações médicas mocinha. Suspirei pegando sua mão, me apoiando a levantar. —Se sente melhor? – Ryan perguntou preocupado. — consegue andar só? —Sim, estou melhor. – disse sincera. — consigo sim. Caminhamos então até o refeitório, sentando-nós em uma mesa. —Quer o quê? – Ryan perguntou. —Apenas um café, por favor. – disse. —Tá bom. – Ryan disse ao se retirar em direção às bancadas de atendimento. O observei, enquanto ele pedia os pedidos. De repente sinto uma mão em meu ombro. Franzi a testa virando-me para a pessoa dona dela. Minha expressão congelou. Fico estática e nervosa ao vê-lo. —Parece que vê um fantasma. – James diz. James! Era o segurança do Justin, que na verdade era espião contratado por Bryan. Achava que ele estava morto. Respirei fundo, soltando o ar lentamente tentando controlar-me com a situação. —Não fique com medo. – Ele disse ao se sentar ao meu lado. Levantei-me rapidamente me afastando de sua presença, a qual me deixa completamente medrosa. James levantou-se também, olhando-me de uma forma como se tentasse encontrar palavras certas. —O que faz aqui p***a? – Ryan chamou nossas atenções. – Bryan disse que tinha te matado. Ryan colocou dois potes de café na mesa, e encarou desafiador a James. —Bem que ele queria, mas não conseguiu. — James disse rancoroso. —Então vaza daqui p***a! – Ryan esbravejou, empurrando-o. – pois eu não sou Bryan, se tu tiver que ir embora tu irá! —Calma aí. – James disse se desequilibrando com o empurrão de Ryan. – quero falar com a Shopia antes. Engoli em seco, com medo. —Tu é doido? – Ryan rosnou. – Tu não vai falar com ela coisa nenhuma. —Calma Ryan! Eu... – ele esbravejou, sendo interrompido por Ryan. —Calma? – Ryan riu sem humor. – depois de tudo que tu aprontou tu vem pedir calma? —Eu não vim fazer m*l, juro... – James disse, sendo interrompido novamente por Ryan. — claro e eu sou maria Joana e acredito. —Ryan rosnou zombando, empurrando-o novamente. — Vaza daqui p***a! —Calma Ryan. Eu vou. – ele disse um tanto nervoso. – Shopia, eu só quero que saiba que eu estou arrependido pelo que te causei e peço desculpas. —Teu erro não tem desculpas não filho da p**a. — Ryan disse o empurrando pelo corredor, levando-o para fora. Pensativa, me acalmei. Jurava que James trazeria alguma noticia r**m. Mas um pedido de desculpas? Com essa me surpreendi. Voltei a sentar, cautelosa, pegando meu café que Ryan deixou a mesa. —Está bem sho? – Ryan perguntou ao se aproximar. —Sim sim ry, obrigada. – levemente sorri gentil a ele que me retribuiu o sorriso. —Vou ajudar o Chaz com as papeladas de nosso registro no hospital, que temos que omitir. — Ryan disse. – você vai ficar bem? —Sim eu estou bem. – respondi sincera. – pode ir, acho que pegarei um táxi para casa. —Quer que eu te leve? – Ryan perguntou preocupado. —Não. – respondi gentil. – ajude o Chaz com as papeladas. —Tem certeza? – Ryan insistiu. – posso te levar, é rapidinho. —Não precisa. – respondi. – eu estou bem. —Tem táxi na frente do hospital. Tenha cuidado. – Ryan disse atencioso. Ryan beijou minha testa e se direcionou ao balcão de atendimento onde Chaz tentava distrair a atendente, para pegar os documentos. Após tomar meu café, levantei-me e fui em direção à saída. Logo na frente haviam diversos táxis. Assim que escolho um, quase a entrar, escuto gritarem meu nome: —SHOPIA! Olhei para trás, surpresa ao vê-lo. —Guilherme? – perguntei, encarando-o descrente. —Eu em pessoa. – ele tirou graça, vindo em minha direção. Corri em sua direção, abraçando-o. Como eu senti saudades. Guilherme foi um grande amigo meu e do Ryan durante a escola. —ah quanto tempo. – Guilherme disse. – por que sumiu? —Se eu te contasse você não acreditaria. – ri sem graça. —Vai me conta. – ele insistiu. – por onde andou? —Pelo Canadá. – respondi. —Sempre quis conhecer, um belo país. – ele disse um tanto sonhador. – Mas e sobre Lodres? Não ia se mudar pra lá com Ryan? —Ah.. – suspirei lembrando de minhas metas. – aconteceu alguns imprevistos e não deu muito certo. —Quais imprevistos? – ele perguntou fazendo-me engolir em seco. – sem querer ser incomodo claro. —É uma longa história. – disse sem saber o que falar. —Ah sho, vamos lá, conte-me. – ele insistiu. – ah quanto tempo não te vejo.. —Ah.. Eu.. – tentei procurar alguma desculpas porém ele me interrompe. —Vamos ali na sorveteria? – Guilherme disse apontando para a sorveteria ao lado. —Não acho uma boa ideia. – disse, temerosa ao pensar que alguém poderia me conhecer. —Por favor. – ele fez um bico pidão. – vamos! Ele m*l esperou minha resposta e já foi me puxando. Soltei um riso, acompanhando-o. Acho que uma ida a sorveteria não vai fazer m*l algum. —Boa tarde. — uma moça veio ao nosso encontro assim que nos sentamos, nos entregando os cardápios. —Boa tarde. – Guilherme respondeu. – não precisa do cardápio, já sabemos o que queremos. Um de chocolate e outro de creme de chocolate. Estou certo Shopia? —Sim. – sorri por ele ainda lembrar que meu sorvete favorito é creme de chocolate. A moça sorriu gentil e se afastou para fazer nossos pedidos. Estamos sentados nas mesas que ficam fora do estabelecimento, ao ar livre. A sorveteria fica bem ao lado do hospital. Não tem muita gente, o que me deixa mais tranquila. —Agora conte-me. – Guilherme chamou minha atenção. – O que tanto fazia pelo Canadá? —Ah.. – tento procurar palavras.. — Eu estava fazendo um curso de arquitetura. Pensativa, deixei-me sonhar com a meta que um dia foi minha. —Você sempre quis fazer esse curso. – Guilherme disse contente. – fico feliz que conseguiu. —É.. – sorri sem graça. – é um curso muito bom. —E Ryan? —ele voltou a perguntar. – ele estava com você? —Sim. – respondi contente. – somos melhores amigos para sempre. —Não sei não.. – ele riu. – sempre achei que iria acontecer algo a mais entre vocês. —Ah.. – ri sem graça. – ele é só meu melhor amigo mesmo. —Então está solteira? – ele perguntou curioso. —Não! Ela tem namorado! Engoli em seco ao ouvir uma voz rouca, masculina é completamente conhecida, em um tom rude. Olhei para trás vendo Justin bufar de raiva ao encarar Guilherme. —Justin! – soltei um pulo da cadeira, nervosa. —Deve ser o namorado da Shopia. – Guilherme disse gentil, levantando-se de sua cadeira e se aproximando do Justin. — prazer em conhecê-lo. —Shopia vamos embora. – Justin ignorou-o, se direcionando a mim a dizer ríspido. —Espera. – disse, tentando me soltar de sua mão que estava em um aperto forte ao meu braço. – aí! Justin emburrado, saiu me puxando. —Ei! – Guilherme se pronunciou um tanto revoltado. – está machucando ela! —Isso não te diz respeito moleque! – Justin disse ríspido. —Solte-a! – Guilherme disse se pondo entre nós, puxando-me a ele. —Você não encoste nela! – Justin rosnou dando um empurrão em Guilherme. —Justin para. – me pronunciei, temendo. —Você que não encoste nela! — Guilherme disse retribuindo o empurrão. Posso ver pela expressão de Justin que ódio flui nele. Antes de qualquer reação que eu pudesse tomar, Justin arremessa um soco certeiro no rosto de Guilherme, fazendo-o se desequilibrar ao cair no chão. —Justin! – repreendi-o me colocando a sua frente, o qual já queria avançar novamente a Guilherme. —Vamos embora. – Justin disse ríspido. —Guilherme, me desculpe. – me lamentei ao olhá-lo perplexo no chão. —Você vai com ele? – Guilherme perguntou incrédulo, ao se levantar cauteloso. —Eu preciso, me desculpe. – respondi, afastando rapidamente Justin dali, que ainda encarava Guilherme com fúria. —VOCÊ ESTÁ SENDO BURRA SE SUJEITANDO A ISSO! – Guilherme gritou, fazendo-me temer a reação de Justin. —Filho da p**a! – Justin rosnou, bufando de raiva, querendo voltar a encontro de Guilherme. —Não Justin, por favor. – me pus em sua frente, não deixando-o avançar. – por favor vamos pra casa. Justin bufou irritado e entrou em seu carro. Olhei novamente para Guilherme, vendo-o me encarar perplexo. Suspirei, e por fim entrei no carro de Justin. —Já pegou a Bianca? – perguntei ao perceber que Bianca não estava no carro. —Ela já está em casa. – Justin respondeu ríspido. Olhei para ele com descrença. Ele está com raiva? Quem deveria era eu. Fala sério! Cruzei meus braços, irritada, me afundando na banco do carro, desviando meu olhar para a janela. O clima silencioso foi incomodante, poderia sentir a raiva que imanava de Justin. Isso me deixa inconformada, eu não fiz nada demais poxa. Assim que finalmente chegamos em casa, saí rapidamente do carro e entrei na casa, dando-me de cara com Katherine. —O que faz aqui? – perguntei. —Cuidando da Bianca. – ela disse cruzando os braços. – e você, o que faz aqui? —Eu moro aqui. – respondi no mesmo tom sarcástico dela. —Vocês ainda estão juntos? – ela arqueou a sobrancelha. – pensei que tivessem terminado. —E por que pensou isso? – perguntei confusa. —Nada não.. – ela soltou um riso, pegando sua bolsa no sofá. Seu riso e sorriso um tanto vitorioso no rosto me faz ficar com pulgas atrás da orelha, me deixa bem incomodada. —Cadê ela? – Justin chamou minha atenção, ao entrar na casa com uns sacos de compra. —Deitada assistindo desenho. – katherine respondeu, Justin apenas assentiu. — quero minha gratificação depois. Franzi a testa ao pensar que sua frase possa ter sido meio maliciosa. —Ela nem deu trabalho. — Justin disse estreitando os olhos. —De qualquer forma eu quero. – katherine disse ao dar uma piscadela. "Controle-se Shopia, ela faz só pra te provocar. Justin não seria capaz de cair no jogo dela." Minha mente tentava me acalmar. —Bem.. – ela disse lentamente se aproximando do Justin, me deixando em alerta. – Vou indo. Ela abraçou o Justin, e deu um beijo em seu rosto tão próximo ao canto de seus lábios. Me deixando inquieta. —Tanto faz. – Justin deu de ombros afastando-a e caminhando para a cozinha com as sacolas. —Tchau. – katherine disse, passando por mim. — Deveria cuidar melhor do que é seu! Ela ergueu sua sobrancelha de forma desafiadora, o que me fez ferver de raiva. Katherine logo se retirou, fiz questão de fechar a porta em sua cara. Quem ela pensa que é? Era só o que me faltava, alguém para ameaçar meu relacionamento também agora. Assim que me virei encontro Justin parado a me encarar sério. Franzi a testa com seu olhar intimidador. —Quem era ele? – Justin perguntou ríspido. —Quem? O Guilherme? – perguntei confusa. – Um grande amigo meu e de Ryan. —Não quero saber de você saindo sozinha com outros machos. – Justin disse autoritariamente ríspido. —Mas ele é só um amigo. – expliquei. – e eu estava com saudades. —Que história é essa Shopia? – Justin exatou-se. – sentindo saudade de outros homens? —Mas é só um amigo. — ressaltei a palavra amigo, não entendendo sua reação. —Mas é homem. – ele disse ríspido. – Não quero que você saia com outros homens. —Então por que você pode? – perguntei cruzando os braços. – você também sai com suas amigas. —Não tenho amigas. – ele disse ríspido. —E a katherine é o que? – perguntei irritada. —Apenas colega de trabalho. – ele respondeu. —Mas é mulher do mesmo jeito. – disse irritada. – e ela ainda dá em cima de você. —E o que tem? – Justin deu de ombros.
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