Capítulo Quarenta um — Mason

4999 Words
Capítulo quarenta e um — Mason Minha mãe estava preparando alguma coisa no fogão. Me aproximei, lhe abracei por trás e dei um beijo no seu rosto, minha mãe deu um pequeno grito e se virou. -Justin, que susto! Ela disse com a mão no coração e tentando se recuperar do susto. -Desculpe, mas vi você tão distraída e não resisti. Disse rindo e me sentando na bancada. -Justin um dia desses você vai acabar me matando com esses seus sustos! Ela disse dando um leve riso e voltando a fazer seja lá o que for no fogão. -Mãe eu já estava de saída, só vim avisar que vou dormir na casa da Mel hoje. Disse pulando da bancada e a virando pra mim, lhe dando um beijo em sua testa. -Está bem meu filho, vá lá, e diga que eu mandei lembranças. Ela disse me dando um beijo no rosto. -Ok. Sai da cozinha e quando estava subindo as escadas ouvi minha mãe gritar: -Eu te amo filho! -Também te amo mãe! Gritei de volta, minha mãe é um amor de pessoa, a amo muito mesmo... Oops.. Esbarrei em alguém.. Pai! -Calma garoto! Pra onde vai com toda essa pressa? Meu pai disse com uma voz de brincalhão. -Pra casa da Mel. -Claro! Mande lembranças. -Ta. Voltei a andar em direção ao meu quarto e ele me puxa pelo braço. -E não vai sair pela porta da frente? Ele disse segurando o riso. -Prefiro ir pela varanda mesmo, é mais prático. -Então ta! Voltei a andar em direção ao meu quarto, abri a porta do mesmo e meu pai fala. -Justin? Ele se encurvou, com a mão no estômago, olhando-me com os olhos extremamente raivosos. Ouvi a maçaneta da porta do quarto girar repetidas vezes. Justin! Corri em direção a mesma, passando rapidamente por Bryan, que ainda estava encurvado. Mas antes mesmo de eu conseguir chegar na porta sinto meu pé ser puxado, me causando um belo tombo, de cara no chão. Passei a mão pelo meu nariz percebendo algo escorrendo, sangue, claro. —c*****o! – ouvi o rosnado do Justin por trás da porta, logo seguidos de empurrões, tentando derruba-la. – Shopia! Dei um grito doloroso sentindo meu couro cabeludo doer assim que Bryan puxou meu cabelo violentamente, fazendo-me levantar. —Para! – gritei, tentando me soltar dele, mas meus movimentos são completamente inúteis. —Você vai... – Bryan se auto interrompeu, olhando curioso para algo dentro do banheiro. Ele me jogou bruscamente no chão logo entrando no banheiro. Olhei para a porta, vendo que a mesma ainda recebe os empurrões e palavrões do Justin. Voltei a olhar o Bryan e o mesmo olha sem expressões para o teste de gravidez que eu havia feito. Eu nem ao menos sei o resultado. Voltei a olhar para a porta e me arrastei até a mesma, me levantei cautelosamente e tentei girar a chave, mas assim que toquei na chave escuto um estrondo vindo do banheiro, fazendo-me olhar para o mesmo, Bryan destruía tudo lá dentro. Mal consegui dar meia volta na chave e senti uma dor forte na cabeça, fazendo-me perder os sentidos, nem ao menos sabendo o que havia me acertado. Flashback Off As lágrimas parecem não cessar. Mais uma vez estou na mão de Bryan. O ar parece faltar, tentei me acalmar ao perceber que o oxigênio parece ir embora mais rápido quando me agito. Preciso sair daqui! Mas meus movimentos são completamente inúteis. Parei de me debater assim que percebi que o carro parara de se movimentar. Logo ouvi o barulho da porta do carro batendo, sendo seguidas de vozes que não consigo identificar. O porta-mala logo foi aberto, fazendo-me fechar os olhos fortemente com a claridade. Logo voltei a abri-los, a primeira coisa que vi era a que eu menos queria ver. Bryan sorrindo divertido, olhando atentamente para mim. —Sinto muito por você ter acordado aqui. – ele disse. – Preferiria que você tivesse acordado apenas no momento especial que preparei para você. Engoli em seco com suas palavras, ouvindo a intensidade de meus batimentos cardíacos aumentarem consideravelmente. Olhei rapidamente em volta, reconhecendo o local. Bem próximo ao carro vejo um jatinho. —Não! – Gritei, prevendo o que estávamos fazendo em um aeroporto. – Eu não vou com você! Me debati sentindo seus braços me tirarem bruscamente de dentro daquele espaço pequeno. —ME LARGA! – gritei, me debatendo. – EU NÃO VOU! Percebi que haviam muitos seguranças ao redor, mas apenas agiam como se nada estivesse acontecendo. Provavelmente capangas de Bryan. —Sshhh. – Bryan sussurrou no meu ouvido. Engoli em seco assim que senti a ponta metálica e afiada em meu pescoço. Uma faca. – Quietinha. Não vamos querer que algo de r**m aconteça antes da hora, não é mesmo Shopia?! Cessei meus movimentos, já que quanto mais me movia mais a faca era pressionada em meu pescoço, me causando uma sequência de tosse. —Muito bem. – Bryan sussurrou se pondo atrás de mim, juntando seu corpo próximo ao meu. – Agora vamos! Bryan começou a me conduzir para o jatinho, contra minha v*****e, praticamente me arrastando. Entrei em desespero com o pânico tomando conta de mim. —Cuidado com essas encomendas, seus idiotas! – Bryan rosnou para uns homens que carregavam umas caixas grandes para dentro do jatinho. Ao subir a escada que davam acesso ao jatinho senti minhas pernas travarem. Novamente não tinha controle em meus movimentos, o pavor me domina completamente. Sentia a faca sendo pressionada cada vez mais em meu pescoço, sentindo também Bryan, com sua proximidade, encostando seu m****o em mim. —Anda logo m***a! – Bryan rosnou, me jogando bruscamente em seu ombro. Engoli em seco ao perceber que já estava dentro do jato. Me desesperei novamente, juntando forças e me debatendo nos braços de Bryan. —p**a que pariu! – Bryan rosnou me jogando em um sofá. Tentei levantar desesperadamente vendo a porta por fim ser fechada. —NÃO! –gritei, correndo em direção a porta. Antes mesmo de chegar na mesma, senti meu rosto girar e uma dor me atingir, logo sentindo o gosto de sangue em minha boca. Bryan me dera um soco, com tanta intensidade que me fizera parar ao chão. —Escuta aqui! – Bryan disse, se abaixando, aproximando-se, segurando brutalmente meu rosto, pelo indicador e o dedão. – Não estou com paciência portanto fique bem quietinha. Não vou te prometer que se você me obedecer não te machucarei pois nós dois sabemos que seu fim está próximo Shopia. Só não me faça ter que adianta-lo! Gritei dolorosamente sentindo a dor invadir meu rosto, dor causada pela ponta afiada e metálica da faca que Bryan pressiona em minha bochecha. —Fui claro? – ele rosnou. Apenas fechei os olhos com força sentindo a dor. –RESPONDE c*****o! Bryan gritou pressionando a faca na minha outra bochecha. —FOI! – gritei dolorosamente. —Ótimo! – ele disse me soltando. Olhando divertido para a faca suja de sangue em sua mão. Minha visão está totalmente embaçada pelas lágrimas que caem sem parar. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX IDA AO SHOPPING: Assim que passamos por um fast food, mais especificamente denominado Mc’Donald’s presente na praça de alimentação do shopping, Nicholas resolveu levar um lanche para a viagem. Já eu preferi nada comer, todo esse nervosismo não me causa sensações boas para sentir algum sinal de fome. Sentei-me a uma mesa, aliviando o peso que carregava com as diversas sacolas de compra ao colocá-las sobre algumas cadeiras, e Nicholas foi ao balcão de atendimento. Meus pensamentos estão altos e desordenados enquanto observo-o pedir seu pedido, a quem por algum motivo se irritava com a atendente. Percebi que todos prestavam atenção na confusão que Nicholas começou. De imediato desviei meu olhar, incomodada. Meus pensamentos estão a mil. Nicholas está distraído, essa seria uma ótima oportunidade para fugir, mas realmente não quero que nenhum m*l aconteça ao Ryan. É tão frustrante ter a liberdade em minhas mãos, mas não poder usá-la pelas consequências que poderá desencadear. —Shopia? De imediato arregalei meus olhos, surpresa ao ouvir uma voz muito conhecida, a qual me tirou de meus pensamentos fazendo-me guiar rapidamente minha total atenção a si. —Pai? Meus olhos não conseguem crer no que veem. Eu não esperava encontrá-lo por aqui. Papai sempre foi tão ocupado com o trabalho, que nunca tinha tempo para lazer como uma simples vinda ao shopping. Sempre estava ocupado demais em seu escritório ou na empresa em que ele trabalha, para até perceber que tinha uma filha que precisava de sua atenção. ―O que faz aqui? ― papai perguntou confuso. ― Ryan disse que você estava na fazenda de uma amiga. ―Ele disse? ― perguntei completamente confusa. Então meus pais não estavam me procurando, pois Ryan inventou essa história. Não sei o quê ao certo sentir: Desanimação por não ter a polícia a meu favor contra meu sumiço; Ou estar aliviada por não envolver meus pais nessa situação. —Sim, Ryan disse. Shopia, o que está acontecendo? ― Papai indagou desconfiado por minha evidente confusão. Engoli em seco, nervosa, sem ter respostas para sua pergunta. Olhei rapidamente para Nicholas, a quem ainda estava discutindo com a atendente. Agora preciso de pensamentos rápidos; Conto ou não a verdade para meu pai? —Você está agindo de forma estranha Shopia. ― Papai desconfiava. Levantei-me num impulso da cadeira, e em um dos mais simples gesto para demonstrar minha saudade apenas lhe dei um abraço apertado. Ele demorou uns segundos para retribuí-lo, porém logo o fez. Tenho medo de que essa situação não venha a se resolver e eu nunca mais volte a vê-lo. Apesar de meu pai sempre viver ocupado com o trabalho, o amor que sinto por ele sempre continuará presente. —Está tudo bem por aqui? Me assustei ao ouvir a voz ríspida de Nicholas. Separei-me do abraço para vê-lo, o olhar sério de Nicholas está focado em meu pai, sua expressão não é uma das melhores. —Está tudo bem. ― Respondi sua pergunta sem saber ao certo o que dizer. Temo suas reações. ― Pai esse é.. meu... amigo Nicholas. Amigo? Nicholas com certeza está bem longe disso. Mas o que eu diria? Que Nicholas é o meu sequestrador? A verdade seria o certo nesse momento? A verdade causaria a insegurança de Ryan, algo que eu nunca botaria em jogo. Ergui uma de minhas sobrancelhas, completamente confusa com a reação de reconhecimento dos dois. Meu pai e Nicholas encaram-se desafiadores, como se soubessem exatamente quem cada um é, evidenciando uma inimizade entre eles. —Vamos Shopia. Você vem para casa comigo. ― Papai disse autoritário. Nicholas guiou seu olhar desafiador em minha direção, levantando uma de suas sobrancelhas a uma forma de me desafiar ao qual escolha eu tomarei. Em seu olhar, ele lembrava-me do que aconteceria com Ryan conforme as consequências de minha escolha. —N-não posso. ― Sussurrei trêmula. Papai me olhou com pontos de interrogações, e pude perceber um sorriso vitorioso se formar nos lábios de Nicholas. —E por que n******e? ― Papai perguntou confuso, não compreendendo o porquê de minha resposta negativa. —Tenho que levar umas coisas para minhas amigas. ― Tão rapidamente menti quanto tão rapidamente o nervosismo atacou-me. ― Como Ryan te explicou, estamos na fazenda e eu vim fazer compras das coisas que estavam a faltar por lá. Após minha fala, papai parecia pensativo como uma disputa de pensamentos a favor e contrários a minha fala. Desviei meu olhar sabendo que ele estudava minhas expressões procurando pela verdade. Ele está muito desconfiado, e sinto em dizer que com razão. —Ryan está lá com você? ― Papai perguntou sério, apenas assenti tentando ao máximo não demonstrar meu nervosismo, para assim evitar seu questionamento. ― Tudo bem então. Mas amanhã quero que esteja em casa. Assenti novamente desviando o contato visual, nervosa e sem saber qual ação ou fala realizar. Não sou boa com mentiras, muito menos em mentir para meu próprio pai. Apesar do pouco tempo que passávamos juntos, ele me conhece como ninguém. —Olha pra mim Shopia. ― Papai pediu, e hesitante o olhei. ―Prometa que vai voltar amanhã cedo! Uma v*****e de chorar me ameaça, pois eu sei que não farei o que ele quer que eu prometa. E temo intensamente que essa seja a última vez que eu o veja, isso me parte meu coração. —Tudo bem, eu prometo. ― engoli em seco, forçando as palavras a saírem, as quais vieram num sussurro fraco. Já sinto o nó do choro se formar em minha garganta. —Ótimo. ― Papai disse sério, porém permanecendo com sua desconfiança. Ele virou-se ríspido para Nicholas. ― Não mexa com ela. Papai me surpreendeu ao dizer seriamente essas palavras, ele trinca o maxilar, raivoso. Franzi o cenho com sua reação, ele realmente demonstra conhecer Nicholas, porém não de uma forma amigável; uma inimizade se evidencia entre os dois. Nicholas apenas ajeitou sua postura, friamente ao encarar meu pai. Nicholas o encara a*******e e superior. ―Encontre o Ryan e não saia da vista dele, nele eu confio. –― papai disse autoritário antes de me dar um longo abraço, apertei-o fortemente não querendo soltá-lo. E assim ele foi embora. O observei se distanciando, já sentindo as lágrimas escorrerem por meu rosto. Joguei-me rapidamente na cadeira, colocando minhas mãos em meu rosto ao cobri-lo. Toda essa pressão e frustração só me levaram novamente a um desespero maior, fazendo-me ficar sem qualquer mínimo sinal de esperanças. Não me importei de que muitos me olhavam assustados ou até mesmo com pena por minha melancólica reação, eu apenas não conseguia controlar as lágrimas carregadas de desesperança. Minha vida está condenada, e eu ainda nem sei ao certo o verdadeiro motivo, tudo aconteceu tão rápido. Eu sempre procurei ser a garota exemplar da família, a quem todos se orgulhariam, mas minha realidade me pregou uma peça, me fez pagar por consequências de erros que eu nem ao menos cometi. —Trouxe um milk-shake de morango pra você. ― Nicholas disse ríspido, fazendo-me guiar meu olhar a ele. Nicholas se senta a minha frente, erguendo um copo grande de milk-shake. Apenas o ignorei, voltando a cobrir meu rosto com minha mão. A única coisa que eu quero no momento é acordar de todo esse pesadelo. ―Para com isso, as pessoas estão olhando! ― Nicholas continuava a pronunciar palavras ríspidas. ― Você parece uma bebê chorona.. —CALA A BOCA NICHOLAS! Meu grito raivoso, o fizera me olhar descrente. Antes que ele voltasse a tomar a fala, voltei a demonstrar meu incômodo com sua presença. ―Você não sabe fazer outra coisa além de criticar? Dá pra parar de pegar no meu pé um segundo e calar sua boca só pra variar? Por segundos, Nicholas me encara completamente perplexo por minha reação. De imediato seus olhos e rosto tomaram uma amedrontadora expressão furiosa. Nicholas não se importa com os meus pensamentos, meus sentimentos e minhas escolhas.. Ele simplesmente passou por cima de tudo em busca de sua própria satisfação. Eu fui obrigada a largar tudo, e ele ainda acha que eu tenho que agir com obediência como se fosse grata a ele? Desviei meu olhar, frustrada, com o rumo que minha vida foi obrigada a tomar. Ignorei seu furioso olhar sobre mim, e voltei a cobrir meu rosto com minhas mãos, sentindo minha cabeça pulsando intensamente como se a qualquer momento fosse explodir. De repente, senti braços fortes me levantarem rapidamente da cadeira. Antes de eu tentar me afastar bruscamente, assustada, senti o perfume conhecido. Seus fortes braços envolviam minha cintura num abraço reconfortante. Inspirei profundamente seu cheiro, a quem me acalma grandemente. Entreguei-me no abraço, retribuindo-o fortemente, confortando-me ao menos por poder vê-lo novamente. —Calma pequena. ― Ryan sussurrou confortador, aninhando-me em seus braços. —Onde estava Ry? ― Perguntei preocupada, olhando-o. —Fala sério! ― Nicholas se pronunciou, interrompendo-nos, e levantou-se raivoso e visivelmente incomodado com a presença de Ryan. ― Ande logo, garota. Temos que ir. Nicholas não parecia preocupado em deixar transparecer seu incômodo com a presença de Ryan, ele fazia questão de demonstrar sua insatisfação por vê-lo. Ele revirou os olhos, irritado, e pouco caminhou até a próxima bancada destinada a pagar o estacionamento. Voltei minha atenção a Ryan, aproveitando o pouco de privacidade que ganhamos. —Você não apareceu. ― disse incomodada. ― Onde você estava Ryan? —Desculpe, mas Nicholas tinha me impedido de vê-la. Evitando causar consequências maiores, apenas resolvia as coisas que ele me dizia. Não fique com raiva de mim, eu não desisti, estive pensando em algo para te tirar das mãos dele. Mas não posso arriscar agora, Nicholas me ameaça que se eu tentar algo que o desagrade ele usará as consequências contra você. Eu não posso agir enquanto não tiver a certeza que vou conseguir te proteger. As palavras de Ryan estavam carregadas de remorso. —Não Ryan. ― disse temerosa. ― Se ele descobrir que você está tramando algo, ele te mata! Eu estou bem, não se preocupe. Vou tentar convencê-lo do contrário ou algo assim, mas não arrisque sua vida. Nicholas é impulsivo, não sabemos como ele pode agir se descobrir que estamos planejando algo. —Eu sei. ― Ryan suspirou frustrado. ―Mas não vou te deixar sozinha nessa. Eu te coloquei nessa situação e eu vou te tirar disso. —Mas...― minha fala foi interrompida. —Shhh.. Ele está vindo. Ryan guiou seu olhar a Nicholas que se aproxima impaciente. Em um movimento rápido abracei Ryan fortemente, já sabendo que Nicholas provavelmente vem em busca de que eu o acompanhe e acabe com meu momento de conforto com Ryan. Eu preciso do apoio de meu melhor amigo, ele me acalma em meio às tempestades. —Anda logo garota. Está achando que é quem para me fazer de o****o a te esperar? A voz ríspida de Nicholas entrou por meus ouvidos. Não dando tempo de reagir, arregalei meus olhos assustada ao sentir uma mão forte puxando bruscamente meu braço, separando-me de Ryan e tentando me arrastar. Encarei Ryan com desespero, a quem também está assustado com a reação de Nicholas. ―Solta ela! ― Ryan disse autoritário, segurando em meu outro braço, impedindo Nicholas de continuar seu ato. ― Não a machuque. ―O que é isso Ryan? Está me desafiando? ― Nicholas está furioso. ― Solte-a você! Ela vem comigo. E não ouses me desafiar novamente porque não vou poupar em dolorosas consequências. ―Ryan.. ― sussurrei em um pequeno clamor a ele, temendo que as próximas reações de Nicholas caíssem sobre ele. Pelo olhar, tento de alguma forma transmitir segurança, por mais que eu não tenha nada disso no momento. ― Eu vou ficar bem, eu prometo. Ryan segura meu braço firmemente, encara desafiador a Nicholas. Sinto-me uma boneca de pano prestes a ser repartida. Ryan guiou seu olhar a mim, e eu tentei novamente mostrar segurança. Ryan aos poucos soltou meu braço. ―Eu vou ir te ver. ― Ryan disse firme com suas atenções direcionadas apenas a mim. Assenti. Ryan pegou as sacolas de minha compra e entregou-me. ―Te amo Ry. –― Sussurrei, dizendo-o através dessas palavras o quanto é grande sua importância em minha vida. —Eu também te amo Sho. ― Ryan sussurrou. Em seguida passou suas mãos exasperadas pelo cabelo, visivelmente lutando contra a v*****e de me puxar novamente. Nicholas não deixou que déssemos mais um abraço de despedida, apenas saiu me arrastando pelo shopping, em direção ao estacionamento. ―Está me machucando, solte-me. Meu braço dói com a força do aperto de sua mão. Nicholas apenas ignorou-me, continuando a arrastar-me pelo shopping. Fiz uma força maior ao tentar puxar meu braço, tendo sucesso dessa vez. —Ótimo. Então conversaremos aqui mesmo. ― Nicholas disse impaciente e ríspido. ― Diga-me; O que Ryan te disse? —Não te interessa! ― Disse usando o mesmo típico tom de sua voz. Rude e ríspido. Sinto um choque de coragem. Nicholas parece incrédulo pelo tom de minha voz direcionada a ele. Tento deixar o medo de lado e tentar desafiá-lo a perceber que tudo o que ele está fazendo está completamente errado e não faz sentido algum. Franzi a testa ao ver sua expressão pesar, apenas com um olhar Nicholas era capaz de m***r-me com fúria. Afastei-me assustada quando ele aproximou-se rapidamente ao segurar com tanta força em meu braço que me fez soltar um dolorido gemido. As sacolas de compra em minha mão foram ao chão. —Nunca mais use esse tom comigo! ― Nicholas rosnou entre dentes. —Me solta. ― tentei continuar firme em minha postura, porém minha voz fraquejou com a dor em meu braço. Seu olhar raivoso sobre mim causava-me certa intimidação. Minhas defesas cheias de coragem desapareciam e davam espaço para o temor eu lembrava-me do pior que suas ações impulsivas poderiam ocasionar. —Está tudo bem por aqui? Ouvi uma desconhecida voz grave e autoritária a perguntar. Um homem alto e forte, com vestes que o denunciava ser um dos seguranças do shopping, se aproximou. Nicholas, de imediato, soltou-me. —Está sim! ― Nicholas disse firme, guiando sua atenção a ele, a quem nos encara com desconfiança. ― Só tivemos um m*l entendido, mas nada sério. ―A moça parece assustada. ― O segurança disse desconfiado ao me analisar. Nicholas guiou seu olhar ameaçador a mim, trincando seu maxilar. ― Está realmente tudo bem moça? ―Sim, já disse que está tudo bem. ― Nicholas tomou a palavra por mim. ―Eu perguntei da moça. ― O segurança disse ríspido ao encarar Nicholas de forma desafiadora, a quem trinca o maxilar, encarando-o com firmeza. ―Está tudo bem, Obrigada. ― sussurrei, tentando evitar consequências. Não posso esquecer-me que é ao Ryan que ele prejudicará. O segurança olhou-me com um pouco de descrença. ―Tem certeza disso? ― ele voltou a questionar. ―Sim, é normal termos desentendimentos, mas nada tão sério. ― disse tentando firmar a falsa ideia de tudo estar em normais condições. O segurança assentiu um tanto hesitante. ―Procurem conversar de forma mais adequada, pois muitos estavam assustados. ― O homem disse, fazendo-me assim perceber que alguns olhares curiosos estavam focados a nós. ― Bom.. qualquer coisa só chamar. Lembre-se que violência a mulher é crime. Ele fez um gesto gentil com a cabeça, dando a entender que estava disposto a ajudar caso aja realmente um problema. Engoli em seco, assentindo. O segurança se afasta. Novamente outra chance de liberdade escapa por meus dedos, frustrantemente. —Vamos conversar em casa! Nicholas direcionou-se a mim, ríspido e autoritário. Guiei meu olhar em sua direção percebendo que sua expressão séria denunciava perigo. Ele logo caminhou, em passos firmes e postura a*******e, em direção à automática porta de vidro que levava ao estacionamento. Minha postura corajosa abandonou-me totalmente, deixando o medo novamente reinar. Na casa de Nicholas eu não terei ninguém a impedir que ele me machuque. Lá todos são ordenados por eles, impossibilitando-me de obter qualquer tipo de ajuda. Engoli em seco, pegando as sacolas do chão. Ordenei que minhas pernas se movessem, as quais estão trêmulas com o temor que sinto. Isso é o quanto meus pensamentos estão desordenados. Um lado de mim luta corajoso; já o outro enfraquece, amedrontado. Resolvi apressar-me a segui-lo, caminhando rapidamente em direção ao estacionamento, temendo que minha demora seja outro motivo para mais insatisfações. Que Deus me ajude! O incomodante silêncio gritava na mais desconfortável nota durante o longo caminho até a casa de Nicholas. Sua expressão séria e tanto pensativa se focava na estrada. Suspirei procurando não me concentrar em meu medo, e foquei meu olhar atentamente a paisagem na janela ao meu lado. Engoli em seco assim que chegamos à sua casa. Nicholas guiou-me um olhar frio enquanto estacionava perfeitamente seu carro na devida vaga em sua imensa garagem. Temendo o pior denunciado por seu olhar, não demorei um segundo para rapidamente sair do carro uma vez que já parado. Praticamente corri apressada para dentro da casa. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx BRIGA: —O que houve Shopia? Charlie perguntou confuso ao me ver correndo nervosa para a escada. Com meu temor ás supostas consequências, minha única reação foi apressar meus passos. —Shopia! Assustei-me ao ouvir a voz rouca de Nicholas a me chamar. Seu típico tom rude evidenciava que ele não tinha boas intenções. Tão nervosa fiquei ao olhar para trás e vê-lo rapidamente se aproximando, que acabei por tropeçar em meus próprios pés. Meu rosto foi em um encontro doloroso ao liso chão do corredor. —Levanta logo dai! ― a voz ríspida de Nicholas fez-me guiar meu olhar em sua direção. ― Vem cá. Estranhamente, Nicholas ergueu sua mão em minha direção. Um simples gesto gentil como forma de ajuda para levantar-me, poderia ser considerado uma ameaça? Sua ação é completamente inesperada. Eu simplesmente não sei o que pensar de sua gentil atitude. Só preciso estar atenta a todas as ações e reações que Nicholas apresente. Ajudar não faz parte de seu perfil, então expectativas positivas é a última coisa que devo pensar. Nicholas bufou irritado com minha demora. —Está vendo o que as pessoas ganham com gentilezas? ― Nicholas exaltava-se em desagrado. Levantei-me rapidamente. —Desculpe por não ser simpática com o cara que me sequestrou, ou simplesmente aceitar sua ajuda que pode muito bem conter perigos disfarçados. ― O sarcasmo me atingiu instintivamente. Rapidamente apressei meus passos até o quarto em que me hospedo. Assim que o adentrei percebi que dessa vez a chave da porta estava presente, não hesitei em tranca-la rapidamente. Logo assustei-me ao ouvir um esbarrão na porta. —Quem deixou a chave dentro do quarto? ― Nicholas dizia furioso ao girar diversas vezes a maçaneta da porta. ― Abra a porta! —Não! —Anda logo. Abra isso agora! ― Nicholas ordena furioso, socando a porta em seguida. A porta a minha frente recebe diversos empurrões e socos; Nicholas parece descontrolado. Engoli em seco, encarando amedrontada o único pedaço de madeira que me separa do feroz predador. Se Nicholas conseguir arromba-la, estremeço ao pensar na maldade que ele poderá causar-me. —N-não irei abrir. Tremulei em minha fala, afastando-me consideravelmente da porta. A cada forte pancada direcionada ao intuito de derrubá-la, causa-me um disparo em meus batimentos cardíacos com o temor que Nicholas consiga o que deseja. —Apenas me deixa em paz. ― pedi quase que em uma súplica, deixando meu corpo cair pesado ao chão com o desespero que me consome. ― Por favor.. pare.. Até mesmo meus sussurros eram sem forças. Nada disso faz sentido, eu apenas quero poder voltar a minha vida, quero ter de volta o que uma vez foi meu. O que eu fiz de tão grave para ser obrigada a viver essa temível realidade? Onde encontrarei uma solução para isso? Aos poucos percebi que os socos e empurrões na porta pararam. Passos pesados no corredor foram ouvidos se afastando lentamente. Afundei meu rosto entre minhas mãos ao me permitir ser consumida pelo rio melancólico de tristeza que insistia em descer pelo meu rosto. Com minhas pálpebras pesadas, acabei adormecendo em meio às lágrimas, no chão gelado do quarto. Abri meus olhos, sonolenta, mexendo-me satisfeita no extremo conforto da cama. Rapidamente franzi o cenho em confusão. Como vim parar na cama? Se me recordo bem, adormeci no chão. Assustei-me ao ouvir um barulho de algo caindo. O som do barulho vinha de dentro do closet. Engoli em seco olhando nervosamente sua porta entre aberta. Sentei-me de imediato na cama, assustada. Me recordo que antes de eu adormecer, a porta do closet estava fechada. Como alguém conseguiu entrar se a porta do quarto estava trancada? Meu coração quase pulou para fora com a intensidade de meus batimentos cardíacos causados pelo grande susto que levei ao ver a porta do closet abrir por completo. —Querida, você acordou. ― Margarette disse gentilmente passando pela porta com sacolas de compra secas. Suspirei aliviada em vê-la. ― Nicholas pediu para eu lhe trazer suas roupas. —Ah.. Obrigada. ― disse pouco confusa. —Eu arrumei tudo organizadamente para você. ― ela disse gentil. —Não precisava Margarette, Obrigada. ― Disse um tanto envergonhada. Ela sorriu simpática, caminhando em direção a porta do quarto e abrindo-a. Chamei-a. ―Diga querida. ―Como conseguiu abrir a porta? ― questionei confusa. ― Não estava trancada? ―Sim, mas Nicholas tem a cópia da chave. ― Ela explicou, fazendo-me arregalar meus olhos em susto pela descoberta. ― Ele abriu a porta, e viu que a senhorita estava deitada ao chão. Ele colocou-a na cama, e pediu para que eu trouxesse suas sacolas de roupa. Engoli em seco em total descrença e confusão pelo ato gentil de Nicholas narrado por Margarete. Absolutamente ela deve ter se enganado; ou caso seja verdade, Nicholas deve estar planejando algo por trás disso. Não há justificativas para que ele aja de forma gentil comigo sem que seja para logo aplicar supostas consequências ruins. Conviver com alguém como ele está me deixando extremamente paranoica. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX PERIGO:―O que há com vocês? ― exaltei-me. ― Nenhum tem coração? São tudo umas pedras insensíveis. Me aproximei dele. ―Vou passar. ― afirmei. ― Ryan precisa de um médico. ―Você n******e! ― ele se colocou a minha frente. ―Então chame Nicholas! ―Ele não quer ser incomodado. ―Qual é o teu problema? Não está vendo a situação que Ryan se encontra? Apenas quero um médico! O homem apenas me olhou com desdém, desconsiderando completamente minha fala. ―Nós vamos passar! ― afirmei. Tentei passar por ele, mas apenas recebi um empurrão fazendo-me cair ao chão. Olhei para Ryan vendo-o quase desmaiar. O desespero pela vida de Ryan despertou em mim a coragem para enfrentar tudo por ele. ―Deixa a gente passar! Arremessei um soco no rosto do homem. Ele nem se quer demonstrou desconforto ou qualquer sinal de dor. Engoli em seco.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD