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1332 Words
Após quase uma hora a porta se abriu e tudo já havia acontecido, Nicolas era o novo Dom da família. Os homens estavam alegres, todos tentavam se aproximar dele para parabenizá-lo pelo o novo título, eles falavam alto e gargalhavam em meio às conversas que rapidamente se expandiram pelo o grande salão depois que as portas foram abertas já pegando novamente os seus copos de bebidas caras. Emma, a mãe de Nicolas estava ansiosa para falar com o filho, assim como a sua irmã Beatrice mas ambas esperaram no grande salão a aparição dele que parecia demorar além do normal. Beatrice: —Será que ele vai demorar? Emma: —Espero que não, estou ansiosa. Beatrice: —Nem acredito que agora eu sou irmã de um Dom! Emma: —E eu nem acredito que sou madre de um Dom! Ambas sorriam em plena felicidade, embora Emma soubesse bem o peso que o filho carregaria de agora em diante, pois viu seu próprio marido carregá-lo ao longo de muitos anos de casamento. Porém em seu coração ela guardava a esperança de que diferente do seu marido o seu primogénito fosse plenamente capaz de reerguer a família financeiramente. Depois do que pareceu ser mais uma eternidade, ele sai ao lado do pai e do irmão que sorriem orgulhosos enquanto são parados por alguns homens pelo caminho, o coração de Emma palpitava, a sua vontade era abraçar o filho nesse dia tão importante mas a etiqueta precisava ser mantida durante todo o coquetel, o que a fez esperar pacientemente em seu lugar. Quando enfim Nicolas chegou perto dela, ela estendeu a mão a ele que segurou e beijou o seu dorso em respeito. Em seguida, ele terminou de se aproximar e ela o abraçou de forma contida, porém louca para extravasar, ao se afastar, sorriu feliz, deixou um beijo breve na bochecha dele falando próximo ao ouvido: —Estou muito orgulhosa de você, querido! —Obrigado, madre! Já a sua irmã esquecendo-se da etiqueta simplesmente se lançou em seu braços como sempre se pendurando em seu pescoço de forma animada falando assim que ele se afastou da mãe: —Graças a Deus você é o novo Dom, agora tenho certeza que não vou ter que me casar com um velhote qualquer que o papai quisesse aceitar. —Não sei se poderei ajudar com isso mesmo sendo Dom, Beatrice! —Você nem brinca com uma coisa dessa Nicolas, você me prometeu que nunca iria me obrigar quando virasse Dom. —Eu tinha dez anos quando fiz essa promessa, nem sabia o que eu estava falando. —Mas isso não é problema meu, eu cresci ouvindo você me dizer que me fez essa promessa quando eu cheguei em casa do hospital, agora se vira e cumpra! —Tá bom chatinha, eu mantenho a promessa, mesmo que para isso eu tenha que começar uma guerra entre as máfias. Nicolas respondeu a ela sorrindo, enquanto pensava que faria tudo ao seu alcance para cumprir essa promessa. ‘Se ele soubesse em que furada estava se metendo com essas palavras!’ Ele não sabia ainda, mas essa promessa iria mudar a vida de muitas pessoas em pouquíssimo dias! O coquetel seguiu, eles se alimentaram, beberam, conversaram e Nicolas sentiu as investidas de algumas famílias já má intencionadas. O fato dele não ser casado, já gerou entre as famílias presentes o interesse sobre essa conversa, que claro, educadamente ele recusou conversar no momento alegando não ser a hora adequada para aquilo, prometendo retornar a esse assunto no momento oportuno. Os capôs já queriam casar as suas filhas com Nicolas antes dele virar Dom, para isso viviam o chamando para conversar, mas agora, que ele acabou de se consagrar o melhor partido de toda a Itália, o que apenas o tornará o assunto mais mencionado até ele divulgar a sua resposta final. Ele vem fugindo há anos de tomar essa decisão, nunca se apaixonou e não quer se prender a uma única mulher porque gosta de estar com mais de uma mulher quando transa e como uma das regras da máfia é nunca trair a mulher, assim como não é permitido ter duas mulheres, seria impossível para ele se satisfazer sexualmente depois de casar. Esse assunto é tão complicado para Nicolas que ele foge dele toda vez que os pais o inicia, a única pessoa com quem conversa sobre isso é Andrea que sempre o orienta não se preocupar com isso até que seja realmente necessário. Depois de mais umas horas eles decidiram que era hora de encerrar a noite, se despediram de todos e voltaram para a sua casa onde aconteceu a verdadeira festa apenas entre os membros da família Rossi. Eles já saíram dos carros comemorando, a dona Emma enfim pode abraçar o seu primogênito como queria, enchendo o rosto dele de beijos enquanto falava o quanto está orgulhosa dele. —Pensa em uma madre orgulhosa? Sou eu… —Eu não fiz nada madre. —Mas vai fazer, querido, eu sei que vai! Não é Dom? Ela pergunta ao marido Francesco se dando conta em seguida que a partir de hoje as coisas mudaram e ela deve chamar o filho assim. Mais uma vez ela sorri, volta a beijá-lo, e enquanto isso os irmãos se aproximam e fazem a mesma coisa, porém aproveitavam para zoar o irmão pedindo coisas e benefícios para uso próprios enquanto bebem as bebidas servida por Matilde que também já tinha abraçado e beijado Nicolas. —Bem… eu já sei que vou virar o próximo sottocapo! —Vai sonhando Andrea, nunca que o Nicolas vai deixar um cargo tão importante assim em suas mãos. —É claro que vai, eu sou a pessoa que mais sei segredos dele, e usarei isso fortemente contra ele se não tiver o que quero. Todos gargalharam ao ouvir a falsa ameaça de Andrea e então Beatrice fala depois de engolir mais um pouco da sua champanhe. —Já eu, quero liberdade para estudar artes em Nova York. Os três ainda riem quando ela menciona isso, porém a madre fica preocupada com a possibilidade de Nicolas aceitar a vontade de Beatrice pois sabe que ele sempre teve dificuldade em negar as coisas para a irmã que se aproveita sempre que pode do irmão. Ela não deseja que algo desse tipo aconteça, ainda mais pelo fato da Beatrice ser muito nova para morar sozinha em outro continente. Francesco tinha sido o primeiro a passar pelas portas da sala indo direto para o bar depois de tirar o paletó do terno, ele pegou um whisky, bebeu tudo de uma vez, ficou observando a festa dos quatro e assim que ouviu o assunto sobre Beatrice ir para outro continente falou ainda do seu jeito sério: —Eu sei que todos nós estamos alegres mas agora eu preciso ter uma conversa com o Nicolas em particular, te espero no escritório! Após falar ele se encaminhou a passos firmes para o seu até então local preferido da casa mas que a partir de hoje passará a ser do seu filho. Os quatros se entreolharam em silêncio, todos curiosos para saber do que se tratava. E assim que o pai passou pelas portas, Nicolas deu o primeiro passo para seguir atrás dele. Porém a sua mãe o parou e falou baixo apenas para ele ouvir enquanto olhava nos olhos dele: —Tente lembrar que ele foi o Dom desta família por mais de trinta anos e que ele continua sendo o seu padre, tenha paciência com ele! Mas não se esqueça que agora você é o novo Dom desta família e que todos nós dependemos das suas boas escolhas a partir de agora. Nicolas entende o peso que isso significa e o que a sua mãe quer dizer, concorda com a cabeça, deixa um beijo na testa dela e caminha em direção ao pai tentando imaginar o que pode ser tão importante para que precisem se reunir a essa hora da noite em meio a celebração particular da família.
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