A semana passou rapidamente para o desespero de Nina, seu desej0 era que os dias não passassem nunca e que o grande dia nunca chegasse, mas era impossível que seu desej0 fosse realizado, milagres daquele tipo não existiam. Assim quando o dia chegou, o dia que ela se casaria com um completo desconhecido, ela estava resignada diante de sua sorte.
Nina acordou pela manhã e decidiu esconder no mais profundo de sua mente o med0 e sua contrariedade em se casar.
Levantou da cama depois de tomar essa decisão, tomou um longo banho e hidratou o cabelo enquanto deixava a água quente cair sobre seu corp0. Seu cabelo estava cada dia mais longo, nem parecia que tinha sido cortado a poucos meses. Depois do banho se sentou enfrente a sua penteadeira, nela estava seus itens básico de maquiagem e secador, secou os cabelos e fez uma trança de raiz, os olhos ficaram assim ainda mais evidentes. Lembrou se de um renomado clássico da literatura brasileira chamado Dom Casmurro, onde a personagem feminina tinha olhos chamativos e ela era classificada como uma mulher de olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Nina sabia que seus grandes olhos era chamativos também. A personagem do livro de nome Capitu, depois de muito chor.o se casava com seu grande amor da adolescência, mas o casamento dela foi infeliz. terminando com sua mo;rte prematura. Nina esperava ter um destino diferente da personagem daquele romance, quem sabe o casamento que começava m@l, terminasse bem.
. Ela olhou a pequena caixa que continha os esmaltes que mais gostava e decidiu pintar as unhas, sabia que poderia ter ido em um salão de beleza, mas não queria pessoas estranhas ao seu redor naquele dia. Desej@va viver seus últimos minutos de solteira sozinha, saboreando sua liberdade.
Se sentou na cama e escolheu um esmalte nu.de para passar na unha do pé que contrastava perfeitamente com a pele clara. Ela gostava de momento de cuidado com ela. Pintar as unhas a acalmava, no convento não podia usar esmaltes de tonalidade escura, por isso na mão decidiu usar um vermelho s@ngue, gostava da cor e se permitiu esse momento de liberdade, pois não sabia quando voltaria ter essa sensação novamente.
O casamento estava marcado para as 15:00 horas, então ainda tinha tempo. Enquanto os esmaltes secavam ligou a televisão e assistiu um documentário escocês. Finalmente seu estômago reclamou da falta de alimento e ela preparou uma vitamina de banana e aveia, que por sinal era o único prato que sabia fazer. Precisava se alimentar, mas não conseguiria mastigar, parecia que sua garganta estava fechada, somente engolir algo era mais fácil, por isso tinha optado pela vitamina.
Durante o almoço não conseguiu comer absolutamente nada, seu pai notou sua falta de apetite, mas só olhou para ela. As horas restantes passaram rapidamente, quando percebeu já estava quase na hora de sair, seria a última vez que entraria naquele quarto, por muito pouco as lágrimas não rolaram, mas ela se obrigou a segurar o chor0 e vestir a roupa que usaria para subir ao altar. Desistiu de usar qualquer maquiagem, viraria uma bagunça quando ch0rasse. Assim passou somente um batom de cor clara. Estava terminando quando seu pai bateu na porta.
_ Meu amor, está na hora. Precisamos sair. Você está linda. Apesar de tudo, minha menina
_Obrigada, papai.
Nina pegou a pequena bolsa com seus documentos pessoais e deu a mão a ele.
No caminho sentiu suas mãos frias e o pânic0 começar a surgir, mas não podia fraquejar agora, precisava entrar naquele cartório e dizer sim.
Quando o carro parou ela trem.eu ainda sentada no banco, fechou os olhos e disse para ela mesmo que conseguia, muitas coisas estavam em jogo. Sua sobrevivência e a vida de seu pai.
Seu pai abriu a porta do carro, mas ela pediu um tempo para se recompor, precisava aparentar calma ao entrar naquele lugar. Não queria dar um show desnecessário, quando conseguiu sair do carro seu pai a sustentou, ficou grata por esse gesto de cuidado, caso contrário cairia no chão, suas pernas estavam mais uma vez moles devido ao med0 e o nervosismo.
Estavam 5 minutos atrasados, então quando chegaram na escadaria do cartório Nina sabia que todos já estavam lá. Mais uma vez ela parou antes de chegar a porta, precisava se preparar para encarar o dono da voz que a atormentou durante os últimos dias.
Nina terminou de subir os degraus, ficando na porta do estabelecimento, ao olhar para dentro notou o homem de nome Estefano, que havia levado o celular acompanhado de uma bela mulher. E havia outro homem, mais alto, mais forte e que olhou para ela no momento em que entrou pela porta. Ela estagnou no lugar, não estava preparada para aquele turbilhão de sentimentos, ele era enorme, ainda mais intimidad0r do que esperava. Como alguém podia inspirar tanto med0 assim. Ela esperava alguém de terno e gravata, mas seu noivo estava de calça jeans e camisa de botão, botas, ela podia jurar que aquele homem era um índio, mesmo com a pele clara, nenhum branco poderia ter um porte forte daquela maneira. Agora ela tinha que rezar com todas suas forças que aquele homem não gostasse de usar as mãos para b@ter em mulheres.
Parou no tempo, mas seu pai praticamente a arrastou até ele. Seu noivo lhe estendeu ao mão e foi obrigada a pegar, mesmo tremendo.
_ Henrique.
Ela piscou em confusão.
_ Meu nome.
Então ela compreendeu, seu nome era Henrique, aquela voz era ainda mais rouca e intimida@nte pessoalmente.
Henrique pode sentir que a mão da pequena mulher trem.ia, quando Estefano disse que a pequena encrenqueir@ era bonita ele não imaginou que fosse tanto, as fotos que tinha conseguido não fazia jus a beleza extraordinária. E quando ela lhe cedeu a mão esperava aquele incômodo que sentia quando alguém o tocava, mas não veio, estava realmente bem com o toque daquela menina.
Seu coração bombeou mais rápido e ele percebeu que estava ficando excitad0 ao tocar a mão daquela que daqui poucos minutos se tornaria sua esposa.