Vanessa sempre foi independente.
Apesar de ser a única filha de um dos casais mais ricos de Espanha, seu sonho era se formar em artes plásticas e abrir uma galeria em França.
Tinha 18 anos de idade, havia conseguido uma vaga na escola de Artes de París e estava prestes a ter uma vida independente.
Apesar de amar os pais, Vanessa precisava de se sentir livre da influência deles em sua vida.
As festas e outras ocasiões sociais a deixavam sufocada algumas vezes, e era desta vida que Vanessa queria se livrar pelo menos por algum tempo.
Carolina é a sua melhor amiga e confidente.
Ela é também a única que sabe sobre os sentimentos de Vanessa por André Collins.
As duas estavam sentadas numa lanchonete discreta e conversando.
- Tens a certeza que vais mesmo mais cedo amiga?
- Tenho sim.
Os meus pais tentaram me obrigar a desistir nas últimas semanas, mas não conseguiram.
Eu preciso ir embora para que não tenham a oportunidade de tentar novamente.
- Eu te entendo amiga.
Sentirei a tua falta.
Não sei se vou conseguir ficar tanto tempo longe de você Vanessa.
- Eu também não vou aguentar.
E por isso tenho uma proposta para te fazer.
- Proposta?
Como assim?
- Eu quero que você venha comigo Carolina.
Por favor.
- O quê!?
Estás a falar sério Vanessa?
- Claro que estou.
Sabes que não brincaria com um assunto tão sério.
- Não sei amiga.
Eu não quero te dar trabalho.
- O quê? Carolina nós somos amigas desde os 6 anos de idade.
Eu não confio em mais ninguém para ir comigo.
Pelo menos pensa no assunto?
Por favor.
- Está bem.
Eu nem preciso de pensar muito.
Eu aceito. Jamais te deixaria sozinha agora.
- Sério!?
De verdade?
- Claro que sim.
Depois que perdi os meus pais, eu ganhei você como irmã.
- Obrigada querida.
Tu és minha irmã também.
Podemos ir falar com a tua Avó?
- Claro.
Sabes que ela te adora.
E quando será a viagem?
- Daqui a duas semanas.
Assim vamos ter tempo de escolher uma Universidade para ti.
- Vanessa eu.
- Nada de mas.
Qual é mesmo o teu curso?
- Medicina.
Sabes que desejo ser Deontologista.
- Então assim será.
Vamos logo.
Quero muito que a Vovó Ana aprove e quem sabe aceite vir com a gente.
- A sério?
- Claro.
Assim teríamos alguém de confiança para cuidar de nós.
- Concordo.
Chegaram em casa de Carolina e sua Avó terminava de fazer um bolo de laranja.
- Vovó! Eu trouxe alguém para ver a senhora.
- Eu estou na cozinha filha.
Foram até lá e quando ela viu Vanessa ficou muito feliz.
- Vanessa! Bem - Vinda querida.
- Obrigada Vovó Ana.
Que cheiro maravilhoso.
- Sabia que notarias.
Querem um pedaço?
- Sim Vovó.
Mas antes, eu e a Vanessa temos que conversar com a senhora.
Podemos sentar?
Dona Ana sentou-se para ouvir as duas e o fez com muita atenção.
No final respirou fundo e então disse:
- Eu jamais negaria uma oportunidade destas para a minha neta.
Carolina! Se é o que queres filha, tens o meu apoio total.
- A sério Vovó?
- Claro que sim.
Eu confio muito em vocês e sei que vão ser bastante responsáveis mesmo estando sozinhas.
- Tem outra coisa Vovó Ana.. - Vanessa falou.
- Fale filha! O que é?
- A senhora aceita ir com a gente?
- Como!?
Para França com vocês?
- Sim.
Nós não vamos ficar em uma república.
Tenho uma casa próximo da Universidade.
Ela é enorme e foi presente do meu Avô.
- Vovó! O que a senhora diz?.... - Carolina olhava para ela com os olhos implorando.
- Está bem.
Eu vou com vocês.
Mas, e como fica a minha casa aqui?
- A gente pode arrendar Vovó.
A senhora terá o seu dinheiro seguro em uma conta e vai poder usar quando e como quiser.
- Está bem.
Quanto tempo a gente tem Vanessa?
- Duas semanas.
Eu vou cuidar de tudo.
Apenas preciso dos vossos passaportes e nada mais.
Façam as vossas malas.
París espera por nós.
******Duas Semanas Depois******
Vanessa, Carolina e Dona Ana chegaram ao aeroporto de París.
Após seguirem os protocolos legais e pegarem suas bagagens, foram até à saída onde Zila as esperava com o motorista.
Ela cuidava de Vanessa quando a família estava de férias em París, e as duas tinham uma relação forte e especial.
- Zila! Senti tantas saudades.
- Minha menina.
Eu também senti saudades.
Como estás?
- Estou óptima.
Melhor agora....- Vanessa fez as apresentações e foram para casa.
Quando o motorista parou o carro, Carolina não conseguia acreditar no tamanho e beleza da casa de sua amiga.
- Estamos na casa certa Vanessa?.. - Carolina perguntou.
- Estamos sim Carol.
Como disse foi um presente do meu Avô.
Foi uma das coisas que ele não considerou deixar para o meu pai.
E tem uma maior na Itália.
A gente vai lá nas nossas férias.
- A sério?
- Claro que sim.
Agora vamos entrar.
Quero que conheçam todos e farei uma visita guiada pela casa.
As malas foram carregadas e Vanessa estava diferente.
Agia como uma senhora e parecia mesmo uma herdeira de milhões.
Todos os funcionários a tratavam com muito carinho e respeito, e ela correspondia.
Pareciam uma família.
Dona Ana adaptou-se e fez amizades.
Falava o Francês fluentemente e soube que poderia fazer os seus bolos e os fornecer a uma Pastelaria que pertencia à Vanessa e que ajudava a várias famílias.
- Agora que já conhecem a casa, que tal um banho e a comida deliciosa da Zila?
- Óptima ideia amiga.
Estou morrendo de fome.
Foram aos quartos e mais uma vez, Carolina foi surpreendida quando viu seu quarto.
- Vanessa! Não tenho palavras para te agradecer.
- Basta que sejas minha amiga.
Isso me basta também.
Bem! Vou tomar banho e nos vemos lá em baixo está bem?
- Claro.
Liga para eles amiga.
Os teus pais te amam e tu és a única filha deles.
Liga.
- Eu ligo.
Até já.
Vanessa estava feliz.
Agora longe de seus pais estava segura de estar pronta para o início da sua vida.
Mas ela não contava com a forte tempestade que se estava a formar e que ia rapidamente na sua direcção.