Igor
Depois de um dia cansativo, estou indo para casa. Quando chegar, a primeira coisa que farei é ligar para a Vitória.
Foi o que fiz, mentindo ao dizer que estava indo para casa. Mas é claro que eu não iria deixar aquele cara dar carona para ela. Além disso, ela foi muito esperta ao recusar a carona dele.
_ ainda bem que escutei eles conversando.
Falo pra mim mesmo.
Fui o mais rápido possível para lá, eu já sabia onde ela trabalhava. A irmã dele fez questão de me dizer quando a encontrei um dia desses com os amigos. Adivinha quem estava com ela? Isso mesmo, aquele i****a que estava dando em cima do meu anjo no dia do cinema. Tive uma vontade tão grande de socar a cara dele, mas me contive.
Agora estou aqui sentado no meu sofá, depois de tê-la deixado em casa. Fico me perguntando se devo convidá-la para sair comigo no sábado.
Não é a primeira vez que saio com uma mulher, mas é a primeira vez que saio com alguém que envolve sentimentos e que logo será minha e de mais ninguém.
A resposta vem logo em seguida, com toda a certeza, sim. Nunca fugi de uma mulher e não será agora que farei isso.
(....)
Ainda bem que hoje é sábado. Convidei meu anjo para sair e ela aceitou, mas disse que tinha pedido permissão aos pais dela e eles queriam conversar comigo antes.
Agora estou aqui parado na frente dos seus pais, com o coração na mão de tão nervoso que estou. É a primeira vez que converso com os pais de uma garota que me interessa.
- Então, senhor Duram, quais são suas intenções com minha filha? - é a típica pergunta que todo pai faz.
- As melhores possíveis - respondo.
- Se fizer minha filha chorar, acabo com sua cara - ele diz num tom ameaçador.
- Amor, para, é só um passeio - diz a dona Ana.
- Tudo bem, querida - ele responde, dando um beijo nela. Depois volta a me olhar.
- Estou de olho em você, doutor - diz.
Prefiro não dizer nada, vai que ele não me deixa mais sair com meu anjo.
- Querida, você está muito bonita - diz a dona Ana.
Só agora percebo que meu anjo está aqui, parada bem na minha frente.
- Está mesmo, querida - agora é a vez do pai falar.
- Obrigado, pai e mãe - diz ela com sua voz doce.
Me levanto, sob o olhar do pai dela, e vou até ela.
- Você está muito bonita, anjo - digo, pegando em sua mão e levando-a aos lábios, deixando um beijo ali.
- Olha a i********e - diz o pai.
- Pai! - exclama meu anjo, envergonhada pelo comportamento dele.
- Desculpa, querida - ele se aproxima dela, me empurra para o lado e beija sua testa.
- Querida, tome cuidado com esse doutor - diz, lançando-me um olhar ameaçador.
- Eu vou tomar, pai - ela o beija de novo no rosto. É tão lindo ver como ela trata as pessoas com tanto carinho e amor.
- Tudo bem, querida, hora de você ir - diz sua mãe.
Ela pega na mão da minha anjo e caminha até onde estou, entregando-a para mim.
- Tome conta do meu tesouro - diz para mim.
- Eu vou tomar, não se preocupe - respondo.
- É bom mesmo, senão você vai se ver comigo - diz o pai, me ameaçando novamente.
- Querido... - chama a esposa.
- Vamos, anjo - diz minha anjo.
Caminhamos em direção à porta.
- Tchau, pai e mãe - ela diz para os dois, que estão sentados no sofá.
- Tchau, filha.
Saímos de lá e caminhamos até onde está meu carro. Abro a porta para ela.
- Obrigado - ela diz.
- De nada, meu anjo - respondo.
Dou a volta no carro e me sento no banco do motorista.
- Para onde vamos? - ela pergunta.
Ótimo, Igor. Como você vai convidar uma garota para sair se não sabe para onde levá-la.
- Onde você gostaria de ir? - pergunto de volta.
- Eu gostaria de ir ao parque de diversões - ela responde, com os olhos brilhando.
- Então vamos para lá - digo.
Fomos o caminho todo conversando. Descubro que ela tem 25 anos, sua cor preferida é azul e que adora ler livros de romance.
- Chegamos, anjo - estaciono o carro no estacionamento.
- Tudo bem, vamos comprar os ingressos - ela diz assim que a ajudo a sair do carro.
- Então vamos - pego em sua mão e caminhamos até a bilheteria. Depois de comprar os ingressos, andamos pelo parque olhando os brinquedos.
- Onde você quer ir primeiro? - pergunto.
- Eu não gosto de altura, então vamos só nos brinquedos mais baixos - ela diz.
- Vamos no carrinho de bate-bate - ela diz toda empolgada.
Mas que droga, não queria ir em nenhum brinquedo.
- Eu não vou, anjo - respondo.
- Não? - ela diz com voz triste.
- Tudo bem então - ela fala.
- Vou ficar te olhando daqui - digo.
- Ok.
A vejo ir até onde fica o brinquedo e entrar no carro. A vejo se divertir bastante e toda vez que bate em alguém, pede desculpas.
- Então, gostou? - pergunto.
- Sim, foi muito legal - ela diz sorrindo.
- Para onde você quer ir agora? - pergunto.
- Eu queria ir na casa assombrada - ela diz, me olhando.
- Então vamos - pego em sua mão e vamos em direção ao brinquedo.
- Espera, eu não quero ir sozinha - ela me para.
- Você não quer ir comigo? - ela pergunta.
- Eu não sei - respondo, não estou afim de ir.
- Tudo bem, eu acho alguém para ir comigo - ela fala, olhando para os lados como se estivesse procurando alguém.
Nem pensar que vou deixá-la ir com um daqueles babacas.
Mas antes que eu fale algo, vejo-a caminhar na direção de alguns jovens.
O que ela está fazendo? Me aproximo o mais rápido possível e fico bem na sua frente.
- Vamos, anjo, eu vou com você - digo, pegando em sua mão.
- Você tem certeza? - pergunta com a voz baixa.
- Nunca tive tanta certeza na minha vida - digo.
Não deixaria mesmo ela ir com algum daqueles babacas.
- Então vamos.
E lá vamos nós...