Amor Possessivo

4

Narrado por Alana

Estava inquieta quando cheguei à sala de espera. A gerente, Ana, nos instruiu a aguardar. Já havia dois candidatos na minha frente e eu seria a terceira. Dos candidatos, dois já haviam saído e eu aguardava ansiosamente a minha vez. Vi Ana levar algo para a sala do chefe e, ao retornar, me avisou que era minha vez de entrar. Levantei-me da cadeira e encarei a porta. Ao ouvir o "entre", adentrei o recinto e fechei a porta atrás de mim.

Quando me virei, deparei-me com um homem de cabelos negros sentado atrás da mesa. À medida que me aproximava, percebi o quanto ele era atraente. Estava de olhos fechados, então me sentei na cadeira, conforme ele havia ordenado. Ao ajustar-me na cadeira e vê-lo abrir os olhos, pude apreciar seus olhos castanhos claros e um rosto incrivelmente belo e limpo, sem qualquer pelo, simplesmente deslumbrante.

Seus olhos profundos e intensos refletiam determinação enquanto me encaravam. Sua pele bronzeada e bem cuidada evidenciava sua atenção aos detalhes, assim como seu estilo impecável e sofisticado. Com uma postura confiante e elegante, ele transmitia uma aura de sucesso e liderança, características que o tornavam um verdadeiro exemplo de beleza e excelência. Observei tudo isso enquanto ele me olhava. Após analisá-lo, decidi chamá-lo, já que ele estava me olhando há um bom tempo.

_ Oi, está me ouvindo? Será que está passando m*l? - perguntei a mim mesma.

Meus olhos foram direto para um copo de água sobre sua mesa. Peguei-o e joguei a água em seu rosto, já que eu estava chamando e ele não respondia. Sabia que essa atitude poderia custar meu emprego.

_ Você está maluca, garota? - ele perguntou, despertando do transe.

_ Não, você que parece um i****a me encarando sem dizer nada. - respondi, com uma pitada de irritação na voz.

_ Antes de qualquer coisa, quero pedir desculpas. Não foi minha intenção jogar água em você, mas é que eu estava te chamando há um tempo e você não estava respondendo. Então, a única maneira que encontrei foi jogar água. Mil perdões por isso. - acrescentei apressadamente.

_ Certo, me diga seu nome. Caso você passe na entrevista e seja contratada, já vai estar na minha lista n***a. - ele disse, em tom sério.

_ Alana Martinez. - respondi, nervosa.

_ Certo, senhorita Martinez, vamos começar a entrevista. - ele disse, com um tom profissional.

Poucos minutos depois, eu estava deixando o escritório após a entrevista. Ele pediu que eu informasse ao próximo candidato para entrar. Assim que saí da sala, respirei aliviada. Passei a informação para o próximo candidato e saí do prédio o mais rápido que pude. Queria voltar para casa e contar à minha mãe sobre a entrevista. Agora, tudo o que posso fazer é esperar pela ligação para saber se fui contratada ou não. Espero que minha atitude não interfira no resultado.

Ao chegar em casa, fui fazer uma ligação para a minha mãe, que estava ansiosa para ouvir sobre a entrevista.

_ E então, como foi? - ela perguntou, m*l contendo a empolgação.

_ Bem, foi... interessante. - respondi, lembrando do incidente com a água.

_ Interessante? O que aconteceu? - minha mãe perguntou, percebendo que algo estava fora do comum.

Contei a ela sobre o belo e intimidador homem que me entrevistou, sobre como ele me encarou e como eu, em um ato de desespero, joguei água em seu rosto para chamar sua atenção. Minha mãe riu, parecendo mais entretida do que preocupada.

_ Oh, minha querida, você sempre foi cheia de surpresas. - ela disse, ainda rindo. - Mas o que ele disse depois disso?

_ Eu pedi desculpas e continuamos com a entrevista. - respondi, tentando parecer casual. - Ele disse que, se eu for contratada, já estarei na lista n***a dele.

Minha mãe riu ainda mais, balançando a cabeça.

_ Bem, pelo menos você fez uma impressão nele. Agora só temos que esperar e ver.

Passei o resto do dia arrumando a bagunça que tinha deixado antes de sair de casa, tentando não pensar muito na entrevista. Fiz algumas tarefas domésticas, assistir a alguns filmes e preparei o meu jantar . Foi um dia agradável, apesar do nervosismo que a espera pela ligação causava.

No dia seguinte, acordei com o som do meu telefone tocando. Corri para atender, com o coração batendo forte.

_ Alô?

_ Olá, é a Alana Martinez? - uma voz familiar perguntou do outro lado da linha.

_ Sim, sou eu. - respondi, tentando controlar o nervosismo em minha voz.

_ Olá, Alana. Aqui é Ana, da entrevista de ontem. Gostaria de informar que você foi selecionada para a vaga. Podemos contar com você para começar na próxima semana?

Fiquei em silêncio por um momento, surpresa e aliviada.

_ Sim, claro. Estarei lá. Obrigada. - consegui dizer, antes de desligar.

Parece que minha atitude não interferiu no resultado, afinal.

.

.

.

.

.

Continua...