Elisa Narrando
Estou do jeitinho que gosto de ficar em casa, de calcinha e regata, largada no sofá. Às vezes me assusto ouvindo os barulhos de bombas, de tiros, pessoas gritando. No dia que cheguei a invasão começou eu vim 2 dias antes falar com o responsável daqui, mas não achei ele e falei com o que estava a frente.
Estava deitada acompanhando as fofocas da invasão, pelo Twitter! Nossa, são tantos tiros, as notícias não param de chegar muitas que antes eu achava que era exagero , depois de ouvir tantos tiros, percebi que não é , essa noite m*l consegui dormir preocupada com os moradores principalmente com Farelo , última vez que liguei para ele mas eu consegui falar, tanto eram os tiros. ele chegou a me mandar mensagem para saber o que fazer com um dos companheiros que foi ferido mandei levar para o hospital.
Não aguento mais! Quatro dias dentro dessa casa , sem poder saí. Os tiros não param, eu cheguei aqui na Penha e ainda não pude nem me apresentar no hospital onde vou trabalhar. Acabou ficando entediada do telefone acabo ligando a TV que já cai noticiário, e meu coração dói ao vê as crianças desesperadas e a quantidade de feridos e eu presa aqui .
Noticiário - já são mais de 90 horas de confronto, isso equivale a 4 dias de fogo cruzado e eles não conseguiram chegar nem na metade do morro , já estamos fazendo as contagens das baixas dos dois lados e o trem tá feio - desliga a TV.
Ligação on vídeo chamada
Valéria: amiga - fala assim que atendo .
Elisa : ai amiga que bom que você ligou estava no tédio aqui - falei ela arregala os olhos assim que dão vários tiros como se estivessem próximo aqui de casa.
Valéria: mulher do céu isso é tiro ? - no balanço a cabeça dizendo que sim - misericórdia, cuidado - ela fala baixinho como se alguém fosse ouvir no meio de um tiroteio desse.
Elisa: você não tem acompanhado as notícias não? - ela balança a cabeça dizendo que não coloca a mão no rosto, passa uma cara de tédio olhando para a cara dela - já estamos no quarto dia, foi o tempo de eu entrar em casa - ela fica com duas butucas de olho estufada.
Valéria: creio em Deus pai amiga misericórdia, Então você ainda nem foi no hospital né - nossa cabeça dizendo que não - porque Como você sabe eu estava naquela conferência não tive tempo nem para comer direito - ela fala e escuta vários tiros como se fosse na lateral da casa desço do sofá deitando no chão coloca o celular encostado no pé do sofá.
Elisa : agora eu tô ficando com medo - falo e escuto um barulho como se alguém tivesse pulado o muro - eu vou desligar depois eu te ligo - assim ela joga beijo eu desligo o telefone e me levanto devagarinho.
Ligação off
Elisa - AI QUE SUSTO - para de frente à porta, quando eu fui puxar um Blindex , dei o grito assim que escuto um barulho e não sabia se entrava ou se saia na área externa da casa - o que você está fazendo aqui - ele entra ferido .
Granada - você tem que me ajudar - falar cai no meio da minha sala .
Eu entro em Pânico vou até a porta que dá acesso a área externa, puxo o blindex fechando e pego a tesoura cortando a blusa dele . Ele estava com três furos no abdômen.
Elisa - Aí Elisa, o que você vai fazer agora ? - me levanto e começo a andar de um lado para o outro, com ele desmaiado no chão da minha sala, meu tapete já estava todo vermelho de sangue, passa a mão na cabeça e sinto as mãos e segurar as minhas pernas - AIIIIIIII - grito e ele é sinal de silêncio.
Granada - shhhh - eu subo esses caras correndo pego a maleta de primeiros socorros, até o closet pego as duas únicas toalhas de banho que eu tenho - Eu já falei você precisa me ajudar - eu me abaixo ao lado dele, ele estava olhando dentro do meu decote, só eu percebi que eu estava com um regatão e sem sutiã .
Elisa - desculpa eu vou vestir uma roupa - falo me levantando e ele gruda no meu braço me fazendo bater o joelho no chão.
Granada - você não sai daqui enquanto você não olhar como eu estou - respiro fundo antes de mexer junto meu cabelo no alto da cabeça, estica o braço pegando uma presilha em cima da mesa coloca no cabelo.
Elisa - eu não sou médica - ele dá uma gargalhada e começa a tossir fazendo uma cara de dor e ele atravessa o braço em cima do abdômen - deixa eu ver o que eu posso fazer - com corpo treino eu abro a minha caixinha de primeiros socorros coloca uma luva pego várias gases e começa a espalhar sobre o abdômen dele ferido.
Granada - Pelo menos você tem a mão leve - fala de olhos fechados.
Vejo que as gases não são suficientes, para por toda aquele sangue, me levanta colocando uma água na chaleira para mornar, já pega uma das toalha mergulhando debaixo da torneira da pia, coloca chaleira no suporte ligando ela, me apaixonado dele coloco toalha em cima e começo a limpar, e toda vez que ele respira um dos ferimentos esguichos sangue .
Elisa - você precisa de um hospital, não sei se vou poder fazer muito por você, como eu te disse eu não sou médica e muito menos uma cirurgia - ele segura firme no meu braço e aperta com um pouco de força me deixando ainda mais nervosa.
Granada - OLHA DENTRO DOS MEUS OLHOS, EU NÃO PERGUNTEI SE VOCÊ ERA MÉDICA, EU TÔ FALANDO QUE VOCÊ TEM QUE ME AJUDAR, SE VIRA - e o frango a testa travando o seio da face ele vai soltando meu braço devagar e deita a cabeça no chão eu tiro a toalha leva a terapia liga a torneira.
Pega uma bacia grande derrama água quente pega outra toalha coloca dentro no bico do comércio a limpar todo o sangue, depois que eu consigo limpar o abdômen dele eu venho com pano limpo e começa a pressionar os ferimentos.
Elisa - caraca , sobrou pra mim legal , que sorte a minha vim para trabalhar era para me apresentar na segunda-feira fora de cogitação e agora isso - ele responde e me olha de lado com a cara mais feia do mundo.
Granada - tá reclamando do que guria, tá inteira aí , eu tô todo fūdido não tô reclamando carälho - ele fala o rádio dele começa a apitar - pega aí na minha cintura e aperta o botão.
Rádio on
Bomba: cadê tu porrä? - escuta uma voz que eu ainda não tinha escutado.
Granada : Eu tô bem, como é que tá tudo por aí? - olho para ele, olho para o radinho, revira os olhos e balança a cabeça, dizendo ele que está bem.
Bomba: TU TÁ BEM ONDE CARÄLHO? OS MOLEQUE ACABOU DE FALAR QUE TU FOI ATINGIDO PÔ - Ele simplesmente aperta o botão e joga o rádio na parede.
Rádio off
Granada - toma no cü ninguém quer - fala brabo - Me Dá bebida mais forte que tu tiver aí - eu olho para ele e olho para cozinha eu lembro da garrafa de whisky eu ganhei de um dos meninos assim ele subiu o morro.
Elisa - não sei se serve ganhei no dia que eu subi - ele me esperou nem me entregar na mão dele ele me puxa da minha mão e abre na boca mesmo na jornada da tampa para lá, ele levanta um pouco a cabeça, fazendo o líquido e derramar pela lateral do seu rosto - calma aí , sei que eu não podia fazer isso mas é o jeito - inclino um pouco a cabeça dele e pega almofada e coloca embaixo .
Granada - pode começar - eu arregalo os homens olhando para ele - vamos saber agora se você é a pessoa ideal para assumir o cargo de chefe - meu coração acelera, e ele vira a garrafa de whisky e bebe quase a metade uma golada só.
Elisa - calma aí calma, você quer que eu faça uma cirurgia em você no chão da minha sala, sem nenhuma equipamento sem saber se você vai ter um ataque ou não, muita calma nessa hora - falo sério eu sorri de lado e fecho a cara.
Granada - não me manda ficar calmo não coisa linda , faça o seu serviço - ele fala o segurança no meu rosto , ele aperta - Espero que você tenha me entendido - eu sou balanço a cabeça concordando, e tiro o instrumentos cirúrgicos de dentro da maleta começa a rasgar o saquinho e ele balança a cabeça n**a e dá uma risada - Já vi que vamos dar certo - séria eu tava séria fiquei - Com certeza essa cara porque cara feia para minha fome, ninguém passou por mim no meu Morro não - enfia o dedo em um dos buracos da bala e ele aperta a minha mão.
Elisa - Você precisa me deixar trabalhar - ele tira a mão colocando rente ao corpo.....