Granada Narrando
Granada: - CARÄLHOOOOOOOOOOOOOOO, PUTÄ QUE PARIU! - dou um pulo da cama com os fogos estourando no céu. - Quem será que tá subindo essa p***a a essa hora da matina? - pego o celular e olho a hora: 6 horas da manhã.
Entro no closet correndo, coloco só uma bermuda, enfio um tênis no pé, pego uma camiseta, um cinto de munição, dois fuzis atravessados nas costas, minha Glock e o radinho. O rádio já começa a apitar. Os rojões vão ficando intensos. Desço as escadas correndo, corro até a área externa da casa, jogo água no rosto, seco com a blusa e jogo ela de volta no ombro, já pegando a chave da moto. m*l saio de casa e já começa a trocação. Tô tentando ir o mais rápido possível, mas a tiroteio começa a ficar intenso. Eles tão entrando grandão. Com certeza a Penha inteira tá cercada.
Bomba: - Porrä, mano, eles tão botando pra lascar nesse c*****o!
Paro na porrä de um ponto estratégico, já subo na laje fazendo sinal pros cria que começam a espalhar.
Bomba: - CARÄLHO, MANO, SEM COLETE, PUTÄ QUE PARIU! - faço sinal pra ele vazar, me abaixando. Numa brecha, quebro o cinto e jogo de lado.
Granada: - VAI, PORRÄ! VAI SE POSICIONA! VOU TENTAR TER UMA VISÃO DOS ARROMBADOS E JÁ VOU AO ENCONTRO DE VOCÊS! - ele já pega o rádio.
Rádio ON
Granada: - Caraï, joga a p***a da visão! Quem tá subindo esse c*****o? - falo assim que aperto o botão, já pedindo o parecer da barreira.
Farelo: - Chefe, tô voltando pra lá agora! - o filho da p**a do Farelo tava fora do posto dele.
Granada: - NÃO ACREDITO NESSA p***a! LOGO NO DIA QUE TEM INVASÃO TU TÁ FORA DO SEU POSTO, CARÄLHO! - meto um gritão mesmo, sem paciência. O cara fica todo grilado com as ameaças e no dia de perrengue desse ele tava fora do posto.
Farelo: - Tava só ajudando a enfermeira... - já interrompe ele chamando pelo Pequeno.
Pequeno: - Tão subindo com tudo, pelo jeito. Eles vieram pra esbagaçar geral! Quando conseguimos estourar p***a dos fogos, eles já estavam praticamente dentro! - não esperou nem eu perguntar, já foi passando o relatório. É assim que eu gosto.
Granada: - Dá pra aguentar por aí? Porque eu vou ficar aqui até ter previsão do que tá acontecendo. - falo ouvindo a trocação e ele ofegante.
Pequeno: - Aguentar eu não sei, chefe, mas nós estamos aqui pra isso, né? Vestiu o colete e dá o peito pra guerra, simbora, caraí! - fala e o rádio fica mudo.
Rádio OFF
Uma desgraça mesmo, um bando de arrombados do c*****o que não tem o que fazer. Meus bagulhos tudo nos conformes, pô, mas esses filhos da p**a tudo olho grande. Se for o Bene, vai tomar no **, mas ele não teria coragem de subir, não, o cara da postura dele, mas com certeza mandou alguém, porque a raiva do Farelo é porque ele sabe que foi um amigo dele que causou a última chacina dentro da Penha.
Granada: - CUIDADO AÍ, PORRÄ! - grito com a prima do Farelo e já passo o cinto na cintura, pulando da laje do lado dela.
Deia: - Nossa, chefe, me assustou! - dou aquela encarada com os olhos estreitos.
Granada: - Que porrä tu tá fazendo aqui no meio do fogo cruzado? - ela tava gelada e tenta encostar o corpo dela no meu peito. É aí que eu percebo que deixei minha blusa lá na laje.
Deia: - Não sou herdeira nem fiel do dono do morro. - ela fala e dá uma piscada, balançando a cabeça, negando. A mina tá cansada de sentar pra geral essa porrä e acha que vai ser fiel a alguém. - Tá bem, trabalhar! - falo e só viro, puxando a camisa que tava na ponta da laje com a ponta do fuzil.
Granada: - Vai pra casa, carälho! - dou um empurrão nela, jogando ela na calçada da casa, assim que percebo que os tiros tão vindo na nossa direção. - Vaza, porrä, depois morre e a culpa é de quem? Do dono do morro? É só a porrä da fama que a gente recebe do Zé povinho, principalmente os das redes.
XXX: - Se abaixa, porrä! - um vapor grita com os trabalhadores que estavam na rua.
O pai da família acorda cedo pra ir trampar e dá de cara com uma p***a dessa entre 6 e 7 da matina, pô! É o horário onde os guerreiros estão saindo pra trampar, as crianças pra escola, o comércio abrindo. Eles escolheram a melhor hora, a hora que ele sabe que eu vou ficar putasso! Não aceito isso nesse c*****o.
Criança: - A minha mãe, a minha mãe! - a criança começa a chorar e a velha do bar da esquina corre na mesma direção que eu pra tentar tirar a criança do meio do fogo cruzado.
Sonia: - Pode deixar comigo, chefe! - ela abraça a criança e corre pro outro lado da rua, já entrando no beco.
Granada: - VAMOS VER DE QUAL É NESSE c*****o! - grito já tirando na direção de onde o tiro veio.
Bomba: - É o BOPE! Só não sei se foi mandado por alguém, mas ele vinha pesadão. Só do lado de fora do morro tem quatro caveirão, e pelo jeito eles vão montar acampamento! - chega com a p***a do braço sangrando.
Rádio ON
Pequeno: - SE NÃO FOR PEDIR DEMAIS, VAMOS PRECISAR DE TODOS OS HOMENS! - grita no rádio e eu faço sinal com a cabeça. Ele já aciona os homens.
Granada: - Vou trocar uma ideia com Dk aqui. Como é que nós ficamos sabendo de nenhuma ordem?
Pequeno: - Tô aguentando nesse caraí, só não sei até quando! - sinto as costas do Bomba encostarem na minha e ele faz sinal de silêncio.
Granada: - Aquela aí, caraí, tamo chegando! - falo já colocando o rádio no bolso.
Rádio OFF
Bomba: - Não dá pra ver a cara do desgraçado porque eles não mostram a cara, né? Subir e encher que acharam na frente de bala eles fazem, agora mostrar o carão, que tenha coragem! - falo com o fuzil apontado pra dois do outro lado do beco.
Bomba: - Subiram rápido! Eles tramaram tudo na calada da noite, esses filhos da p**a.
Granada: - NEM MAIS UM PASSO! - não sei se eles acharam que eu tava agindo, mas eles tão avançando. Já vejo o Farelo em cima do telhado na outra esquina perto do beco onde eles tão.
XXX: - TÁ SE ACHANDO, NÉ, LEO? - me chamou pelo nome? - EU TÔ AQUI SABENDO MUITO BEM QUEM VOCÊ É. SE VAMOS FICAR AQUI UM DE FRENTE PRO OUTRO O DIA INTEIRO, VIM PRONTO PRA ISSO! SÓ SAIO DAQUI COM A SUA CABEÇA NO SACO! - dou uma gargalhada. - RI, FILHO DA p**a! QUEM RIR POR ÚLTIMO RIR MELHOR! - ele fala e eu passo a mão na sobrancelha, e o Farelo balança a cabeça concordando e derruba o filho da p**a.
Bomba: - Se for o chefe, se prepare. A guerra só tá começando! - ele fala e um dos caveirões sobra a esquina e a trocação começa.
Dou um pulo, apoiando os braços nas costas do Bomba, derrubando dois deles, e sigo eu de um lado, Bomba do outro, e os cria que não arregam nunca! Uns menor no chão. Na hora que eu vejo, meu sangue já começa a ferver nessa p***a. Sinto a lateral do meu corpo queimando, olho pra saber se alguém viu e subo na direção de um sobrado já entrando no beco, onde tem uma parada, que dá pra esconder legal, mas sinto a bala queimar na minha minhas costas de novo .....