CAPÍTULO 2

869 Words
Ava Faço questão de ser invisível. Uso roupas largas para não chamar a atenção dos garotos. Meu cabelo comprido, quase branco, cobre o meu rosto e ando curvada para frente para que ninguém perceba o quanto eu sou alta. Me camuflo no ambiente e quase não falo, a menos que alguém fale comigo primeiro. . Fingir que sou invisível é mais fácil do que parece. Assim, consigo sentar em silêncio em algum lugar e ouvir o que os outros estão dizendo e planejando. Isso me mantém um passo à frente dos outros da matilha. . Também escondo que tenho uma loba incrível. O nome dela é Carly, e ela é enorme! Seria difícil alguém não notar a presença alfa dela. . O pelo dela tem os tons de branco e prata mais puros que já vi. Ela é c***l, mas tímida, não abaixa a cabeça e não dá bola para ninguém, mas se recusa a se transformar na frente de qualquer pessoa. Ela até esconde seu cheiro. . Segundo ela, tudo isso é para o meu próprio bem, É só mais uma forma de ser invisível. . Carly acha que a matilha não merece nem a ela nem a mim e diz que, quando chegar a hora, eles saberão disso. . Até lá, finjo que não tenho loba. E é nisso que eu deixo a matilha acreditar. Mas, com a Carly, tenho a audição e a velocidade de que preciso para me movimentar sem que eles percebam minha presença. . Ela se tornou minha única fonte de diversão nos últimos anos. Não tenho permissão para treinar, embora o faça em particular e não tenho permissão para participar dos eventos da matilha, como festas, bailes e confraternizações. . A Luna Dhayana não permite. Ela não quer me ver, é engraçado como a Luna Dhayana parece ser a única a que percebe a minha existência, mesmo sendo quem mais gostaria que eu não existisse. . Eu não a culpo. Afinal, eu sou a materialização da infidelidade do marido dela, andando por aí como uma lembrança constante dos desejos do alfa. . Mas não fui eu quem dormiu, e que continua dormindo, com ele. Essa traição me afetou tanto quanto a ela. . Talvez até mais, porque ninguém nunca me assumiu com orgulho, nem a matilha, nem meus pais. Eu sempre fui apenas tolerada. . De acordo com as ordens da Luna, eu tenho permissão para morar em um quarto minúsculo embaixo da escada, perto da cozinha e tenho que agradecer pela comida e roupas de segunda mão para usar. . Tenho permissão para servir às pessoas e limpar a bagunça dos privilegiados da matilha. Imagina que terrível se eles tivessem que limpar a própria bagunça! . Ocasionalmente para o meu pai e ser tutora do filho deles, mas não sou paga por nenhum desses serviços. . Ás vezes, fico imaginando o que aconteceria se eu não fizesse o que me é permitido e, em vez disso, fizesse algo para mim, algo que eu quero fazer. Bom, isso vai acontecer muito em breve. . Estou contando os dias. Até lá, eu finjo... . Fico na minha, falo baixo, e mantenho um sorriso tímido no rosto. Sobrevivo e faço o que preciso fazer até ter idade suficiente para ir embora. . Na verdade, uma faculdade de tecnologia em nova York já me ofereceu uma bolsa de estudos integral. Só um professor sabe: o Sr. Malic. . Ele é meu professor de tecnologia e quem descobriu meu amor por tudo o que envolve computadores. Ele também é o único que me incentiva. . Embora seja um lobo, ele não pertence à matilha de meu pai. Ele é de outra matilha aliada. . Ele me aconselhou a me inscrever nas faculdades de tecnologia e em algumas das universidades de elite, garantindo-me com minhas notas e minha motivação, eu não teria dificuldades para ser aceita em uma universidade de humanos. . Quando eu disse a ele que o alfa não pagaria e talvez não me deixasse ir, o Sr. Malic me lembrou que eu não faço parte da matilha do alfa. . — Sua mãe também não. Tecnicamente, você é m****o da matilha Crista Prateada.— disse ele. . Então, eu me inscrevi. O Sr. Malic me deixou usar seu endereço, e as cartas de aceitação foram chegando. Mas a de Nova York era a que oferecia bolsa fullride: cobre mensalidade, hospedagem, alimentação e material didático. Minha educação então está paga. Aproveitei a oportunidade e enviei toda a documentação. . Isso me levará para longe daqui, a quilômetros de distância desta matilha e de meu pai. . Falta uma semana para a formatura e para os meus 18 anos, e estou me dando de presente um adeus a tudo isso! . Pratico meu discurso de oradora mentalmente enquanto ando pelas ruas, observando e ouvindo enquanto minha capa de invisibilidade funciona perfeitamente, a julgar pelos olhares vazios daqueles que cruzam meu caminho. . Será o discurso que acabará com todos, revelando as traições do todo poderoso alfa. E, se acabar sobrando para a minha mãe também, que assim seja. . Sorrio para mim mesma e ouço Carly concordar. . Será que essa semana pode passar mais rápido?
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