Mat@

996 Words
Saiko a examinou, como se esperasse que ela estivese nua pela estrada. __ por que saiu do shopping por outro caminho? Juno fechou os olhos. A verdade, era melhor contar a verdade. Ele saberia a verdade de qualquer forma, tinha certeza que ele saberia. __ Uma amiga da faculdade,disse que tinha um presente de casamento... __ Ela sussurrou. — Você estava em uma despedida de solteiro, é isso? __ Eu não sabia, eu juro que não sabia. Pulei do trailer quando percebi o que acontecia. — Homens, Juno? Ele queria saber. — Dois, dois homens. Eu não sabia. Ele s0cou o carro. — Você ficou m@luca? Juno não respondeu, porque seria piior. Saiko abriu a porta do carro. — Entre. Juno se sentou no banco do passageiro. Viu ele pegar o celular e fazer uma ligação. __ Coloque fogo no trailer. Com todo mundo dentro. Ela perdeu o ar. Não podia, não podia. As meninas era m@lucas, tinham agido errado, mas não isso. __ Saiko, não. mas ele não respondeu. Ela não soube, como começou, mas se viu a soc@ndo Saiko, sem controle, gritando. Juno nem percebeu a buzina de uma caminhão, por sorte Saiko era rápido, desviou, mas pararam no acostamento, mas o carro rodou uma vez antes disso. Ainda assim, Juno não parou. Saiko segurou as mãos dela. __ Sabe quantos pessoas b@teram em meu rosto e ficaram vivas? Nenhuma. Ele desceu do carro. Abriu a porta que ela estava e arrastou pela mat@ adentro. A chuva tinha ido embora, tinha sido uma chuva passageira. Sendo arrastada, Juno caiu. Saiko parou. O telefone dele começou a tocar. __ O que ? Não sabe riscar um isqueiro sem instrução. Mas as amigas de Juno não estavam mais dentro do trailler, tinham saído para procurá-la. __ Não as mat£, por favor! Elas não tem culpa que eu seja estúpiida. __ Juno implorou. Saiko a observou, a raiva transbordava nele, mas falou no telefone. __ Abortem a operação. Eu resolvo depois. Saiko ofereceu a mão para ela. Mas ela não pegou na mão dele. — Quer ficar aqui sozinha? Não queria.. __ Vai b@ter em mim? Ela perguntou com a voz desesperada, não aguentaria, mais uma vida de espancamen£ntos e @busos. Saiko ofereceu a mão novamente. Juno segurou, porque não teve outra opção. Foi levantada. __ Ele b@tia em você? Não respondeu, seria como um arm@ contra ela. Mas Saiko não caminhou em direção a estrada, mas sim adentrou mais a m@ta. __ O que vai fazer? __ Descansar a minha mente, se eu sair daqui agora, vou atrás de suas amigas, depois vou atrás dos dois vag@bundos que elas contrataram, e logo depois, vou cobrar todas as dívidas que você tem comigo. Quer pagar agora, Juno ou depois? – Eu não fiz nada, Saiko. Eu não sabia que era a sua noiva. — E se soubesse teria feito diferença? Teria me esperado? Não teria, porque a ideia de um casamento arranjado antes do seu nascimento era surreal. E na ingenuidade da primeira adolescência, ela tinha amado Jackson, pelo menos até o primeiro t@pa. __ Como eu pensei. Pararam próximo a uma espécie de amontoado de pedras. Saiko juntou alguns gravetos que não estavam molhados, porque foram protegidos pela vegetação. Acendeu uma fogueira. Juno ficou em pé, sem saber o que fazer. Ele não olhou para ela. Não falou nada, era como se olhasse para algo além. Saiko tirou a parte de cima do terno que usava, forrou no chão e fez um gesto para ela sentar. Juno se sentou na beira da fogueira, o frio que sentia começou a ir embora. – Saiko quando preciso me mudar? O dia correto. Ela queria estar preparada. Ele engoliu em seco, como se engolisse a raiva. – Fique calada. Eu não faço ideia de como tratar você, a única coisa que sei,é que me traiu Juno. – Não trai. _ Traiu, eu esperei por você, porque só tenho uma palavra, Juno. Nunca me deitei com uma mulher, porque meu avô me disse que eu tinha uma noiva. Não sei quantas vezes me m@sturbei durante esses anos, e você estava na cama com outro. Eu tomava banhos frios, ia pra o ring, e você estava namorando.. Juno ficou chocada com aquela informação. — Não pense que o fato de não trans@do com uma mulher me torna maleável e manipulável, para ser homem, não preciso ter feito s£xo . A raiva na voz dele quase a fez correr. — Não foi bom, Saiko. Todas as vezes foram horríveis, e eu nunca disse sim. – Ele te £stuprou e ainda assim o protege. – Não estou o protegendo. __ Onde Jackson está? Como diria que deu uma facada em Jackson? Depois de ser socada e de Jackson quase a obrigar a trans@r com outro homem, foi por pouco que escapou, não podia dizer, porque teve ajuda para esconder o corpo de Jackson. Fez um juramento. – Não posso dizer. Saiko quase acreditava que ele estava mort0, porque uma pessoa viva, sempre era encontrada pela Yakuza. O silêncio reinou. __ Eu volto em alguns minutos. Preciso esfriar a cabeça. Ele desapareceu na mat@ e Juno ficou ali, na beira da fogueira, quase sentia sono e se deitou no paletó dele. Esperou e esperou, colocou mais alguns gravetos na fogueira, porque temeu ficar no escuro, o celular havia descarregado. A fogueira também afugentava bichos. Acabou dormindo. Sonhou com namorado morto. Como sempre era machucada e obrigada a fazer tudo que ele queria. Foi acordada por Saiko. Ganhou um olhar perscrutador, mas ele não disse nada. Ele ofereceu água, não era um copo, mas sim uma espécie de folha de árvore verde dobrada em origami, ele havia colhido água da chuva. Juno se levantou, mas não conseguiu andar, o pé doía da queda, pulou, achou que ia ser deixada para trás, mas ele a pegou, e a jogou nas costas dele, como se ela fosse um saco de batatas, e ele um oriental da caverna.
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