Capítulo 7 - Priscilla

569 Words
Alissa tinha só mais dois dias livres. Com o início do seu estágio, ela não poderia mais trabalhar com Priscila como antes. Para isso resolveu ir até lá e ter uma conversa. - Bom dia Cila. - Bom dia Alissa. Como foi lá na Editora? - Foi óptimo. Conheci pessoalmente o Sr. Alencar. - A sério? - Sim. Ele é sério mas muito legal. - E conseguiste a vaga? - Bem! Eles têm um programa especial de recrutamento. E eu tive a sorte de ser seleccionada para participar. Se me sair bem, terei um emprego definitivo. - Que óptimo. Só lamento não ter você mais aqui. E a Maria também não vai mais poder me ajudar. - Eu pensei muito nisso Cila. O estágio será de segunda à sexta-feira por meio período. Eu posso vir a partir das 14 horas e trabalho até às 18. - Mas, não será demais para ti querida? - Claro que não. Cila sabes que eu viveria aqui se fosse possível. Posso descansar em alguns finais de semana, mas venho fazer a habitual leitura para as crianças. - Nossa Alissa. Você é mesmo muito especial. - Eu adoro trabalhar aqui Cila. Um emprego novo não vai mudar isso. - Está bem. Aceito a tua proposta com uma condição. - Qual é? - Vou assinar a tua carteira de trabalho e aumento o teu salário. - Mas Cila... - Não podes dizer não. - Está bem.. E quando começa a reforma? - Daqui a duas semanas. Teremos muito trabalho. O espaço será maior, isto significa que poderei contratar mais pessoas. - É óptimo Cila. E podes sempre contar comigo. Vou para casa me trocar e volto em meia - hora. Pode ser? - Claro. Eu estarei aqui. Alissa foi para casa. Melissa olhou para a sua livraria e soube o que tinha de fazer. Ela estava com 50 anos e não tinha filhos. Via Alissa como sua filha, e decidiu fazer dela a sua herdeira legítima, mas não revelou nada. Sempre muito discreta sobre a sua vida, Priscila tinha muito mais do que demonstrava. Tinha herdado uma fortuna de seus pais além da livraria. Ela manteve tudo na mesma por eles, mas com a proposta da Alencar, ela percebeu que realmente tinha que mudar. O seu advogado já tinha feito as alterações necessárias no testamento. Ela deixaria tudo para Alissa. Sabia que o seu tempo estava no fim, por ter descoberto que tem um tumor. Pouca gente percebia que o seu cabelo era na verdade uma peruca, e que ela estava cada vez mais magra. Os remédios ajudavam, mas ela estava cada vez mais fraca e cansada, e não sabia se poderia suportar as dores por muito mais tempo. Apesar disso, ela ia trabalhar e mantinha o seu sorriso sempre presente. Lamentava não poder contar à Alissa sobre a sua doença, pois sabia que ela sofreria demais. - Cilla!? Você me ouviu? - Sim querida. Me desculpe. Pensava no quanto este lugar vai ficar ainda mais bonito e especial com a reforma. Será moderno. - Eu estou ansiosa. E vai ser óptimo termos cartões para todos. m*l posso esperar para ver tudo isso Cilla. E daremos uma enorme festa de inauguração. - Claro que sim. Vai ser uma linda festa. A reforma seria feita por partes. Cila não acreditava mais que estaria viva quando terminasse na totalidade, mas as surpresas para Alissa não seriam poucas.
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