Seis anos depois
Kevin
"Juiz- Kevin Henrique dos Santos você está condenado a 284 anos de reclusão, inicialmente fechado pelos diversos crimes hediondos, dentre eles tráfico de drogas e armas, integrante da facção criminosa comando vermelho, chefe do tráfico Jacarezinho, lavagem de dinheiro em casas noturnas com funcionamento de cassinos, hotéis de luxo. Assassinato de quatorze pessoas dentre elas, sete policiais sendo o último no dia de sua prisão. O investigador Emerson Gusmão Ferrari do décimo batalhão de combate da polícia civil do Rio de janeiro, foi morto pelo réu com 12 tiros espalhados no seu corpo quando o mesmo tentou levar uma de suas mulheres para fora do país. Também está sendo condenado pelo sequestro seguido de morte de Vera Luxemburgo no dia …
E lá vai a lista de vários crimes que eu cometi julgados nas últimas 24 horas, junto com MD que também foi preso e os outros três caras que tiveram a pena bem menor que a nossa. Mesmo sendo réu primário os crimes que cometi não impedem que eu me livre de nenhuma delas por ser considerado extremamente perigoso à sociedade. Ouço todas as acusações sentado na cadeira de frente ao juiz, com minhas mãos algemadas para trás e dois policiais de cada lado, sem dizer uma palavra em minha defesa. Meus advogados ja falaram o que tinha que ser dito, não me arrependo de p***a nenhuma, vou chorar pra quê? 12 tiros foi pouco pro filho da p**a, se fosse no Jaca a morte dele teria sido muito pior, nem o corpo pra enterrar esse eu maldito teria deixado. Mantenho a cabeça erguida encarando o juiz de cabelos brancos e óculos redondo terminando a sentença e bate o martelo em seguida. Atrás de mim estão os jornalistas filmando e tirando foto a todo momento. Sentença dada, os agente seguraram meus braços pra que eu fique em pé e assim eu faço, sendo conduzido ao salão cheio de gente que eu não conheço e me olham com raiva, julgamento e alguns satisfeitos pelo meu destino. Altivo sigo escoltado pelos vermes no corredor com mais jornalistas cheio de perguntas que eu não respondo mantendo a cabeça erguida até o camburão"
Naquele dia meu corpo tava todo arrebentado do pescoço pra baixo, depois de ficar preso três semanas em Bangu 1 esperando meu julgamento. Os filhos da p**a aproveitaram e me batiam na covardia toda noite vinham cinco vermes encapuzados e acertavam socos, cacetete nas pernas, braços, nas costas, chutava minha barriga até cuspir sangue, jogavam água gelada, me afogaram dentro do balde quando ficava fraco e zombavam da minha cara me chamando de fraco e os c*****o. Só não arrebentaram minha cara por conta da audiência, encarava os filhos da p**a na maldade mesmo sentindo a dor insuportável, quase desmaiando mas eu não pedia arrego, apertava a boca pra não emitir som de dor o que deixava eles mais puto pela resistência. Por mim eles podiam me espancar até a morte que eu jamais me rebaixaria e nem ia pedir misericórdia pra esses comédia. Se eu pudesse faria até pior, arrancava cada m****o deles com eles ainda vivo, colocaria fogo e assistia eles gritando, tomando meu whisky sem remorso nenhum.
Apesar te toda aquela tortura ter acabado comigo nenhuma delas foi pior que a imagem da bala atravessando o corpo da Babi e seu grito chamando meu nome. Ali sim eu tive medo, bagulho de sentir frio cabuloso na barriga, boca seca, coração palpitava como se eu tivesse no lugar dela, tá ligado?! Minhas mãos tremiam e meu peito apertou como se uma mão pesada me esmagasse e estraçalhava meu corpo por dentro deixando gosto amargo na boca. Olhava pro sangue dela na minha mão e não acreditava que essa merda tava acontecendo, o filho da p**a atirou nela pelas costas bem na minha frente e eu não pude evitar, só descarreguei bala no desgraçado enquanto corria em sua direção, antes que ela caísse no chão sangrando. Deixar seu corpo imóvel no chão pra ser algemado me quebrou ainda mais, via no seus olhos o desespero de me ver ser levado pro camburão e desmaiando em seguida. Segurei as lágrimas que ardiam em meus olhos e o sufoco que apertava minha garganta enquanto a mãe dela batia chorando no vidro do camburão, gritando que eu era um monstro, assassino que eu tinha matado sua filha. Aquilo me atormentou por vários dias dentro daquela cela sem notícias dela, sem poder vê-la e ter a certeza se ela estava ou não viva. Ninguém me falava nada sobre ela e eu não podia perguntar pros filhos da p**a, porque eu tava ligado que eles iam tirar onda e inventar mentira pra me deixar ainda pior. Só tive notícias dela quando meu advogado falou comigo e eu mandei ele ir atrás do paradeiro dela antes de resolver qualquer parada minha. Ela tava no hospital público mandei levar pro particular e que ela fosse cuidada pelos melhores médicos. Ela ficou em coma por dois dias, teve que ficar na UTI por duas semanas, conseguiu responder ao tratamento até a fisioterapia que ela acabou precisando fazer pra voltar andar. O tiro atravessou próximo ao coração, não morreu por um milagre mermo e eu só agradeço a Deus por isso. Se ela tivesse morrido nem sei se hoje estaria aqui contando o que aconteceu, papo reto. Minha vida tava fodia, a maioria dos meus negócios caiu mas nada me abalava mais que as lembranças dela nos meus braços sangrando pouco abaixo do ombro, no canto da boca e um pouco no nariz, chorando com medo do que ia acontecer comigo sendo que quem tava quase morrendo era ela não eu. Seis anos já se passaram e ainda lembro de tudo como se fosse ontem, ela me pedindo desculpas e dizendo que me ama, recebi várias cartas dela depois que ela saiu do hospital e começou a melhorar fazendo tratamento com fisioterapeuta em casa. Doeu pra c*****o ler todas as palavras de seu sofrimento, mas me mantive irredutível e não aceitei que ela viesse me ver muito menos tive coragem de responder as cartas. Não que eu não tivesse tentado tá ligado?! Escrevi várias vezes mas nada dava certo, sabia que qualquer parada que eu dissesse ia deixar ela ainda pior, não sei lidar com as palavras e ser escroto ou frio com ela é a última coisa que eu queria. Não sei lidar com essa p***a de sentimento parceiro, bagulho é mó neurose, mexe demais com a mente da gente. Ela é meu ponto fraco em todos os sentidos, fico perdido, ainda mais com ela longe.
Me mandaram pro presídio federal em Brasília, bagulho restrito pra c*****o, além dos meus advogados as únicas que me vêem é a minha genitora que trás as paradas que eu preciso pra ficar aqui e a p**a da Cleide na visita íntima. Tive que assinar o papel de união estável com ela pra ter direito à visita. Só optei depois de ficar tocando punheta nesse inferno depois de seis meses sem ter nada pra desestressar além de me exercitar fazendo flexão, abdominal, correndo parado, fumar meu baseado quando tem ou ler alguns livros que me interessavam. Além do sexo ela trás informações do Dinho pra mim que não da pro advogado dizer. Quando Dinho deu o papo pra ela, a v***a ficou toda se achando, chegou aqui cheia de dentes que eu logo cortei. Dei logo o papo que se eu sonhar que ela tá crescendo pra cima da Bárbara, provocando ou de indireta como ela costuma fazer é caixão lacrado sem pensar duas vezes. Mandei meu advogado falar pra Barbara que qualquer parada que ela precisasse era só falar com ele ou com o Dinho e que a casa que eu morava era dela. Como esperado ela não quis nada que é meu e ainda mandou o advogado dizer com todas as letras pra eu ir me fuder e esquecer que ela existe. Coloquei n**o vigiando ela de longe pra caso algum comédia tentar alguma coisa o que aconteceu algumas vezes no início, mas agora ta suave. Ela não mora mais no Jaca, atenção deles tá na Cleide que gritou pra geral que é minha fiel e sofreu atentado mais de três vezes no mesmo ano. Dei mó esculacho nela por ser boca aberta e se continuar de palhaçada, quando tentassem outra vez ia deixar mata, dai ela passou a ter postura e andar na disciplina agora. Lance com ela nunca vai passar de sexo, mermo ela se declarando toda vez que vem aqui.
O único jeito que eu consigo ter prazer com ela é pensando na única que me têm mesmo depois de seis anos, só consigo gozar pensando nela com ou sem a Cleide. Durante o dia eu sempre me pego pensando nela e nos momentos que nós vivemos principalmente o último no seu aniversário e de noite m*l consigo dormir com os pesadelos daquele momento com ela sangrando e várias pessoas me acusando. Mesmo sabendo que ela ta viva nos meus pesadelos ela sempre ta morta, essa p***a me atormenta pra c*****o. Acordo atordoado suando como se tivesse sido sufocado e não consigo dormir depois. Saudades dela dói pra c*****o ainda mais depois dos pesadelos, o único jeito de voltar a lucidez é pegar uma foto dela que eu guardo dentro do livro e dizer mentalmente que ela tá viva e foi apenas mais um pesadelo. Odete quem trouxe essa foto sem eu pedir, dela em sua formatura de técnica em vendas que ela se formou dois anos atrás. Ela está usando um vestido longo verde musgo que modela bem sua cintura e s***s com uma alça do lado direito. Uma de suas pernas está de fora e agora tem uma tatuagem de fênix na panturrilha com a calda que vai até o peito do seu pé, calçado por uma sandália de salto preto que eu dei pra ela em Búzios. No braço que ela tomou o tiro está outra tatuagem de flor que tampa parte do braço até onde a bala perfurou, o cabelão tá grandão daquele mermo naipe que eu sou pirado, caído sobre os ombros, cheio de molinhas castanhos. Ela tá maquiada com cílios bem marcados, batom vermelho marcando bem seus lábios com o sorrisão que eu me amarro e sinto falta do c*****o. Só de olhar a foto dá uma nostalgia, como se eu pudesse sentir o cheiro de sua pele macia e perfumada no pescoço. Me imagino tirando sua roupa como no dia do motel que ela dançou pra mim ou no dia que tirei a virgindade do seu cuzinho. p***a… aquele dia foi a melhor f**a da minha vida, sem neurose, posso nem lembrar do seu rosto rosado de vergonha, com ela toda tímida de joelhos que involuntariamente acabo sorrindo de lado negando. Não consigo descrever o quanto eu amo essa mina mermo depois de tantos anos longe o sentimento é o mermo ou até maior que antes. Sei que ela tá bem lá fora, curtindo e conquistando tudo que ela sempre quis e comigo aqui dentro ela não ia conseguir. Só ia poder vê-la uma ou duas vez no mês ia ser a maior tortura deixar ela ir embora. Ia ficar neurótico, com medo dos alemão pegar ela e fazer maldade com ela só pra me atingir, comigo aqui dentro sem poder fazer nada. A melhor forma foi deixar tudo como tá sabendo que ela ta feliz sem correr risco como aconteceu antes. Ela é uma mina forte correria, passou por tudo sozinha e tá crescendo cada vez mais e eu me orgulho disso. Doeu pra c*****o tomar essa decisão, chorei várias vezes mesmo não querendo, mas foi inevitável sentir a dor da perda, da saudade com as lembranças de tudo que aconteceu, ler suas cartas com ela me implorando pra não fazer isso, querendo falar comigo e eu não respondi. Ela vai ser eternamente a mulher da minha vida mas a minha vida não é pra ela. Tô pagando o preço das minhas escolhas e continuo vivendo. Mesmo trancado aqui, eu ainda comando o jaca, faço parte da cúpula, o cassino com o italiano continua rendendo do mermo jeito, só perdi o prédio da tijuca e da Barra, mas o de Búzios ainda tá firmão.
Nesses seis anos vivendo aqui já aproveitei e terminei meus estudos, fiz curso de inglês e contabilidade. Ano passado comecei curso de empreendedorismo pra ter melhor visão dos meus investimentos. Quando sai pretendo expandir ainda mais, investir numas parada fora do Rio e no Paraguai. O advogado vem quatro vezes no mês trazer notícias do meu processo e dos meus investimentos que ele como sempre resolveu quando não podia fazer pessoalmente. Não passo mais de um mês dentro dessa p***a, to ficando maluco mais que o normal. Não nasci pra ser enjaulado não parceiro, preciso sumir dessa p***a antes que eu surte e tiro minha vida de vez. Fiquei na disciplina, fazendo tudo certo pra esse p*u no ** não embaçar no processo. Minhas parada continua debaixo dos pano, agora é só torcer pro processo de transferência cair na mão do p*u no ** do Roberto que é juiz e me deve favor por matar a irmã e o cunhado dele, pra ele ficar com a herança uns dez anos atrás. Já era pra ter feito isso a muito tempo, só que sempre deu b.o e a p***a do processo nunca chegava nele, mas dessa vez não vai ter erro, paguei uma nota pra mulher que faz as distribuição dos processos pra cada juiz, mandar o meu caso pra ele amanhã. Em menos de uma semana ele vai conseguir minha transferência pro presídio do Rio e vai ser nesse momento que eu vou dar fuga e sair dessa p***a. Dormir nessa cama dura do c*****o, tomar banho morno no tempo deles, ter dez minutos de banho de sol não é vida não parceiro, tá maluco. Troco ideia com os caras do movimento no banho de sol, dando algumas voltas no pátio que é do tamanho da sala do meu barraco no Jaca, dá nem pra esticar o corpo da forma certa, encher o pulmão de ar puro sem ter cheiro de cimento frio que o tempo já passou e nós tem que voltar pra cela, tá maluco, isso não é vida não. Tô ligado que aqui não é spa de tirar férias, mas isso não é vida não mano, posso viver melhor que isso e vou lutar mermo que eu morra tentando. O bom daqui é que apesar de ser do tamanho do banheiro da minha casa, não preciso compartilhar a cela com outro preso. Perigo sempre tem, até porque os chefe das facção rival também ficam aqui. Nunca vi nenhum deles mas é aquele negócio, qualquer vacilo um dos dele pode aparecer depois de burlar a segurança e tentar me matar. Não confio nem nas paredes desse lugar, tudo aqui é monitorado e tudo pode acontecer sem ninguém saber. Troco ideia com uns irmão aqui que eu já conhecia, mas não me dou bem com todos, sempre tem um que tu fica com um pé atrás a mais que os outros. Não dá pra dar bobeira mermo que sejam "de boa" tu sempre tem que ficar alerta esperando alguma pilantragem de alguém. A vida do crime vai ser sempre assim, ter vários ao redor mas não se pode confiar em nenhum. Todos queremos poder e domínio e um vacilo n**o te arrasta e toma tudo que é seu mermo sendo do mermo movimento. O agente bate na porta avisando da hora do banho de sol, como sempre tiro minha roupa para revista antes de sair algemado por dois deles até a área. Passo pela grade eles trancam e tiram a algema em seguida. Aliso pulso marcado pela algema e sigo onde Betinho e Cidoca tão sentados fumando cigarro e me junto a eles
Betinho— e ae ta tega?_ manejo a cabeça concordando, faço toque com eles e me agacho olhando os verme armado nos encarando do outro lado da grade — tá Sabendo que o Tibúrcio foi solto?_ Olho pra ele negando — saiu de saidinha esse final de semana. Zeca falou que ele foi lá pro Caju e vai fechar com os de lá agora. Celsinho irmão dele pego gestão lá mês passado, agora os dois vão fechar junto no comando de lá. Fizeram até churrasco no baile pra comemorar _ limpo a garganta e cuspo do lado pensando
—deixa ele curtindo achando que o bagulho ta bom pro lado dele. _ Cidoca maneja a cabeça concordando
Cidoca— nós ainda vai pegar mané. Vai veno que vai ficar por isso mermo. Judas safado!
— o Coronel eu não pude cobrar mas esse arrombado ninguém vai me tirar o direito de queimar ele vivo. Metade da mercadoria era minha, deu um desfalque do c*****o! Se não fosse as paradas que eu tenho por fora não ia ter como cobrir o prejuízo nas boca. Tudo por causa desse filho da p**a vacilão! _ Estalo meus dedos lembrando da cara do safado — O cara não tinha nada, não era ninguém. Fortaleci o filho da p**a quando o próprio pai negou abrigo por ele ter entrado no crime. Ajeitei um barraco pra ele e pra safada da Stefany que na época os dois tavam juntos. A mina pintava e bordava com a cara do comédia que acreditava em tudo que ela falava, duvido nada que foi ela que entrou na mente dele pra fechar com o Dola e da o golpe. Mano achou que ia levar a melhor tomou no r**o! Perdeu a mulher e o dinheiro pro dólar que na primeira oportunidade, mando ele meter o pé do morro sem direito a nada cuzão! _ os dois concordam e gordão se aproxima
Cidoca — por isso ele foi pra São Paulo! Sabia que se desse bobeira ia ser cobrado, foi pra lá fechar com pcc pra ter proteção, não é bobo.
Betinho — o que não adiantou de p***a nenhuma, foi preso roubando lanchonete. Mano saiu de assalto a carro forte pra ser preso roubando 500 conto da lanchonete, ta de marola mermo_ diz sarcástico Cidoca e gordão dão risada
Gordão — é mas tão falando que ele tá diferente, mais ardiloso. Esse tempo na cadeia fez bem pra ele, o menor ta cheio das ideias, incluindo tomar o comando do Jaca de onde é cria e sonha em ter o domínio! _ aponta a cabeça pra mim com sorriso sarcástico de lado
— deixa vim que bala pra trocar é o que nós mais tem! No caso dele melhor ainda, judas nós não gosta de matar com tiro, o bagulho é torturar o desgraçado um dia de cada vez, separando os m****o por parte e queimar depois_ os três manejam a cabeça em concordância e Betinho muda de assunto…
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