Luana decidiu passar um tempo na casa de seus pais. Ela estava muito magoada e não queria que Víctor fosse a sua casa de surpresa.
O pai não o demitiu, mas exigiu que ele se mantesse longe de Luana, ou acabaria com a sociedade.
Uma semana após a visita de Alessandra, Luana voltou à sua rotina.
Adorava atender as crianças e elas sempre a faziam sorrir. O seu coração ainda doía, mas ela fazia de tudo para não demonstrar.
Víctor Hugo cumpriu a palavra e não se aproximava dela.
Luana e Maria saíam sempre juntas mas ela não permitia que a amiga tocasse no nome de Víctor em momento nenhum.
Numa sexta-feira em que saíam do cinema, Víctor estava de pé ao lado do carro de Luana.
Ela apagou o sorriso assim que o viu.
- Olá Maria. Luana! Podemos falar?
- Não há nada a ser dito.
- Por favor. Eu te peço apenas 10 minutos. Por favor.
- Está bem. 10 minutos.
Maria afastou- se discretamente.
- Diz. O que você quer?
Quero dizer que sinto a tua falta.
Luana por favor me perdoa. Não devia ter escondido de você algo tão sério.
- É verdade. Mas escondeste.
- Abri um processo de divórcio litigioso. Por isso ela foi lá para te contar.
- Não me interessam os motivos daquela mulher. Você me enganou Víctor. Não tinhas o direito de fazer isso.
- Eu sei. Não quis te perder amor.
Eu te amo demais.
- Já chega. Agora é tarde.
Com ou sem processo ainda és casado com aquela mulher. E enquanto for assim, eu te quero bem longe de mim.
Luana fez sinal para Maria, entraram no carro e foram embora.
- Luana! Você está bem?
- Não Mari. Eu estou pessíma.
O homem que eu amo é casado e nem sequer teve coragem de me contar.
- Eu sei amiga. Mas, não achas que ele falou a verdade desta vez?
- Não sei Maria. Ele traiu a minha confiança e só o vou perdoar quando vir na minha frente os papéis do divórcio assinados por aquela mulher asquerosa.
Maria riu. Luana não perdoaria Víctor Hugo tão facilmente.
Mas sabia que a amiga tinha um grande coração e com o tempo tudo iria melhorar.
Mesmo sabendo que também estava a ser orgulhosa e injusta, Luana decidiu que ficaria longe de Víctor mesmo após o divórcio.
Mas, quando pensou no que realmente queria, surgiu a possibilidade dele ir embora e interessar - se por outra mulher.
Víctor parecia ser um homem paciente, mas não ficaria atrás dela por muito tempo.
Seria necessário fazer uma escolha.
Quando estava no quarto, Luana viu a mãe entrar.
- Querida! Como você está?
- Melhor Mamãe. Apenas pensando.
- No Víctor Hugo?
- Sim. E já sei o que fazer.
Eu o amo Mamãe. E acredito que ele me ama também.
- Então porque foste tão injusta? Nem sequer ouviste a versão dele. Só as palavras daquela mulher te fizeram condena - lo.
- Eu sei Mamãe.
- Não o estou a defender. Ele errou ao esconder. Mas, pensaste em perguntar a razão? Ele foi abandonado seis meses após o casamento. Foi humilhado. Que homem contaria isso tão facilmente?
- A Senhora está certa. Mas, eu o mandei ir embora. Eu o afastei Mamãe.
- Se ainda o amas e o queres se volta, luta por ele ou aquela mulher vai vencer.
Se chegou ao litigioso é porque o erro não foi dele. Entendes filha?
- Sim Mamãe. Eu vou lutar pelo homem que amo. Ela é passado. Eu serei o futuro.
- Assim é que se fala. O jantar estará pronto em 15 minutos.
- Já desço Mamãe.
Luana sabia o que faria. Deixar Víctor por orgulho seria um enorme erro.
Ela lutaria por seu amor e felicidade.
Luana evitava a todo custo cruzar com Víctor Hugo nos corredores do hospital.
Ela percebeu que em alguns dias entrava na sala dele um homem de terno que parecia ser advogado.
Ana tirou as dúvidas dela e disse que o tal homem era advogado de Víctor Hugo e estava prestes a concluir o processo de divórcio.
Desde que soube a verdade, Luana m*l teve tempo de voltar a conversar com a mãe.
Ela precisava de desabafar, e tirou um dia para terem uma conversa sincera de mãe e filha.
- Mamãe!? Podemos falar?....- Ela disse ao ver a mãe na varanda com um de seus livros.
- Claro querida. Senta aqui ao pé de mim.
- Eu preciso muito de um conselho mãe. Estou perdida e não sei o que fazer.
- É sobre o que houve com o Víctor Hugo?
- Sim. Eu o amo mamãe. Amo muito. Mas saber que ele escondeu de mim que ainda estava casado, me deixou muito magoada. Ele me enganou mãe.... Luana deixou as lágrimas rolarem.
- Querida. Eu entendo a tua dor.
Ele é o teu primeiro amor. Você sabe que na verdade eu sou madrasta do Patrício?
- O quê? Eu nunca soube disso.
- É verdade. O teu irmão Patrício não é meu filho biológico, mas eu o amo demais para notar a diferença.
- O que houve com a mãe biológica dele?
- Morreu no parto. Quando conheci o teu pai, o Patrício era um bebé de apenas 5 dias de vida. O teu pai me disse que ele era seu afilhado e que tinha acabado de ficar órfão.
Luana sorriu e perguntou:
- E como a senhora descobriu que era filho dele?
- Pela certidão de nascimento.
Fiquei furiosa e não falei com ele por 2 meses. Mas eu já tinha me encantado por aquele bebé e perdoei o vosso pai.
- A senhora acha que devo perdoar Víctor agora?
- Meu amor. Eu acredito no amor dele por você. E no seu por ele. Vocês merecem ser felizes.
- Entendi. Obrigada mamãe. Prometo que vou pensar.
- Filha! Tenho uma proposta para você.
- Que proposta?
- Vamos ajudar o Víctor Hugo a se livrar dessa mulher.
- O quê mãe? Mas como?
- Podemos ir falar com os pais dele.
- E como eles vão nos ajudar?
- Para começar, podem testemunhar na audiência do divórcio. Tenho a certeza que deve haver uma forma de tirar essa bruxa do caminho.
- Oh mamãe. Eu tenho que pensar. Mas me fez muito bem ter essa conversa com a senhora.
- Ainda bem querida. Me acompanhas num lanche?
- Claro que sim. Há muito tempo que não temos uma saída de mãe e filha. Que tal irmos ao cinema também?
- Óptima ideia. Mas me deixa enviar uma mensagem para o teu pai, ou ele põe o exército a nossa procura.
*******************************
Luana estava mais calma e ficou de pensar na proposta da mãe.
Ela estava certa, tinham que ajudar Víctor Hugo a se livrar daquela mulher.
Estava na hora de lutar e Luana não iria desistir desta vez.
O seu amor e futuro ao lado de Víctor Hugo estavam em risco, e ela não o queria perder.