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Tudo por um amor

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Blurb

Seis pessoas diferentes, mas todos em busca de uma só coisa: O amor.

Karen Miller é uma jovem publicitária que acha ter uma encontrado o amor com Steven Brown, um homem charmoso que depois de ser abandonado pela esposa tem que se dividir entre o trabalho e o filho que tem apenas cinco anos. O relacionamento dos dois é aparentemente a coisa mais certa, porém Karen não sabe da obsessão que Steven tem de reencontrar a ex esposa o que pode mudar completamente a vida dos dois.

Ainda mais quando Jason Campbell, um típico mulherengo que acha que romances só duram uma noite e acabam pela manhã, entra na jogada.

Carlie Jones é uma jovem amarga para o amor, depois de seu último relacionamento fracassado, decidiu repudiar todos os homens e fechar seu coração para não sofrer mais. As únicas pessoas que ela ama no mundo são suas melhores amigas, Karen e Malu. Carlie vê seu coração bater forte novamente ao esbarrar com alguém de seu passado, ela terá que lutar contra os seus medos para somente assim, ser capaz de amar.

Maria Luíza de Andrade, ou Malu, é uma brasileira que cresceu nos Estados Unidos e trabalha auxiliando o Doutor Nicholas Lewis, por quem nutre uma paixão secreta. Quando o destino finalmente resolve fazer com que Nicholas note Malu, ela se vê dividida entre seguir seu coração ou seu bom senso.

Nicholas Lewis é médico da ala infantil de um dos maiores hospitais de Nova York. É casado com uma mulher por quem acha ser totalmente apaixonado e tenta frear uma pequena paixão que sente por uma de suas enfermeiras, mas um golpe do destino fará com que a vida de Nicholas mude para sempre e para melhor.

Brigas, confusões, loucuras, obsessão e uma pitada de romance.

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Prólogo
Steven 11 de janeiro de 2014. Mais um longo dia de trabalho havia acabado, Steven estava cansado e a única coisa que passava pela sua cabeça era que queria encontrar sua bela mulher, Suzana, e seu filho, Alec. As ruas de Nova York não estavam movimentadas naquele dia, por mais incrível que pareça. Depois de pegar uma via expressa, Steven logo chegou ao bairro onde morava, Park Slope. Ele e a mulher haviam escolhido aquele bairro por ser calmo, não queriam criar o filho em um lugar perigoso. Fazia pouco mais de três anos que os dois haviam se mudado para o bairro, Suzana ainda estava grávida e Steven começando a trabalhar em uma das maiores empresas de contabilidade da cidade. Quando finalmente chegou em casa, Steven colocou o carro na garagem e sem tirar sua pasta do banco do passageiro, saiu do carro. Algo estava o incomodando desde cedo, ele até tentara sair mais cedo do trabalho, porém havia uma pilha de documentos para serem analisados e entregues no mesmo dia. Terminou tudo o mais rápido possível e ainda sim, saiu tarde do trabalho. Ao entrar em casa, constatou que tudo estava muito silencioso e sua primeira reação foi ir até o quarto do filho. Caminhou rapidamente pelo pequeno corredor até chegar a última porta, não a abriu de vez por que sentia receio em fazê-lo, abriu ela lentamente, ainda temeroso.  As luzes do quarto estavam desligadas e apenas um pequeno abajur do lado da cama iluminava o quarto. Ao chegar perto da cama, percebeu que o pequeno Alec dormia serenamente. Contudo, apesar que ver o filho o acalmasse um pouco, algo ainda o incomodava. Saiu do quarto e fechou a porta com cuidado para não acordar o filho, deu mais três passos até chegar a próxima porta do corredor, a de seu quarto. Essa, ele abriu rapidamente, passou os olhos por todo o quarto a procura da esposa, geralmente naquele horário ela já estaria dormindo. Por último o olhar dele caiu sobre a cama, a esposa não estava lá, mas nela havia um papel e nele algo escrito. Caminhou até o lado direito da cama e esticou o braço para pegar o papel, quando finalmente estava com ele em mãos percebeu várias linhas escritas com a letra quase perfeita da esposa. As mãos estavam trêmulas, ele não sabia o motivo daquilo, pediu várias vezes mentalmente que se acalmasse. Começou a ler a carta e o coração acelerou. Nos conhecemos tão jovens, no começo éramos apenas amigos, mas o sentimento foi crescendo e tomou conta de nossos corações. A paixão arrebatadora fez com que nos precipitássemos e resolvêssemos ficar juntos. No começo tudo eram flores, você era o melhor namorado que uma mulher poderia querer e eu estava tão cega de amor que me entreguei a você. A nossa juventude foi roubada então, entre brigas e reconciliações nunca nos separamos, e o ciúme que havia na relação fez com que nós dois ficássemos presos. Nada de festas, saídas com os amigos e muito menos diversão. Eu vivia por você e você vivia por mim, até que no último ano de faculdade eu descobri a gravidez. No começo me senti totalmente perdida, me recusava a lhe contar e até cogitava tirar o pequeno ser que crescia dentro de mim. O que meus pais achariam? O que você acharia se soubesse?! Mantive esse segredo por dois longos meses, mas houve uma hora que não deu mais, o segredo me sufocava e eu precisava contar-lhe o que estava acontecendo. Morria de medo de que você me deixasse, ou até mesmo sugerisse o que eu já havia cogitado. Eu seria incapaz de fazer algo assim, aquele ser que crescia dentro de mim já fazia parte do meu coração, mesmo que ainda fosse apenas uma sementinha perdida na imensidão. No dia que finalmente decidi lhe contar, as minhas pernas estavam trêmulas, as mãos suadas e o coração a mil. Mas tudo mudou quando você me assegurou de que tudo iria acabar bem e que estaria ao meu lado em todas as situações. Naquele momento eu não tive dúvidas de que você era o homem da minha vida. A reação dos meus pais não foi tão boa quanto a sua e eles acabaram por te forçar a casar comigo. Mesmo nos amando aquela não era a hora certa de dar um passo tão grande. Talvez seja isso o que atrapalhou. Nos casamos e continuávamos felizes, você havia conseguido um ótimo emprego e nos dois estávamos de mudança para um ótimo bairro. Aquele foi um tempo otimista. E com a chegada do nosso pequeno tesouro tudo só melhorou, pelo menos em teoria. Não sei ao certo quando aconteceu, mas deixei de te amar, e acho que só sustentei essa relação por tanto tempo por que sabia o quanto você me amava e queria continuar retribuindo esse sentimento. Mas chegou uma hora em que eu me vi perdida, estava sufocada, tão nova e já não vivia mais. Mesmo que eu ame o Alec, nem mesmo ele me faria desistir do que estou prestes a fazer ou melhor do que já fiz. Eu não posso continuar nessa vida, isso não é o que eu escolhi para mim. Ainda sou jovem, vou viver o meu sonho e ser livre. Só te peço duas coisas. Primeiro, não venha atrás de mim, pois não me encontrará. E segundo, cuide do nosso pequeno tesouro, a partir de agora ele passa a ser só seu. Sinto muito por não conseguir ser a esposa que você merece, Steve, e também sinto muito por ter perdido tanto do meu tempo com você. Atenciosamente, Suzana O'Brian. Naquele momento algo se quebrou dentro de Steven, o modo carinhoso como ela iniciou aquela carta e o modo insensível como terminou, haviam iniciado uma tortura que aos poucos quebrava o coração dele. Ela estava jogando fora toda a história de amor deles, estava desistindo de toda a felicidade que eles conquistaram juntos. Steven sentia-se vazio e sozinho, de repente aquele quarto pareceu frio, a casa sombria e a vida pior. A primeira reação que teve foi caminhar até o guarda-roupas e abrir na parte onde ficavam as coisas dela, ele ainda não acreditava que aquilo era real, achava que seria só uma pegadinha. Quando abriu o guarda-roupas e constatou que ele estava vazio, os olhos encheram de lágrimas e o peito se apertou. Ele voltou para a cama e sentou-se nela, leu e releu novamente a carta, procurando qualquer sinal que fizesse com que ele tivesse esperança, mas não havia nada. O modo como ela assinou o final da carta, usando o seu nome de solteira, o machucou ainda mais. Ele não sabia que alguém era capaz de ser destruído apenas com palavras, era difícil pensar em continuar a viver quando a razão da vida dele havia ido embora. Com ela, ele havia aprendido o real significado de amar e de viver. Sem ela, tudo aquilo teve um fim. Lembrou-se do filho, que dormia serenamente no quarto ao lado e se desesperou mais ainda, como cuidaria daquele ser inocente? Como explicaria o por que da mãe nunca voltar para casa? Ele se sentiu totalmente perdido, tinha medo de não conseguir ser um bom pai, trabalhava demais e quase não tinha tempo para ficar com o pequeno. Ele sabia que daquele momento em diante precisaria mudar e ser uma pessoa melhor para poder criar o filho. Mesmo com o coração quebrado, uma coisa não havia mudado, ele ainda amava Suzana e talvez isso nunca mudasse. Aquela carta não o havia convencido e ele prometeu a si mesmo que só deixaria de procurá-la quando ouvisse da sua boca que não o amava mais. Carlie 05 de fevereiro de 2013. Várias pessoas se moviam pelo salão da boate, o som alto fazia com que elas tivessem que gritar para que outras as ouvissem. Carlie estava sentada em um canto do bar, olhando para as mãos de maneira desconfortável. Não se sentia bem naquele lugar, não sabia bem o porquê de ter aceitado ir para lá. Ela sentia uma vontade quase que incontrolável de levantar daquela cadeira e correr para fora da boate, Carther estava em um canto, juntamente com dois amigos. Eles conversavam e riam, às vezes Carlie pegava o olhar de um deles sobre si, isso acabava a deixando ainda mais incomodada. Namorava com Carther já fazia um ano, ela gostava dele, mesmo ele sendo um i****a maior parte do tempo. Havia algumas horas em que ele conseguia ser alguém legal, e esse era um dos motivos que fazia com que ela ainda estivesse com ele. O outro motivo era o seu pai, ele praticamente a havia forçado a namorar com ele, seria bom para os negócios. Bom para os negócios. Ela não fazia ideia de quantas vezes essa maldita frase havia influenciado a sua vida, mas sabia que eram muitas. O pai parecia simplesmente só saber essa frase quando se tratava de algo relacionado a filha, se ela quisesse sair para algum lugar ele precisava checar se seria bom para a imagem dele, ela o fazer. Carlie bebeu um pouco do drink que estava a sua frente, estava apenas enrolando Carther, ele exigia que ela bebesse quando saíam. Dizia que assim ela se tornava menos chata. - Vamos dançar. - Ela ouviu a voz do namorado e sentiu as mãos dele sobre a sua cintura, um arrepio percorreu o seu corpo, mas não era um arrepio bom. Carlie se levantou, sabia que se não o fizesse ele a forçaria a levantar de qualquer modo. Então apenas aceitava, e fingia estar bem com aquilo. Mas é claro que não estava, ela odiava o modo promíscuo como ele a fazia dançar, aquilo certamente insinuava o que ele queria fazer com ela e ela sempre adiava. Ela sabia que uma hora ou outra teria que perder a virgindade, mas sabia que ele não era o cara certo para isso. Precisava criar coragem e terminar com ele, ir contra os pais e sair daquela casa, mas certamente não o faria. Era covarde demais para aquilo, era medrosa demais para enfrentar os pais. O toque sensual da música invadiu os ouvidos de Carlie, ela deixou o corpo ser levado pelo de Carther, estava sem vontade nenhuma de dançar, mas é claro que não deixaria que ele soubesse disso. Por cima do ombro dele, ela pode ver o olhar de um dos seus amigos, toda a malícia que havia nele, fez ela sentir grande repulsa. - Sorria, quero um maldito sorriso nessa sua cara. - Carther falou e a apertou na cintura, apertou de um modo que a machucou, ela sabia que aquilo ficaria roxo. Ele estava muito bêbado, e talvez até um pouco drogado. Ela odiava quando ele estava daquele modo, sentia medo do que ele seria capaz de fazer. Faziam 6 meses que ele começou a usar drogas, primeiramente usava apenas o inofensivo êxtase, depois um pouco de cocaína e maconha. Agora ele usava Heroína, usava quase todos os dias. A forçava ficar no quarto enquanto injetava a droga em sua veia. Ela via o modo como ele ficava quando a droga invadia o seu corpo, ela via o modo como o corpo dele relaxava e em seguida voltava a ficar tenso novamente. O modo como ele levantava da cama, atordoado, ainda mais agressivo. - Você não está se mexendo o suficiente. - Ele falou forçando a cintura dela. Carlie sequer abria a boca, tentando controlar as lágrimas que invadiam os seus olhos, não queria continuar ali. Não queria continuar com ele, não queria ter que aceitar os olhares de todos aqueles idiotas sobre si. Quando a música acabou ela pode relaxar o corpo, Carther apenas a segurou pela mão e deixou ela de volta no balcão do bar, indo de encontro com seus amigos. Ela respirou fundo enquanto observava ele se afastar para o corredor onde ficavam os banheiros da boate. Sabia exatamente o que ele faria naquele momento, sentiu a repulsa invadir seu corpo, ela o odiava. Odiava o rumo que a sua vida estava seguindo e odiava acima de tudo ter que suportá-lo. Pela terceira vez no dia ela desejou ser uma das amigas, queria ter pais compreensivos como os de Malu ou ser tão independente quanto Karen. Queria tanto apenas estar ao lado delas e pode lhes contar o que estava acontecendo, mas também não tinha coragem para fazer isso. Não queria que elas soubessem o que estava passando, não queria que elas sentissem pena dela. Carlie levantou do banco em que estava e ajeitou o vestido azul, iria embora daquele lugar imediatamente. Deixou uma nota de 50 dólares sobre o balcão e começou a caminhar em direção à saída da boate. Bateu em algumas pessoas pelo caninho, empurrando-as para que pudesse chegar até a porta da boate. Quando finalmente saiu ela conseguiu respirar, puxou o ar puro e úmido da noite com força, enchendo os pulmões. Abriu o aplicativo em seu celular e pediu um táxi, demoraria cerca de meia hora até que ele finalmente chegasse. - Carlie. - Ela ouviu a voz de Carther atrás de si e fechou os olhos com força, todos os músculos de seu corpo ficaram rígidos. Ela se manteve olhando para a rua deserta a sua frente. - Você não me ouviu te chamar? Para onde está indo? - Ele segurou o braço dela com uma força desnecessária e a virou de modo brusco. Ela pode ver o sorriso nos lábios dos dois amigos dele, que estavam logo atrás. Precisou respirar fundo para tentar controlar o nervosismo evidente em sua voz. - Estava indo para casa. - Ela falou com a voz um pouco trêmula. - Eu não me lembro de ter deixado você sair do bar. - Ele sorriu de modo presunçoso. - Meu pai me ligou e... - Mentira! - Ele gritou dessa vez, fazendo com que ela o olhasse de modo assustado. - Sua v***a, i****a e mentirosa. - Ela pode ver a raiva estampada em seu olhar, aquilo fez ela sentir medo. O aperto da mão dele sobre o seu braço estava ainda mais forte. - Você está me machucando, Carther. - As lágrimas queriam escorrer pelo rosto dela. - Eu estou te machucando? - Ele gargalhou. - Eu ainda não estou te machucando, querida. - Ele puxou o corpo dela contra o seu. - Por favor, Car. - Ela suplicou. - Me deixe ir. - Te levarei para um lugar muito mais divertido. - Ele sorriu de lado. Ele começou a puxá-la, para um beco que havia do lado da boate, ela percebendo o que ele faria começou a se debater e gritar. Carther rapidamente levou uma das mãos até a boca dela, e rodeou o braço pela cintura dela, mantendo um maior controle sobre o seu corpo. - Vocês dois, fiquem de olho para que ninguém nos interrompa. - Ele falou ainda com a mão sobre a boca dela. Ela tentava falar e se debatia enquanto era arrastada para dentro do beco, mas sabia que era inútil. O som alto da boate iria sobressair sobre qualquer grito que ela desse. Ela olhou para ele com a súplica evidente em seu olhar, mas no olhar dele só havia ódio. Ela nunca havia o visto daquela forma. Ele retirou a mão da boca dela e jogou na parede suja do beco, levando uma das mãos até a barra do vestido justo dela e o erguendo até a cintura. - Car, por favor. - Ela chorou sabendo o que iria acontecer. Ele a ignorou, puxou a calcinha dela com força, rasgando-a. Ela não imaginou que poderia sentir tanto medo. - Carther, não. - Ela gritou enquanto ele erguia uma de suas pernas. Ela tentou se debater, tentou empurrá-lo, mas nada adiantava, ele era forte demais. Lágrimas  corriam pelos seus olhos enquanto ele abaixava as calças. Ela bateu várias vezes em seu peito, tentando o afastar. - Um de vocês. - Ele olhou para os dois amigos, que estavam na ponta do beco. - Venha aqui e me ajude. Quero f***r essa v***a do jeito que ela realmente merece. - Falou e rapidamente um deles chegou perto dela, segurando a pelos braços enquanto Carther agarrava as penas dela e começava a penetrá-la. Ela gritou, gritou de dor, gritou por socorro, gritou de desespero. A dor insuportável invadiu o seu ventre, enquanto ainda mais lágrimas escorriam pelos seus olhos. Carther não se importava, ele metia, cada vez mais forte e duro. A machucando ainda mais. - Pare por favor. - Ela gritou. - Você gosta disso, v***a. - Ele encostou a boca no ouvido dela e falou. - Sei que você gosta, por que você estava do lado de fora da boate, sozinha, pedindo para que algum outro macho viesse e te tomasse para ele. - Ele abriu um enorme sorriso. - Mas eu sou o macho que te fodeu primeiro e você nunca será capaz de me esquecer. - Ele falou enquanto dava estocadas duras nela. As lágrimas escorriam sem parar pelo rosto dela, a dor estava quase que insuportável, ela se sentia fraca e sem vida. Ele não sentia a menor dó, ou piedade. Mesmo que ela estivesse ali, chorando e implorando. O olhar dele se mantinha inflexível, raivoso. Ela pode sentir quando ele finalmente se aliviou dentro dela, saindo dela. O amigo dele a segurou por mais alguns instantes, antes de soltá-la e ela atingir o chão, quase que sem vida. Não tinha mais forças para gritar, para tentar se levantar ou se defender deles. A dor em seu ventre era intensa e constante. - Vamos embora. - Carther falou, olhou para o corpo quase sem vida jogado no chão e sorriu. - Deixe-a aí para que outro i****a possa se aliviar. - Deu um chute no meio da barriga dela antes de se afastar. Carlie observou ele sair do beco, antes de finalmente se entregar a dor e ao cansaço e fechar os olhos. Tudo ficou escuro, naquele momento ela desejou estar morta. Mas sabia que não seria tão fácil assim. Se manteve no escuro pelo que pareceram minutos, até que uma voz feminina invadiu os seus ouvidos. - Ela ainda está viva. - A mulher falou. - Chame uma ambulância. Carlie abriu os olhos e piscou algumas vezes, a visão estava embaçado. Tentou falar, mas nada saiu de sua boca. Então apenas fechou os olhos novamente, deixando o escuro a invadir.   Karen 22 de agosto de 2008. Karen puxou a mochila das costas e a despejou em cima do sofá, havia acabado de chegar da escola, não tivera as duas últimas aulas e a mãe de Malu havia dado uma carona a ela. Por isso, ainda eram 10 da manhã e já estava em casa. Ela passou as mãos ligeiramente pelo uniforme amassado, não havia o passado antes de ir para a escola. A mãe estava viajando a trabalho e como geralmente era ela quem a acordava, ela havia se atrasado para a aula. O pai dela ainda deveria estar no trabalho, e por isso que ela resolveu que faria o almoço para ele. Para que os dois não precisassem ir a um restaurante novamente, fazia uma semana que a mãe estava viajando e os dois estavam se virando até bem. Menos na parte da comida, Por que geralmente Karen estava ocupada demais para fazê-la e o pai também. Ela caminhou novamente até a sala e pegou o celular no bolso da frente da mochila. Discou o número do pai e ligou, o celular chamou duas vezes e ela o afastou da orelha para ouvir o barulho de um toque em algum canto da casa. Começou a andar em direção ao toque, parecia vir do quarto dos pais. Quando estava se aproximando da porta do quarto pode ouvir uma voz feminina desconhecida falar. - Você não vai atender? - A voz extremamente melosa perguntou. - É apenas Karen. - A voz do pai surgiu. Imediatamente ela levou as mãos até a boca, deixando o celular cair no chão. - Pode ser importante. - A mulher insistiu. - Esse é o nosso momento, amor. Não vou deixá-la estragá-lo. - Karen sentiu nojo do modo como o pai a chamou de amor, pois era assim que ele costumava a chamar a sua mãe. Uma raiva crescente tomou conta de seu peito, ela juntou toda a coragem que tinha e deu mais dois passos até a porta do quarto dos pais e empurrou a porta. Enquanto a porta se abria lentamente, ela pode confirmar suas suspeitas. Na cama dos pais, estava o pai dela e uma mulher bem mais jovem, entrelaçados debaixo de um lençol branco. Ela sentiu a repulsa tomar conta de seu corpo. O pai se virou e a olhou com surpresa e temor no rosto. - Karen, minha filha. Isso não é nada do que você acha. - Ele falou na maior cara de p*u. Ela não conseguiu ficar ali, apenas apanhou o celular do chão e saiu correndo do corredor, pegou a mochila e foi até o quarto, a esvaziou e colocou algumas roupas. Iria para bem longe daquela casa. Lágrimas invadiam seus olhos sem parar, ela nunca havia sentido tanta raiva do pai como naquele momento. - Filha, deixe eu te explicar. - Ele falou e ela sentiu o ódio crescer em seu leito. - Eu não quero ouvir nada que saia dessa sua boca suja. - Ela cuspiu as palavras sem olhar para o pai. Fechou a mochila e passou por ele, ainda sem olhar para o seu rosto. - Para onde você vai? - Ele perguntou com arrependimento na voz. - Para o mais longe possível de você. - Ela falou e saiu da casa, batendo a porta com força. Assim que seus pés tocaram a calçada, ela pode deixar que as lágrimas escorressem pelos seus olhos. Ela sabia que seria ela a pessoa que deveria contar aquilo à mãe, mas isso não seria nada fácil. Daquele dia em diante, decidiu que nunca mais queria olhar na cara do pai. Não poderia simplesmente aceitar ele ser um traidor, não poderia deixar a mãe passar por aquilo. Nunca mais permitiria que ele a enganasse. Jason 31 de abril de 1993.   A pequena criança olhou para os pais, estava confuso do que realmente estava acontecendo ali. Os pais gritavam coisas grosseiras um para o outro e ele os olhava com lágrimas nos olhos, sabia que eles estavam brigando por causa dele. Isso sempre acontecia, mas não entendia o por que daquilo. - Você não pode simplesmente falar desse modo com ele. - A mãe dele gritou. - Ele não é o meu filho, essa criança que está em sua barriga sim. Mas ele não. - O pai gritou com raiva. - Ele passou a ser o seu filho no momento em que você disse que me aceitava, você aceitou a nós dois e se o estiver recusando agora, estará recusando a mim também. - Ela falou enquanto várias lágrimas corriam pelos seus olhos. - Eu não posso simplesmente aceitar que Jason continue vivendo nesta casa, ele irá atrapalhar a minha campanha. - Ele gritou passando as mãos pelo cabelo. - A única coisa que irá atrapalhar essa porcaria de campanha é a sua arrogância. - A mãe gritou e o pequeno Jason correu para os pés dela, agarrando uma de suas pernas visivelmente assustado. Não entendia nada do que estava se passando ao seu redor. A mãe o pegou no colo e o abraçou com força. - Ele faz parte de mim, se quiser que eu continue vivendo sobre esse teto, terá que aceitar isso. - Ela passou a mão pela cabeça do menino. - Tudo ficará bem, meu amor. - Sussurrou. O pai passou a mão pelos cabelos várias vezes, visivelmente nervoso. Andou de um lado para o outro na sala, pensando no que fazer sobre aquele assunto. - Pois bem, ele fica. Mas nunca o tratarei como alguém de meu sangue. Ele tem as características do pai, não posso aceitar isso. Você sabe muito bem. - Falou e começou a caminhar em direção à porta da enorme sala. A mulher apenas observou o marido sair pela porta, se perguntando como ele havia mudado tanto em 3 anos. Quando o conheceu ele era um homem diferente, aceitou o fato dela estar grávida e quando o pequeno Jason nasceu, o registrou como seu. Mas no último ano, havia mudado de tal modo que rejeitava o menino constantemente e ao saber que ela estava grávida novamente, desta vez de um filho realmente seu, fez com que ele aceitasse ainda menos o menino. Ela deixou as lágrimas caírem e abraçou o menino em seu colo, querendo protegê-lo de todos os males que haviam no mundo. Aquele era o seu pequeno tesouro e ela o protegeria como tal.

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