• Convite.

1076 Words
Era mais um sábado, só que este era diferente, Santino sempre faz as coisas serem diferentes. Myra não sai de perto dele, e nem dos seus presentes. Gosto de ficar observando eles, parecem felizes, não parece que vovô ficou todos esses anos fora, quando ele volta, é a mesma alegria de sempre, mamãe não parece muito animada com ele aqui em casa, sei que ela irá se acostumar, ele é o pai dela, ela tem que deixar o seu orgulho de lado, sei que vovô tem os seus defeitos, e não são poucos, mas todos nós erramos, e talvez Santino também erre. — Minha Jovem Glenna, o que faz neste celular o tempo todo? Não tem uma corda para pular? Na sua época eu já tinha... — Matado dois ursos e quatro panteras- Negras. — Eu e Myra dissemos juntas, vovô e suas mentiras da sua época, ele ainda não percebeu que não acreditamos nesta história? — Eu não ia dizer isso. — Fez uma expressão brava. — ia dizer que na minha época, eu já tinha ganhado uma medalha de ouro na natação... — Sim vô, você também foi o primeiro a pisar na lua, os estudiosos e cientista que nunca descobriram, porque são burros demais para sua tamanha inteligência. — Myra gargalhou alto. Lembro dele ter contado isto para ela, vovô não tinha limites quanto suas histórias malucas. Tinha me concentrado em uma figurinha que Íago tinha mandado, era engraçada. Ele tinha me perguntado pela segunda vez se iria aprender jogar vôlei com ele, não entendo o porquê ele quer que eu aprenda, eu m*l sei fritar um ovo, quem dirá acertar a bola do outro da linha da rede, isso vai dá trabalho e não irei conseguir, será trabalho perdido. — Vô, estava conversando. — Deve ser o Íago. — Myra não consegue ficar calada. — Quem é Íago? — Ele abriu um sorriso de moleque. — Hum, gostaria de falar com ele. — A Glen é apaixonada por ele, vovô. — Myra continuou deitando sua cabeça no ombro dele, algumas vezes eu queria comprar uma fita e colocar na boca desta garota. — Acredita que ele joga vôlei? — Sério? — Ele arregalou os olhos. — A avó de vocês também adorava, teve uma vez que ela quis me ensinar, acabei ficando com um torcicolo h******l, durou três dias. — Seus olhos brilharam. Ri pela forma que ele tocou no pescoço, ele tinha se lembrado acredito. — A avó de vocês, ela era a única que conseguia ganhar o meu recorde. Minha avó, fico triste por não ter lhe conhecido. Vovô fala dela de um jeito tão doce, parece que toda vez, ele viaja no tempo, lembrando dela. Acho que a forma que ele a amou, deixa ela viva sempre acesa em seu coração, queria que eu e o Íago tivéssemos isso... Mas somos apenas irmãos na cabeça dele. Vovô perdeu minha avó quando ainda tinha seus trinta anos, e todos os dias, ele volta no mesmo lugar onde ela foi enterrada e deixa algumas flores brancas no túmulo, parece que senhora Delia, amava flores brancas, inclusive, ela dizia que elas tinham uma beleza única, como a vida. Até hoje, Santino guarda um caderno de poesias, até mesmo diários, que a mesma escreveu, eu queria lê-los quando era menor, porém vovô disse que no tempo certo ele me daria todos eles, acho que era mentira, pois até hoje ele nunca me entregou, talvez não esteja preparado para desapegar dos únicos objetos que lembra a moça. — Bem, voltando ao Íago. — Mudou de assunto. — Quando vou conhecê-lo? — Apressou. Agora pronto, arrumei uma encrenca, pensei em lhe apresentá-lo Íago, mas não agora, ele acabou de chegar, não queria contar do Íago agora. No mesmo instante meu celular vibrou, falando nele... — Oi Íago! — Me levantei nas pontas dos pés, e fui direto para cozinha, não queria que a fofoqueira da Myra ouvisse e nem meu avô. — Oi, lindinha. — Ele sempre me chama assim, e ainda me faz dar pulinhos. — O que foi? — Subo ao balcão, olhando para os armários. — Pensei em assistirmos um filme, essa tarde. O que acha? — Sugeriu. Quando iria responde-lo, vejo dois espiões olhando para mim, Myra e Santino, não é possível que ninguém pode conversar em paz nesta casa! Isso me fez revirar os olhos, o que fez os dois rirem, o áudio estava alto, o que fazia eles ouvirem toda a conversa. — O que me diz, Glen? — Ele perguntou novamente, ao perceber que não tinha o respondido. — Glen, poderia buscar um copo de água para mim? — Vovô falou alto, com certeza Íago escutou. — Quem é? — Ele perguntou do outro lado da chamada, imediatamente. — Er... — Tento dizer, mas faltou as palavras... Só pode. — Tem um homem na sua casa? — Mudou o tom de voz. — Não, tem uma mulher. — Vovô gargalhou ainda mais alto. — VOVÔ! — Alarmei, ficando vermelha. — Deixa eu falar com ele, vai. — Ele puxou o celular das minhas mãos, não consegui impedir. Ele posicionou o celular de cabeça para baixo, encostando no ouvido. — Oi, Íago! Sou Santino, vovô da sua namorada. — Foi aí, aí que senti v*****e de pular de uma ponte, me esconder em um buraco, pegar o primeiro táxis que passasse na minha frente... Apenas para sumir, por um tempo. Parecia que Íago tinha levado na brincadeira, ele riu, ouvi sua risada. — Oi Santino. — Ele continuou, ainda recuperando o fôlego. — Vô, não namoramos. — Cruzei os braços, vendo aquela cena esquisita. — Mas, não era você que tinha uma queda por... — VOVÔ! — o impedir, antes que ele dissesse o que eu não queria. A famosa frase "quem tem limite é município", só pode ter sido escrita por senhor Santino. — Bem, Glenna tá em casa hoje, e eu também... — Enfatizou. — Se quiser vim, seu Íago, pode vim. — Ele continuou com telefone pendurado no pescoço. — Tudo Bem. — Eu sabia que do outro lado, Íago deve estar tendo um ataque de risos. — Vou sim senhor. Pergunte a Glen se pode ser às três. — Ele tá te perguntando se pode ser às três. — Vovô falou baixinho, com o intuito dele não escutar, m*l ele sabia que o telefone estava o tempo todo no alto falante. —Vô, eu ouvi.
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