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Amor de Primo- Pt.2

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drama
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intro-logo
Blurb

Victória buscas forças para continuar sua jornada, mas o sofrimento é grande pela perda de Ash, ela culpa Nigel pelo que aconteceu, foi um castigo por ter se entregado a ele, novamente a separação é inevitável.

Victória vai parar em uma clinica para se recuperar da depressão, e lá conhece o pai de uma das moças que estava internada e um novo amor surge, mas o que ela esperava ser como um amor igual a de Ash, se transforma em um pesadelo."

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Vick volta ao trabalho
Me olho no espelho, meu estomago está revirado, minhas olheiras ainda denunciam meu sofrimento, mas eu preciso retomar meu trabalho e minha vida, tenho certeza de que Ash detestaria em me ver assim e saber que parei minha vida por que ele desapareceu. "Está pronta?", diz Becky aparecendo na porta do meu quarto, ela sorria, mas sabia o quanto estava lutando para me manter em pé. "Eu acho que minha maquiagem não ficou boa!", olhei para ela, "O que você acha?!", virei o rosto em todas as direções para ela ver. "Continua linda!", ela pegou em meu queixo, "Vamos?... Estamos em cima da hora para ir trabalhar". Becky me deixou sozinha, respirei fundo, peguei minha bolsa e dei dois passos na direção da porta, parei, senti uma vontade enorme de chorar, olhei para a minha cama. "Tchau Ash!... Volto de manhã meu amor!", fechei a porta assim que apaguei a luze, Becky apenas balançou a cabeça em reprovação quando me escutou dizer aquilo, mas não falou nada. Descemos as escadas, puxei meu casaco preto sobre o sofá, Becky abriu a porta e me esperou e assim que saí, meu peito doeu, eu queria voltar para dentro e me jogar na cama e dormir e voltar a sonhar com Ash, eu estava pirando e eu sabia disso, por isso precisava me agarrar as minhas forças e seguir em frente, o inverno está chegando, o frio começa a doer os ossos, o vento joga meu cabelo para traz enquanto caminhamos para pegar o ônibus, agora eu vejo o quanto seria bom ter um carro, estaria no ar quente agora e desceria apenas em frente ao hospital, mas não podia reclamar, caminhávamos em silencio, alguns vizinhos antigos passavam por mim e me olhavam, eu não estava preparada para me justificar por que estava de volta ao bairro Tacony Wissinoming, pegamos o ônibus assim que chegamos ao ponto, Becky me pôs sentada na janela e assim que se sentou pegou em minha mão, eu tremia, mas não era de frio, com jeito e sem deixar de segurar sua mão, eu peguei meu lencinho de dentro do bolso casaco e levei aos olhos, era assim minha vida, era por os pés fora de casa e as lágrimas vinham a tona, eu ainda não fiz o que eu tinha vontade, de sair correndo e gritar até não ter mais voz, as pessoas que me conheciam e que eram presentes em minha vida, agora me evitavam, apenas Becky e o Dr. Smith eram presentes e meus tios e meu pai, Taylor me ligou apenas duas vezes e sumiu, mal consegui falar com ele, foi um dia difícil para mim quando me ligou, eu já estava aos prantos. "Eu estou aqui Vick... Vou estar sempre do seu lado no que precisar!", ela sorriu triste, mas demonstrando carinho, balancei a cabeça em agradecimento e voltei a olhar pela janela e ver o caminho que o ônibus fazia, era minha rotina antes de Ash, era minha vida, fechei os olhos e encostei no vidro, foi uma loucura da minha parte em me entregar tão rápido aquele homem dos olhos azuis, de ter me casado com dois meses de namoro e sexo intenso, eu deveria ter apenas curtido, mas ele era perfeito, alegre, amoroso, lindo e gostoso, sempre estava a minha espera, sempre com seu melhor sorriso, esperávamos ansiosos por minhas férias para viajar e ir para uma praia no México ou Brasil, eu fazia um esforço enorme para não me lembrar do rosto de Ash ou de alguma coisa importante que vivemos, eu cheguei tão perto de realizar o desejo de Ash, de ter um bebê, mas espero que os dois estejam juntos agora, que ele possa estar confortando nosso filhinho, eu não fui forte o bastante para pensar nele e segurá-lo no meu ventre. "Chegamos!", disse Becky me tirando do meu transe. "Foi rápido!", disse me levantando e indo para frente para descer. Caminhamos um pouco, novamente em silencio, acho que Becky estava muito preocupada em me ver trabalhar novamente, entramos pela recepção e seguimos para o vestiário, vi uma das recepcionistas se levantando e me olhando de boca aberta, surpresa em me ver tão cedo por lá, não parei para conversar e nem cumprimentar, eu queria ser invisível nessas horas. Parei diante do meu armário, respirei fundo e abri, na porta por dentro um monte de fotos minhas com Ash e nossos amigos e nos lugares que fomos, fiquei paralisada olhando, parecia tudo tão irreal o que estava vivendo, uma foto num canto me chamou a atenção, era de Nigel e eu quando crianças, peguei a foto e olhei bem para ela, como era bom a nossa inocência, virar adulto é tão complicado e dolorido, eu agora entendo aquele homem que perdeu a esposa, ele precisava culpar alguém, sua dor não cabia mais dentro do peito, ele queria justiça; devolvi a foto para o lugar; eu estava como aquele homem, eu queria invadir qualquer lugar que fosse e arrumar um culpado e matá-lo. "Victória!... Boa noite!". Olhei para a mulher que me cumprimentava, a Dra. Shiffer me olhava, a psicóloga do hospital, sempre que um funcionário voltava depois de um grande trauma ou perda, ela vinha dar as boas vindas, ela sorria amável, e eu começava a odiar pessoas que tentavam me tratar como se eu fosse uma doente ou ter pena de mim, não disse nada, e continuei a tirar minha roupa, eu sei que estava muito magra, magra o suficiente para deixar as pessoas completamente chocadas, minhas costelas apareciam, minha barriga estava funda e meu quadril completamente aparecendo os ossos, até minha bunda que era grande tinha sumido, eu olhei de relance, a Dra.Shiffer estava horrorizada, tentei vestir o mais rápido possível minha roupa, Becky estava ao meu lado e olhava para nós duas. "Victória!... Precisamos conversar!", disse a médica. "E eu preciso trabalhar!", disse pegando meu tênis branco do armário e fechando com força o meu armário, me virei para ela, "Eu sei o que está pensando... Que não sou apta para voltar a trabalhar e cuidar de doentes... Que preciso me recuperar e engordar!". Dra. Shiffer sorriu amável e veio até mim, "Victória... Sabe que é a política do hospital saber se um funcionário está ou não apto a voltar a trabalhar". "Mas eu não quero conversar!... Eu não posso ainda!", disse, me sentei e coloquei o tênis no pé e saí deixando as duas sozinhas no vestiário. Becky veio a traz de mim e segurou no meu braço, "Você precisa conversar com ela, ou vai perder o dia e vai ter que voltar para casa... Você assinou um documento que aceitava isso!". "Eu aceito esse termo, mas não agora!", disse, parei no elevador e apertei o botão para subir, Becky já sabia o que eu ia fazer, me deu um beijo no rosto e seguiu para a emergência, eu subi para falar com o Dr. Smith. Fui recebida com um abraço caloroso e apertado, Smith me colocou sentada e a porta se abriu novamente, Dra. Shiffer entrou e se sentou ao meu lado, parecia tudo combinado entre os dois, ela tentou da maneira dela, mas Dr. Smith sabia que eu iria me esquivar, ele me conhecia o suficiente, ele começou o seu discurso como diretor, parecia que eu estava ali por que fui chamada e não por que éramos amigos e eu entendi, ele não dava a liberdade que dava a mim, fiquei grata por seu carinho e respeito por mim, discutimos sobre o termo, eu não me recusava a conversar, mas não estava preparada para isso ainda, queria um tempo, mas não teve jeito, acabei sendo superficial nas minhas respostas, até seca demais com a Dra. Shiffer, acho que foi a primeira vez que me viram tão seca e evasiva, ela queria me tirar dos trabalhos, mas eu não podia ficar mais em casa e o DR. Smith também sabia disso, era meu refugio aquilo tudo, eu precisava retomar a minha rotina e ele sabia que eu era capaz de superar, depois de muita discussão entre os dois médicos, eu fui liberada par voltar ao trabalho, mas com a supervisão de um outro médico e escolheram Zack justamente por ser o mais próximo, o chamaram, ficamos todos em silencio, em nenhum momento, chorei ou demonstrei tristeza e desgaste, sei que meus olhos me denunciavam minha depressão. Zack entrou assim que a secretária abriu a porta para ele, quando me viu abriu um largo sorriso, eu me levantei e o abracei com força. "Que bom ver você de volta!", disse ele pegando no meu rosto e beijando minha testa. "Estou feliz em ver você novamente!", sorri grata. "Dr. Zack!... Eu chamei o Senhor aqui para pedir que supervisione o trabalho de Vick até ela se sentir segura para conversar com a Dra. Shiffer!". Ele sorriu e me puxou para ficar ao seu lado! "mas é claro!", ele me olhou, "Eu vou cuidar bem desta menina!". Todos sorriram contentes, menos a psicóloga, por ela me afastaria, e só voltaria depois de um bom tratamento psicológico e psiquiátrico, com remédios e terapia. Eu sabia que precisava, mas também precisava dos meus amigos e do meu trabalho para me sentir útil, tinha todas as condições de sair desta tristeza. Zack e eu descemos para a emergência, levei um susto quando vi uma pequena faixa sobre o balcão de enfermagem me dando boas vindas e toda a equipe parada para me dar um abraço, eu me senti imensamente amada, meu coração se aqueceu, abracei todos coletivamente, chorei pelo carinho e amor de todos, até a Dra. Alida estava no meio, Dr. Cross e Zack a traz de mim, agora meu supervisor, mas eu sabia que não seria só ele que ficaria no meu pé, depois dos abraços eu fui ajudar o Dr. Zack atender um paciente com um corte profundo no braço, e com escoriações, tinha sido atropelado o pobre, me concentrei no paciente, eu tinha que me desligar da minha dor e da minha vida lá fora, teria tempo suficiente para esquecer quando saísse de lá, agora aqueles pacientes precisavam de mim e da minha competência. O meu primeiro dia foi tranquilo e a emergência recebeu casos amenos, pneumonia, atropelamento sem gravidade, gripe forte, dor de barriga, etc. Eu e Becky voltamos para casa, novamente em silencio e eu desligada do mundo, fechei meus olhos e relembrei um pedacinho do meu passado, quando Ash e eu ficamos praticamente jogados na piscina e na espreguiçadeira e suas confissões que me deixavam alegres por eu estar proporcionando isso a ele. Ash me da à mão deitado ao meu lado aproveitando o sol, seu óculos escuros o deixa mais gato ainda, os cabelos úmidos e jogados para traz deixava seu rosto em evidencia, ele tinha um leve sorriso no rosto, ele estava literalmente feliz. "Sabe!" começa ele levando o braço livre para traz da cabeça dando sustentação, "Desde que construí esta casa... Eu não aproveitei essa piscina como agora!", Ele me olhou sorrindo, "Só você mesmo para me fazer aproveitar de tudo isso e de me fazer conhecer coisas novas, como viajar até a praia e ficar jogado na areia!". "Eu quero ver você feliz e descansado Ash!... é isso que tenho que proporcionar a você... Não aborrecimentos!", eu pisquei e dei risada quando ele fez uma cara de que eu às vezes o deixava muito preocupado. "Meu anjo!... Você é mais que especial!". "Ash!", E senti o solavanco do ônibus, eu estava cochilando e relembrando, caí num choro avassalador ali mesmo, não consegui deter minhas lágrimas, era dor demais para segurar, cada vez que ele me chamava de anjo em meus sonhos ou nas minhas lembras eu caia no choro, agora quem era anjo era ele e é muito difícil de aceitar essa perda, Becky me puxou para me acalentar, sabia que as pessoas nos olhavam, mas eu precisava chorar, e foi um choro diferente desta vez, foi para aliviar a pressão do meu coração, Becky me deixou chorar, o lencinho já não segurava minhas lágrimas mais, estava encharcado quando chegamos em casa, não comi nada e me arrastei para a cama e deitei de roupa e tudo, Becky me deu um calmante, eu o parti e tomei só metade, parei de chorar só quando dormi e mesmo assim deixei meu travesseiro molhado. Sonhei com ele mais uma vez, ele estava cravado na minha memória, desta vez dançando com ele na festa de Chris, sua mão em volta da minha cintura, parecíamos flutuar, meus pés não tocavam o chão, apenas nos olhávamos, aquele dia não disse nada, só tinha os olhos marejados e o amor que transbordava de seus olhos, eu senti que logo esses sonhos iriam diminuir e eu teria que me despedir dele de uma vez por todas e deixa-lo seguir seu caminho, mas eu não estava pronta ainda para deixa-lo ir, ele me deu um beijo, um beijo apaixonado e eu acordei, olhei no relógio e já eram mais de 15h, me arrastei para fora da cama, estava me sentindo mais do que deprimida, mas eu precisava me alimentar e cuidar de mim, afinal de contas, eu estava viva tinha uma vida pela frente, depois de um banho gostoso, eu desci sem secar os cabelos, isso ainda era uma coisa que me deixava muito mal, Ash adorava secar meus cabelos e as vezes eu o via a traz de mim sorrindo e me olhando no espelho enquanto o secador balançava meus cabelos e seus dedos corriam por eles. "Acordou cedo, achei que iria até a noite!", disse Becky se levantando e indo até a cozinha, "Fiz um cozido de legumes com uns pedaços de carne". Ela nem perguntou se eu queria, fez meu prato e empurrou para mim sobre o balcão, ela sabia que eu amava seu cozido e ainda mais quando se tinha aboboras, e ela colocou bastante no meu prato, olhei sem vontade, mas comi assim mesmo, depois veio as vitaminas que não tomei durante a manhã, tinha me esquecido de pegar e colocar na bolsa, Becky agora parecia a minha mãe, não me deixava sair da mesa enquanto não terminasse a comida, mesmo se eu tivesse que sair para vomitar, eu tinha que comer tudo. "Estava uma delicia Becky!... Obrigada!", disse tentando dar um sorriso. "Eu sabia que iria gostar!... quer mais!?", ela conhecia a resposta, mesmo assim sempre perguntava, chacoalhei a cabeça em negativa, estava difícil de segurar tudo no estomago e ainda tinha que tomar água para tomar as vitaminas, mas deixei sobre o balcão e saí mesmo sobre protesto de minha amiga, me sentei na minha cadeirinha habitual no meu deck apertado, o gato do meu vizinho estava se exercitando, sorri, ele era um gato, pena que casado, ele me viu, e acenou com a mão. "Fazendo uma vizita para os pobres?", disse ele se apoiando na grade e relaxando aquele peito nu. "Não!... Eu voltei!", disse esboçando um sorriso triste, torci a boca e dei de ombros quando ele me olhou surpreso. "Se separou tão rápido assim Victória?". "Foi por força maior Bernardo!", baixei a cabeça, e depois o olhei novamente, "Terroristas mataram o meu marido e muito mais gente no dia 11 de setembro!". Essa data eu nunca mais esqueceria, ficaria marcado na minha memória para o resto da vida, não só em mim, mas para milhares de pessoas e o mundo, Bernardo engoliu em seco e baixou a cabeça, "Sinto muito Victória, seu marido era uma ótima pessoa... Tive oportunidade de conversar com ele quando morava aí!". "Ele era uma pessoa especial!", sorri, pela primeira vez consegui contar a alguém o que aconteceu, Sheila saiu no quintal para ver com quem seu marido conversava, ela era uma pessoa ciumenta e me odiava, mas depois que me casei isso mudou, ela me olhou, ele contou a ela o que aconteceu comigo e pela primeira vez vi a compaixão em seus olhos, juro que se ela pulasse aquele cercado e me desse um abraço, eu não iria recusar, minhas lágrimas vieram a tona eu enfiei a cabeça entre as mão e voltei a chorar, não deu dois minutos Becky estava acariciando minhas costas e com um copo de água e minhas vitaminas e a outra metade do calmante eu a olhei, meu rosto banhado de lágrimas. "Eu não aguento mais!... Eu não quero me afundar em calmantes... Eu quero viver, mas essa dor que me esmaga a cada dia!", voltei a chorar e não tomei o calmante, apenas as vitaminas, eu precisava ser forte. Acabei entrando sem me despedir dos meus vizinhos, Becky nem me viu sair de casa, eu ganhei as ruas e andei até o canal Delaware que separa a Pensilvânia de Nova Jersey, entrei na rua deserta, onde existe uma transportadora, sei que era muito perigoso ali, mas de alguma forma estava procurando um perigo, sabia me defender de um ataque, mas o ataque que eu iria provocar era para a morte mesmo, estava cansada e queria desistir da minha vida, eu não era forte como achei, eu não queria ver as pessoas com dó de mim, eu queria que agissem normalmente, andei pelo canal e me sentei em uma pedra e deixei a emoção gritar por mim, me balancei e me abracei e chamei por Ash, eu pedia para ele me levar com ele, eu precisava dele desesperadamente. Eu devo ter ficado por mais de 4h sentada chorando, a noite começou a cair e eu não queria voltar para a casa, eu estava tão perdida e não imaginava que tinha deixado todos loucos a minha procura, não levei celular comigo, o frio começou a apertar, eu tremia sem parar, meus ossos doíam, mas não queria voltar para casa. "Vick!", escuto uma voz conhecida me chamando bem ao meu lado. Virei rápido e assustada, Taylor estava sentado ao meu lado com um graveto na mão e uma lanterna, ele suspirou e me olhou, "Vai ficar aqui a noite inteira?". Eu voltei a chorar e caí em seu colo e o apertei nos meu braços e enterrei o meu rosto em seu pescoço e chorei copiosamente, eu estava perdida, "Eu quero morrer!... Pela primeira vez na minha vida... Eu quero morrer!". Disse o apertando em desespero, "Eu perdi as duas coisas mais importantes na minha vida... e eu não tenho mais o pedacinho de Ash dentro de mim!". "Shhhhhhhhhh! Não diga bobagens, Ash não iria gostar de saber que você desistiu de viver!", ele acariciava meus cabelos, "Quando Ash perdeu a esposa!... Para ele foi duro, ela estava bem, curada do Câncer e dois meses depois a encontrou morta na cozinha... Mesmo assim ele se ergueu e continuou a luta e a trabalhar... Tinha dias que eu achava que iria surtar, ele guardava tudo para ele, mas conseguiu sair desta e quando me contou que se sentia livre para amar novamente e procurar alguém... Ele encontra você!... que o encheu de sonhos e o fez sorrir novamente... Nunca vi Ash tão feliz quando vocês se casaram!". Ele fungou e me manteve junto ao seu peito. "Eu não sei como lidar mais com essa dor!", disse. "Faça como ele!... De um passo de cada vez e evite se desesperar... Um dia vai encontrar alguém que te faça abrir o coração de novo!". "Eu não quero mais ninguém!... Ser adulta dói demais!", disse tirando o rosto de seu peito e o olhando, Taylor acarinhava meus cabelos e sorria terno, mas as lágrimas corriam como as minhas, sem esforço, ele estava sendo ele mesmo ali, "Por que temos que crescer e passar por tudo isso?". "É a lei da vida Vick!... É com o sofrimento que crescemos!". Sorri, ele era sábio também e sabia confortar uma pessoa que também perdeu seu grande amor e ele também estava fazendo um esforço enorme para se manter forte por causa de Naomie. "Somos duas pessoas sem sorte no amor!", disse o encarando, "Eu amei meu primo e não pude ficar com ele por termos o mesmo sangue, depois veio Rômulo, quando nos despedimos no aeroporto, eu passei uma semana muito mal, o amei muito também... E agora... Que achei que tinha encontrado minha cara metade... Ele morre!". Voltei a chorar e enterrar o rosto em seu peito, "quando isso vai parar?". "Eu não sei Vick!... Eu não sei!... Mas temos que ter força de vontade!", ele me puxou, "Pare de chorar e vamos dar uma voltar por aí!". Me levantei e me agarrei a sua cintura, me sentia fraca e tonta, ele me levou para fora daquele lugar, seu carro estava estacionado na rua em que entrei, ele abriu a porta e deu a volta no carro e entrou, pegou o celular e ligou para Becky informando de que tinha me achado e que estava me levando para dar uma volta e conversar um pouco. Taylor seguiu pela avenida Delaware, não parecia ter pressa e foi calmamente até chegarmos no café Maggie's Waterfront, um lugar magnífico e delicioso, fazem um hambúrguer de dar água na boca, mesmos sendo segunda-feira o local estava cheio, estacionou e descemos, parou a traz do seu carro e abriu o porta malas e pegou um casaco que era de Naomie e me entregou, eu o vesti sem reclamar, estava com frio e tinha saído praticamente usando uma malha fina e calça de moletom, as pessoas me olharam quando entrei, Taylor me abraçou sentindo meu constrangimento, eu deveria estar horrível, ainda mais magra e usando um casaco que não combinava com a minha calça de moletom, procurei uma mesa bem longe de tudo e de todos, eu queria me esconder, Taylor sentou ao meu lado, ele não queria me deixar sozinha, passou o braço pelo meus ombros e me juntou nele e acariciou meus cabelos. "Eu tenho que te agradecer quando cuidou de mim quando Naomie foi embora, mas eu sei que a dor que está sentindo é totalmente diferente da minha, mas eu sei que um dia isso vai passar!". "Ash podia ter uma morte mais bonita, dormindo... O que essas pessoas fizeram foi desumano e covarde!". "Era para ter morrido junto com ele Vick!... Mas ele insistiu para eu voltar para a obra, um carregamento das portas e janelas ira chegar e eu precisava estar lá para cuidar de tudo, eu estava praticamente a cinco quadras quando tudo aconteceu... Eu vi o segundo avião bater", Taylor chora comigo, "Você não tem ideia do desespero de todos. "Em que torre ele estava?". "Na primeira que o avião bateu... Não sei o andar, mas o celular dele caiu na caixa postal direto!". O garçom estava ao nosso lado ouvindo a nossa conversa, ele queria tirar o pedido, mas ficou triste por nós dois, dava para ver em seu rosto, eu o olhei e desgrudei de Taylor, sequei o rosto e ele também, pegou o cardápio e pediu dois x-burguês para nós dois com direito a batata frita e molho barbecue, o cheiro da comida me deu certa fome, poderia ser pelas vitaminas que tomei, e o abridor de apetites que Dr. Smith me receitou. Resolvemos mudar de assunto, o seguro estava para pagar e a empresa também vinha dando lucro mesmo depois da morte de Ash, estavam só esperando a confirmação pela policia de Nova York, era muito difícil trabalhar no local, mas estavam a todo o vapor, eu seria chamada para ir reconhecer seus pertences e Taylor se ofereceu a ir comigo no dia. "Obrigada!...Vou precisar de você por perto!", disse o olhando. "Você é tão linda Vick!... Mas chorando não fica nada legal!", ele sorriu triste, acariciando meus cabelos e meu rosto. "Você também não fica nada bem chorando!", sorri, ele riu concordando. Taylor estava tão mal quanto eu, abatido, mas firme, eu era a esposa e tinha todo o direito de me acabar chorando, uma vez uma senhora no ônibus começou a conversar e uma das coisas que me disse é que tinha um ano para chorar a morte de seu marido, ninguém poderia tirar isso dela, depois sim, ela teria que se recuperar e seguir em frente e esperar o seu dia de partir, eu tive que dar razão a ela, eu tinha um ano para chorar a morte de meu marido, depois eu veria o que fazer. "O que pensa em fazer Vick?". Aquela pergunta me pegou de surpresa, o olhei, "Eu ainda não sei!". "Por que não pega esse dinheiro do seguro e vai para a universidade?... Ash ficaria muito feliz em saber que você conseguiu realizar esse sonho!". Fiquei calada analisando a possibilidade, olhei pela janela e fiquei olhando o tempo, os hambúrgueres chegaram, o cheiro me vez atacar a batatinha frita e enfiei na boca várias, Taylor riu e beijou o topo da minha cabeça, acho que eu precisava disso, escutar Taylor contar, saber de sua boca o que eu não sabia e evitava saber, ele estava sendo um cunhado maravilhoso e eu gostava muito dele, comemos com vontade e ficamos ali tomando um shop e vendo o tempo passar, eu aproveitei aquele corpo para me recostar e sentir a segurança que sentia com Ash, ele ficou comigo ali abraçado a mim, sem dizer nada apenas nos acostumando com a ideia de não termos mais Ash por perto, sair e conversar e brincar e amar. Depois que me senti exausta, me levou para casa, mesmo assim ficou conosco por um tempo, me pôs na cama e só saiu de lá depois que eu dormi, contei a ele que sonhava todas as noites com Ash, mas essa manhã a gente ficou em silencio, ele não dizia nada, apenas seus olhos me diziam que me amava muito, ele insistiu em dar as roupas de Ash que estavam no subsolo da minha casa, duas malas cheias e o terno azul marinho no meu guarda roupa, eu não estava pronta para isso, ele suspirou e não disse mais nada, apenas ficou acariciando meus cabelos. Estávamos no final praticamente de novembro, dentro de 15 dias faria aniversário, eu e Ash estávamos programando minhas férias e nossa lua de mel, dizia que seria surpresa e eu iria amar o local, agora eu teria as férias e estava programando para ir a Nova York e passar meu aniversário o mais próximo de Ash, não queria ir para outro lugar se não tê-lo perto de mim.

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