Capítulo 4

2251 Words
      Estavam na sala Paloma, Emma e Lexie deitada nos braços da mãe esperando David terminar de examinar a mulher que Emma trouxe para casa. Desde que chegaram Lexie não desgrudou da mãe, a pequena ficou assustada com o estado em que encontraram a mulher. Por conta disso Emma pediu a Granny que acompanhasse o médico até o quarto, já que sua pequena não queria desgrudar dela. - Você vai informar ao xerife que encontrou essa mulher? – Perguntou Paloma. - Não sei, e se quem fez isso com ela ainda esteja por ai? Acho melhor esperar ela acordar e depois resolvemos isso. – Disse Emma que fazia carinho nos cabelos da filha. - Ela vai ficar boa, mamãe? – Perguntou a garotinha que estava adorando os carinhos recebidos pela mãe. - O tio David está cuidando dela meu amor. Só ele poderá dizer. – sorriu Emma. Nessa hora David entra na sala chamando a atenção de todos. - Meu amor, vai com a tia Paloma tomar banho e comer alguma coisa. – Pediu Emma. - Não mamãe, quero ficar com você. – Pediu Lexie abraçando o pescoço de Emma. - Eu preciso falar com o David. Prometo que depois vou a seu quarto e conto uma história para você dormir. – Prometeu recebendo sorrisos de Lexie e Paloma. As duas se retiraram e Emma indicou o lugar onde David sentasse e sentou na poltrona a sua frente. - Então David, como ela está? – Perguntou Emma. - Nada bem Emma. Ela está muito machucada e tem um corte profundo na cabeça. O ideal seria leva-la ao hospital, mas como fica na outra cidade ela pode não resistir. – informou o médico. - E o que você sugere? - Bem, comecei com os medicamentos e Granny ficou limpando os ferimentos com ajuda da Belle. Temos que cuidar dela aqui mesmo e torcer para que ela reaja aos remédios. – fez uma pausa. – É o melhor que podemos fazer Emma. – Terminou ele. - Ok! Muito obrigada por vir. – disse Emma. - Sempre que precisar minha amiga. – Disse ele levantando. - Vou pedir para o Robin lhe acompanhar até o povoado. – indagou Emma. - Não precisa Emma. - Faço questão. – sorriu à loira. - Qualquer coisa é só chamar.     Emma acompanhou David até a porta, após o carro sair da fazenda a loira avistou Daniel conversando com Lily e o chamou. - Colter, como está o Angus? – Perguntou com a frieza de sempre. - Foi medicado como à senhora mandou, mas ainda está fraco, patroa. – Disse o rapaz. - Ótimo, fique de olho nele e qualquer alteração venha me chamar imediatamente. – deu a ordem e se virou para entrar, mas parou quando sentiu seu braço ser seguro. - Se precisar de algo... – sorriu Lily maliciosamente ainda com a mão no braço da loira. – estou a sua disposição patroa.     Emma olhou para seu braço onde a mão da criada estava e olhou para ela com cara de poucos amigos. Lily, percebendo que o gesto não agradou a patroa, soltou Emma lentamente. - Preciso... – olhou para a garota que tinha um sorriso nos lábios. – preciso que se ponha no seu lugar e não volte a me tocar sem permissão. – Disse Emma e entrou na casa grande. Lily ficou olhando sem graça para porta e só desviou o olhar quando ouviu a voz de Daniel. - Até quando vai ficar correndo atrás dela e sendo tratada como um nada? – Perguntou Daniel incomodado com a forma que Lily foi tratada. - Não é da sua conta. E isso vai mudar, escuta o que eu estou dizendo, Emma Swan ainda será minha. – Respondeu a garota e saiu soltando fogo pelas ventas.   [...]       Emma estava no quarto de Lexie lendo uma história para a garotinha. A menina estava deitada no peito da mãe com seus bracinhos em volta do corpo de Emma. Desde a morte de Ruby que Emma não colocava a filha para dormir e agora ela se deu conta de como era prazeroso Fazer isso, sentir aqueles bracinhos lhe apertando, as batidas do coração da filha no mesmo ritmo que o seu, a respiração lenta que a pequena possuía quando adormecia como agora.     Emma pôs o livro no criado mudo e abraçou sua pequena adormecida, se permitindo sentir o cheiro dos cabelos dourados. - Você me deu o maior presente que alguém pode querer meu amor. – Disse olhando para foto de sua morena que Lexie tinha em sua mesinha. – Ela tem esse seu lido sorriso sabia? E também tem seu cheiro. – disse cheirando mais uma vez os cabelos de Lexie. – Ela me lembra tanto você minha Ruby, não sei como fui capaz de me afastar dela como estava fazendo. – disse essa ultima frase com os olhas fechados, tentando conter as lágrimas que queriam descer ao lembrar-se de sua esposa.     Após ficar algumas horas abraçada a sua filha, Emma resolveu ir para seu quarto. Emma acomodou sua filha na cama, puxou a coberta até a altura do pescoço e deixou um suave beijo nas mexas douradas de Lexie. - Durma bem meu amor. – disse e saiu.     Quando já estava no corredor encontrou Belle que estava saindo às pressas do quarto onde a forasteira estava. Ao avistar Swan parou e ficou encarando a patroa com os olhas arregalados. - O que foi garota? Ta vendo algum fantasma? – Perguntou Emma. - Não patroa. - Então porque está aí parada como se estivesse vendo assombração? – Perguntou a loira sem paciência. - Granny pediu para pegar água limpa. – falou a garota tremula como sempre ficava na presença de Emma. - Então vai logo criatura! – ordenou Swan e Belle saiu correndo.     Emma entrou no quarto e Granny estava ao lado da desconhecida pondo uma toalha na testa da mulher que não parava de tremer. - O que aconteceu Granny? – Perguntou Emma se aproximando. - Ela está queimando em febre, menina. – disse a senhora preocupada. - E os remédios que David deixou? – perguntou Emma. - Já os dei a ela, mas a febre não baixa.     Belle voltou com o que Granny havia pedido a senhora continuou com as compressas, Emma informou que iria tomar banho e pediu a Belle que preparasse algo para comer e depois levasse a seu quarto.     Após alguns minutos Belle estava na cozinha preparando a bandeja para leva-la ao quarto da patroa quando estava saindo da cozinha foi parada por Lily. - Para onde está levando essa bandeja? – perguntou Lily. - Para o quarto da patroa. – Respondeu. - Pode deixar que eu levo. – disse Lily tomando a bandeja das mãos da garota. - A patroa pode não gostar Lily, ela pediu para que eu levasse. – disse Belle. Mesmo não gostando muito de estar na presença da patroa, não ousaria desobedecer as suas ordens. - Deixa que eu me entendo com a Emma. – disse Lily. - Se ela ouvir você a chamando assim também não irá gostar você sabe. - Cuide da sua vida e sai da minha frente. – disse Lily indo em direção ao quarto de Emma.   [...]       Emma estava em sua banheira relaxando e tentando entender o que havia acontecido com a tal forasteira. Não era possível a mulher estar naquela parte da fazenda sem que alguém a jogasse lá. Ela estava certa de que alguém a queria morta e foi sorte da mulher Paloma convencê-la a ir cavalgar, se não fosse isso a pobre mulher há essa hora estaria morta.     Emma saiu do banheiro enrolada em seu roupão e quando olhou para dentro do cômodo encontrou Lily segurando a bandeja com sua janta. - O que faz aqui? – perguntou Emma nada feliz em encontra-la ali parada. - Vim trazer sua janta patroa. – disse Lily sorrindo. - Eu mandei Belle me trazer a janta e não você. – disse Emma com seu mau humor de sempre. - Belle teve que ir ajudar Granny patroa. – respondeu. - Pode deixar ai na mesa e se retirar. – disse Emma indo ao closet.     Emma pegou o pijama que pertencia a Ruby, como sempre fazia todas as noites levou o tecido ao rosto tentando assim sentir o perfume de sua esposa, mas há muito tempo seu cheiro já não existia mais ali, fechou os olhos tristes por não ter mais essa parte de sua amada. Segundos depois sentiu braços lhe envolvendo por trás e por um momento pensou ser sua amada. - Lobinha! – sussurrou. - Posso ser o que a senhora quiser patroa. – Falou Lily. Nesse momento Emma voltou à realidade e se afastou da criada bruscamente. - O que pensa que está fazendo! – exclamou a loira. - A senhora está muito triste eu só quero ajudar. – disse a garota a sua frente. Emma fechou os olhos se controlando para não tirar Lily dali a tapas. - Saia do meu quarto agora! – ordenou entre dentes. - Mas... – tentou a garota, mas foi interrompida por um grito. - AGORA! – A garota saiu às pressas do quarto sem falar mais nada.   [...]     Já fazia três horas que Emma rolava na cama e não conseguia dormir, as palavras de Paloma não saiam de sua cabeça, a loira se sentia extremamente culpada por fazer sua Lexie sofrer com sua ausência, a garotinha estava tão feliz essas poucas horas em que ela passou com a mãe. Também tinha essa mulher que estava no quarto ao lado lutando para sobreviver e Emma se sentiu a pior pessoa do mundo, enquanto a morena ao lado lutava pela vida ela passou dois anos de sua vida querendo morrer. Ela sabia que era egoísmo de sua parte, mas sem Ruby tudo parecia tão sem sentido. Convencida que não conseguiria dormir Swan levantou e foi em direção ao quarto em que a desconhecida estava.     Ao entrar no quarto percebeu Granny dormindo m*l acomodada na poltrona e Belle ao lado da morena ainda pondo as compressas na testa da desconhecida. - Precisa de alguma coisa patroa? – perguntou a ficando de pé. - Pode ir dormir Belle eu ficarei aqui. – disse e viu duvida no olhar da garota. - Tem certeza patroa? - Faça o que estou mandando e não precisa acordar cedo para preparar o café, os outros farão isso. – disse Emma e Belle ficou olhando-a incrédula, Emma nunca a tratara tão bem assim. – Vai logo garota, antes que eu mude de ideia. – ordenou em um tom mais serio. - Obrigada patroa. – disse e saiu. Emma esboçou um sorriso pela forma como Belle tremia perto dela. - Isso é maldade menina. – falou Granny sorrindo. - Não fiz nada, ela que tem medo de mim. – sorriu. – Va descansar também Granny, eu ficarei aqui. Qualquer coisa eu lhe chamo. – disse a loira ajudando a mais velha levantar.     Granny se retirou sem protestar, já estava com dores nas costas e tudo o que queria era sua cama agora.         Emma se aproximou da morena desacordada, pôs a mão sobre a testa dela e percebeu que ainda estava com um pouco de febre. A loira molhou a toalha na agua que havia em uma bacia e delicadamente pôs sobre a testa da morena. Puxou a poltrona onde Granny estava sentada para perto da cama e repetiu o processo com a toalha algumas vezes até que o sono a alcançou e aos poucos foi vencida pelo cansaço.     A loira desperta ouvindo gemidos sôfregos olha para a cama e percebe a mulher se mexendo. Emma toca a testa da morena e percebe que ela está ardendo em febre. - Calma, está tudo bem. – diz Emma.     Lentamente a morena obre os olhos, Emma fica hipnotizada com os olhos castanhos conectados aos seus. Emma sente seu corpo estremecer com intensidade com que a mulher lhe olha, a loira não sabia o motivo, mas sua vontade era proteger aquela desconhecida que estava tão frágil, ficaram se mirando por um tempo até que Emma percebeu o medo nos olhos da mulher. - Não, não, não. – repetia a morena tentando se levantar, mas foi segura nos ombros por Emma, que percebeu que não passava de um delírio por conta da febre. - Tá tudo bem, você está segura aqui. – disse Emma e a morena voltou a fechar os olhos.     Emma continuou com as compressas, mas a febre não cessava, pensou em ir chamar Granny, mas a mais velha estava cansada e Emma resolveu não incomodá-la. Depois de um tempo pensando a loira começou a despir à morena e quando esta estava apenas de roupas íntimas Emma sentiu uma raiva tomar conta de si, como alguém seria capas de machucar aquela pobre mulher daquela forma?     Emma foi até o armário, pegou um cobertor e foi ao banheiro encharcou o cobertor no chuveiro e voltou ao quarto. Delicadamente envolveu o corpo frágil no tecido encharcado, com a esperança que assim a febre cessasse. - Não... para... não... – voltou a falar a desconhecida quando sentiu o frio tomar seu corpo. - É pro seu bem. Vai passar eu prometo. – disse Emma, mesmo sabendo que a mulher não lhe compreendia.     Após alguns minutos a morena estava mais calma e Emma começou a enxugar as gotas de suor que se formavam em sua testa. - Quem é você morena? Por que fizeram isso com você?– perguntou Emma acariciando aquele rosto delicado.
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