Capítulo 18

3234 Words
Daniel estava voltando aos estábulos quando escuta a voz desesperada tomada pelo pranto de Lexie e segue em disparada em direção a garotinha. O rapaz chega perguntando o que estava acontecendo e ao ver Regina caída sem demora ele abaixa-se e a pega em seus braços. Quando Lexie percebe Daniel com Regina em seus braços e indo em direção a casa grande, a garota sai correndo na frente e sem conseguir impedir as lágrimas volta a gritar por sua mãe. Lexie entra gritando chamando a atenção de Emma que está na sala com Paloma e Granny. Ao ver o estado em que sua filha se encontra, a loira sai em sua direção e se ajoelha a sua frente. - Lexie, o que aconteceu? – pergunta preocupada. - A Gina... – fala com a voz entrecortada. - O que tem a Regina? – Pergunta Emma sentindo um aperto no peito ao ouvir as palavras da filha, a garotinha não falou mais nada. – Filha, o que aconteceu com a Regina? – perguntou tentando se acalmar. Antes que Lexie respondesse, Daniel entra a sala com a morena ainda desacordada em seus braços. - Patroa. – disse ele e Emma imediatamente vai em sua direção. - O que aconteceu Colter? – perguntou a loira tomando a morena em seus braços. - Eu posso leva-la ao quarto. – disse assim que Emma a apoiou em seu colo. - Não é necessário. – disse ríspida. – Agora me diz o que aconteceu. – voltou a perguntar enraivecida, mesmo sabendo que Daniel só estava ajudando, a loira não gostou nada em ver ela com sua morena nos braços. - Eu a encontrei desacordada. – disse ele. Sem dizer mais nada Emma vai em direção a seu quarto sendo seguida por Lexie e Paloma, Emma acomoda Regina delicadamente na cama e se vira para a filha que continua chorando. - Meu amor, se acalma e me diz o que aconteceu. – pede Emma. - No...nós estávamos vindo te dizer os nomes que escolhemos, tava tudo normal e então ela. – olhou para Regina. - ela parou e começou a chorar mãe e botou a mão na cabeça. – nesse momento Lexie segura uma mão de Regina. – eu chamava e ela não escutava e depois ela caiu. – finalizou a garotinha com os olhos vermelhos. Emma puxou sua filha para seus braços e a envolveu em um abraço carinhoso. - Ela vai ficar bem. – afirmou e viu a garotinha assentir. Emma deixou Paloma no quarto com Lexie em seus braços e foi para a sala onde suas bagagens estavam, se Regina pôs as mãos na cabeça como Lexie falou, provavelmente teve dor e irá precisar dos remédios que o médico receitou. A loira voltou para o quarto e quando chegou perto da cama ouviu a voz fraca de Regina. - Emma. – sussurrou a morena. - Ela está acordando mãe. – disse Lexie saindo dos braços da tia e segurando a mão de Regina. - Lexie. – sussurrou a morena. - Como se sente? – perguntou Emma sentando-se a seu lado. - Minha cabeça está doendo. Ao escutar a queixa da morena, Emma a ajudou a sentar na cama e em seguida lhe deu a medicação para aliviar as dores. - Já vai passar. – disse Emma - Você está bem Gina? – perguntou Lexie. - Sim meu amor, desculpe se fiz você chorar. – disse Regina, mesmo sentindo muita dor, antes de desmaiar ela viu os olhos amedrontados da pequena. - Eu fiquei com medo. – disse a loirinha envergonhada. - Tudo bem, eu também estava com medo. – sorriu a morena. Emma querendo saber o que havia acontecido, pediu a Paloma que levasse Lexie, pois precisava conversar com Regina. A garotinha saiu do quarto a contra gosto, mas Regina disse que depois ela voltaria e poderia ler uma história para ela. Depois que a porta do quarto foi fechada Emma abraçou a morena forte e assim ficou por alguns segundos. - Você tem de parar de fazer isso comigo meu amor. – sussurrou Emma dando-lhe um selinho. – Eu quase morri quando vi a Lexie chegar naquele estado e depois vi o Daniel lhe trazendo desacordada nos braços. – continuou Emma deslizando o nariz pela face da morena. - Desculpa. – sussurrou Regina com os olhos fechados apreciando as carícias. - Eu sei que não é culpa sua. – sorriu a loira. – Agora me diz o que aconteceu. – pediu a loira ficando de frente para a morena, mas sem sair de seus braços. Regina respirou fundo, fechou os olhos e começou a falar: - Aquela mulher que estava aqui. – disse olhando para a loira. - A Ingrid? – perguntou desconfiada. - Sim a Ingrid, eu... lembrei dela e... – Regina estava sem jeito de falar. - o que você lembrou? - Foi... foi ela quem mandou me... agredir... me matar. – disse Regina assustada. - Ela... ela... – Swan levantou atordoada. Ficou andando de um lado para o outro no quarto tentando assimilar aquelas palavras. Como é possível que uma pessoa tenha a capacidade de mandar fazer uma maldade daquelas com alguém como a Regina? Swan sentia um ódio crescendo por dentro, de repente parou e fitou sua morena que estava abalada pelas lembranças. - Eu vou ... acabar com aquela desgraçada. – sussurrou para si, porém, a morena escutou e sentindo medo que Emma perdesse o controle a chamou. - Amor, não vamos fazer nada ainda. – disse Regina segurando as mãos de Emma assim que ela se sentou a seu lado. - Mas Regina... Ela não pode ficar impune. – disse a loira irritada. - E não vai, mas eu só lembrei dela dando a ordem e... – parou quando percebeu que ainda faltava falar do beijo que veio em suas lembranças. - E o que amor? O que mais você lembrou? – perguntou a loira apreensiva. - Bem, antes dessas lembranças eu vi que ela...que nós... estávamos nos beijando e ... ela dizia que me amava. – disse a morena e se sentiu o vazio quando Emma saiu de seus braços e ficou de costas em pé próximo a cama. Emma sentiu um aperto no peito com essas palavras de Regina, era muito doloroso imaginar Regina nos braços de outra, ela sabia que sua morena poderia ter alguém em suas antigas memórias, sabia que um dia ela lembraria, mas nunca imaginou que esse dia chegasse não quer dizer que ela não queria que Regina recobrasse suas memórias, pelo contrário queria que isso acontecesse, mas não queria que ao recordar de tudo ela confirmasse que teria alguém realmente. Lógico que Regina não voltaria para alguém que a fez tanto m*l, mas Emma estava confusa, insegura, com medo que algo de r**m acontecesse com Regina. - Emma. – chama Regina tirando Emma de seus devaneios. - Vocês... – Emma engoliu o bolo que se formou em sua garganta e se virou para a morena. – Vocês tinham um... romance? – perguntou a loira. - Ei, vem aqui. – pediu Regina e Emma a atendeu. – Não quero que fique pensando coisas erradas. – acariciou o rosto de Swan. – Eu amo você, mesmo que eu tivesse alguém que merecesse minha consideração nunca iria te deixar por outra eu sou completamente sua, entendeu? – disse a morena acariciando o rosto de Emma. - Minha ... você é minha... – disse Emma com as mãos envolta do rosto de Regina. – minha, e não deixarei ninguém te levar de mim. – sussurrou essa parte com os olhos marejados e abraçou Regina. - Eu não irei a lugar nenhum sem você. – sussurrou e capturou os lábios da loira. - Agora descansa, depois eu volto. – disse a loira ajudando Regina a deitar. - Onde você vai? – Regina não estava gostando do semblante que Emma tinha no momento. - Só vou resolver algumas coisas. Descansa tá. – se aproximou dela e deu um selinho na morena. – Eu amo você. – se declarou e saiu do quarto. Emma não iria deixar as coisas baratas para Ingrid, infelizmente ela mexeu com a mulher errada. A loira seguiu com passos firmes em direção a sala. - Paloma! – Chamou a cunhada com um tom alto assustando a morena que estava no sofá ao lado de Granny. - Emma, o que aconteceu? – perguntou Paloma levantando-se. - Quero que você encerre o contrato com o haras de Ingrid agora mesmo. – exigiu. - Mas Emma, esse contrato é importante e... - Agora mesmo Paloma! – falou parando em frente a cunhada. – Quando eu voltar quero que esteja tudo resolvido, estamos entendida? – sem esperar resposta a loira se retirou e seguiu para os estábulos. Emma cavalgava o mais rápido que seu cavalo aguentava, ela estava com a raiva consumindo seu interior. Ela já odiava a pessoa que fizera tamanha maldade com sua morena, mas depois de saber quem fora a responsável, depois de ver aquele sorriso sem nenhuma culpa ou remorso que Ingrid demonstrou enquanto elas conversavam, deixou a loira mais irritada. Emma estava desejando saber de tudo no momento em que estava falando com aquela infeliz, se assim fosse, ela não sairia da fazenda sem antes ter sofrido tudo ou pior que sua morena sofreu. Se Boston não fosse tão distante, ela já estaria a caminho de lá, afim, de acabar com a vida daquela desgraçada. Minutos depois de ter saído da fazenda, Emma chegou em frente a delegacia da cidade e desmontou Angus e o amarrando em um poste em frente ao departamento. Sem falar com ninguém ela adentrou a sala do xerife como se fosse a dona do lugar. - Isso são modos de entrar em minha sala Swan? – Indagou Graham levantando de sua cadeira com uma sobrancelha arqueada. - Eu preciso de sua ajuda. – disse a loira sentando-se em frente a mesa do rapaz, que sabendo que não adiantaria nada pedir para ela esperar até ele acabar sua ligação importante, o xerife voltou a atenção a pessoa que estava na outra linha e encerrou a ligação dizendo que voltava a ligar quando pudesse. - Agora eu posso saber o que é tão urgente assim? – perguntou ele cruzando os braços em frente ao peito. - Pode, mas antes você vai me prometer que essa conversa não sairá daqui. – pediu Emma e o rapaz afirmou. - Então? – perguntou ele. - Preciso que você investigue algo. Mas sem ninguém saber. – disse ela. - Não é assim que func... - Dê seu jeito. – Falou elevando a voz o impedindo de completar sua fala. - Você sabe que não pode falar assim comigo não é? – Falou ele no mesmo tom que a loira usou. - OK, desculpe. – pediu ela mais calma. - Assim está melhor. Agora me conte o que aconteceu. – pediu ele. Emma contou tudo o que sabia, desde a aparecimento de Regina até a chegada de Ingrid e as poucas lembranças da morena. O xerife escutou tudo sem interromper a loira. - Você sabe que não podemos fazer nada até ela recuperar totalmente a memória não é? Sabe que se dermos início a um inquérito as palavras dela não serão válidas, podem alegar que essas memórias não passam de ... ilusões. – disse ele cautelosamente, Graham conhecia muito bem o temperamento de Emma quando ela estava com raiva. - Ela não está mentindo Graham, ela lembrou do dia da agressão, por Deus! – voltou a elevar o tom de voz. - Calma Swan, eu não estou dizendo que não seja verdade. – respirou fundo. – Só estou dizendo que temos quer ter provas mais concretas. - Eu sei, por isso que vim pedir sua ajuda. – passou as mãos no rosto. – por favor Graham. - Tudo bem. Eu vou entrar em contato com alguns amigos em Boston e pedir para que eles investiguem sobre essa Ingrid, mas aviso que não será fácil. - Obrigada. Fico te devendo essa. – disse a loira mais calma. - Agora vá pra casa e qualquer coisa te aviso. – falou e quando percebeu que Emma iria falar algo ele se adiantou. – E não se preocupe, ninguém saberá que ela está aqui. Emma saiu da delegacia mais calma, iria fazer de tudo para por aquela desgraçada atrás das grades. [...] Zelena entra no café que fica em um bairro do subúrbio de Boston, ponto de encontro que o detetive escolheu para a conversa, julgando ser um lugar onde ninguém do convívio da ruiva poderia vê-los, era assim que sempre fazia quando seus prováveis clientes tinha interesse em seus serviços. Após correr o olho pelo local, Zelena avistou o rapaz em uma mesa no final do salão. Ela se aproximou apressadamente e se sentou a frente do rapaz. - Boa tarde Srta Mills. – Disse ele assim que a viu sentar-se a sua frente. – Sinto muito por sua perda. - Ela não morreu Ethan. – afirmou Zelena. - Não? – perguntou surpreso. - Eu sei que não e é por isso que lhe procurei. - Não estou entendendo, todos os jornais noticiaram a morte da Regina e... - Estão todos enganados. – interrompeu ele. – Eu sei, eu sinto que ela está viva e quero que você a encontre eu pago o quer for preciso. – falou Zelena com os olhos marejados. - Entendo. Mas... se ela estivesse viva, não teria aparecido? – perguntou ele fitando a reação da mulher. Ethan era um detetive particular que gostava muito de dinheiro e em algumas ocasiões tirou proveito de muitos clientes, mesmo sabendo que a tal investigação não teria resultado mesmo assim assumia o compromisso, afinal, ele estaria recebendo mesmo se não estivesse dando resultado. Porém, ele era muito grato a família Mills, que o ajudou a algum tempo atrás e nunca poderia enganá-los. Por isso de todas essas perguntas feitas para a ruiva a sua frente. - Eu não sei o que pode ter acontecido. – Zelena passou as mãos nos cabelos. – Ela pode estar em algum cativeiro, ou sendo ameaçada para não dar notícia, eu não sei... – falou em desespero. – só a encontre, por favor. Em meio ao desespero de Zelena, Ethan ficou um tempo a observando, a poucos dias antes de Regina sumir, ele fez uma investigação para ela e a mesma pediu para que ele não contasse nada a ninguém, mas talvez esse “sumiço” tenha alguma coisa a ver com o que ele descobriu. Então ele resolveu que era hora de quebrar essa promessa e contar o que sabia a Zelena. - Como estão as coisas no haras? – ele perguntou e Zelena o olhou sem entender o por que dessa pergunta. - O que isso tem a ver com a conversa Ethan?! - Só me responda. - Estaria melhor se Regina estivesse lá, só ela sabia como deixar tudo funcionando. – respondeu baixando o olhar. - Ok. Vou lhe contar uma coisa, mas você não pode comentar com ninguém e não vai sair fazendo acusações sem provas ok. - Do que você está falando homem de Deus! – Zelena já estava perdendo a paciência. - Dias antes de Regina ... sumir, ela me contratou para um trabalho. - Que trabalho? Fala logo Ethan! – pediu ela nervosa. - Ela achou irregularidades na parte financeira do haras. E me pediu para investigar, e realmente tem alguém roubando a empresa de vocês. – ele fez uma pausa e olhou para Zelena que tinha os olhos arregalados. – E se realmente a morte dela ... – iria continuar mais Zelena o olhou como se fosse mata-lo. – desculpe, o sumiço dela não foi um acidente, é possível que essa pessoa tenha tentado calar a boca de Regina. Zelena estava atônita, como assim o haras sendo roubado? Quem poderia ser essa pessoa? A ruiva já não conseguia se controlar, seu coração estava acelerado, lágrimas querendo deixar seus olhos. Ela queria saber de quem se tratava essa pessoa, mas sinceramente estava com medo da resposta. - Vocês descobriram quem está roubando o haras? – a sua voz era um sussurro. - Sim. Mas só vou lhe dizer se você me prometer que não vai fazer nada sem pensar e não vai enfrentar essa pessoa sem provas. Se ela realmente foi capaz de fazer alguma coisa com a Regina poderá tentar fazer com você também. – ele olhou para Zelena que aceitou a condição. – E Regina não iria me perdoar se algo acontecesse com você. - Quem foi? - A Ingrid. – disse ele e viu os olhos da ruiva ficar escuros de ódio. - Eu sabia... sabia que aquela cretina não amava minha irmã. – disse ela com lágrimas saindo de seus olhos. – Eu avisei tanto que ela não prestava, tanto.... – se entregou ao pranto. Ethan ficou ali na frente de Zelena enquanto ela se acalmava. Demorou alguns minutos até que a ruiva voltou a se pronunciar. - Onde estão as provas que você conseguiu? – perguntou a ruiva. - Entreguei todas a Regina. - E você não ficou com uma cópia?! – elevou a voz, chamando a atenção dos outros clientes. - Não, sempre entrego tudo aos meus clientes. - Eu vou encontra-las. – disse a ruiva se levantando. – E por favor comece a procurar minha irmã. – pediu ela. - Começarei agora mesmo. E... não faça nada com a Ingrid agora, ela não pode saber que você desconfia dela. – pediu ele também se levantando, Zelena confirmou e saiu do café. [...] Emma chega a fazenda tarde da noite, entra em casa e tudo está escuro, fazendo a loira deduzir que todos já se recolheram. Ela vai para o escritório e serve uma dose de whisky e vira o capo de uma vez. Mesmo ela passando a tarde o inicio da noite cavalgando não conseguia deixar de pensar em tudo o que a morena passou por causa daquela infeliz. Ela iria se servir de outra dose, mas resolveu depositar o copo ao lado da garrafa e ir para seu quarto. Entrou lentamente e sorriu ao ver Regina dormindo tranquilamente na cama. A loira foi tomar banho e minutos depois voltou para o quarto vestiu uma calça de moletom e uma regata e em seguida se acomodou na cama lentamente para não acordar a morena, porém, seus esforços foram em vão. Regina sentiu a presença da loira a acordou. - Emma. – sussurrou se virando para a loira. - Não queria te acordar. – disse a loira puxando Regina para seus braços. - Onde estava até essa hora? – perguntou Regina acomodando a cabeça no peito da amada. - Fui a cidade resolver alguns assuntos e depois fui cavalgar um pouco. – responde fazendo carinho nas costas de Regina. - Ta tudo bem? – perguntou a morena levantando a cabeça para olhar a namorada. - Está sim amor. – disse e beijou os lábios da morena. - Você bebeu? – perguntou ao sentir o gosto do álcool da boca da loira. - Uma dose agora no escritório. – deu mais um selinho em Regina e a apertou mais em seus braços. – Vamos dormir, ta tarde. – pediu e Regina voltou a descansar a cabeça no peito de Emma. Elas ficaram assim abraçadinhas e distribuindo carícias até que o sono as dominou.
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