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Confidências do Amor

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Blurb

O sumiço de uma família rica de Lee’s Summit caí de paraquedas no colo do Detetive Jeremiah Garcia, o qual é repleto de mistérios e dúvidas que nunca antes foram indagadas pela polícia local. Em meio a dramas familiares, problemas com o parceiro e sentimentos conflitantes, o detetive se vê à procura das peças do quebra-cabeça que direciona-se ao criminoso e em busca dos verdadeiros motivos de manter apenas um m****o da família vivo para contar a história. Até que ele se envolve e acaba se apaixonando pela herdeira da família Lee's Summit.

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Introdução
As ruas possuíam a coloração tonalizada em vinho, amarelo mostarda e marrom. O ar de caráter soturno do outono não impressionava os cidadãos de Lee's Summit; eles apenas resmungavam, pedindo que as estações congelantes dessem espaço aos dias quentes do verão. Jeremiah Garcia, assim como a maioria, detestava o inverno da região centro-oeste americana. No rádio tocava uma música country desconhecida, porém repleta de acordes familiares. Com as mãos no volante, ele deixava-se levar pela paisagem das ruas repletas de adolescentes e crianças carregando suas mochilas, esperando pacientemente o ônibus escolar passar. Buzinou para seus vizinhos, sentindo falta daquela relação íntima que eles compartilhavam com os filhos. A calmaria entre as ruas funcionava como um tipo de terapia para si, fazendo-o crer que seria mais um típico dia no Departamento de Polícia de Lee's Summit. Em menos de vinte minutos, Jeremiah estacionava seu automóvel de frente à delegacia. Gargia franziu o cenho confuso, não reconhecendo a falta de viaturas estacionadas em frente ao local, como de costume. Subiu os poucos degraus, abriu a porta e o ar do aquecedor atingiu-o, lhe dando uma sensação de relaxamento aos músculos. Em uma rápida olhada, contou cinco pessoas pelo lugar até o seu escritório — um número resumido demais para um lugar onde havia mais de mil funcionários à disposição. Pensou em perguntar para alguém o que estava acontecendo, mas pensava em terminar o relatório que negligenciou no dia anterior, pois sentia uma enxaqueca terrível. Suspirou ao encarar seu nome gravado na porta de seu escritório: “Detetive Jeremiah Garcia — Departamento de homicídios” A sala era simples, do jeito como qualquer detetive naquele prédio teria: um birô cinza, em cima uma pilha de papéis do relatório do último caso com um notebook e uma impressora de lado, duas cadeiras giratórias, uma pequena lixeira de plástico verde perto da mesa, um armário cheio de papéis, que talvez servissem para alguma coisa, e um quadro-n***o cheio de fotos e rabiscado com a resolução do último caso embaixo. Assim que ligou a luz e fechou a porta atrás de si, retirou o sobretudo azul marinho, jogando-o em cima da cadeira. Passou a mão pelos cabelos castanhos escuros, sentindo a preguiça matinal dominar seu corpo. Até agora, sua única obrigação naquele momento era entregar o relatório ao capitão e esperar para que mais alguém achasse que era Deus e tirasse a vida de uma pessoa por puro egoísmo; começando assim seu trabalho. Felizmente, a cidade era tranquila e dificilmente havia homicídios. No ano anterior, tinham sido registrados apenas sete mortes por assassinato, um número que posicionou Lee’s Summit como a quinta cidade mais segura do estado. Jeremiah sentia que essa seria a sua contribuição para a sociedade onde não se tinha mais esperança: usaria seu brilhante raciocínio lógico para que a cidade fosse mais justa, mesmo que a mudança fosse inexpressiva para muitos. Sua mãe, Olívia, dissera que ele perdera parte de sua sensibilidade desde que entrara para a polícia — o que era, em parte, verdade. O detetive chegou a ver atrocidades que o ser humano fazia que antes era, no mínimo, impensável para ele. Hoje, Garcia sabia que, no mesmo coração em que saíam as maiores declarações de amor, saíam as maiores maldades. Guardou sua arma dentro de uma das duas gavetas que havia em seu birô, como de costume, e organizou os objetos da mesa para que eles estivessem em perfeita simetria. Mirou os olhos para o quadro encostado no canto da sala e andou lentamente em sua direção. Fotos de Hilary Smith — uma garota de 17 anos, loira e alta, que há dois meses morrera assassinada pelo seu ex-namorado ciumento — estavam destacadas com fita adesiva no meio do quadro. Retirou com cuidado as fotos, lembrando-se dos momentos em que ficou encarando-as, esperando que elas respondessem suas perguntas nas diversas noites em que ele trabalhava até tarde. Retirou cada uma delas de seu lugar e jogou na lixeira, tentando convencer a si mesmo que nunca mais se lembraria daquela adolescente, quando sabia que nunca se esqueceria do rosto sorridente que ela tinha em seu aniversário de 16 anos e quão aflito ficou em pensar que ela poderia ser sua filha. Limpou o quadro e sentou-se na cadeira enquanto mexia no cordão de seu colar cinza com um pingente de cruz — hábito que havia adquirido nos últimos tempos. A serenidade que o prédio possuía perturbou-o. Abriu o notebook para escrever as últimas linhas do relatório, quando o barulho de multidão invadiu os seus ouvidos, a sensação de que metade da cidade havia ocupado o prédio da polícia. Jeremiah sorriu com a familiaridade que o som produzia. Tudo estava normalizado: o Departamento de Polícia de Lee´s Summit estava em caos novamente. O capitão David Pollack era um homem hostil e petulante, no auge dos seus 55 anos, com os cabelos grisalhos e uma pequena careca atrás de sua cabeça. Os gritos da sua voz rouca e estridente eram ouvidos dentro da sala em que Jeremiah se encontrava, ascendendo assim sua curiosidade. Havia pelos corredores e no salão principal oficiais fardados com os rostos frustrados, observando o que o capitão falava. O detetive aproximou-se da multidão tentando compreender o que David discursava e se juntou a oficial Samantha Roth, devidamente uniformizada, que sorriu o cumprimentando no momento em que o mesmo se achegou. Garcia conhecia Samantha desde a entrada dela na polícia — fora seu parceiro diversas vezes em patrulhas pelos bairros. Era uma mulher bastante bonita e simpática, com os olhos amêndoas que brilhavam todas as vezes que ela sorria e os cabelos alaranjados como fogo. Porém, por trás de todo aquele traje inofensivo, havia uma pessoa durona e uma personalidade extremamente perspicaz. Sammy, como intimamente Jeremiah a chamava, tinha um charme que fisgara o detetive por alguns meses, no entanto, foi minguado assim que os dois tentaram um relacionamento. — Não consigo entender como vocês conseguem ser tão imbecis! — ralhou o capitão. — Como alguém consegue s********r uma família rica e ninguém consegue encontrá-los? Quem os deixaram entrar na minha delegacia? — Que sequestro? — cochichou Jeremiah à Sammy, que cruzou os braços depois do comentário ofensivo de seu superior. — Você não viu os noticiários? — ela sussurrou discretamente. — Os Levitans estão desaparecidos há dois dias e ninguém sabe o paradeiro deles. O detetive lembrava-se vagamente de escutar algo relacionado a esse caso nos corredores ou na TV nos últimos dias, porém não dera muitos ouvidos, afinal, para ele, logo apareceria alguém estipulando um preço para resgatar a família podre de rica. Além do mais, aquele não era o seu departamento. Talvez eles estivessem em algum lugar na América do Sul, pregando uma peça em seus funcionários. Ele, mais do que ninguém, sabia que gente rica possuía uma queda por maluquices e drama. — David convocou todos que estavam em patrulha para procurá-los por toda estrada principal para Kansas City e não conseguimos nada de proveitoso! — ela suspirou frustrada. — Tem certeza? Você não viu nada estranho? — Jeremiah arqueou a sobrancelha direita diminuindo o tom de voz ao perceber que Pollack havia parado seus insultos para atender uma ligação. A oficial franziu o cenho, concentrada, enquanto tentava lembrar de algo que vira nas últimas horas. Rapidamente, a visão que tivera de uma casa vazia e abandonada, localizada na estrada de Raytown, uma cidade depois que encontraram os últimos vestígios dos celulares de todos os Levitans, lhe veio em mente. Assim que fez menção de falar alguma coisa, o capitão gritou de felicidade — se é que poderia ser chamado assim aquelas palavras que ele proferira. — Abutres! — gritou David. — Acharam o lugar onde supostamente eles estão: em Raytown. O que, claramente, não foi por causa de você, Detetive Lawrence. O homem loiro e anuído que estava ao lado do capitão se encolheu de vergonha e constrangimento ao ouvir seu nome ser mencionado. Cochichos correram pelo salão diante da cena humilhante para o detetive. — Voltem lá e me mantenham informado. — ordenou Pollack. Lawrence deu um passo para frente, pronto para comandar os oficiais, quando o capitão estendeu o braço lhe impedindo de continuar. — Detetive Garcia. — David o chamou fazendo Jeremiah sentir todos os músculos de seu corpo enrijecer. Um frio, que não tinha nada a ver com o clima do dia, percorreu sua espinha. — Assuma o caso. — Mas senhor... — tentou argumentar. Seu rosto denunciava sua surpresa e ser encarado por todo o departamento pouco ajudava em seu nervosismo — Faça o que eu digo. Agora. Stifler tem as informações que você precisa. Antes que digerisse as palavras ditas pelo seu superior, Jeremiah observou David voltar ao seu escritório. Seus olhos escuros fitaram as costas do capitão, escutando o som do coração pulsar em seus ouvidos. O silêncio sucumbiu em toda a sala, sendo um belo contraste com os pensamentos de Garcia, que estavam fazendo um grande barulho em sua cabeça. Jeremiah piscou várias vezes para voltar à realidade e encontrou-se mirando Stifler — o jovem ruivo de vinte e pouco anos, cheio de sardas, conhecido como "o cara dos computadores" ou "o sabe tudo" pelo Departamento, o melhor perito da cidade — em sua frente. Os oficiais esperavam sua orientação atentamente e dezenas de murmúrios preencheram mais uma vez o salão principal. Coçando a garganta, Jeremiah falou. A voz grave e autoritária ressoou como um alarme nos ouvidos dos policiais. — Peguem as informações do local com Stifler, lá eu darei os próximos passos. Samantha sorriu ao ver quão sereno Jeremiah parecia estar, embora tivesse certeza que por dentro estava em estado de calamidade. Ele, a quem sempre tentava não estar no meio de tanta atenção, não sabia lidar com o favoritismo que o capitão o presenteara desde a sua entrada na academia. Mais uma vez a agitação preencheu o departamento. Homens e mulheres saíram apressados do local, prontos para cumprirem seu dever em um dia que começou cedo demais. O detetive, então, seguiu Sammy até a viatura em que ela dirigia e o barulho de sirene foi acionado.

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