Micaela
Não acredito que esse i****a tem a ousadia de me dispensar assim.
Bastardo! Não é à toa que ninguém gosta do desgraçado!
Onde já se viu, mandar alguém embora assim, como se eu fosse a empregada dele. Mas se ele acredita que vou embora sem ter notícias de meu patrão, vai quebrar a cara. Preciso ver Jorge e não saio daqui antes disso, não conseguiria dormir sem ter a certeza de que ele está bem.
Sigo até a enfermeira e peço gentilmente para ela dizer exatamente como Jorge está. Ela explica gentilmente que o médico ainda vai pedir alguns exames, mas tudo parece estar normal, são só exames de rotina. Ele teve um m*l súbito, acabou caindo e batendo a cabeça, o que gerou todo o sangue seco na minha roupa.
Volto para a sala de espera, não demora muito até a enfermeira avisar que já posso vê-lo.
Entro no quarto e ele está dormindo, parece tão frágil, abatido e pálido, independente disso ele já está bem melhor do que quando chegou mais cedo.
Micaela: — Como o senhor faz isso comigo? Onde já se viu me dar um susto desses? — como acontece normalmente lhe dou um beijo na bochecha, se ele estivesse acordado iria retribuir com um, na testa.
Continuo conversando com ele, fico tão distraída que nem percebo quando outra pessoa entra, me assusto quando o i****a grita comigo.
Alaric: — O que está fazendo aqui? — berra me olhando de cima, com o nariz empinado.
Micaela: — Precisava ver como ele está, mas não se preocupe, já estou saindo. — tento evitar o escândalo que ele está pronto para fazer.
Alaric: — É claro que está saindo, quem deu permissão para entrar aqui?
Micaela: — Obviamente o médico, quem mais poderia ser. — o sarcasmo é nítido em minha voz. — Afinal de contas eu socorri seu pai, então, de nada. — digo irritada.
Alaric: — Só saia Johnson. — diz parecendo mais irritado.
Não consigo responder, Jorge interfere antes que eu acabe com a raça de seu filho.
Jorge: — Pare com isso Alaric, pensei ter criado um homem, e homens não tratam mulheres dessa forma. Não me faça levantar. Não pense que não lhe darei uma surra na frente dela. — fala nos assustando.
Alaric: — Pai... — diz parecendo minimamente humano.
Micaela: — Jorge... — dou um passo em direção a cama.
Alaric: — O que ainda está fazendo aqui? — o e******o pergunta me encarando com raiva.
Jorge: — Se continuar agindo como uma criança mimada vou pedir para sair Alaric. Me diga como você está querida?
Micaela: — Como estou? Como o senhor está? — pego em suas mãos e não contenho as lágrimas. — Essa foi a pior noite da minha vida!
Jorge: — Não chore, estou ótimo. — claro que está, por isso estamos no hospital.
Micaela: — Só não faça mais isso. — ele aperta minha mão.
Alaric: — Ainda estou aqui e seria bom se a tratasse como funcionária, o que ela é. E não vamos esquecer que ela tem idade para ser sua neta! — ele parece verdadeiramente indignado.
Micaela: — Realmente precisa ser tão desagradável? — pergunto olhando em seus olhos e vejo uma hesitação, um breve e rápida hesitação na enorme armadura que ele construiu ao redor de si. — é melhor eu ir, volto para vê-lo amanhã. — novamente beijo a bochecha de Jorge e saio para evitar dar umas bofetadas em seu filho arrogante.
Quando estou chegando na saída o filho de uma c****a me alcança, com toda a ousadia do mundo segura meu braço e sai me arrastando.
Micaela: — Tire suas mãos de mim! — lhe dou um chute na canela e o bastardo me solta com um empurrão, quase caio de b***a.
Alaric: — Não vou deixar que faça isso! — grita me acusando de algo que só deve existir em sua mente perturbada.
Micaela: — Não faço ideia do que está falando, e se colocar suas mãos em mim novamente vou te dar um tiro! — aviso tentando passar por ele, mas o i****a me segura e coloca o rosto perto do meu, perto demais, confesso achar ele vai tentar me beijar.
Alaric: — Não sei o que está rolando entre você e meu pai, mas para o seu bem, espero que acabe hoje! — faíscas saltam de seus olhos ao dizer isso.
Não penso duas vezes antes de lhe acertar um belo soco no nariz e um chute no meio das pernas, ele cai com toda sua arrogância.
Ainda bem que esse i****a não tentou me beijar! — penso realmente irritada por toda essa palhaçada.
Micaela: — Não me trate como as vadias com quem está acostumado! E se encostar um dedo em mim novamente ou me insultar, vai se arrepender do dia em que nasceu! — pego minha bolsa e saio rebolando no meu salto 15.
Esse infeliz!
Não consigo entender como Jorge, um homem tão decente, pode ter um i****a desses como filho.
Vou para o ponto de táxi, meu celular começa a tocar e como já sei quem deve ser nem me dou ao trabalho de atender.