CAPÍTULO 18 P.O.V - LILY
Ele me olhava de um jeito muito estranho me acusando e mesmo sabendo dos meus devaneios eu não poderia ser acusada de pensar e de imaginar logo o que ele estava propondo ali estava errado.
Eu não entendi acusação, a verdade é que eu saí para caminhar assim com o vizinho, mas para minha tristeza não havia acontecido nada além disso.
Ele mesmo se encarregou de me chamar de Senhora Baker, ele se encarregou de que meus devaneios não se realizassem pelo menos não ali no meio da rua.
- Eu não entendi as suas acusações, na verdade não estou entendendo esse seu olhar para mim também está me incomodando muito...
resolvi ser sincero que eu estava sentindo seria mais fácil para mim. ou não?
Benjamin continuou me encarando, parado ali no balcão da cozinha querendo tirar de mim na verdade informações que nem eu tinha sobre mim mesmo.
- Eu quero você longe desse cara, longe o mais longe que você conseguir eu não quero você perto dele de jeito nenhum você entendeu o Lily?
ele jamais falou assim comigo, não naquele tom e não daquele jeito e não colocando proibições no nosso relacionamento.
as coisas sempre andaram leves tão leves que dava até nervoso.
e ele não parou por aí.
- Eu não quero que você converse eu não quero que você olhe para ele eu não quero que ele olhe para você esse cara tem uma coisa muito estranha uma energia muito estranha eu não o suporto. então quando a gente encontra em alguma festa ou algum lugar público nós vamos sorrir acenar e ir para o outro lado do salão isso ficou Claro para você?
- E de onde você tirou isso agora? desde quando nós funcionamos assim?
- Desde hoje, marca bem a droga desse dia... as coisas aqui vão começar a mudar Lily, e lembre se foi você que quis. você implorou para que as coisas mudassem.
Eu senti um frio na espinha terrível.
Aquela era uma promessa de guerra, porque com certeza não era uma promessa de paz... eu não soube nem como reagir naquele momento porque tudo o que eu falasse iria sair de um jeito errado.
Ele saiu pela porta, e eu não conseguia reagir de verdade.
Demorei um tempão para conseguir me mexer de novo.
os meus pensamentos estavam todos embaçados, eu estava proibida de ver o cara da frente? era isso mesmo?
depois que caiu a minha ficha.
O cheiro de enxofre não ia embora de jeito nenhum, eu comecei a procurar pela casa o que poderia estar causando aquele cheiro infernal.
Procurei, procurei e nada! Andei pela casa inteira e não consegui saber de onde era aquele cheiro.
Ouvi um barulho bem forte no sótão, eu subi as escadas e o cheiro aumentou.
Eu acendi a luz até com medo e olhei em volta, e lá estava um livro velho jogado, o cheiro estava empesteado por todos os lados.
- Ah meu Deus! - eu exclamei
Eu não tinha coragem de tocar naquele livro, ele parecia até meio gosmento.
Mesmo sendo grotesco parecia algo maior do que eu, a vontade de ir até o livro e pegar ele nas minhas mãos.
E Foi o que eu fiz... Peguei ele e o abracei com tanta força que parecia ser algo que entrou dentro de mim.
Ele se abriu como um facho de luz bem diante dos meus olhos, e foi uma das coisas mais extraordinárias que eu vi na vida
Eu estava encantada com aquele livro.
Desci do porão com ele sentindo ainda o cheiro de enxofre que agora saia também pelos meus poros, e imaginem como foi descobrir que eu não conseguiria abrir nem a p*u?
Porque eu não consegui.
O meu primeiro ímpeto foi martelar, depois tentar com uma faca e por último... ir até a casa da frente pedindo ajuda.
Mas a voz de Benjamin ricocheteava na minha cabeça várias vezes...
- EU NÃO QUERO VOCÊ COM ELE.
O meu coração estava queimando de ansiedade.
Quanto mais as horas iam passando e eu não conseguia abrir a p***a do livro eu notei que logo Ben estaria de volta.
Eu nem me perguntei o motivo de alguém jogar ali um livro tão antigo e tão sujo, bem no meu porão.
Eu tinha que esconder aquele livro em algum canto da casa, por que muito provavelmente Benjamin me faria jogar ele fora.
Enfiei no meio das roupas sujas na área de serviço, embaixo de um montão de roupas.
Bem a tempo da porta se abrir
Eu andei calmamente e parecia ter passado alguns minutos que ele saiu, mas haviam se passado horas e horas.
- Ben... - eu disse antes de perceber que não era o Benjamin.
- Ora, quem está ai... Lily! - disse uma figura feminina, parecia ter saído de um filme pornô.
Era loira e tinha s***s fartos, um vestido matador que provavelmente faria qualquer marido desavisado bater o carro só de olhar para ela.
- Desculpa, quem é você? e por que você entrou na minha casa? - eu disse irritada demais.
- Não faça cerimônias.... você me conhece, a sua nova casca não, mas mesmo assim me conhece... e eu vou tirar satisfação com você agora sua imunda!
Quando ela levantou as mãos para mim eu senti um vento gelado percorrer toda a minha casa... e eu caí em um sono muito profundo.
Tão profundo que acordei na minha cama...
aquele havia sido um sonho? não existiu na realidade? era o efeito filme de terror?
Acordei com uma dor de cabeça violenta, e o meu marido estava ao meu lado... estranhamente virado para o outro lado e não me abraçando.
Acordei agitada - O que foi Lily? tudo bem?
- Só uma dor de cabeça, parece até que os meus olhos vão sair para fora!
- Eu vou pegar um remédio para você...
- Não, volta a dormir... eu consigo tomar um analgésico sozinha. Relaxa!
Dorme por favor, eu vou tomar um banho.
Eu me levantei e fui até o banheiro, me olhei no espelho e não precisei ser um gênio para ver uma marca vermelha em meus braços como uma queimadura.
Foi sonho?