Cláudio
Filha da p**a do n***o! Ele me paga ele vai vê só, ele acha que não tenho ninguém por mim mas ele tá muito enganado, também conheço o Bruno. O r**m é que o n***o é muito bem visto, ele é aquele tipo de bandido que não erra, apesar de ser bandido respeita as regras do chefe. E tem as costas quente na facção.
Porém mano eu também conheço o chefe, e é com ele mesmo que vou falar, só que primeiro vou ter que entregar a Peppa pra ele.
Eu vou entregar não, vou mandar ela ir por que se não, sei que morro na hora, eu mostrei pra ele uma foto da Janaína uma das minhas putas mais lindas, não sei nem como ele não reconheceu ela.
Cláudio: Larissa, o Larissa - nada dessa v***a, deve ter fugido com medo ou então ido dar pra elas, essa putas do c*****o.
Com dificuldade levanto do chão e tiro minha camiseta, limpo meu rosto e entro no banheiro pra uma ducha, não sei como vou fazer, só sei que preciso muito me livrar do n***o, ele vai me matar se ficar aqui, eu até posso ir chora pro Picasso, mas o n***o tem muito mais moral com ele, n***o é dos poucos bandidos que nunca deu problema, que nunca envergonhou a família, a facção qual faz parte. Alguém vai ter que me ajuda, Picasso ou os rivais dele. Posso até morrer, mas vou morrer tentando fude com aquele preto nojento.
Depois de um banho bem tomado e alguns curativos, minhas costelas não param de doer com certeza tem alguma quebrada, mas meu problema não é esse, daqui poucas horas eu posso tá sendo torturado até a morte pelo n***o. E isso sim é um mega problema, nisso que tenho que pensar, sei que não devia ter mentido, se antes eu já tava m*l imagina agora, ele vai comer meu coração comigo ainda vivo.
Deito mas não durmo, não dá só penso na merda que fiz mentindo pra ele, resolvo que vou fugir não quero nem saber de nada. No relógio marca 9:45hrs corro rápido e pego uma mala, jogo nela várias roupas não sei exatamente que roupas apenas vou jogando, depois de tudo pronto pego minha grana reserva.
Eu fiz de tudo pra não cheirar ela, fiz de tudo pra esquecer que tinha esse dinheiro deixei ele pra emergência e a hora é agora, essa é a emergência.
Pego um envelope com 2,400 reais e vou até o carro, jogo minha mala no banco de trás e parto deixando pra trás meu Neném, mas eu volto e volto por cima.
******************************
A cada crise que tenho,
Uma nova cicatriz surge...?
Fernanda
Ontem mais uma vez apanhei do Zé, aquele velho nojento sempre me bate, ele quer que chupe ele mas isso nunca, eu nunca vou fazer uma coisa dessas. Mais uma vez minha barriga dói de fome, olhando para o relógio de parede vejo que já são 12:19 hrs e nada do Cláudio aparecer aqui.
Tô fraca e o calor do Rio de Janeiro só aumenta ainda mais o m*l estar da fome e sede, a água que tinha no litro terminou. Lágrimas escorrem dos meus olhos, meu rosto ainda tá dolorido dos tapas do Zé, e meu olho roxo por causa do soco que o Cláudio me deu. Eu odeio tanto minha vida, odeio tanto viver por que Deus não me leva desse mundo? Nasci só pra sofrer mesmo! Eu só quero paz, não quero mais sofrer não quero mais passar fome e sede, eu quero que tudo isso acabe! De uma forma ou de outra mas que apenas acabe.
Choro muito, soluço com o choro mas abafo no travesseiro pro Cláudio não ouvir, esses dias eu tava chorando e ele tava passando por aqui, sei lá o que ele queria, ele ouviu e entrou e me bateu por chorar. Cláudio diz que sou ingrata, que ele me criou me deu tudo e agora sou m*l agradecida, não sei o que ele pensa mas a única coisa que ele me deu foi dor.
De repente meu choro é interrompido pela porta se abrindo, eu limpo rápido meu rosto mas me surpreendo quando dois caras armados entram junto da Larissa
Larissa: Essa é a sobrinha dele, ele só tem ela
****: Então é ela mesmo p***a, o patrão mando busca a sobrinha do Cláudio, é ela
Um deles vem até mim e me puxa pelo braço mas sento novamente, não permito que ele me levante
Fernanda: Sai, que você quer comigo?! Eu não tenho nada vê com os rolos do meu tio!
****: O criatura, o chefe te quer ta ligada? Ele já passou a visão quer, e quer agora então vamo antes que o bagulho embasa pra nois tudo
Larissa: Vai Peppa, eu não vou apanhar por tua causa não!
Quando ela me chama de Peppa os dois riem, eu não vou em lugar nenhum, não sei nem pra onde querem me levar
Fernanda: Não vou!!
****: Então eu atiro
O menino aponta a arma pra mim, e coloca o dedo no gatilho, mas que merda o que o Cláudio fez agora?! O que ele tá pensando, será que ele não cansa de machucar.
Mesmo a contragosto eu levanto e sigo os dois até a porta, e assim saímos dali
***: Que o chefe quer com ela? Sempre andou com mulherão
****: Essa é mulherão
Os dois riem da minha cara e eu mais uma vez sou humilhada, encosto minha cabeça no banco e permito as lágrimas descerem, não sei que o Cláudio fez dessa vez mas sinto que não é coisa boa não.
Eles vão o caminho todo fumando maconha e a fumaça já começa a me sufocar, mas não falo nada não quero ser humilhada mais uma vez, pra mim isso já deu.
Depois de uns 30 minutos andando de carro chegamos a uma comunidade, com casinhas simples, e todas muito iguais tinha várias pessoas na rua o que não acontece no lugar onde moro, posso não sair de casa mais olhar pela janela já me diz muita coisa.
Fomos adentrando aquela comunidade e logo passamos em frente a uma praça, onde tinham pessoas fazendo churrasco ao som do funk e ao ver isso mais uma vez meu estômago me lembrou que está vazio.
Em um outro lado tinha homens bebendo ao som do pagode, e tudo isso ao meio dia de quinta-feira, eles começam o final de semana bem cedo por aqui.
Fico olhando admirada aquele povo, aquelas meninas com umas mini blusas que tapam só o bico do seio, e os shorts agarrados no útero, todas sorridentes e se atirando pra homens armados. Nossa essas são corajosas em, que horror será que elas não sabem que se envolver com bandido é morte na certa? Malucas!
Mal me dou conta quando o menino para o carro, é em frente a uma casa não muito grande onde tem uma concentração sim muito grande de homens armados, um deles sai do carro e abre a porta de trás pra mim, eu desço com um frio na barriga, agora sim tenho certeza que a coisa não é boa não. Ele entra na casa e eu sigo ele com as pernas bambas, o menino vai falando com todos ali, ele pergunta se o chefe tá na sala e segue até um corredor, e bate na porta.
Lá dentro uma voz grossa manda entrar e o menino obedeceu logo
****: A mina tá aqui Negão
Negão: Manda entrar, e tu vaza cria
Cria?
O menino o tal do cria me dá espaço pra entrar mas m*l consigo sair do lugar, ele me empurra de leve e eu entro ficando cara a cara com um belo homem moreno sentado atrás de uma mesa grande, ele é lindo e muito bem arrumado. Ele usa um enorme cordão de ouro no pescoço, vários anéis e um belo relógio, sem contar nas várias tatuagens espalhadas em seus braços e pescoço, o tal homem não fica nenhum pouco feliz em me ver.
Negão: Que tu tá fazendo aqui?!
Fernanda: Também não sei, disseram que você queria falar comigo
Negão: Não fia! Esses idiotas entenderam errado, eu mandei buscar a sobrinha do Cláudio não tu! - diz com nojo e solta a fumaça do charuto
Que pessoa ridícula, ele é mais um que vai me maltratar e me humilhar, as lágrimas já querem descer mas não deixo, me mantenho firme. Até quando não sei.
Fernanda: Eu sou a única sobrinha que o Cláudio tem, mas já que sou a pessoa errada tchau
Me viro mas paro, travo completamente quando ouço a batida que o homem dá na mesa, ele tá muito bravo.
Negão: Como assim?! Aquele viado mentiu!?
Fernanda: Não sei o que ele disse, mas sou a única eu juro - digo gaguejando, esse homem dá medo muito medo.
Ele passa as mãos no rosto e na cabeça várias vezes, eu tento sair dali o clima tá tenso mas ele não deixa manda eu sentar, ele dá vários socos na mesa, e depois de alguns segundos ele pega um rádio e vejo ele falar que é pra ir atrás do Cláudio.
Negão: Vem!
Ele levanta da mesa e me ergue pelo braço ele aperta com força, muita força e me leva até um cômodo da casa que tem apenas uma cadeira e uma mesa cheia de coisas estranhas
Ele me coloca amarrada na cadeira e aponta o dedo na minha cara
Negão: Se não acharem o Cláudio tu morre, é tu ou ele!
Ele simplesmente sai e caio no choro, mais uma vez.