Episódio 2

1419 Words
— Pare de falar, Grace. Pare de falar e vocês três saiam. — Que? Perguntou um deles. — Vocês três saiam agora! Willian ordenou com os dentes cerrados. — Agora! Ele grita. Quando aquele de cueca tentou procurar a calça, Willian lançou-lhe uma mão direita que o derrubou perto da cama, com o nariz quebrado. O outro tentou sair, mas nem chegou à porta, porque o homem enfurecido agarrou-o pelos ombros, virou-o e deu-lhe um soco no queixo, depois chutou-o contra a porta. Grace gritou, implorando ao marido que parasse, mas a raiva de Willian não tinha lugar. Nublado de fúria, foi até o armário e procurou as suas malas, de onde sacou uma arma, fazendo com que os três infiéis que estavam presos com ele arregalassem os olhos. Grace engoliu em seco e balançou a cabeça várias vezes. Um dos homens segurava o nariz quebrado, enquanto o outro, que m*al sentia o queixo, permanecia ajoelhado perto da porta. — Vocês três saiam agora! Ele exigiu novamente com os dentes cerrados. — Meu amor, por favor, não faça nada... — Fique quieta! Ele gritou. — Fique quieta… Ele foi até a porta, chutou o outro homem para abri-la e, do batente, apontou para eles saírem, o que eles fizeram. Grace tremia de medo. Um deles estava deitado de cueca, com o nariz quebrado, o outro vestia apenas calça e estava sem camisa, com um hematoma no maxilar. Eles caminharam pelo corredor sem encontrar ninguém, enquanto um homem armado, cheio de raiva e traído, os escoltava. — Willian, o que você vai fazer? Ela perguntou enquanto todos entravam no elevador. — Willian, por favor, podemos consertar isso, estou pedindo... Ele a agarrou pelo pescoço e a empurrou contra a parede, colocando o cano da arma na testa dela. — Quase oito anos de relacionamento, para eu descobrir que você não passa de uma pu*ta. Ele cuspiu entre os dentes. — Não venha até mim pedir desculpas, não venha me convencer de que você tem sentimentos por mim quando no dia do nosso casamento você estava rolando com eles. Então cale a boca e ande. No saguão, os funcionários e as duas amigas que permaneciam de guarda abriram os olhos surpresos. Assim que tentaram se aproximar de Willian, ele apontou a arma para eles, e eles não apenas pararam, mas também levantaram as mãos. A essa altura, o oficial do FBI não estava mais raciocinando. Ele só queria vingança, queria acabar com a dor que a mulher que ele amava, com quem se casou poucas horas antes, lhe causou. A esta marcha de ameaças e vergonha juntaram-se os convidados, que, em estado de choque, assistiam tudo. Willian abriu a porta do salão, embora os três envolvidos tenham pedido que ele não o fizesse. Ele empurrou um deles para o centro, fazendo com que a música parasse e as luzes do local se acendessem completamente. O segundo foi chutado para o mesmo local, caindo próximo à pista de dança, que se esvaziou quando Willian pegou a noiva pelo braço e a jogou no meio. — Willian, o que dia*bos você está fazendo com a minha filha? Perguntou o sogro. — Nem pense nisso! Gritou para ele, apontando a arma para ele. Todos naquele lugar só viram um homem que poderia desencadear um m******e. Ele caminhou em direção a ela, que apenas balançou a cabeça. — Vá em frente, conte a eles, conte a eles o que você estava fazendo. No nosso quarto, onde passaríamos a primeira noite como marido e mulher. Ele se movia em círculo ao redor dela, enquanto ela rastejava com as mãos e ele a seguia com a arma firmemente empunhada. — Diga a eles como você estava tra*nsando com os dois! Ele gritou, e o silêncio foi absoluto naquele lugar. Grace olhou para sua família, chorando incontrolavelmente e apenas neg*ando. — Diga a eles como eles possuíram você ao mesmo tempo! Diga a eles que não é a primeira vez! O homem continuou desesperado, enquanto grossas lágrimas de dor brotavam em meio à sua raiva. — Diga a eles que você arruinou oito anos de relacionamento, confiança, crescimento e o nosso casamento no mesmo dia em que nos casamos! O grito foi imediato assim que o tiro ressoou naquele local, mas o tiro acertou apenas o chão, ao lado da Grace que, naquele momento, já havia urinado de medo. — E vocês. Ele apontou a arma para os dois envolvidos. — Dois dos meus melhores homens, eu os convidei para minha casa, para minha mesa. Fiz com que vocês participassem da minha vida, vocês fizeram uma sessão de fotos inteira comigo há algumas horas como padrinhos do meu casamento... Há quanto tempo vocês realmente estão se fo*dendo? Nenhum dos dois falou, então Willian disparou outro tiro, causando outro grito e alguns até se abaixando, mas o tiro acertou o instrumento atrás de Grace, que estava com os olhos bem abertos. — Não perco os meus tiros, vocês sabem disso. Ele avisou aos dois homens, que m*al conseguiam falar. — Dois anos. Um deles deixou escapar. Willian apenas engasgou, mas depois riu. — Há dois anos nós dois começamos. Ele esclareceu, como se isso fosse necessário. — Mas ela e eu tivemos algumas reuniões há algum tempo, quando o caso que você estava tratando ficou complicado. Ela me disse que se sentiu abandonada, porque você... — Eu estava trabalhando! Willian gritou exasperado. — Trabalhei para lhe dar a vida de rainha, para que nada lhe faltasse! Ele se virou para ela. — Eu te dei tudo, tudo que você pediu. Nunca deixei de cuidar de você, sabia que trabalhava muito, mas nunca, nunca deixei você de lado. Acabamos de comprar uma casa para a nossa vida, naqueles anos em que você andava com esses idi*otas eu troquei o seu carro três vezes, paguei viagens de férias para você e a sua família, você... A sua voz falhou. — Eu te dei tudo, Grace… Ela chorou incontrolavelmente. — Tudo de mim, incluindo a minha total e cega confiança. Ele deu um passo em direção a ela. — E enquanto eu estava arriscando a minha vida, procurando a minha promoção e como pagar pelo casamento dos seus sonhos, você colocou esses idio*tas na nossa cama e quem quantos outros. Quantos mais? Porque eles não são os únicos, posso ver isso em seus olhos. — Willian! A voz do seu amigo Adam foi firme. Ele levantou a noiva, que m*al conseguia ficar entre o medo e a vergonha. — Conte a todos, com certeza, o que você fez. Talvez assim eu te deixe viva. Ela olhou para ele, mas ele não estava mais lá. O homem que se apaixonou por ela, aquele que confiou nela durante tantos anos e a quem ela enganou de muitas maneiras, não estava mais lá. Os olhares dela eram cru*éis. Nem todos temiam pelas suas vidas, alguns pareciam certos de que ele merecia, e talvez mais. Willian, apenas uma sombra de si mesmo, aproximou-se do mestre de cerimônias e pegou o microfone que ele segurava contra o peito naquele momento tenso. Os convidados continuavam presentes, mas até os funcionários do hotel estavam de portas abertas, observando o desfecho cru*el daquela celebração do amor que os recém-casados ​​supostamente tinham um pelo outro. — O meu nome é Grace Langley e fui infiel ao meu marido, mesmo antes de nos casarmos. Disse ela, encontrando o seu olhar. — E me desculpe, Willian, por favor, me perdoe, por favor... Grace e os convidados tiveram que se abaixar quando Willian perdeu o controle, descarregando todos os tiros da sua arma nos objetos que estavam atrás da sua ainda esposa. Em nenhum momento ele atingiu alguém, não por falta de mira, mas porque, no fundo, aquela mesma dor que o fazia gritar tão inconsolável era o que ainda a protegia: o amor que ele tinha por ela. No momento que a arma caiu das suas mãos, o homem abatido caiu de joelhos, envolto de lágrimas e dor, deixando socos no chão. O seu melhor amigo entrou em cena para tirá-lo daquele lugar. Quando o pai da noiva finalmente recuperou a voz e tentou ameaçar denunciá-lo, Adam voltou-se para ele com uma raiva clara e um gesto depreciativo. O noivo completamente transtornado, saiu do salão, acompanhado do seu melhor amigo, enquanto a noiva completamente nervosa estava desmaiada nos braços do pai, enquanto ele continuava gritando que todos tinham que prender o perigoso agente do FBI Willian Voss, o mais rápido possível.
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