VISITA INESPERADA

2119 Words
Carlota estava diante do menino que a Vânia viu no parque quando estavam conversando juntas. Ela olhou para o menino que nada dizia e se encontrava completamente sujo e esfarrapado. O menino olhou de volta para a empregada que estava sendo esperada pelo seu patrão que queria continuar com o seu egoísmo que somente trazia nojo, isso seria para qualquer mulher naquelas circunstâncias. O que ela desejava dizer era “entra”, no entanto sabia que não era uma boa ideia para o seu patrão que mais parecia uma maquina, por não apresentar nenhum coração como outros seres humanos normais, talvez as guerras tivessem lhe tornado mais frio, mais selvagem que ate chegava a superar os próprios animais mais cruéis na face da terra. O menino tinha uns calcões que eram supostos serem brancos, porem haviam fugido da sua cor original por se tratar de uma criança sem amparo e por estar ali já indicava que estava em busca de ajuda para poder se tornar uma criança normal como qualquer uma de uma família. O cheiro que ele exalava incomodava o olfato de qualquer um que se aproximasse dele. – Tia, lembra-se de mim? – o menino colocou a questão e em seguida se apresentou. – Meu nome e Osvaldo! – Osvaldo, em que posso lhe ajudar? – hesitando Carlota perguntou ao menino que ali estava olhando para ela com suplica que chegou lhe tocando o coração por ser algo tao delicado de se ver em um olhar tao jovem. – Venho salvar a vida da família da sua amiga em troca de me dar boas condições de vida. – o menino falou paro o espanto da Carlota que não esperava nada daquilo e em seguida, como se estivesse empurrando o menino fechou a porta e os dois ficaram na parte fora da casa e ela fechou a porta. – Como assim salvar a vida da minha amiga? – Carlota perguntou, porem ainda não havia reconhecido totalmente a cara daquele menino. A pergunta que se colocava era obvia, “que amiga?” e como conhecia a amiga dela. – A sua amiga que conversava consigo no parque. Foi como um susto quando se lembrou que conversara com a Vânia no parque acerca do seu problema de saúde e mais outros assuntos que lhe preocupavam. – Sim me lembro dela. E me explique bem essa historia de salvar a minha amiga. – Vou adiantar dizendo que não sou louco, mesmo muita gente me chamando desse nome, eu só estou neste mundo para ajudar almas que precisam da minha ajuda. – Esta bem, eu não vou te julgar antes de ouvir o que tens para dizer. – disse Carlota cruzando as mãos com uma cara muito seria. – A família da sua amiga esta em um grande perigo. – E como e que você sabe disso? – Sou vidente. – o menino com toda calma disse para a empregada que agora exibia uma cara de desconfiança. – Como e que posso ter a certeza disso? – Muito fácil, me pergunto qualquer coisa sobre o seu futuro que eu te direi. Carlota olhou no fundo do menino que mais parecia um coitado, mas estava falando aquilo, negociando para poder ter uma boa vida que muitos gostariam de ter, mas também outra pergunta que não saia da mente da Carlota era, porque que o menino escolheu exatamente a Vânia num universo de muita gente com boas condições pelo bairro ou mesmo pelo pais inteiro, era algo bem estranho. – Tem certeza? – disse Carlota tendo em seguida visto algo no rosto dele que mais pareceu um sorriso retido. Ela deixou as duas palavras soarem da sua boca, mas não acreditava no que o menino estava dizendo e em nem queria fazer nenhum acordo com o mesmo. – Sim. – simplesmente disse o menino e esperou que a Carlota fizesse o combinado. – Não, fique bem rapaz, mas não tenho muito trabalho por fazer. – disse Carlota tendo logo em seguida sem ter deixado uma chance para o pequeno, entrou na casa e fechou a porta a sua atras. O menino não levou muito tempo estando ali e assim foi-se embora sem ter feito nenhum escândalo. – Quem era? – perguntou senhor Ezildo já bem trajado e agora estava colocando um relógio dourado no seu pulso direito. – Estas prestes a sair? – respondeu a questão do outro com uma outra. – Ainda não me respondeu a minha pergunta. – Ah, desculpa era apenas um senhor bêbado que estava perguntando onde fica a casa de um tal de Edward. – mentiu Carlota. – Ainda circulando inúteis por aqui. – Pois! – Agora tenho que sair e você me paga por não ter me contado o que aconteceu com a minha filha, sua desgraçada. – Vai ao hospital, né? Eu queria te dizer, mas achei que a única coisa que importa para ti e o prazer, um prazer… – Cala a sua boca, vaca – gritou senhor Ezildo e em seguida agarrou a Carlota pelo pescoço – Você sabe que posso acabar com a sua vida miserável? Carlota nada disse, e nem tinha como responder aquela retorica que era uma obvia ameaça que odiava ouvir, no entanto a sua vida era um inferno estando ela diante daquele senhor ex militar que talvez perdera a sua essência nas guerras cruentas e insanas. Ela sentia a mão do forte homem lhe machucando e não podia fazer nada coisa que só lhe trazia mais dor, dor de nada poder fazer sendo completamente refém, no entanto ela sentia que uma mente criminosa estava se formando no seu interior para poder se vingar do pai da Vânia. – Agora me entregue os meus óculos. – ele ordenou logo que tirou as suas mãos criminosas do pescoço da Carlota que olhou para ele com olhos vermelhos inundados numa fúria incalculável e odio em simultâneo. Ela caminhando lentamente sem nenhuma vontade foi fazer o que o patrão insano lhe ordenara. Uma dor de cabeça começou a lhe atingir. O senhor Ezildo se ausentou e Carlota pode ficar sozinha. Era um bom momento para poder esfriar a mente e relaxar depois do que ela poderia chamar de um inferno momentâneo. De repente Grizy voltou para casa, no entanto estava muito estranho. No hospital Edson e Belfácia estavam muito preocupados apos ter presenciado os médicos saindo as pressas uma cama móvel proveniente do quarto da Vânia. Seguindo os médicos ambos foram dispensados e nesse momento descobriram que quem estava naquela cama não era a Vânia, no entanto uma outra pessoa que nem apresentavam características semelhantes as da Vânia. Os dois voltaram para o quarto da adolescente e quando la chegaram viram a Vânia descansando solenemente e não tardou para abrir os olhos e ver ambos ao lado da sua cama e olhando para ela com ternura, era algo bem interessante, pois ali estava a mãe e também o colega que não sabia como lhe nomear alem de colega, mesmo sabendo o que os dois tinham não era apenas amizade, mas ia alem disso. – Mãe? Edson? – Vânia disse ainda sentindo os seus olhos pesados como se estivesse cheios de sono. – O seu colega veio te ver, que coisa tao bonita. Antigamente, no nosso tempo se alguém decidisse fazer o que este rapaz esta fazendo assumiam que os dois fossem namorados, mas hoje as coisas são mais modernas então o significado e bem diferente. – comentou Belfácia como resposta para a sua filha que acabava de despertar e disse aquilo num tom amigável que consequentemente confortou o Edson que previa um clima pesado entre eles, coisa que não aconteceu. – Muito obrigada mãe e Edson por ter vindo para me ver. – Como e que você esta? – em simultâneo Belfácia e Edson perguntaram. – Estou me sentindo pesada, mas ainda estou viva. – brincando ela disse. – O jeito que vocês se olham lembram-me da forma como eu e o seu pai nos olhávamos . – disse mãe da Vânia. Os adolescentes entreolharam-se e sorriram. – Mãe Edson e apenas o meu colega de classe. – disse Vânia negando o que a mãe estava insinuando. – Esta certo, filha. Entendi. – disse a mãe, mas não parecia estar convencida. Entrou um medico na sala e disse que não podia ter duas visitas em simultâneo e que era necessários que uma das visitas saísse, ai Edson saiu para aguardar pela sua vez la fora no banco de espera. Foi sentar e não tardou para o pai da Vânia chegar e depois de ter buscado informações sentou exatamente perto do adolescente que estava distraído mexendo no seu celular jogando jogos. Senhor Ezildo sentia o tempo caminhar lentamente a medida que a preocupação lhe consumia o seu interior ate que pediu horas ao adolescente que estava ao seu lado mesmo tendo o relógio no pulso direito da sua mão – Que horas são rapaz?. Quando o Edson ouviu a voz do senhor ao seu lado dirigida a si, parou por um instante o que estava fazendo e respondeu: – São 5 da tarde. – olhou para o proprietário da voz e ai descobriu que era o pai da Vânia, pois ele conhecia o mesmo e fazia um tempo que tivera a ideia de o desafiar porque Vânia sempre vivia dizendo que ele era muito chato. – Obrigado. – ele respondeu sem olhar para o adolescente. – Vem ver a Vânia? – Você…? Você conhece a minha filha de onde? – Ela e minha colega de classe senhor. – Como e que ela esta? – Felizmente esta melhor. O medico saiu do quarto da Vânia e dirigiu aos bancos de espera para autorizar a entrada de Edson quando o adolescente disse: – Não, eu entro depois deste senhor, pois ele e o pai dela. Senhor Ezildo entrou e quando entrava se cruzou com a sua esposa, ele mesmo que tenha sido informado pelo Edson que a sua filha estava bem, ainda estava preocupado coisa que era natural e qualquer homem sentiria isso. Caso do ex militar era bem estranho, pois era muito áspero, mas quando se tratasse da sua filha tornava-se irreconhecível talvez pela Vânia ser o seu sonho, uma menina, ele sonhara em ter uma menina com a sua esposa e assim foi. Lentamente ele entrou e viu a sua filha deitada naquela cama de hospital, algo que lhe causava calafrios, pois não gostava de estar em hospitais. A cada passo que ele dava se sentia muito estranho porque aquele ambiente não lhe fazia bem desde criança uma das coisas que lhe fizera escolher seguir curandeiros para tratar coisas da sua vida com enfermidades que outras quase lhe roubavam a vida. – Minha filha, como e que você esta? – ele perguntou ao chegar perto da cadeira que estava ao lado da cama para visitas. – Agora estou melhor ao te ver pai, pensei que não viesses. – Claro que estava a caminho, não poderia deixar a minha filha na cama de hospital sem a minha presença. Diga-m quando e que receberas alta, para… – disse o homem como quem esta desesperado, mas a filha lhe interrompeu. – Calma, pai eu terei alta amanha, logo de manha. Não foi algo tao grave, só tenho uma doença que eu nem sabia que existisse. – Que bom que terá alta amanha. Agora me explique acerca dessa historia de uma doença que você nem conhecia. O que tens? – Tenho uma doença chamada Loufinik, mais detalhes a doutora vai te explicar, porque eu não estou em condições. – disse Vânia se organizando na cama. – Entendo minha filha. Depois disso a conversa dos dois não levou muito tempo ate Edson também entrar no quarto para visitar a sua colega de classe. Na casa Carlota, se preparava para também sair para hospital visitar a Vânia que apreciaria muito a visita dela, pois a considerava uma pessoa muito importante e acima de tudo um m****o da família. A empregada vestiu uma roupa diferente do seu uniforme de trabalho, depois de um banho frio, coisa que ela gostava. Banho frio para ela era terapêutico assim lhe ajudando a ser mais produtivo e com muita vontade de fazer tudo que em um tempo recorde. Ela vestia um vestido longo com a sua cor predileta, creme. Já estava pronta, no entanto a imagem daquele menino e as palavras do mesmo não saia da sua cabeça. Será que realmente ele tinha algo serio a dizer para Vânia e se tivesse o que eta essa coisa? Porque o que dissera a ela não fazia muito sentido. Quando Carlota estava prestes a sair ouviu Grizy gritando com uma voz embriagada. – Carlota, Carlota me ajude!!
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