Continuação Capítulo 03 - Capítulo 04

3581 Words
CAPÍTULO 03 RAFAELA   — Ah Thais! São só minhas malas. — Thais está implicando comigo por causa que arrumei quatro malas para levar para fazenda.  — Rafa, são só 10 dias. Para que que você precisa de tantas roupas? — Ela se orgulha da sua única mala. Eu cruzo os braços e entorto a boca fazendo um bico para ela. O pai de Thais coloca as malas no carro e abre a porta indicando que entremos. Thais coloca os fones de ouvido e antes de chegarmos a saída da cidade já está dormindo. Coloco meus fones, mas não consigo dormir. Ficar muito tempo em silêncio não é para mim, então engato uma conversa com os pais de Thais e algumas vezes ela resmunga para que fiquemos quietos. Já se passou mais de duas horas de viagem quando coloco os meus fones e decido tirar um cochilo. Fecho os olhos e a imagem de Victor aparece na minha mente. Como será que ele está após dois anos? Acordo com um tranco. Olho pela janela e o carro está parando em frente a uma casa linda. Toda construída em madeira, as janelas são escuras e combinam com o teto. Flores cor de rosa adornam a escadaria que leva até a porta da entrada. Em volta da casa há um gramado com um caminho de pedras que se divide e vai até o jardim e até o lago. Thais tinha me falado que a fazenda era linda, mas não imaginei que fosse tanto! Estou encantada com a paisagem, quando sinto um perfume amadeirado próximo a mim. — Oi, meninas. — Viro-me e vejo Victor. Ele está mais lindo ainda. Está mais alto e o cabelo está desarrumado de uma forma que nos convida a passar as mãos por ali. Sua camiseta verde destaca a cor de seus olhos e eu sinto minhas pernas amolecerem quando ele se aproxima e dá um beijo em meu rosto. Thais se aproxima de mim e entrelaça o braço ao meu. Com certeza ela percebeu como eu ainda fico igual tonta na frente de Victor. Ele sorri se afastando para ajudar o pai  de Thais a pegar as malas no carro. — Aí, amiga! Acho que não vou sobreviver há 10 dias aqui. — Olho Victor de costas erguendo a mala e colocando-a no chão. Thais ri e me arrasta para a escada da entrada da casa. Ao entrar me sinto em um mundo paralelo. Tudo aqui é lindo. A sala é enorme toda decorada com detalhes rústicos. Os móveis são de madeira de lei, as cortinas com estampas florais dão um ar de conforto. O tapete fofinho no meio da sala me faz ter vontade de deitar e ficar olhando para o teto que é de forro de madeira escura. O chão de assoalho faz barulho quando pisamos e o cheirinho de pão que vem da cozinha faz meu estômago roncar. Thais segura meu braço e me arrasta pelo corredor que é todo decorado com quadros onde há imagens que acredito serem da fazenda. Ela abre uma porta e aponta para que eu entre. É o nosso quarto, e é lindo! Ele mantém o mesmo padrão em móveis que a sala, mas aqui há detalhes em rosa e lilás. Há duas camas de casal, uma ao lado da outra, de um lado do quarto. Do outro lado há um guarda roupa enorme e uma mesinha com um computador e na parede sobre ela há uma televisão. Thais entra e se aproxima de mim rindo. — Eu não te falei que era lindo? — Estou embasbacada olhando tudo. Aproximo-me da janela e abro a cortina que também é de florezinhas cor de rosa. A paisagem daqui de cima é linda. Dá para ver o jardim, uma parte do gramado e uma estrada de terra. Abro o vidro sentindo o sol aquecer a minha pele. Fecho os meus olhos e inspiro fundo sentindo o ar puro entrar em meus pulmões. — Gostou? — Uma voz próxima a mim, me faz abrir os olhos e olhar para o lado. Victor sorri e se aproxima da janela. Aponta para a estrada de terra e diz algo sobre um lago, mas eu sinceramente não entendo nada. Fico presa no fato dele estar muito perto e seu perfume ser maravilhoso. Olho para seu braço que está estendido apontando alguma coisa e vejo o músculo se moldando ali. Olho para seu rosto e fico paralisada olhando aquela boca perfeita, ali tão perto. — Vocês não vêm? — Thais aparece na porta e nos chama, eu nem tinha percebido que ela tinha saído do quarto. Victor sorri e me olha. — Vamos.... — Ele estende a mão para mim e sorri. Eu sorrio e me atrapalho toda e tropeço nos meus próprios pés. Victor me segura antes que eu caia sobre ele. Sinto meu rosto esquentando e uma onda elétrica invade meu corpo onde ele me toca. — Desculpa! — murmuro e ele sorri. Meu mundo para pôr um momento. — Sem problemas, pode cair sempre em mim. — Ele sorri me ajudando a firmar os pés no chão. — Vamos tomar café. Dona Hermínia fez um pão maravilhoso. — Victor se vira e sai do quarto e eu só consigo pensar o quanto ele é maravilhoso.   ***               Tomamos café da manhã na mesa mais farta que eu já vi na minha vida. Tudo fresquinho e saboroso. O pão realmente é maravilhoso!              Thais e Victor conversam animados combinando tudo que faremos nos dias que ficaremos aqui. O pai de Victor, Sr. Raul é um homem muito bonito e os olhos são verdes em um tom diferente dos de Victor. A mãe de Victor é loira como ele, os olhos verdes claros se destacam pela maquiagem leve. Ela não sorri, toma seu café, pede licença e se retira para o escritório dizendo que precisa trabalhar.              Os pais de Thais já estão de saída e nos abraçam se despedindo. Os acompanhamos até o carro e Thais abraça sua mãe com muito amor. Eu me emociono em ver as duas assim. Estou há apenas algumas horas sem ver a minha mãe e já estou morrendo de saudades. Eu e minha mãe somos muito próximas. Ela é meu espelho. Sempre cuidou de mim e de papai com muito amor e paciência.             Meus cabelos ruivos são iguais aos dela e os meus olhos são da mesma cor que os do meu pai. Eles dizem que eu sou o resultado da mistura perfeita dos dois. Meu pai é meu melhor amigo, e sempre se derrete todo diante da minha mãe. O amor deles é a minha meta de vida. Eu quero amar e ser amada como eles um dia.           — Vamos ao lago? —  Victor se aproxima de nós após os pais de Thais entrarem no carro e se afastarem.          — Vamos! — Thais bate palmas e dá pulinhos. — Rafa, você vai amar. É lindo, você vai ver. Nem tenho tempo de responder, Thais segura meu braço e já está me arrastando para trás da casa.          — Mas o lago não é para lá? — eu aponto a estrada de terra que fica no caminho oposto ao que estou sendo arrastada.            — Mas é muito longe para ir a pé — Thais me explica enquanto Victor segue na frente. — E onde está o carro? — Eu olho em volta.            — Não, vamos de carro, vamos de cavalo. — Victor aparece trazendo dois cavalos e eu dou um passo para trás. Um empregado da fazenda traz outro cavalo pelas rédeas.          — Eu não vou mesmo subir nisso aí. — Ergo as mãos me afastando deles. Eu amo a natureza, mas tenho pânico de qualquer animal.         — Vamos, Rafa, é fácil, eu te ensino. — Thais já está abraçada a um cavalo marrom muito bonito e muito grande.          — Thais, você me conhece, isso não vai dar certo. — Cruzo os braços e firmo os pés no chão. Os cavalos são lindos, um é marrom, o outro branco e o que Victor acaricia é preto e enorme, mas nem em sonho eu vou subir em algum deles.        — Vem, Rafa, você vai comigo. — Victor estende a mão e eu me derreto. Aí meu Deus! Quem resiste a isso?        Thais monta em seu cavalo e sorri ao passar por mim. Está na cara que ela sabe o que está fazendo. Victor me ajuda a subir no cavalo preto colocando a mão na minha cintura e me erguendo. Eu me sento e rezo para Deus poupar a minha vida. Victor sobe atrás de mim e eu sinto seu corpo próximo ao meu. Respiro fundo e agradeço mentalmente as divindades dos cavalos por me proporcionarem esse momento.           Victor passa a mão pela minha cintura e me puxa próximo ao seu corpo, o que não havia derretido na minha cabeça acabou de virar geleia. O caminho até o lago é feito com calma e Victor mostra a paisagem, as vezes me perco no que ele fala, pois, sua voz está próxima ao meu ouvido e eu sinto meu corpo reagir a ele. Chegamos ao lago e Thais desce do cavalo e sorri abrindo os braços.         — É lindo, não é? — Ela se senta no chão e tira os tênis, enrolando a calça nas pernas. Victor desse do cavalo e me ajuda a descer. Ele sorri e se aproxima de Thais tirando os tênis e enrolando a barra da calça para cima também. Eu me sento em uma pedra e fico olhando para o lago. Tudo aqui é perfeito. Parece uma pintura digna de um quadro.           — Você não vem? — Victor me chama, mas eu n**o com a cabeça. Prefiro manter a minha dignidade. Da última vez que estive perto de tanta água assim Victor teve que me salvar do afogamento. Ele sorri e parece entender o meu medo.           Ficamos no lago por um tempo rindo e conversando. Victor contou algumas histórias da fazenda e Thais completava as histórias com algumas notas que faziam Victor ficar envergonhado. Por um instante eu senti ciúmes da amizade deles. Eu não tenho irmãos e nem amizades de infância como eles. Quando Thais falou a primeira vez sobre Victor, achei que ela gostava romanticamente dele, mas quando questionei ela falou que ele é uma espécie de irmão de outros pais, que nunca o viu dessa forma romântica, apesar de ouvir piadinhas sobre isso sempre. E agora vendo os dois juntos percebo que realmente não há esse tipo de sentimento entre eles. Eles são amigos, irmãos, e isso deixa meu coração mais animado ainda. Victor é lindo e com certeza sabe o que eu sinto.          — Vamos voltar? — Thais se levanta e calça os tênis. — Quem chegar por último acende a fogueira a noite. Thais monta no cavalo e sai em disparada. Victor me olha e sorri. Ele calça os tênis e me estende a mão para que eu me levante. Seguro a sua mão e me levanto limpando a minha calça. Victor se aproxima de mim e coloca uma mecha dos meus cabelos atrás da minha orelha. Eu olho em seus olhos e sinto meu coração dar um pulo no peito. Ele coloca a mão na minha cintura e me puxa colando seu corpo ao meu. Fecho os meus olhos esperando o beijo e ouço um grito. Abro meus olhos e Victor olha para o lado ao mesmo tempo que eu.           — THAIS! — falamos juntos e saímos correndo.           Victor me ajuda a subir no cavalo e sobe atrás de mim, partimos em disparada e encontramos Thais caída no meio da estrada de terra. O seu cavalo se assustou e deu um pulo. Thais caiu e não consegue andar. Victor desce do cavalo e tenta ajudá-la a ficar de pé, mas Thais não consegue pisar no chão.            Victor monta no cavalo e vai até a fazenda buscar ajuda. Volta cerca de cinco minutos depois com um empregado e o carro. E foi o fim das férias que eu achei que mudariam a minha vida. Thais caiu e quebrou o pé e eu quase beijei o menino mais lindo do mundo.  ANO 2017 CAPÍTULO 04 VICTOR           São 5h da manhã e Thais já está animada e falando mais do que falou a sua vida toda. Eu me sinto feliz por vê-la assim, depois que perdeu seus pais no ano passado, é a primeira vez que decide sair de férias e viajar. Foi um ano difícil, de muitas lágrimas e desespero. Tio Edu e tia Marisa fazem uma falta gigante na vida de todos nós. Thais se faz de forte, mas sei que suas crises de pânico estão sempre ali á assombrando. Eu tento me manter por perto e ajudá-la sempre que posso, mas a faculdade me ocupa muito tempo. Meu pai ainda não sabe que eu estou no último ano de publicidade. Ele acredita que estou cursando administração, e que cuidarei da fazenda quando me formar. Eu tentei contar a verdade algumas vezes, mas ele não me escuta e minha mãe nunca tem tempo. A vida toda ela esteve ocupada e acredito que sempre será assim.        Thais passa correndo pela sala mais uma vez arrastando outra mala para o elevador. Eu continuo sentado no seu sofá me fazendo de morto.        — Vamos, Victor! — ela grita ao meu lado e eu fecho os olhos com mais força. Eu sei que ela não vai desistir e é inútil ignorá-la. Levanto-me e caminho até a porta arrastando os pés.          Descemos até a garagem pelo elevador com Thais repetindo em detalhes como é o chalé que alugou, e eu de olhos fechados com a cabeça apoiada contra a parede de aço, lutando para não sentar no chão e adormecer ali mesmo. Coloco as malas de Thais no porta malas e encosto no carro esperando ela retornar, como sempre ela esqueceu alguma coisa e voltou para buscar.          Enquanto espero pego o celular no bolso e acesso a minha conta na rede social que Thais insistiu que tenho que ter. A primeira foto que aparece é a de Rafaela, amiga de Thais. Ela está linda, com os cabelos ruivos esparramados sobre a almofada. A blusa preta contrasta com a pele clara. Seus olhos cor de caramelo me prendem e a boca perfeita é um convite para minha imaginação. Olho à legenda da foto e meu coração dá um tranco no peito: Esperando a amiga amada e o amigo gato para uma viagenzinha. O fim de semana promete!          Leio e releio a legenda da foto umas seis vezes. Thais não falou nada sobre ela ir conosco. Volto a olhar a foto e na minha cabeça imagino Rafaela de biquíni sob o sol. Sinto-me estranhamente feliz e animado com a viagem. Estou perdido em meus pensamentos e não percebo que Thais se aproximou.          — Victor? Oi? — Ela está pulando na minha frente chamando a minha atenção.          Eu não pergunto nada sobre Rafaela, desde o velório dos pais de Thais que eu não a vejo pessoalmente e desde as férias fracassadas que a minha vontade de beijar aquela menina só aumenta. Eu acompanho de longe o que acontece na vida dela. No ano seguinte ao das férias que Thais quebrou o pé andando a cavalo, eu vim para a cidade, mas Rafaela estava namorando e eu não quis vê-la e nem comentei nada com Thais. O namoro durou três anos, três longos anos, e recentemente vi nas redes sociais dela que havia acabado. Thais sempre fala dela para mim, mas não questiona nada sobre o que eu sinto ou penso em relação a Rafaela ou em relação a qualquer garota. E quando saímos e vamos as festas doidas que Thais arruma, não fico com ninguém na frente dela, não sou de ficar me exibindo, não gosto de expor a minha vida pessoal. É lógico que eu tenho a minha vida amorosa, afinal tenho 23 anos, mas em todos os rostos, corpos e bocas eu imagino Rafaela. Nunca um relacionamento durou mais que um mês. Na verdade, nenhum pode ser chamado de relacionamento. Foram várias meninas, várias dores de cabeça e muitos dramas desnecessários.           Ligo o som do carro e coloco uma música animada. Thais me olha franzindo o cenho.             — Ok, por que a animação de repente? — Ela me olha e tenta abaixar o volume do som. Dou um t**a em sua mão e ergo mais ainda o volume. Não respondo e ainda canto a música fazendo questão de desafinar a voz só para irritá-la.   Thais revira os olhos e volta a mexer no celular. Pelo canto do olho eu vejo que ela está mandando uma mensagem para alguém.           Pego a avenida principal para sair da cidade e Thais se vira de lado no banco do carro, me encarando.           — Fala logo. — Eu já sei que ela vai me pedir alguma coisa. — E senta direito para não me atrapalhar. — Eu convidei a Rafa — Thais fala animada, como se tivesse preparado uma surpresa para mim e bate palmas.            — Uhul! — respondo fingindo que não me importo, escondendo a minha verdadeira euforia.            — Aí como você é chato! — Thais se senta direito e me fala o endereço de Rafaela que nos aguarda. Eu manobro o carro para voltar e passar da casa dela e escondo o sorriso que insiste em surgir nos meus lábios olhando para o lado.                                        ***         Rafaela consegue ser ainda mais linda com o passar do tempo. Seu corpo não é mais de menininha. Já tem as curvas acentuadas e os s***s volumosos. Ela sorri quando me vê e acena empolgada. Thais desce do carro e corre para abraçá-la.         — Oi, amiga! — As duas se abraçam e dão pulinhos. Eu desço do carro e me encosto na porta assistindo a cena. Parecem duas crianças que não se veem a mais de dez anos, e na verdade, segundo Thais faz só dois dias que se encontraram. Rafaela se aproxima de mim e apoia a mão no meu peito, fica na ponta dos pés e me dá um beijo na bochecha.         — Oi, amigo da Thais. — Sua voz está diferente, assim como a sua postura. Ela não está mais tímida como era quando nós éramos mais novos. Seus olhos brilham e ela sorri me olhando. Eu sorrio e aceno com a cabeça. Ainda estou sobre o efeito do formigamento que sua mão no meu peito causou. Rafaela dá um passo para trás e me olha de cima a baixo.        — Uau! Você está lindo mesmo. Não está, Thais? — Sinto meu rosto esquentando. Nunca nenhuma menina tinha me deixado sem jeito assim. — Será que agora consigo te dar aquele beijo? — Meu cérebro demora para entender o que ela disse, mas meu corpo não. Eu sinto meu rosto pegar fogo e engulo seco.           — Rafaela, para de deixar o Victor envergonhado e vem me ajudar com a sua mala — Thais a chama de trás do carro e ela pisca para mim enquanto se afasta para ajudar a amiga. O que foi que aconteceu aqui?            Entro no carro ainda sem reação. Rafaela me deixou desconcertado. Eu estava achando que iria para cima dela e tentaria fazer alguma coisa acontecer entre a gente, mas ela chegou como um furacão e revirou meu mundo de ponta cabeça.            Suas palavras ecoam em minha cabeça e eu demoro um pouco a perceber que elas já entraram no carro e estão esperando que eu responda a alguma coisa que Thais perguntou. Olho para Thais ao meu lado e para Rafaela que está sentada atrás de mim.            — Oi? — pergunto esperando que elas repitam o que perguntaram.             — Vamos? Nós já estamos prontas — Thais repete apontando para a rua na nossa frente.             — Nossa, Victor, você parece meio tenso. Quer uma massagem? — Rafaela coloca as mãos nos meus ombros e os aperta me fazendo paralisar ao sentir seu toque.             — Para, Rafa, acho que não está funcionando. — Thais me olha e sorri arrumando o cinto de segurança. Pela sua cara já percebeu que eu fiquei sem jeito e totalmente abalado por Rafaela, e conhecendo Thais ela vai criar situações para que Rafaela e eu fiquemos cada vez mais próximos. Respiro fundo e seguro firme no volante enquanto Rafaela sorri, me olha pelo retrovisor e coloca os óculos de sol no rosto.             A viagem até o chalé que alugamos foi uma tortura. Foram os 40 minutos mais confusos da minha vida. Rafaela toda hora me tocava ou fazia perguntas que me deixavam sem reação. Thais em vez me ajudar, colocou seu fone de ouvido e se isolou do mundo. Quando estacionei na garagem do chalé me joguei para fora do carro. Eu precisava respirar e me acalmar. Thais desceu do carro e Rafa a seguiu, passando por mim sorrindo. Essa menina enlouqueceu!            Pego as malas no carro e entro. O chalé é pequeno e rústico. É como uma pequena réplica da fazenda dos meus pais. Respiro fundo e coloco as malas das meninas no canto e vou para meu quarto no segundo andar. Jogo-me na cama que é semelhante à minha na fazenda e coloco o travesseiro na cabeça. Estou cansado da viagem da fazenda até a casa de Thais e agora de vir dirigindo até aqui. Fecho os olhos e a imagem de Rafaela apoiada em meu peito, volta a minha mente.          O que aconteceu nesses anos que fez ela ficar maluca assim?             Adormeço em poucos minutos.  
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