Infância
Mia
Acordei com um forte choro de bebê um pouco longe. Me levantei rapidamente e corri até o quarto da Louisa para ver o que estava acontecendo, parei bruscamente vendo uma das cenas mais fofas que eu já vi na minha vida até agora, Peter estava de costas para mim, mas percebi que estava segurando nossa filha, Louisa de apenas 3 meses, no colo e tentava fazer ela parar de chorar a balançando.
— Shh shh não chora Lo... — Ele parecia um tanto quanto desesperado.
Ele tentava dar a chupeta para ela e ela chorava ainda mais.
— Deixa comigo... — Disse rindo e a pegando no colo.
A aninhei sobre meu peito carinhosamente balançando o corpo devagar dando a chupeta a ela e em minutos ela parou de chorar.
— Isso não vale, só você consegue fazer ela parar de chorar. — Sussurrou Peter
— Poderes maternos baby. — Respondi dando uma piscada.
— Não é justo...
— Não fica chateado amor... Vem cá, segura ela... — Disse entregando Lo devagar para Peter.
Ele a segurou meio desajeitado e ficou um pouco nervoso quando ela resmungou, mas logo se acalmou quando Lo apenas ficou quietinha em seu colo chupando a chupeta.
— Olha ela tá tão quietinha! — Sussurrou com um enorme sorriso no rosto.
Vendo Peter todo bobo e segurando Lo em seus braços um pouquinho sem jeito me faz lembrar em como foi complicado o meu parto... Eu já estava a horas no leito do hospital sentindo fortes contrações, Peter não saia do meu lado, mas estava tão nervoso quanto eu, minha visão já estava ficando turva quando eu tive que aceitar fazer a cesariana para salvar Louisa e eu, na sala de cirurgia eu estava totalmente nervosa, mas Peter estava ali segurando a minha mão, olhando em meus olhos me tranquilizando, quando ouvimos Louisa chorar ambos choramos junto, Peter saiu do meu campo de visão e quando voltou estava com Lo no colo ainda sujinha de sangue, mas ela era linda mesmo com carinha de joelho e quase sem cabelo, quando ela me olhou com aqueles olhinhos azuis como os meus eu me derreti, a única coisa que eu conseguia fazer era chorar e sorrir assim como Peter...
— Olha! Consegui fazê-la dormir... — Sussurrou Peter me tirando de meus devaneios, ele segurava Lo deitada em seu colo, ela havia pegado no sono. — Ela é tão linda...
— É mesmo... Vai te deixar de cabelos brancos... — Disse me aproximando deles.
— Como assim?
— Ah querido, um dia ela vai crescer e ser adolescente, aí os meninos virão.
— Não fala isso, nenhum garoto vai encostar na minha princesinha...
— Por que os homens quando se tornam pais ficam tão hipócritas? — Questionei dando um riso nasal.
∞
— Amor... Acorda amor... — Ouvi uma voz um pouco longe
Quando abri os olhos Peter e Lo estavam sentados na cama, Lo estava com o cabelo todo bagunçado e o rosto cheio de farinha e manteiga, ambos estavam com um sorriso enorme no rosto.
— Bom dia meus amores... — Disse me sentando na cama ainda meio sonolenta.
— Feliz Dia das Mães, mamãe!
— É... Feliz Dia das Mães, mamãe — Disse Peter me dando um selinho.
— Eca papai...
— Continue pensando assim princesa!
— Peter o que aconteceu com ela?
— Um pequeno acidente com a farinha de trigo... E com a manteiga... E com os ovos...
— Como esse "acidente" aconteceu Peter? — Perguntei encarando-o com os olhos cerrados.
— A massa caiu na minha cabeça mamãe!
Peter apenas me olhava sorrindo mostrando todos os dentes.
— Obrigado pelo café meus amores... Vem cá filha vamos tirar essa massa do cabelo meu amor. — Disse rindo tirando alguns pedacinhos de massa de seus cachinhos castanhos.
Louisa tinha os olhos azuis como os meus, aos quatro anos ela já tinha os cabelos longos, castanhos e ondulados e tinha uma energia que só por Deus, ela subia pelas paredes... Literalmente.
— Filha não! Desce da porta! — Peter correu até ela para tirá-la do batente da porta, ela estava a uns 2m do chão. — O que papai disse sobre ficar subindo nas coisas?
— Não deixe a mamãe ver!
Olhei para Peter com os olhos cerrados e os braços cruzados, tenho quase certeza que meus olhos até mudaram de cor.
— Ha-ha engraçada você né filha, tão comediante... Hora de dormir! — Peter a pegou no colo e a levou para o quarto dela.
Enquanto observava do batente da porta ele contar histórias para Lo dormir eu só conseguia pensar no que Banner havia dito, ele disse que não sabia se ela tinha poderes, que ela podia desenvolvê-los quando fosse mais velha como o meu... Eu ainda estava me apegando aos 10%...
— Até que enfim ela dormiu... — Sussurrou vindo ao meu encontro.
— Querido... Eu não quero que ela saiba sobre nós...
— Como assim amor?
— Não quero que ela saiba que temos poderes... Que já fomos heróis...
— Fomos?
— Sim... Se você quiser continuar a ser o Homem-Aranha eu vou sempre te apoiar amor. Mas eu não vou mais ser a Gata Negra... Por ela... Eu quero que ela tenha uma vida normal Peter.
— Mas e se ela tiver poderes? Ela já escala o batente das portas pra mim isso com certeza é um poder.
— Não é um poder, ela só é agitada... Se ela tiver poderes contamos a verdade, mas só se ela manifestar poderes... O que eu realmente espero que não... E-eu só não quero que ela se machuque...
— Tudo bem querida... Vai dar tudo certo... — Sussurrou me abraçando enquanto olhávamos Louisa dormir tranquilamente em sua cama.