Cinco anos depois...

1306 Words
Eu nem conseguia acreditar que ja fazia cinco anos que eu trabalhava para o Mateo Hartw. No começo foi muito difícil para mim, eu tive que passar varias noites lendo documentos e mais documentos, e também ler todos os livros que encontrei sobre como ser uma boa secretária. E ele não tinha facilitado, ele era sempre muito rigoroso e detalhista em tudo, mas isso não me incomodava, eu já estava acostumada, porque meu pai também era assim. Nesses anos todos, sempre trabalhei, ou melhor, eu dediquei minha vida a esse trabalho, mas ele parecia nem notar tudo o que eu fazia. E eu só continuei porque precisava do dinheiro para a faculdade. Assim que consegui o emprego comecei a fazer Psicologia, esse sempre tinha sido o curso que eu queria fazer, mas meu pai insistia que eu deveria fazer Direito ou Administração. Agora faltava pouco mais de três meses para eu me formar, e eu tinha feito uma promessa a mim mesma, eu pediria demissão assim que me formasse. Eu já estava cansada de tudo isso. Além da minha faculdade meu outro sonho era ter uma familia, eu queria filhos, e já estava com 28 anos e nem namorado eu tinha, mas também como eu poderia ter, meu trabalho e a faculdade consumiam todo o meu tempo e energia, eu m@l saia com meus amigos. Mas tudo isso iria mudar, eu ja tinha claro os meus objetivos para o próximo ano, precisava começar minha carreira na psicologia, era para isso que eu havia guardado todas as minhas economias, e também me daria a chance de conhecer alguém interessante. Eu ainda não havia feito meu pedido de demissão, não queria me precipitar, pois ainda faltava alguns meses para eu me formar, mas eu já tinha deixado claro para o Mateo que sairia assim que terminasse a faculdade. Não que eu achasse que ele se importava com isso, ele m*l olhava para mim, e falava comigo apenas o necessário. No início houve dias em que eu cheguei a pensar que ele se sentisse atraído por mim, ele me olhava de uma maneira estranha, como se quisesse tirar minha roupa só com o olhar, mas depois que fui o conhecendo melhor, descobri que não era nada disso. Ele nunca criava laços, para ele era só uma noite e nada mais, cada dia uma mulher diferente. Pelo pouco que descobri sua única namorada havia sido Helena, mas ela o tinha traído com o melhor amigo e se mudado para outro país. E depois disso ele passou a ser o que todos conheciam agora, o mulherengo, egocêntrico e que não confiava em nenhuma mulher, as vezes eu chegava a pensar que ele não confiava nem na própria mãe. ...-------¤-------... Desde que a Alice me falou que vai deixar de ser minha secretária que eu ando só pensando em o que eu posso fazer para que ela não deixe a empresa, eu ja nem sei mais o que faria sem ela. Eu sei que nunca cheguei a falar o quanto ela é importante, mas eu preciso dela aqui. Eu sempre a evitei, desde o dia da entrevista que eu não posso ficar no mesmo ambiente que ela sem ter desejo de tirar sua roupa e deixar aquela ruivinha doida por mim, mas é contra todas as regras que eu mesmo criei. Além do mais, depois da Helena eu não podia mais confiar em ninguém, e é por isso que eu tinha escolhido a vida de playboy mulherengo. Não que fosse totalmente verdade, mas eu preferia assim. A função da Alice, era que ela me acompanhasse em todos os lugares que eu fosse, mas eu nunca havia a levado comigo para nenhuma viagem, eu não sabia se aguentaria tamanha tentação. Por isso eu preferia tentar ignorá-la, não funcionava muito, talvez agora, depois de todo esse tempo eu estivesse mais acostumado, mas no início precisei de banho frio muitas vezes. Enquanto ainda pensava sobre como mantê-la na empresa após sua formatura, meu celular tocou. Era o meu pai. O que será que ele queria? Ele nunca me ligava sabendo que eu estava trabalhando. Algo não estava certo. - Alô! Pai está tudo bem? "Está sim meu filho, e com você?" - Estou bem também. Aconteceu alguma coisa? "Não aconteceu nada Mateo, está tudo bem. Estou te ligando, porque acabei de falar com o Charlie Macgonagan sobre aquela propriedade que estamos querendo, e ele aceitou nos receber na fazenda. Mas você terá que ir amanhã, pois o filho dele estará lá com a esposa, e daqui tres dias vão voltar embora." - Mas pai, você não acha que está muito em cima da hora? Tenho que arrumar tudo e ainda tenho que avaliar a fazenda. "Não se preocupe Mateo, eu já avaliei. Mas só tem um problema." - Ai, ainda tem mais? "Sim, e acho que você não vai gostar." - Fala logo pai, o que houve? "Charlie me falou que o filho não o receberia sozinho, mas eu avisei que você iria com uma amiga." - Pai.. porque fez isso? E agora, eu nao levaria nenhuma mulher lá, porque vamos ficar três dias. Isso não vai acontecer. "Mateo para com isso, você pode levar a Alice" - Levar a Alice? O sr. só pode estar de brincadeira né? "Claro que não, ela sabe tudo sobre a propriedade, e sobre os planos do hotel fazenda. Além do mais, acredito que Alice seria uma ótima pessoa para te ajudar a fechar esse negócio." - Ok pai, eu vou falar com ela, mas já sabe que não posso obrigá-la a ir né? Ate mais.. manda um abraço para a mamãe. Agora não tinha como fugir, na verdade eu já havia feito isso por cinco anos, e agora essa seria nossa primeira viagem juntos. Mas eu ainda precisava falar com ela, e como a viagem seria amanhã eu não podia esperar mais. Peguei o celular e mandei uma mensagem para ela: "Alice, está muito ocupada? Preciso falar com você, venha a minha sala o mais rápido possível por gentileza!" Passado uns dez minutos que mais pareceram horas ouvi uma batida na porta: - Entra! - Sr. Hartw, como posso te ajudar? Cada vez que ela me fazia essa pergunta eu tinha vontade de responder com as coisas que minha imaginação sacana me levava a pensar sobre ela. Mas esse era um assunto sério, e ficar imaginando essa ruivinha na minha cama não ajudaria. - Alice, você sabe que estamos há algum tempo fechar a transação da compra da fazenda do Charlie Macgonagan, certo? - Sim, Sr. Hartw! - Então, o filho dele e a esposa estão na fazenda e vão embora na segunda. Mas eles aceitaram nos receber amanhã para ficarmos durante o final de semana com eles e também finalizarmos a compra da fazenda. - Espera, isso significa que eu também terei que ir? - Infelizmente sim, ele aceitou apenas se eu levar alguém, me parece que ele é uma pessoa bastante ciumento, e não quer que eu vá sozinho. - E já vamos viajar amanhã? - Isso. Amanhã pela manhã o motorista vai te buscar e nós vamos para a fazenda. Parece que ele quer que vejamos o que for preciso na sexta, e depois aproveitamos o sábado e domingo para se divertir. - Tudo bem então Sr. Hartw. A que horas o motorista irá me buscar? - As 7h. E como te avisei em cima da hora, pode encerrar o expediente agora, não é muito mas já é uma hora a mais para arrumar as suas coisas. - Obrigada Sr. Hartw. E até amanhã. Assim que ela saiu e fechou a porta, que eu parei para pensar, meu Deus eu passarei tres dias acompanhado por essa tentação de mulher. "Ah Mateo você está ferrado meu amigo, em que situação você se meteu em?"
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