Infelizmente o meu contrato com a escola que eu trabalho terminaria em breve e nenhum dos meus supervisores chegou a falar comigo sobre renovar o meu contrato, mas ainda assim eu ganhava pouco para ser professora.
E para piorar todo o meu desespero eu tinha acrescentado a minha lista o desemprego como um dos pontos importantes, e além disso eu teria que achar um novo lugar para morar e pra piorar tudo a minha melhor amiga tinha decidido se mudar para a casa do namorado e então eu ficaria sozinha com as despesas da casa.
E não sei quantas vezes eu xinguei a Lorena mentalmente, ela deveria ter me ouvido quando falei para nós irmos procurar um apartamento em um local mais em conta pra mim, por que aí eu me bancava sozinha, esse vai ser mais uma coisa para a minha lista, ser despejada.
Claro eu tinha outra proposta de emprego, mas era para trabalhar com supervisora em uma escola que era muito menor e era um pouco mais longe da onde eu morava, e de qualquer forma teria que procurar um lugar para morar e eu teria que encontrar um que fosse perto do meu novo emprego.
— Senhor eu irei querer a vaga de supervisora da nova escola — Falo olhando para o senhor João que era dono de uma agência de empregos
— Mas menina Liz o salário de lá e horrível — Ele fala me mostrando a folha que tinha a proposta
Eu dou uma risada sem humor.
— Bom é muito melhor do que eu ficar desempregada seu João — Digo triste
Ele se encosta na poltrona e me olha pensativo.
— Eu tenho uma proposta muito boa e está ali na gaveta — Ele se levanta e dá a volta na mesa e pega uma folha e se senta novamente
Pego a folha e vejo procura-se uma babá em tempo integral.
— O que é isso seu João ? — Pergunto
Ele me olha e boceja entediado, seu João era um homem na casa dos quase sessenta anos e sempre me ajudou desde que os meus pais faleceram e ele até parecia aqueles idosos igual o dos desenho.
— Esse menino que está procurando uma babá é o meu sobrinho — ele fala e aponta para o nome que está em baixo no papel
E pelo que li estava escrito apenas o nome dele que era Otávio e não tinha nem o sobrenome ou alguma identificação visual do mesmo.
— O pobre garoto perdeu a mulher no parto do filho — Ele falou com os olhos marejados — Ele é um bom rapaz, mas não sabe nem alimentar uma criança direito
É pelo que estou vendo o rumo dessa história é bem triste e coloco as minhas mãos nos ombros do senhor João para tentar dar algum conforto para ele.
— Você é uma pessoa bondosa menina — Ele fala e sorri
— Obrigada senhor João — Eu falo e dou um sorriso
— Por isso estou falando que você é boa para esse emprego — Ele fala — E fora que você tem experiência com crianças pois você trabalhou na escola
Eu dou risada da sua comparação.
— É bem diferente de eu ficar um dia todo olhando as crianças e eu nem sei quantos anos a criança tem — Eu falo
Ele se ajeita na poltrona e me encara docemente.
— Eu irei te indicar lá mesmo assim — Ele fala decidido — E se você tiver qualquer dúvida pesquise na porcaria da Internet
Eu dou risada novamente mais uma vez, o senhor João não é uma pessoa que gosta muito da Internet apesar dele ser dono de várias empresas ele não é muito fã da evolução tecnológica.
— Tudo bem senhor João, é meio impossível eu discutir com o senhor — Falo
— Então já que sabe que é impossível negar qualquer coisa pra mim, então pode vir trabalhar comigo em uma das minhas empresas — Ele fala e sorri
Essa sem dúvidas não era a primeira vez que ele me chamava para trabalhar em uma das empresas corporativas dele, e essa não seria a primeira e nem a última vez que eu negaria.
— O senhor sabe que não consigo ficar em salas e escritórios fechados eles me dão calafrios — Falo e me tremo toda
— Então vou te recomendar para uma faculdade teatro pois você sabe fingir muito bem menina — Ele fala e dá um tossida
— É eu sou tão linda quanto elas — Falo e faço posse
Ele me olha e dá uma gargalhada tão gostosa e era bem difícil não acompanhar ele também.
— Espere aí que irei fazer um telefonema — Ele fala
E apesar da idade um pouco avançada o senhor João era uma pessoa ligeira, então rapidamente ele se levanta e pega seu celular na mesa e disca para alguém.
Chamada on
— Alô — Ele fala e acena a cabeça — Mas que moleque insolente
Ele fica em silêncio e cochicha algo no telefone.
— Olha não se preocupe eu já achei uma moça bem linda pra você — Ele fala e dá uma gargalhada boa
Parece que alguém do outro lado da linha o repreende e isso só diverte mais ele.
— Você larga de bobagem — Ele retruca — Eu irei levar ela aí agora mesmo
E mais uma vez tudo fica em silêncio.
— Eu não estou nem aí que você esteja apenas de cueca, ela irá cuidar do seu filho não do seu brinquedo que usou para fazer ele — seu João fala
E eu juro que tentei não dar risada, mas o senso de humor daquele homem era muito diferente.
— Tabom, se vista logo eu estou aí em dez minutos — Ele fala e desliga o celular sem nem esperar uma resposta da outra pessoa
Ele se levanta e vem na minha direção e pega seu paletó na cadeira.
— Vamos lá menina — Ele fala
Primeiro capítulo ok
E vamos para mais uma história meus amores espero que gostem e não esqueçam de deixar os comentários do que estão achando e dos votos em