Capítulo Dois — Thomás

696 Words
Mesmo insistindo para que Elisa estudasse, nunca funcionou, ela sempre inventava uma desculpa, até chegar um momento ao qual eu decidi não lhe pressionar mas sobre isso, eu juro que tentei fazer com que ela tivesse o mesmo desejo de atingir o objetivo, como eu tenho pelos meus, porque só ela pode lutar por aquilo que deseja, pois o meu sonho já é outro. O final do ano chegou, a data de fazer o vestibular finalmente tinha chegado, enquanto eu estava ansioso pela minha prova, a minha namorada sequer tinha se inscrito, isso me chateou muito, até me fez refletir se eu estava namorando a pessoa certa. Porque não era possível uma coisa dessas, tanto que eu conversei com ela, mas não adiantou de nada, já que ela fingiu que me escutou, porém entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Mas agora não há muito o que fazer, a prova do vestibular já passou e a contra a gosto, somente eu fiz e ela não. — Sai hoje o resultado do seu vestibular? A respondo apenas com a palavra sim, pois ainda estou chateado, por ela ter jogado a oportunidade fora. — Eu não acredito que você ainda está chateado comigo por não ter prestado vestibular junto com você. Abro o meu velho notebook para acessar a lista de aprovados, quando vejo o meu nome no primeiro lugar fico sem acreditar, gritando de felicidade logo em seguida, eu tinha conseguido! Todas as noites que fui dormir tarde valeram a pena, me abdicar dos momentos de diversão durante um ano inteiro valeu muito a pena! Eu aqui comemorando por ter passado na faculdade de direito e a Elisa com a maior cara feia, nem sequer se levantou do sofá para me dar um abraço de felicitações. — Porque você não está feliz junto comigo? Aliás, os namorados costumam se alegrar com a vitória um do outro. Ela diz que não consegue ficar alegre sabendo que eu vou ter que sair de onde moramos para ficar morando na cidade da minha faculdade. Eu não acredito no que estou escutando, então a Elisa não está comemorando junto comigo, pelo fato de que não quer que eu vá embora da nossa cidade? Mas é claro que eu irei, vou realizar o sonho pelo qual abdiquei os meus momentos de diversão e as minhas noites de sono. — Espera, deixa eu ver se eu entendi, você não está feliz por mim, pelo simples fato de que vou precisar me mudar para realizar o meu sonho, é isso? Elisa diz que sim, que isso não era justo com nós dois. Justo não é ela ser egoísta dessa maneira, em estar pensando só na gente, sendo que se ela estivesse estudando do jeito que eu sempre falei, agora estaríamos indo juntos para a mesma faculdade, apenas em cursos diferentes, mas ela mesmo não me escutou. — Sim! Isso não é justo, você vai passar anos fora, enquanto eu vou ficar aqui chupando dedo! Se ela está pensando que vou desistir da minha vaga somente para ficar aqui, esperando a boa vontade dela de estudar, para passar igual eu na faculdade, ela está muito enganada. — Não é justo você mesma não ter estudado e nem ter arriscado a prova do vestibular, e agora fica aí desse jeito pelo fato que vou viver lá para estudar. Se tudo desse certo, nunca mais coloco os pés nessa cidade, pretendo abrir um escritório de advogados e associados, assim que eu me formar e conseguir passar na prova da OAB. — Ah! Então quer dizer que você acha justo, o meu namorado ir embora e me deixar chupando dedo por sabe-se lá quanto tempo? — Desculpas! Mas eu não vou deixar que você me atrapalhe durante este caminho. Não seja por isso Elisa, o nosso relacionamento termina por aqui, assim você não fica chupando dedo. Ela diz que eu só posso estar brincando com ela, mas não estou com brincadeira nenhuma. Chega! Em vez de ela estar feliz e comemorando pela minha conquista, ela está se preocupando por que não vai comigo também, pois agora está tudo resolvido. — Que brincadeira de m*l gosto é essa?
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