Mel estava tentando dopá-lo, mais uma mulher o apunhalava pelas costas. Já devia ter aprendido, jogou o líquido fora, mas percebeu que a quantidade do que havia dentro era capaz de fazer tombar um elefante, pois já sentia os efeitos.
Russo teve certeza que aquilo era ideia de Lua, já que Lua sabia do seu condicionamento físico, pois era o treinador dela. Lua saberia também que Russo notaria logo que o líquido estava batizado, por isso adicionou uma grande quantidade.
Se Mel se enfiasse na sua cama, Xavier ia acreditar que tinha se deitado com a filha dele, mas se certificou de trancar a porta, antes que o efeito o derrubasse, já sentia os músculos completamente relaxados, como se tivesse recebido uma anestesia.
Discou o número do telefone do El chefe, mas desistiu, se era estúpiido o suficiente para se deixar dopar por uma jovem, teria que assumir o preço da estupiidez. Raiva trilhou o estômago dele, mais uma vez, mais uma vez uma mulher se valia da confiança que tinha depositado nela para o enganar. Nunca mais baixaria a guarda, isso se saísse vivo da casa de Xavier, o chefe o mataria, e Russo estava decidido a não se defender. Estava cansado de lutar, nem mesmo Mel era confiável, a ratinha que ele deixou entrar em seu coração, preparava uma armadilha para o obrigar a subir ao altar.
Podia ter pego o que tanto queria dela, podia ter levado Mel para cama, se fosse como costumava ser com as poucas mulheres que visitaram a sua cama, ela não voltaria nunca mais. Apesar do desejo, da fera que habitava nele, e da menina se apresentar quase nua algumas vezes para provocá-lo, respeitou a inocência dela, e Mel fazia isso, o traía como se a tivesse machucado.
Se encostou no travesseiro, estava lúcido e acordado, mas não conseguia nem mesmo dar alguns passos.
A porta foi aberta. A ratinha em que ele confiava fez uma chave. Era só mais um homem estúpiido, enganado por uma quase menina.
Fechou os olhos. implorou para ela:
_ Não faça isso, Mel.
_ Desculpe! Mas não quero me casar, não com Murilo.
Lua estava com um celular na mão.
Ele fechou os olhos quando Mel retirou o top que vestia, sentiu a er£ção se construir, e sentiu raiva dele mesmo por ser imune a ela, era imune a qualquer outra mulher, mas ela conseguia o tirar do foco.
Xing0u, não podia se mover, deveria ter se trancado no banheiro, mas tinha quase certeza que as duas irmãs tinham uma cópia dali também.
_Eu vou odiar você, se fizer isso, vai me transformar em um traidor.
Mas, Lua não concordou e encorajou a irmã.
_ Não vai, Mel. Russo ama você. Ou cria coragem agora, ou se casa com o Murilo.
Mel se sentou sobre ele, ele tentou a arrancar de cima do seu corpo, mas foi em vão, na fotografia pareceu que ele a segurava para dar apoio.
Mel deu um beijo nele, mas Russo travou os lábios, abriu os olhos, e Mel visualizou a raiva e fúria nos olhos claros, se levantou. Saiu do quarto com a irmã gêmea indecisa.
_ Não devia ter feito isso, Russo vai ficar magoado..
_ Vai amarelar, agora?
_ E se ele não me perdoar?
_ Ele ama você, Mel, como não amaria?
Era impossível, Mel era a representação da doçura e do amor.
_ O que vai fazer com as fotos?
_ Mostrar para mamãe, ela vai contar para o papai.
Ella era leal ao marido Xavier ,e tentaria proteger a filha.
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Russo aguardou o efeito da drog@ passar, não tinha outra escolha.
Uma hora depois ele se levantou, olhou no espelho, os olhos estavam vermelhos, precisava sair dali, mas não podia abandonar o seu posto no meio da noite. E se saísse, e Lua entregasse as fotos para Xavier, o chefe acreditaria que fugia como um covarde, e se tinha uma coisa que Russo não era, era covarde, podia ser a fera que todos conheciam, mas não era um frouxo. Tomou um banho para retirar a tensão que o corpo registrava, e para piorar a ereç@o de ter Mel sobre ele não foi embora, se m@sturbou com uma raiva crescente, socou a parede do banheiro até os dedos sangrarem, mas a fúria masculina não aplacou. Voltou para sua cama. Não deveria ter aceitado o posto, mas nunca imaginou que ter um quarto na casa do chefe e ser o segurança das filhas e da mulher dele causaria isso, era tarde demais para lamentar.