Ato IV

897 Words
Mel e Lua tiveram a confirmação do erro cometido, mas agora não tinha como voltar atrás. Viram o pai jogar a mala no chão, e puxar a faca. O grito que Xavier deu pareceu mais um rugido, a filha nunca o tinha visto assim. Mel começava a conhecer o lado f**o da máfia. Xavier olhou para Ella, o ciúmes que sentia dela depois de todos esses de casamento quase beirava a loucura, mas sabia que Russo não desrespeitaria Ella. Mas o chefe não era estúpiido, se fosse não estaria no poder ainda, chefes relapsos caiam logo. _ Ele e Mel? Ella confirmou. Alguns soldados viram a confusão na porta e se aproximaram. Xavier de um grito dispensando todos, alguém avisou Estefano, mas o subchefe de Xavier não era o melhor o conselheiro nesses momentos, por sorte Pedro, o el chefe chegava, caso contrário sangue seria derramado até as coisas se acertarem. _ No meu galpão, Russo, agora. Mel não sabia o que acontecia no galpão, mas Lua sim. Entrou na frente do pai. _ Papai, não. _ Ele traiu minha confiança. Suba para o quarto com a sua irmã _ O que tem galpão, Lua? _ Ninguém que entrou lá com o papai, saiu vivo Mel. Absolutamente ninguém. Mel agarrou a cintura de Russo _ Não faça isso, já me transformou em um traidor, não me transforme em um covarde também. Me deixe ao menos com isso. A voz dele não demonstrava medo, mas raiva. Ella percebeu que precisava interceder, sabia que no fundo a filha amava o soldado, Mel nunca estaria com alguém que não amasse.Parou na frente do marido. Os olhos dele denunciavam a tormenta. _ Hernandez, escute o que a sua filha tem a dizer primeiro. A única pessoa que chamava Xavier pelo primeiro nome era esposa, e isso tinha o poder de acalmá-lo em limites precisos. Xavier fechou os olhos por alguns segundos, quando abriu a escuridão que boa parte dos inimigos conheciam tinha diminuído. _ No meu escritório, Russo. _ Chefe. Russo não discutiu, estava decidido a não se defender, Lua tentou segurar Mel, mas dessa vez Mel se soltou, não podia deixar que o pai punisse Russo. Entrou para o escritório do pai, viu Xavier socar o nariz de Russo algumas vezes, Russo não se moveu, nem mesmo para se defender, mas o grito de Mel fez o pai parar. _ Lá fora, Mel. _ Por favor! Papai, ele não teve culpa, fui eu…. _ Não me conte o que aconteceu, ou vou arrancar a pele dele com ele vivo. Russo usou o punho para estancar o sangue do nariz, não podia retirar a camiseta ali. _ Papai _ Calada, Mel, saia. Se voltou para o soldado. _ Russo! Ele não olhou para ela e também não respondeu, nem podia, o sangue espirrava do rosto, Mel tirou a blusa de frio, para oferecer a Russo, mas Xavier entrou na frente. _ Eu amo, papai, não faça isso. Ele não se defende porque é leal. _ Se fosse não teria tocado em você. _ Não foi assim, me deixe explicar.. Mas o pai não queria ouvir. Havia saído de casa e deixou o soldado que confiava com a família, e Russo lhe pagava a confiança com traição. _ Saia Mel. Ela viu horrorizada, o pai puxar algumas facas da gaveta, ele tinha retornado para escuridão novamente. E deu graças a deus quando Pedro apareceu na porta, era o el chefe do pai, Pedro era a parte mais racional da organização e tinha um elo forte com Xavier. Mel sussurrou para Pedro _ Não deixe o papai m***r o Russo, ele não fez nada. Pedro ficou na porta, encontrou os olhos de Xavier _ Veio salvar o seu amigo? _ Vim, Xavier, salvar o amigo, você. _ Ele desrespeitou a minha casa. Pedro ofereceu um lenço para Russo. _ Não pode me impedir de fazer justiça, Pedro. _ E não vou. Pedro se sentou no sofá _ Eu não vou mover um dedo para o impedir, mas olhe para a sua filha e diga que não sabia dos sentimentos dela por Russo. Era verdade, Xavier sempre notou os olhares, mas acreditou que era curiosidade de adolescente, mas se esqueceu que as filhas cresceram, fechou os olhos e agora era obrigado a abrir completamente. Xavier usou a faca na mesa _ Vá em frente a mate Russo. Será capaz de ver os olhos de Mel diariamente? Ver a mágoa, a dor e culpa dirigida a você? Como viu, Russo não vai se defender. Xavier buscou os olhos da filha. _ Por que, Mel? _ Eu amo.. Não quis magoar o senhor ou desrespeitar, eu só o amo… _ Escolhi noivos que a maioria das meninas queriam, considerados bonitos, por quê Russo, por quê? Ela balançou a cabeça _ Eu não sei, juro que não, eu só… eu só o amo, papai. Por favor! Xavier foi para a janela, desabotoou os botões do terno, se sentia como um leão na jaula, prestes a sair e destraçalhar os animais menores. _ Saia, Mel. _ Papai. Me deixe explicar o que realmente aconteceu. _ Não. Eu não vou matá-lo, só saia. Por favor! Vá ficar com a sua mãe. Se orgulhava de nunca ter batido em nenhuma das filhas, e queria levar isso para o resto da vida, mas se sentia enganado dentro de sua própria casa.
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