Capitulo 1

1990 Words
Larissa Meu nome é Larissa Souza tenho 19 anos, moro na favela X, com o meu pai Fernando e com o meu filho Henrique de 1 ano. A minha mãe morreu a três anos atrás em um tiroteio entre os traficantes do morro com a polícia cívil, ela foi vítima de bala perdida. Nunca soubemos bala de quem realmente a acertou. A minha irmã mais velha Déborah disse para não investigarmos isso somente iria nos causar mais dor, minha irmã desapareceu um ano depois da morte da mamãe, nunca mais ficamos sabendo do seu paradeiro, a procuramos desesperados em hospitais, polícia e pela favela, mas ninguém teve notícias. ... 2 anos atrás Eu sempre fui bastante estudiosa, consegui uma bolsa de estudos em uma escola renomada da minha cidade, saia da escola e ia direto para casa estudar, o meu sonho era ser advogada, as minhas amigas sempre me chamavam para ir nos bailes, eu nunca ia, não gosto dos bailes da favela sempre a polícia invade e acontece tiroteios. Estava deitada na minha cama lendo um livro, o meu pai estava no boteco bebendo e a minha irmã estava se arrumando para ir ao baile. Déborah_ Larga esse livro Lari, vamos para o baile. Larissa_ Eu preciso estudar, para conseguir sair da favela. Déborah_ Você tem uma coisa entre as pernas que te leva para onde você quiser, basta abrir as pernas. Larissa_ Mas eu não quero usar para essas finalidades. Déborah_ Vem vai ser legal, iremos nos divertir, as suas amigas também estarão lá. Depois que ela insistiu muito, aceitei ir com ela. Eu me arrumo rapidamente, visto um short jeans azul escuro e uma regata branca, calço um tênis preto, a Deborah está vestindo um vestido curto vermelho e salto. Descemos o morro até a praça onde acontecia o baile, encontramos com um grupo de amigos da Débora, ela abraça todos eles, não me simpatizei com nenhum deles. A minha irmã tem cada amigo estranho. Ela se aproxima de mim com um dos caras. Déborah_ Essa é a minha irmã que te falei. ?_ E aí gata. Deborah_ Esse é o Frajola. Frajola esse é o dono do morro, ah meu Deus olha só com quem a Déborah esta se metendo, isso não vai acabar bem de jeito nenhum. Ele me da um sorrio e eu dou um sorriso amarelo sem graça. Larissa_ Vou procurar as minhas amigas. Frajola_ Beleza, a gente se esbarra por ai. Não pretendo me esbarrar nunca em você meu filho. Eu não gostei dos amigos da minha irmã, esse tal de Frajola me olhou de um jeito que me incomodou, por isso não gosto de frequentar esse tipo de lugar, so da gente estranha, eu ando no meio da multidão até que encontro a minha amiga Manu. Manu_ Eu não acredito que você veio. A Manu conheci no colégio particular, foi a única que não fez piadinhas por eu morar na favela, pelo contrário sempre me defendia das piadinhas maldosas. Larissa_ Estou aqui. Manu_ Vem vamos dançar. Ela gosta muito de dançar funk, eu gosto de funk também mas não gosto de participar dos bailes, tenho medo dos traficantes. Estamos dançando quando sinto uma mão na minha cintura e "sarrando" em mim. Larissa_ Ei Frajola_ Qual é gata eu sei que você quer. Eu o empurro, a Manu pega no meu braço e vamos dançar em outro lugar. Já são 3h da manhã o baile acabou mais cedo, a polícia está subindo o morro, a Manu vai embora eu fico esperando a Déborah. Déborah_ Vamos Lari. Começamos a subir as escadarias para ir para casa, avistamos dois rapazes parados. Déborah_ Me espera aqui. Lari_ Déborah não me deixa aqui sozinha. Déborah_ Eu ja volto, fica tranquila. Estou esperando a Déborah, mas estou morrendo de medo, ela está conversando com os rapazes, eles entram em uma casa, eu fico parada com o coração na mão. Alguns minutos depois aparece o Frajola. Era so o que faltava. Frajola_ Ei Lari, a Déborah pediu para eu te acompanhar até a sua casa. Larissa_ Eu vou esperar por ela aqui. Frajola_ Ela vai se divertir, se é que você me entende. Larissa_ Eu vou esperar. Frajola_ Qual é gata, eu te levo na boa. Eu aceito que ele me acompanhe até em casa, estamos subindo as escadarias em silêncio. Frajola_ Vamos passar por aqui é mais rápido. Larissa_ Eu nunca ouvi ninguém falar que por aí é mais rápido. Frajola_ Ninguém conhece a favela melhor do que eu. Sou o dono esqueceu? Larissa_ Acho melhor irmos pelo caminho normal. Frajola_ Por aqui em dois minutos você está em casa. Entramos no beco que ele dizia ser mais rápido, subimos escadas que eu nunca havia visto antes, chegado em um certo ponto, ele começa a me agarrar. Larissa_ Para Frajola, me solta. Frajola_ Eu sei que você quer Lari, não precisa se fazer de difícil. Larissa_ Eu não quero me solta. Ele rasga a minha blusa, segura os meus braços contra a parede, eu tento chutar mas ele joga o corpo para frente fazendo com que eu não consiga mexer as minhas pernas. Frajola_ Hoje você vai ser minha. Ele tenta beijar a minha boca eu mexo a cabeça, quando ele toma a minha boca em um beijo eu mordo o seu lábio, ele me joga no chão bato com a cabeça e desmaio. Horas depois eu acordo na porta da minha casa sem roupa, a minha cabeça e as minhas partes íntimas doí, estou me sentindo um nojo. Entro em casa, meu pai não esta e nem a minha irmã, vou para o banheiro estou sangrando eu era virgem e aquele cara tirou isso de mim e muito mais, tomo um banho e deito na minha cama, mas não consigo dormir. Eu envio mensagem para a Manu e conto tudo que aconteceu, horas depois ela visualiza a minha mensagem e vem até a minha casa. Manu_ Lari, vem cá. Ela me abraça e eu caio no choro. Manu_ Vamos até a polícia. Larissa_ Eu não posso. Manu_ E por que não? Larissa_ Ele é o dono do morro, se eu o denunciar ele manda me matar ou faz alguma coisa com o meu pai e a minha irmã. Manu_ Se eu pudesse eu o matava Ficamos em silencio. Manu_ Ei eu tenho um primo que é policial. Larissa_ Manu, vamos deixar isso de lado. Manu_ Não deveríamos deixar de lado, ele cometeu um crime contra você Lari. Larissa_ Sim, mas eu prefiro esquecer o que aconteceu. Manu_ Cadê a Déborah? Ela não deveria ter te deixado sozinha. Larissa_ Ela ainda não voltou. Manu_ E o tio? Larissa_ Está no bar. A Manu passa o dia comigo, o meu pai chega bêbado em casa, xingando a Déborah. Larissa_ Pai a Déborah não está em casa. Pai Fernando_ E onde é que ela está? Larissa_ Eu não sei. Pai Fernando_ Aquela garota só me dá desgosto, daqui uns dias aparece grávida. Ele entra no banheiro para tomar banho, pego o meu celular e ligo para a Déborah, mas cai direto na caixa de mensagem. ... 5 dias após o que aconteceu comigo, teve uma operação da Polícia Civil, que prendeu o Frajola, eu confesso que fiquei mais aliviada. Agora tem polícia para todo lado no morro e não se vê mais os traficantes. ... Já tem 15 dias que a Déborah não volta para casa, no terceiro dia fomos até a polícia para começar as buscas. O meu pai está inconformado, perdeu a mamãe e um ano depois a Déborah sumiu. .... 30 dias e não temos nenhuma notícia, estou um pouco enjoada, envio mensagem para a Manu que vem até a minha casa. Manu_ Oi Lari, cadê o tio? Larissa_ No bar. Manu_ Eu trouxe um teste de gravidez. Larissa_ Você acha? Manu_ Acho. Eu vou até o banheiro faço o teste e deu positivo, eu choro muito estou desesperada. Manu_ Calma Lari. Larissa_ Eu ainda nem terminei o ensino médio e agora estou grávida de um cara que eu nunca gostaria nem de ver na minha frente. Manu_ Vamos cuidar do bebê. ... Passado alguns dias resolvo contar para o meu pai. Levanto cedo antes que ele fosse trabalhar. Larissa_ Pai preciso conversar com você. Pai Fernando_ Pode falar. Larissa_ Estou grávida. Pai Fernando_ Grávida Larissa? E quem é o pai? Larissa_ Eu não sei. Pai Fernando_ Você é da mesma laia da sua irmã e eu que achava que você era diferente. Eu preferi ouvir as humilhações do meu pai do que contar que contar o que havia realmente acontecido. Pai Fernando_ Quase não sobra dinheiro para fazer as despesas da casa e agora mais essa de cuidar de criança Larissa_ Vou conseguir emprego meio período. Pai Fernando_ Grávida Larissa? você não vai conseguir nada. ... Poucas semanas depois consegui emprego de babá, olhava várias crianças das mulheres da favela, a Manu esteve comigo sempre, como sua condição financeira é bem melhor do que a minha ela me deu todo o enxoval. Larissa_ Não precisava Manu. Manu_ Claro que precisava, você acha que o bebê da dinda vai dormir no chão? Não vai não. ... Durante a minha gestação sofri várias humilhações principalmente do meu pai, era motivo de piadinha no colégio, as vizinhas diziam coisas como " Achava que era santa, mas ela nem sabe quem é o pai" " Se a Dalva estivesse viva estaria decepcionada" Se a minha mãe estivesse viva ela estaria me apoiando. .... O meu filho nasceu a Manu ficou o tempo todo comigo no hospital, ele era tão lindo. Por mais que ele veio sem eu querer, eu o amava de uma maneira inexplicável. No primeiro mês de vida do Henrique a Manu vinha até na minha casa todos os dias. Ela parou de vir quando o pai dela mandou ela para o Canadá, mas continuamos nos falando todos os dias via chamada de vídeo. Eu cuidei do Henrique sozinha. ... Um ano se passou, passamos por várias dificuldades, eu não consigo arrumar um emprego o Henrique só está crescendo e não consigo comprar as coisas que ele precisa, o meu pai foi mandado embora do trabalho pois chegou várias vezes bêbado, no inicio a empresa tentou ajudar, mas por ignorância não quis receber ajuda. Hoje completo 19 anos, na minha casa não tem nada para comer, eu não aguento mais passar fome, saio todos os dias em busca de um trabalho e volto sem nada. Sai mais um dia em busca de trabalha e tudo que eu recebi foi vários nãos. Estou voltando para casa por volta das 13h, passo de frente a um restaurante, o cheiro da comida mexe com o meu estômago que ronca alto, resolvo entrar no restaurante e pedir uma Marmita, quando a moça me entrega eu pego e corro em direção da porta, ela grita. Moça_ É uma ladra pega ela. Eu corro e trombo com um homem, que segura os meus braços, a moça vem em minha direção. Moça_ Temos que chamar a polícia. ?_ Eu sou a polícia. Ele algema os meus braços eu começo a chorar, agora serei presa por querer matar a minha fome e a do meu filho. O homem conversa com a moça e com o gerente do restaurante. ?_ Eu irei resolver este problema. Em seguida ele me puxa pelo braço e me leva até o seu carro. Me senta no banco de frente e passa o cinto, as minhas mãos estão algemada para trás. Ele senta do meu lado, ele é muito bonito e cheiroso. Começa a dirigir, eu só sei chorar, ele entra em uma casa, desce do carro, abre a porta e me puxa pelo braço, me senta no sofá da casa, e senta do meu lado. Ryan_ Meu nome é Ryan Collins, sou delegado civil, uma pessoa normalmente não rouba comida atoa se a sua desculpa for convincente eu te libero.
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