— Scarlett, abra a porta! — Asseverou meu pai, enquanto eu penteava meu cabelo despreocupada para meu último dia de aula. Ele havia decidido me mudar de escola e colocar na mesma escola que minha irmã. Era tedioso porque, em primeiro lugar, eu não estudava na mesma escola que minha irmã, pois ela tinha dificuldades acadêmicas terríveis. Aysha deve ter alguma deficiência... não sei como chamar, mas a mulher tinha alergia à nota A, só tirava F. Ela havia virado piada quando cheguei à mesma série que ela estava. Meus pais pediram às professoras para me rebaixar, então fui duas séries a menos para que a lindona pudesse se esforçar.
Eu sou o que chamam de criança super dotada, porém injustiçada pelos meus pais. Eu já estava para concluir meu último ano, óbvio que estava levando um pé na b***a dado pela professora antes mesmo de concluir o ano, pois minhas notas sempre eram boas. Ela simplesmente não aguentava ter que me dar aula, mas não tenho culpa se ela é tão ignorante e estava ensinando cálculos errados aos alunos.
Admito que já fui responsável pela demissão de três professores, mas não tenho culpa se eles são ruins em ensinar e a escola é pouco capacitada para avaliar isso. Enfim, hoje é meu último dia e tenho que me despedir da escola. Não tenho nenhum amigo, nunca fiz nenhum, a não ser Dalila, porém eu tinha 12 anos na época, e ela parecia sempre tão gentil comigo. Pelo que me recordo, ela tinha quinze anos na época. Parece que depois da morte de sua mãe, seu pai a prendeu, e mesmo que fôssemos lá vários dias, não conseguimos nem mesmo ver o vulto dela.
Bom, meu nome é Scarlett. Recentemente fiz quinze anos e meu inferno começou, meu pai está em frente à porta batendo feito louco por um bom motivo, ele quer me obrigar a assinar um contrato de casamento. Fala sério, eu só tenho quinze anos! Segui até o guarda-roupa, peguei a minha mochila. Nem mesmo usaria mais o fardamento, mas a escola especializada para meninas não exige que usemos fardamento, então já estou adaptada.
— Ai… — murmurei de dor quando abri a porta e meu pai me puxou pelo cabelo. A cena ficou até ridícula enquanto gritava e me esperneava com ele me puxando e tentando me carregar me pendurando pela cintura. — Me solta, seu velho maluco! Tá pensando que eu vou me casar sendo uma criança? Vai entregar sua filha que ainda é uma criança a um vadio ordinário só porque ele nada na grana! — Gritava pelos corredores, até do lado de fora eles podiam me ouvir, enquanto meu cabelo já estava desgrenhado e minha saia, então, nem sei se estava cobrindo meu traseiro nessa briga louca, em meio ao corredor vazio de casa.
— Scarlett, você está testando minha paciência, não é? Já conversei com você sobre isso. Ele não vai vê-la até que complete 18 anos. Sua irmã já está prometida ao seu futuro marido há dois anos e ainda está aqui. Eles não são do tipo que força as mulheres. Ai... — tentei dizer até que mordi o braço dele e me soltei. Desgraçada hora que fiz isso e tropecei no tapete do corredor ao tentar correr.
Senti as grandes mãos me puxando pela camisa. Estendi minha mão suplicando ajuda, desesperada, quando vi Aysha escarlate saindo do quarto já pronta para ir para a escola.
Mesmo com meu olhar desesperado e minha mão estendida, a miserável não me puxou. Ótima irmã burra e malvada. Enfim, me rendi à minha punição sem lutar. Eu mereço, mas como querem que eu seja uma boa pessoa? Eu quero ir para a faculdade!
Não durou muito a sessão de tortura. Desde que fiz dez anos, ele usa uma droga de tira de madeira para me punir. Só precisa de uma única vez para deixar uma marca vermelha em meu traseiro e sem conseguir sentar direito pelo resto da semana. Dessa vez, ele bateu umas três vezes."
— Que incrível, você nem chora mais — comenta ela quando entrei no carro.
Aysha nunca precisou desses tipos de punição, ela sempre foi tão submissa, daquele tipo que me irrita, por outro lado, sinto pena dela, a dois anos está sofrendo por causa desse casamento, ela tem medo das coisas horríveis que esse tal Henry pode fazer, e ao que parece ele vai começar a frequentar lá em casa com mais frequência para conhecer a escarlate melhor, porém já prevejo aysha se enfiando dentro do quarto e saindo só quando ele for embora.
Para ser mais clara, eu e aysha escutamos atrás da porta a conversa de meu pai com nossa mãe e ela brigava com nosso pai por ele ter entregado a minha irmã a um assassino, alguém sem controle com uma reputação r**m, e ela tinha quase certeza que ele bateria em aysha quase todos os dias, poderia até matá-la, além de usá-la como objeto para sanar seus desejos sexuais, já pensou né? Não tem como pensar em gostar desse tal Henry depois de ouvir essas atrocidades.
A criatura aqui do meu lado nem sorrir mais, nem vive mais, não que já vivesse, Aysha é a pessoa mais pacata e chata que alguém pode conhecer, eu sou irmã dela desde que nasci infelizmente, e desde essa época essa menina é chata até a alma e desprovida de qualquer incentivo próprio, e agora que sabe que será entregue a esse tipo de homem, seu brilho desapareceu, admito que o meu também, ela é minha irmã e eu amo ela., gostava de vê-la chegar em casa e correr para a cozinha para se divertir cozinhando, é o que ela ama fazer, com certeza ela poderia deixar esse henry pançudo… se já não for, então ele seria tão gordo que não conseguiria nem levantar a mão para ela, fui deixada no meio do caminho e segui a pé até minha escola.
Quando cheguei na minha ex escola foi até ridículo, a notícia da minha transferência havia corrido por toda a escola e os professores fizeram uma festa com algumas guloseimas na minha sala para comemorar, estão todos sorridentes, óbvio a ruiva endiabrada já está indo embora, será que eles não entendem que eles só tinham que me dar minha carta para ir para a universidade? Tanto trabalho para nada.
— Chegou a destruidora de empregos — Disse o professor sorrindo falsamente, velho barbudo e rebelde.
— Tudo bem, vocês deveriam se sentir gratos, afinal a educação dessa escola estava em risco com aqueles professores — Anunciei, então eles me encararam com um sorriso forçado e antipático.
— Querida, não se justifica a demissão de um professor que conhecíamos há mais de 5 anos, além de que você passa pesca para todos os alunos em todas as turmas que você entra — murmurou a professora puxando meu braço.
— Não sabe o lema? O conhecimento deve ser passado para todos e Deus me abençoou com uma mente brilhante. — discursei orgulhosa, é até ridículo, mas quem liga.
Pensando bem… acabei de dizer que não tenho amigos, mas vejo muitos olhares apreensivos de jovens de 16 a 19 anos, olhei comovida para cada um deles, aquilo é tão gentil. Por que eles nunca me chamaram para tomar um sorvete? Ah… eu estava sempre estudando.
Despedir-me de cada um deles e fui jogada para fora da escola, ainda eram 9h da manhã, portão batido agressivamente a minhas costas, apenas levantei o rosto segurando firme a alça da mochila chutando a poeira para trás, igual à carlota Joaquina direi — nem a poeira, levarei desse lugar, adeus — e seguir para a escola de Aysha, vou fazer uma visita e conhecer minha nova escola novamente, já que estudava lá antes do meu pai me dar um pé na b***a devido à burrice de Aysha.
Peguei um táxi e em dez minutos cheguei, não foi tão difícil entrar, já que estou matriculada ali agora, porém tinha que me apresentar como Arlet, por ser filha de um babaca mafioso eu não posso estudar nem com meu nome verdadeiro, agora eu sou a Arlet, nome horrível, mas não pude nem escolher, e a Aysha que aqui é Aleria
Segui pela grande trilha ao redor tem um gramado verde, algumas poucas árvores, saudades, eu entrar no local não havia ninguém, me lembro vagamente tudo que tem aqui.
Enquanto seguia pelo corredor vazio e iluminado, ouvi um som na minha antiga sala de música, ohm… lembro que naquela época tive tempo de aprender a tocar violino, eu e Dalila adoramos esses instrumentos, nós tocamos um pouco de tudo, porém ela é perfeita no piano, e eu no violino, apesar de tocarmos qualquer um dos dois além da arpa, pena que Aysha não sabe nem soprar uma flauta, porém quem tocava piano na sala de música tocava de forma majestosa e isso acabou despertando minha curiosidade em querer ver quem é a divindade tocando o piano.
“ah… é só um zé mane engomadinho, parece ser um pouco jovem, admito bem bonito, porém é um homem, o que é bem estranho já que é uma escola para mulheres, supostamente deve ser um professor, ele é do tipo atlético, e elegante, tipo de cara que jogaria em um time de futebol e seria amado por todas, porque tem cara de ser bem babaca."