Jussara narrando Depois que Dom e Matteo saíram, a tensão no ar ainda dava pra cortar com faca. O clima no morro já era carregado, mas aqui na pensão hoje parecia que a tempestade tínha feito morada. Eu não me aguentei. “Preciso ver se esse homem tá bem,” pensei, mesmo com toda a confusão que rolou. Passei na cozinha, peguei um copo de água e andei pro escritório dele. — Mário? — bati na porta devagar, mas ela já táva entreaberta. — Posso entrar? Ele táva sentado na cadeira, com a cabeça apoiada nas mãos. Não precisou nem responder pra eu saber que a situação não táva boa. Entrei sem esperar resposta, fechando a porta devagar. — Trouxe uma água pra você. Tá com uma cara de quem precisa...- eu falo e coloco a garrafa em cima da mesa — Valeu, Ju.. — ele respondeu, sem olhar pra mim.