Vitória narrando - parte 2 O gosto amargo na boca ainda era pior do que qualquer lembrança. Peguei a escova de dentes e escovei com raiva, como se estivesse esfregando todos os erros da noite passada. Uma, duas, três vezes. Não adiantava. Aquele gosto azedo não ia embora de jeito nenhum. Tentei de novo, escovando até minhas gengivas doerem. Cinco vezes. Só aí que começou a melhorar. Me olhei no espelho, o cabelo todo desgrenhado, os olhos inchados de tanto álcool e falta de sono. Tá feia, hein, Vitória? murmurei pra mim mesma, tentando dar uma ajeitada. Mas, naquele estado, nem milagre dava jeito. Peguei a toalha e me sequei rapidamente, o frio do banheiro começava a me dar uns calafrios. Saí de lá e fui direto pro armário da Manu. "Eu preciso dar um jeito de me arrumar, senão o Matteo