Capítulo 05

1655 Words
Picole narrando Enquanto saía do mar, todo molhado, com a Manu me chamando, eu peguei meu celular, mas assim que peguei no aparelho a ligação caiu, mas logo começou a tocar novamente, e eu prontamente atendi, escutei a voz rouca e fria do Dom do outro lado. — p***a, Picolé! Que p***a você tá fazendo na praia? Era pra você tá na frente do morro, não fugindo com a tua namoradinha, que p***a de frente é esse que eu p**o pra ficar na praia ?- ele fala calmo mas dava pra sentir a ira no seu tom de voz — Fala chefe. Hoje é minha folga- eu respondi puto controlando a minha voz e revirando os olhos Aí o Dom começou a rir, mas aquele riso escroto que só ele sabe fazer da forma mais sinica que eu já escutei — Folga? Desde quando frente tem folga se o dono não ta lá? Deixou o morro sozinho? Tu tá de brincadeira, né? Não me diga que você deixou a comunidade desprotegida pra ir dar uma volta na praia, c*****o, tá me tirando picolé ?- ele grita furioso Ele continuou esculachando, sem dó nem piedade. Eu tava perdendo a paciência: — Mano, não é assim também. Eu mereço um tempo, c*****o!- eu respondo me afastando um pouco da Manu e levando ela até onde estava as nossas coisas e eu sentia o meu sangue ferver de ódio — Não me venha com essa p***a! Se você não voltar pro morro e ficar lá até eu ou o Matteo chegar, eu mesmo vou te cobrar, meu irmão! Que mancada do c*****o deixar o morro assim, como se não tivesse ninguém lá! To vendo que é melhor da a frente do morro pra um fogueteiro ou um vapor, do que pra tu, né não? Porque tu não tá cumprindo com a responsa que eu deixei na tua mão, não esquece que eu tô longe mas tô de olho em tudo - ele fala irado de ódio já deixando transparecer- isso aqui não é bagunça não, é meu trabalho, e o teu sustento, dá uma dessa de novo de ficar de folga sem ninguém aí que tu vai ver a folga que tu vai ter daqui pra frente, não esquece que quando tu menos esperar eu vou aparecer na tua frente, aí eu quero ver tu falar comigo desse jeito, tu tá precisando lembrar quem sou eu - ele fala bolado e desliga a chamada em seguida Tava puto pra c*****o, o sangue fervendo nas veias. O Dom não tinha noção do quanto eu tava tentando cuidar das coisas. Eu só queria aproveitar um dia tranquilo e, em vez disso, eu tava ouvindo aquela bronca. E pra piorar, a Manu na minha frente, sem entender nada, olhando com aquela cara de “que merda tá acontecendo”. Eu desliguei o telefone com uma raiva mortal do Dom, joguei o celular na cadeira e respirei fundo, tentando disfarçar pra Manu não perceber nada. p***a, como aquele maluco tinha o dom de me deixar puto em questão de segundos, todas as poucas vezes que u falei com ele eu me estressei! Mas, f**a-se, eu não ia deixar o dia estragar por causa de uma bronca. Mas, da minha cabeça ficava martelando em como que ele sabia onde e com quem eu estava ? c*****o meu parceiro, que ódio do c*****o. A verdade é que eu não tava nem aí pra voltar pro morro. Aquelas horas na praia com a Manu eram tudo que eu queria. A gente só tinha um dia assim, e eu não ia jogar isso fora. Olhei pra ela, que tava com aquele biquíni enfiado no cu, me deixando maluco e nem sobre isso eu podia falar alguma coisa, né? Eu tinha que ficar ali, disfarçando como se eu não sentisse esse t***o absurdo que sinto nela. A minha obsessão doentia por ela só aumentava a cada segundo com ela aqui, do meu lado. Quero que o Dom e o Matteo se fodam p***a, eu tenho direito a folga sim. Quer dizer que so os gostosão decidirem ficar anos fora do morro, eu fico anos sem fazer nada? Ah, valeu pô não sou moleque também não, sou gente também p***a, a providência tá toda nas minhas costas Vou continuar aqui sim, marolando gostoso com minha gata porque não é sempre que eu tenho essa oportunidade — Aí, Manu... — comecei, me aproximando dela enquanto ela se secava com a canga. — Tava pensando... e se a tu fosse pro baile comigo ?- eu pergunto passando a mão na sua cintura e fazendo cara de pobre coitado pra ela - e meu aniversário po, tu sabe disso né- eu começo a entrar na mente dela Ela olhou pra mim de lado, com aquela cara de quem já sabia onde eu tava querendo chegar. — Ah, Picolé... Tu sabe que eu não curto essas paradas. Eu tenho que estudar né.. Eu ja deixei de estudar hoje por que você me convidou pra vir a praia, mais baile? Ai ja é demais pra mim meu amigo — Ela falou meio sem graça, mexendo no cabelo, mas eu já sabia que ela ia tentar fugir dessa. Eu chutei a terra na perna dela brincando, mas tava quase em desespero por medo dela não ir, então eu vou jogar bem sujo.: — Pelo amor de Deus, Manu! É meu aniversário, pô! Vai ter baile especial lá no morro, vai ter até queima de fogos pra mim! Tu vai me deixar ir sozinho? Não acredito que tu vai ter coragem de me deixar sozinho no meu aniversário, papo reto mano, você é como minha família e eu não vou ter ninguém da minha família no meu aniversário, é isso mesmo ?- eu faço a cena, globo me perde nessas horas Ela cruzou os braços e deu aquela risada que me deixava mais obcecado por ela: — Tu tá brincando, né? Queima de fogos pro teu aniversário? Desde quando tu ficou metido assim? Larga de ser chorão garoto- ela joga areia em mim debochando da minha cara Eu fiquei olhando pra ela e tentando convencer ela de qualquer jeito. — Manu, na moral, vai ser só a gente no camarote! Ninguém vai mexer contigo. Vou fechar tudo pra gente, vai ser só eu e tu, sem essa de muvuca. Vai ser especial, prometo!- eu apelo pra ela poder aceitar Ela revirou os olhos e me encarou com tédio — Ah, Picolé, sei lá, cara. Esse bagulho de baile não é pra mim, tu sabe disso. Eu não me sinto à vontade. — Ela olhou pro mar, como se estivesse tentando escapar da conversa. — p***a, Manu, tu sabe que eu só tenho tu, né? Tu é a única que eu considero família nessa p***a de vida. Quem vai tá lá comigo se tu não for? Quer que eu passe meu aniversário sozinho? Mano, tu ta mesmo disposta e me deixar passar um dia importante sozinho. Que isso cara, então vou cancelar tudo. Pra que quero comemoração se eu nao tiver você do meu lado? A unica pessoa que importa pra mim? - agora eu joguei o mais baixo que eu poderia, mas eu nao ia sair daqui com esse nao dela, é crucial ela ir pra esse baile comigo Ela olhou pra mim, mordendo o lábio de leve, e eu sabia que tinha mexido com ela. Ela sempre ficava abalada quando eu jogava esse papo de que só tinha ela. — Tá bom, tá bom... Mas só se a Vitória for junto. Eu não vou me sentir tranquila sozinha, Picolé. Ela tem que ficar com a gente no camarote. — Ela disse, já achando que tinha encontrado a solução. Mas aí eu me firmei: — Vitória? Nem pensar! Esse camarote vai ser só nosso, Manu. Eu fechei ele só pra gente. Nada de amiga, nada de bagunça. Vai ser um momento nosso. Eu quero tu comigo, como minha melhor amiga, como minha família. Não tem espaço pra mais ninguém ali, esse ano já foi difícil pra c*****o pra mim com o morro todo nas costas, tu tá vendo como o Dom me deixa quando liga, esse cara é maluco, e eu não tenho paz, eu quero curtir contigo pelo menos o meu dia na paz mesmo- eu insisto para que ninguém atrapalhe os meus planos Ela hesitou, ficou me olhando como se estivesse pesando tudo, mas eu continuei: — p***a, eu faço tudo por tu, Manu. Fecha comigo nessa, vai ser nosso dia. Eu te prometo que vai ser f**a. Tu vai ser a rainha da p***a toda, só eu e tu no camarote, como tem que ser, prometo que nem beber nesse dia eu vou, pra nós dois curtir mesmo, como se eu não tivesse nenhuma obrigação na vida — Eu segurei a mão dela, olhando no fundo dos olhos. Ela respirou fundo, balançando a cabeça como quem tava se rendendo. — Tá... Mas tu jura que não vai ter confusão? Que não vai ter aquelas mulheres que você fica querendo vir pra cima de mim de graça? Que vai ser tranquilo mesmo? — Ela perguntou, ainda meio desconfiada. Eu sorri, sabendo que tinha conseguido: — Tranquilo, na moral. Eu vou fechar a área, vai ser só eu e tu. Não vou deixar nada estragar nosso rolê, Manu. Confia. Ela deu um sorriso pequeno, meio que aceitando: — Tá bom, Picolé... Eu vou. Mas tô confiando em você, hein? Não quero passar por perrengue.- ela se dá por vencida e eu respiro aliviado e não escondo o sorriso da vitória Eu abri um sorriso enorme, puxei ela pra perto e dei um beijo na bochecha dela com vontade, sentindo o calor do corpo dela misturado com o sol da praia. Manu era minha. Só minha. Eu consegui, p***a, agora que venha o baile e a maior surpresa da noite que vai ser histórica
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD