Nunca foi fácil viver sendo uma criminosa, mas é o único jeito de sobreviver. Desde a morte dos meus pais minha tia ficou com a minha guarda e me culpa pela morte deles, era tudo muito difícil. Quando completei dezoito anos fuji de casa e entrei para uma quadrilha, eles trabalhavam para uma máfia que eu nunca soube qual é. Eu sou a única mulher do grupo.
— Lisa, você entendeu o que vamos fazer? — pergunta o nosso líder máximo. Kim Mi-jhon, ele é completamente um i****a eu acho que ele não pensa com a cabeça de cima e sim com a de baixo.
— Claro que entendi — afirmo.
— Você é a melhor dos meus companheiros, você é tão esperta e ainda está conosco a oito anos. — diz ele sorrindo vitorioso. — Sabia que sua tia se casou de novo? — ele pergunta. Ignoro completamente, mas eu sei que ela se casou e desde que eu fuji de casa há oito anos atrás, ela nunca me procurou.
— Você cuidou de tudo mesmo, Mi-Jhon?. Seus adversários não vão estragar tudo dessa vez não é? — pergunto juntando as armas.
— Lisa, você sabe que eu cuido de tudo e não vai ter perigo de irmos roubar o banco dessa vez. Relaxa. Por que não vai sair e esfriar a cabeça agora? Nós vamos cuidar do resto das armas e das mercadorias. Você não vai querer nenhum tipo de drogas? Isso pode melhorar o seu humor — ele pergunta.
— Enfia no seu... — ele me interrompe antes que eu terminasse de falar
— Ah, ainda está brava? Já disse que não sabia que meus adversários estariam lá — ele afirma. Quando fomos roubar o banco da última vez os inimigos dele estragaram tudo e eu quase fui pega. Ele se faz de valentão, mas não vale nem o começo do dinheiro da droga que vende.
Saio de dentro do porão e saio de dentro da casa. Ando pelas ruas e o nosso último roubo estava em todos os noticiários, mas graças a mim não fomos pegos ou uma hora dessas estaríamos na cadeia. Estavam vendendo suco natural em uma barraquinha na rua e paro para comprar um.
— Vai querer de quê? — a vendedora pergunta com um sorriso amigável no rosto.
— Hun... laranja. — ela pega copos do seu lado e o posiciona para encher.
— Viu, sobre o roubo? Vi que um policial se machucou. Os policiais não acham que os ladrões irão voltar, mas do mesmo jeito acho que deveriam aumentar a segurança do lugar. Quase que o policial Jungkook pegou um dos ladrões da quadrilha e até onde sei foi uma mulher. Ela é esperta — ela diz me estendendo o copo de suco com um canudo.
— Obrigada — agradeço por ela ter me chamado de "esperta".
— De nada se quiser mais é só voltar e te darei mais — ela afirma. Com certeza ela pensaria que estou falando do suco.
— Acho melhor você não ficar até tarde nas ruas porque essa quadrilha pode estar em qualquer lugar. Tenha um bom dia senhora — a agradeço sorrindo e entrego o dinheiro para ela.
Caminho pelas ruas bebendo aquele suco e tudo que eu escutava era sobre a famosa tentativa de roubo. Ouço as pessoas gritarem e sair das ruas, paro de andar e começo a olhar para tentar descobrir o que estava acontecendo. Um homem de preto, com um capacete corre em minha direção com uma arma na mão, tenho quase certeza que está fujindo dos policiais que estão logo atrás dele. Quando ele passa correndo do meu lado esbarra em mim e derruba meu suco no chão, o copo abre e o suco cai todo na rua, sinto sua mão tocar meu braço e puxar a minha pulseira e esse foi o último presente que minha mãe me deu.
— Ei — grito. Pego o copo do chão e jogo no capacete dele o que o faz parar e armar sua arma a apontando para mim.
— Me devolve a pulseira — afirmo o encarando e ele começa a gargalhar.
— Senhor, baixe a arma — um dos policiais tenta o acalmar.
— Se ele não devolver a pulseira eu quem vou atirar nele — me irrito
— Com o que garota? — ele pergunta chegando perto de mim. Abro minha mão direita batendo no pulso dele e com minha mão esquerda pego a arma da mão dele e tiro o capacete dele revelando seu rosto.
— Com essa arma aqui — respondo. Ele levanta as duas mãos em sinal de rendimento e agora os policiais pediam para que eu baixasse a arma. Um deles vem até mim e coloca a mão no meu ombro
— Senhorita. Entregue a arma e se afaste por favor — coloco a arma na cabeça dele e pego minha pulseira. Pego a colocando no bolso do meu moletom e quando baixo a arma me afasto. O policial atrás de mim pega a arma da minha mão e suspira.
— Você pode dar seu depoimento sobre esse homem? Ajudaria muito na investigação — ele pergunta.
— Não. Eu só queria minha pulseira de volta — digo e passo por ele. Caminho de volta para comprar outro suco e meu celular apita.
"Princesinha, precisamos de você aqui"
Volto para a casa e ele conta o plano dele, ao anoitecer nos organizamos para que pudéssemos ir. Kim Mi-jhon parece que necessita roubar esse banco, desde que o primeiro plano deu errado ele só sabe pensar nisso e falar nisso e nunca foi tão descuidado a ponto de tentar roubar o mesmo lugar duas vezes.
— Senhor, acho melhor esperarmos um pouco. Os policiais podem ter reforçado a segurança do lugar e se sairmos assim vamos nos dar m*l — aviso
— Tá com medo, Lisa? — pergunta ele.
— Claro que não. Por que quer tanto esse dinheiro? Por que o mesmo banco? — pergunto.
— O chefe mandou terminarmos o que começamos então vamos fazer exatamente isso. — responde ele
— Quem é esse chefe? — pergunto.
— Não é da sua conta. Vou te dar uma lição se ficar interferindo — responde ele.
— E meus pais? Você disse que iria investigar o porquê do acidente. Já sabe se foi um homicídio qualificado ou apenas um acidente? — volto a perguntar o que o desagradou. Ele se aproxima de mim erguendo a mão e bate no meu rosto. A raiva corre nas minhas veias, mas não vou reagir. "Lisa, se contenha".
Esperamos a hora de sair e saímos indo para o banco. Estava tudo reforçado e havia dois guardas na entrada, essa é a pior segurança que já vi na vida. Recebemos o sinal de que já tinham desligado as câmeras. Dois dos homens que vieram conosco desmaiam os dois guardas lá em baixo. Alguns homens arrumam para que pudéssemos entrar e eu e mais alguns homens entramos. Alguns vão na frente desbloqueando as portas para se caso precisarmos entrar.
— Senhorita Lisa, venha ver isso — Jhon vem me chamar.
— Pessoal me esperem voltar ou vocês podem disparar algum alarme. se notarem algo errado avisem.
Eles concordam e subo com Jhon até o andar de cima para ver o que era que ele estava me chamando para ver. O senhor Kim Mi-jhon está aqui e com uma cara nada boa. Ele me encara quando chego lá em cima.
— Lisa, acho que tinha alguém aqui já. Tinha alguém que já estava roubando antes de chegarmos — afirma ele apontando o dedo para uma mala preta que estava cheia de dinheiro.
— Onde está o Lee Bong-gun? — pergunto
— E como eu vou saber? — ele pergunta passando a mão pelo cabelo e começa a andar em círculos.
— Era para você ver isso. Será que eu tenho que cuidar de tudo? — pergunto. — Temos que sair, eles armaram para gente — digo passando por ele.
— Não vamos sair. A barra tá limpa — diz ele
— Tá suja, só você não tá enxergando — afirmo.
Ouço algo apitar e o barulho vinha de dentro da mala. Me aproximo e passo a mão por cima tirando o dinheiro, tinha uma bomba que faltava poucos segundos para que explodisse. O modelo não é tão forte, mas é o suficiente para disparar o alarme daqui de cima.
— Ah, merda — diz ele saindo correndo da sala. Me viro e corro também e pelos segundos que faltavam não deu para fechar a porta, quando a bomba explodiu, com a sua força dando impulso, rolei as escadas caindo lá em baixo e o mesmo aconteceu com o senhor Kim Mi-jhon. Como previsto isso foi o suficiente para disparar o alarme.
— Corre pessoal, agora sujou — grita Mi-Jhon. Meu corpo doía enquanto eu estava no chão e torci o tornozelo eu não devo ter quebrado ou deslocado, mas tomei mau jeito. Me levanto com dificuldade e Lee Bong-gun e alguns de seus homens entram para pegar as malas de dinheiro que já tinham enchido. Sirenes ecoavam a rua e todos corriam cada um para um lado e outros ainda estavam tentando tomar o dinheiro da mão dos capangas de Lee Bong-gun. Saio na rua para deixar o local e,
Mi-jhon vem em minha direção parando mais ou menos dois metros de distância de mim e pega uma arma.
— Senhorita Lisa, nós não precisamos mais de você e não posso mais te ter na quadrilha. Eu que matei seus pais e agora preciso me livrar de você antes que me tire tudo — ele ergue a arma e atira em minha perna. Sinto um tranco quando o projétil me atinge, mas não sinto dor na hora, o sangue escorre pela minha perna e até onde eu sei pela dor não ser imediata não deve ter acertado um osso.
Sinto quando meu corpo enfraquece e caio no chão. Quando ele vê que não acertou o tiro e não restava munição na arma ele pega uma faca e vem em minha direção ele segura no meu pescoço e me tira do chão ele afasta seu braço se posicionando para me esfaquear, quando a faca chega próximo a minha barriga seguro o pulso dele com minhas duas mãos tentando impedir que ele me perfurasse.
Ele fazia força para me perfurar e estava conseguindo aproximar a faca, sinto ela perfurar minha barriga de vagar e um policial chega na esquina. Mi-jhon me joga com força no chão e sai correndo um carro para para ele e alguns policiais vão atrás do carro. Coloco minhas mãos na minha perna que sangrava e como se não bastasse minha barriga sangrava também, eu estava fraca caída no chão. Se eu sair dessa viva vou correr risco de ir presa e por terem visto o rosto de Kim Mi-jhon vão voltar atrás de mim.