Episódio 9

1640 Words
Nicole estava bebendo uma xícara de chocolate quente quando viu as enfermeiras entrarem com o médico para ver como estava o seu filho. Dilan foi para casa por ordem dela e, quando os auxiliares quiseram levar a cama, ele disse-lhes para limpá-la bem e deixar no quarto, para que ela pudesse dormir o quanto quisesse. — É possível que o seu filho acorde hoje. Confirmou o médico responsável. — Tudo está indo bem e o seu corpo está respondendo como deveria ao transplante. — Muito obrigado. Ela sorriu calorosamente. — Ele sentirá algum tipo de dor? — Sim, mas será leve. Mesmo assim, tenho que deixá-lo aqui por mais tempo. — Eu entendo, será assim. Disse ela, antes de o médico e a equipe saírem. Ela suspirou pesadamente, olhando pela janela toda a paisagem que a cidade lhe proporcionava. Algo que apertou o seu peito a ponto de ela sentir que algo não estava certo e que tudo era mentira. Dentro de algumas horas Dilan voltaria na hora do almoço para assinar os documentos do contrato, Frederico ficaria com Jonas por algumas horas enquanto eles iriam comprar um anel novo, mas seria mais tarde. Um sorriso divertido surgiu nos seus lábios ao lembrar que antes ela estava numa situação tão deplorável, que naquele momento tudo relacionado a Dilan e Natacha lhe parecia muito engraçado. Aquela mulher que não tinha nem sombra ou pelo menos foi o que eu imaginei. — Nicole. Dilan a chamou. — Estou aqui agora. — É isso que estou vendo. Ela se virou para olhar para ele. — Ainda não é hora do almoço. — Eu queria vir mais cedo. Ela respondeu, levantando os sacos de comida e mostrando-lhe uma pasta. — As alterações que você solicitou já estão aqui, você pode lê-las e assiná-las. — Está tudo bem. Deixou a xícara em cima da mesa, e pegou a pasta. — Tenho uma pergunta para você, Dilan. — Sim, diga-me. — Todo esse tempo você sabe onde está a Natacha, certo? Ela sentou na cama que estava desocupada. — Responda-me com a verdade. — Não, não sei onde ela pode estar. — Por que você está mentindo para mim de maneira tão cru*el? Ela começou a ler o que estava à sua frente. — Neste momento, tudo o que consigo ver é um homem que se apaixonou pela sua esposa substituta. Não é? — Não coloque palavras onde eu não as coloquei, Nicole. Ele disse sério. — Isso é algo que combina com nós dois, e agora que está provado que Jonas é meu filho, cuidarei dele. — Você vai cuidar dele, você diz. O tom jovial da sua voz não passou despercebido. — E isso também quer dizer que temos que ter intimi*dades? — Isso é o que os casados fazem. Respondeu ele, monotonamente. — O anel pode esperar, porque sei que você não vai querer se separar do Jonas por motivo algum. — Isso mesmo. Ela continuou lendo. — Morando na sua casa, fazendo manifestações públicas... Ela olhou para ele. — Por que vamos fazer isso agora? Você me disse antes que não gostava desse tipo de coisa e por isso fomos para a Grécia em lua de mel... — E onde eu acreditei quando você me contou que fez uma cirurgia. — Eu estava mais preocupado em pagar as dívidas que a doença da minha mãe me deixou do que em fazer se*xo com homens por prazer. Ela assinou. — Pronto, está tudo feito. — Você pode marcar a data do casamento na igreja quando quiser. Ele pegou os documentos e viu que todos tinham a sua assinatura. — A semente do m*al terá um quarto separado. Disse Dilan. — Você… Os dois olharam para a cama. — … Você é malvado, porque… se eu sou cria do m*al, você é meu pai… — Amor. Nicole correu em direção ao filho. — Como você está? Algo está doendo? Jonas assentiu. — É uma dor temporária, tudo ficará bem e em poucos dias você estará comigo. — Não posso agora? Ele perguntou, querendo chorar. — Não gosto daqui, mãe. — Eu já disse que não agora. Ela olhou para Dilan antes de continuar. — O seu pai está comigo agora, iremos morar na casa dele. — Eu não o amo, ele também não me ama... Ele tossiu. — Não é assim que se deve tratar uma criança, mãe. — Não preste atenção nele, ele está com ciúmes. Venha, chegue mais perto. Ela estendeu a mão para Dilan, nada vai acontecer, eu garanto. — Aquele garoto me odeia, ele deveria estar dormindo e não falando muito. Ele pegou a mão dela e aproximou-se. — Esses testes devem estar errados. — Não, não seja estúp*ido. Ela bufou, fazendo-o sentar. — Ele é seu filho, você tem que amá-lo e aprenderem a se dar bem. — Se eu me der bem com ele, você vai parar de dormir comigo? Jonas perguntou, e ela assentiu. — Eu quero que ele vá embora... — É melhor eu chamar o médico para tratar o filho de Satanás. Dilan saiu do quarto antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. Nicole beliscou a ponta do nariz, porque nenhum dos dois queria ficar perto um do outro agora. Seria um problema enorme, se eles não se dessem bem, poderiam até se matar, e o mais difícil é que eles têm personalidades idênticas. Elease afastou para que pudessem verificar o seu filho, não tirou os olhos de nenhum deles, pois com o passar dos anos aprendeu a não confiar em ninguém. — A recuperação está indo muito bem, talvez em menos de uma semana ele saia daqui, mas deve vir para os exames que contarei mais tarde. Relatou o médico. — O seu filho é forte. — Como meu pai. — Sim, como ele. O médico sorriu, virando-se. — Vamos lhe dar alguns analgésicos para que a dor seja leve, ela desapareça nas próximas semanas e você possa se movimentar regularmente nas próximas seis semanas. Vocês não devem dar a ele nada que esteja fora da sua dieta. — Vou garantir que tudo corra bem. Declarou Nicole, sentindo um peso enorme ser tirado dos seus ombros. — Ele terá que estar com uma equipe médica o tempo todo? — Não, depois te darei mais informações, por enquanto, descanse, pois você passou esse tempo todo zelando pelo seu filho. — Ok, muito obrigado. — Coma. Ordenou Dilan, quando o médico saiu. — Agora, é uma ordem. — Não estou com fome, me enchi de chocolate... — É uma ordem, mãe. Disse Jonas, olhando para ela. — Coma, se o meu pai mandar você fazer, você tem que fazer. — Finalmente ele diz algo que concordamos. Dilan a fez sentar novamente. — Quero que você saiba que você não está em condições agora, coma, porque não vou sair daqui até que você o faça. — Sim, mãe. Nicole bufou com raiva para aqueles dois, ela começou a comer sem muito incentivo, até que Dilan, que não comia nada que não fosse preparado em casa, estava comendo ao lado dela. Jonas estava seguindo uma dieta rigorosa, então nos dias seguintes ela teve que ser cuidadosa com essa dieta. — Vou contratar uma equipe médica para cuidar de Jonas. Dilan deixou escapar de repente. — Dessa forma, você não ficará cansada. — Eu nunca me canso do meu filho, então é um absurdo você fazer isso. Ela ficou tensa enquanto continuava comendo. — O que você está planejando fazer agora, Dilan? Que jogo é esse? — Não é nenhum jogo, Nicole. Ele sorriu para ela. — É só que quero que nós dois fiquemos bem. — Bem, você diz. Ela balançou a cabeça. — Não vamos ficar bem, porque você ainda vê em mim a mulher que te traiu anos atrás. — De novo com isso? O que mais eu tenho a dizer ou fazer para que você pare de pensar nessas coisas estúp*idas? Ele parou de comer, para encará-la. — Há uma criança que nos olha como se as nossas discussões fossem a coisa mais divertida do mundo. — É porque ele sabe que somos dois lados diferentes numa guerra e que vou vencer você Jonas acenou com a cabeça em direção à mãe. — Você vê isso? — A única coisa que vejo é uma mulher que continua ressentida por eu ver outra pessoa nela, quando não é assim. — Na sua opinião, como é, Dilan? Ela deixou a comida. — Quando nos casamos, o meu nome estava naquele registro civil, e você não quis se casar comigo na igreja depois disso. — Porque comecei a ter dúvidas. Confessou Dilan, desviando o olhar. — A Natacha nunca se comportou com doçura comigo, nem me disse muitas frases carinhosas, e as mudanças no seu corpo foram tantas que qualquer um já teria dúvidas. — Me pagaram muito dinheiro para ficar com você, eu precisava disso porque apareceram as dívidas da doença da minha mãe e o trabalho de zelador de um aeroporto não pagava o suficiente. — Eu sei, e sinto muito... — Acerte a cabeça dele com o chinelo, mãe. Não acredite nele. Nicole olhou para o filho e teve que traçar uma linha reta para não rir. Porque eu já tinha ouvido essa frase numa daquelas novelas que assistíamos sempre. Dilan o viu m*al e sem entender o que ele dizia, pois era uma língua diferente daquela que falavam. — Bem, não é que seja tão ru*im vê-los discutindo todos os dias, talvez... apenas talvez, valha a pena conviver com ambos. ‍​‌‌​ ‌‌‌​​‌​‌‌​‌​ ​‌ ‌‌‌​‌‌​​​‌‌​​‌‌​‌ ‌​​​‌ ‌‌‍
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