Episódio 6

1415 Words
Nicole continuava sentindo que o seu coração batia tão forte que ela não se sentia bem em lugar nenhum, já haviam se passado alguns dias desde que Dilan foi vê-la na casa de Fred. Dias em que ficou se perguntando se seria uma boa ideia ficar com aquele homem em troca da saúde do filho, que a cada dia se parecia mais com ele. — Mãe. Jonas chamou, puxando-a pela saia. — Posso te perguntar uma coisa? — Que coisa? Ela continuou fazendo o almoço. — Por que o meu pai diz que sou cria do di8abo? Ele é o di8abo? — Não dê atenção a ele, ele é maluco e acredita que todas as pessoas são iguais a ele. Ela sorriu divertida. — Esqueça o seu pai, não nos convém tê-lo por perto neste momento e você sabe disso. — Então terei que esquecê-lo porque ele não me ama. Disse ele com tristeza. — Ele é um homem que me assusta, ainda mais porque disse que eu não era filho dele. — É porque ele está confuso agora. Disse Frederico, entrando com algumas malas. — Vejo que você já começou com a comida. Tem um cheiro delicioso. — Sim, eu queria fazer algo pelo Jonas, você sabe, sobre a dieta dele. Ela colocou os legumes na panela. — O que você trouxe para nós? — Algo que você vai gostar. Ele mostrou alguns biscoitos de baunilha. — Eu vi a dieta do Jonas e dizia que ele poderia comer coisas doces com pouco de açucar. — É por isso que você é o melhor cara do mundo. Disse Jonas, aplaudindo. — Quero que você saiba o que eu disse ao meu pai que você iria se casar com a minha mãe. Os dois adultos permaneceram em silêncio quando ouviram. — Eu disse isso porque queria deixá-lo bravo, ele não pode sair por aí dizendo coisas tão feias para minha mãe como se não fosse nada. — Não se preocupe, a sua mãe já me explicou tudo. Ele abriu o saco com biscoitos. — Você fez certo, ele ainda não me contou nada sobre isso. — Certamente porque ele nos investigou e porque sabe que eu não neguei nada a ele quando ele veio aqui casa dias atrás... Ela mordeu o lábio ao perceber que abriu demais a boca. — Eu ia te contar, sério. — Então aquele filho da mãe veio até a minha casa só para incomodar você e você não me contou nada. Ele riu sem humor. — O que foi que ele te disse? — Ele disse que eu tenho que assumir o meu papel de esposa dele se quiser que a vida do meu filho seja boa e não quero fazer isso. Ela apertou a faca. — Seria viver no fine*rno e eu não quero isso. — Eu sei, não se preocupe. Frederico a abraçou. — Fique tranquila, ele não fará nada enquanto eu estiver aqui com você. Nicole deu uma última olhada para o filho e Fred antes de continuar a refeição. Não houve um único dia em que ela não pensasse que ele a estava observando, porque o silêncio era horrível. Eles comeram com calma, Jonas com muita antipatia por vegetais, pois odiava aquilo, preferia comer aqueles biscoitos com pouco açúcar e pronto. — Agora posso comer esses biscoitos? — Claro, meu amor. Ela entregou a ele o pote com os biscoitos. — Lembre-se que é preciso comê-los direito, não desperdice. Jonas assentiu alegremente, antes de concentrar toda a sua atenção naqueles biscoitos. — Você está bem? Frederico perguntou, vendo que Nicole estava brincando com a comida. — Agora noto que você está um pouco tensa, e não acho que seja porque você está se sentindo m*al por alguma coisa... — Agora não sei o que fazer da minha vida. Ela respondeu ele com sinceridade. Dilan me disse que a única maneira de salvar o meu filho é assumindo o papel de esposa, não sei o que ele quer comigo se ele já deixou claro que não sou boa em estar ao lado dele e mais, porque três anos se passaram. — Talvez seja porque ele quer você com ele, é possível que ele não tenha conseguido te esquecer, não depois de todas as coisas que aconteceram juntos no passado. Fred deu de ombros. — Você é a garota que está com ele há mais tempo, se casou usando o seu nome verdadeiro e... — Como aquelas mulheres mudaram os documentos antes de eu chegar, quase morri de susto quando o juiz mencionou o meu nome por extenso, acho que foi aí que começaram as suspeitas do Dilan. — As suspeitas de Volkan começaram quando você chegou daquela viagem. Isso a fez franzir a testa. — Digamos que você é um tremendo anjo caído, uma pessoa que não é má com ninguém, que cuida do seu filho com a própria vida, e a Natacha não é assim. Isso a deixou um pouco desconfortável. — Quando você chegou, Volkan me disse que você parecia diferente, até o seu corpo era diferente do de Natacha. — Ela não me explicou algumas coisas e... Eles ouviram a tosse de Jonas, e olharam para o menino, que começou a vomitar sangue e a apertar o peito. Nicole parou tudo o que estava fazendo para pegar o filho nos braços e Frederico procurou as chaves do carro para levá-lo ao hospital. — O meu peito dói, mãe. Soluçou Jonas, nos braços da mãe. — Faça isso parar de doer. — Você vai ficar bem, amor. Ela prometeu, beijando a sua testa. — Mamãe não vai deixar nada de rui*m acontecer com você. Em meia hora, por causa de todo o trânsito, chegaram à clínica onde o seu filho sempre era atendido. Assim que a viram chegar, foram em busca de uma maca para levá-lo a um dos quartos. Ela andou pela sala de espera, mordendo o polegar, esquecendo que estava com o sangue do filho na roupa e que Frederico se afastou para fazer uma ligação. — O meu filho ainda não está na lista de transplante? Nicole perguntou sabendo a resposta. — Não, senhora. O médico não olhou para ela. — É melhor você se acostumar com a ideia de que o seu filho talvez não faça o transplante, porque tem mais pacientes na frente dele. — Como é possível que o meu filho não faça esse transplante?! Ela perguntou com raiva, e querendo matar aquele cara. — Ele é uma criança que não merece morrer. — Os meus outros pacientes também não... — Quanto Dila Volkan Richter está pagando a você? Ela perguntou secamente. — Porque ele é a única pessoa que pode pagar tanto a todos os hospitais que quando ele disser o meu nome eu não serei tratada como mereço. — Não sei do que você está falando, esse hospital é sério, senhora. Ele pigarreou. — Você precisa encontrar um doador para o meu filho. Você não vê que ele está perdendo sangue? — Venha, Nicole. Frederico pegou o braço dela. — Liguei para o Dilan e ele quer falar com você. Ele entregou-lhe o celular. — Não me olhe assim, é a vida do meu sobrinho que está em jogo e não quero que nada de ru*im aconteça com ele. — Obrigada. Ela deu alguns passos para longe dele. — O que você quer de mim? Feliz porque o meu filho está morrendo por sua causa? — Aceite a minha proposta, seja minha esposa novamente, Nicole. Dilan parecia ansioso. — E você poderá salvar a vida do seu filho. — Se eu aceitar, quanto tempo vai demorar? Ela cerrou o punho, sentindo-se vulnerável. — Fala. — Até eu ficar entediado com você. Ele respondeu calmamente. — Você pode ter a vida que quiser, depois que nos divorciarmos. — Aceitarei com uma condição. Ela engoliu em seco e então viu o sangue em suas roupas. —Qual? — Venha agora mesmo para o hospital e doe sangue para meu filho, eu assinarei qualquer coisa que você colocar na minha frente, mas salve-o, por favor. A sua voz falhou. — Ok, vou agora mesmo. Ele desligou e ela sentiu como se tivesse vendido a sua alma ao d***o. ‍​‌‌​ ‌‌‌​​‌​‌‌​‌​ ​‌ ‌‌‌​‌‌​​​‌‌​​‌‌​‌ ‌​​​‌ ‌
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