Dilan não esperou a sua resposta, pegou as joias que ela tinha em mãos, vendo que eram para seu filho... ainda era difícil para ela dizer que era dele, porém, tinha o sangue dela e não importava quantos exames ele fizer, todos vão dizer a mesma coisa. A única coisa que restava era arruinar a vida do homem que no passado lhe disse que não poderia ter filhos.
Ele disse para a vendedora embalar tudo, que ele ia levar. Como eram apenas os dois e a vendedora, ele teve que estalar os dedos para tirá-la do transe.
— Achei que fosse mentira sobre o anel. Sussurrou Nicole, fazendo uma careta. — Isso é algo, um grande passo e temo que você esteja fazendo algo maluco. Eles parecem muito caros.
— Você não disse isso quando pegou as roupas do nosso querido filho e nem as joias. Ele sorriu maliciosamente. — Não se preocupe, posso pagar o que você quiser.
— Eu te disse que dinheiro não importa para mim, Dilan. Nicole olhou para os anéis. — Eu não quero os diamantes, preciso de uma fênix, tudo bem...
— Senhorita. Dilan chamou a vendedora. — Eu quero que Cullinan I seja colocado na forma de uma pequena fênix. Eu sei que vocês têm essa pedra em algum lugar, não me importa quanto terei que pagar por ela.
— Num momento você terá o que pediu. A mulher permaneceu em silêncio por alguns segundos. — E o outro anel?
— Quero dois com esse formato e os outros dois unidos da mesma forma, dois em um. Ele sorriu para ela. — Vamos esperar por ele aqui.
— São milhões de dólares. Nicole teve que sentar em uma das cadeiras. — Você tem tanto dinheiro? Por que você quer gastar tanto comigo?
— Você me disse que vendeu o anel da Natacha quando teve oportunidade, deixei passar porque realmente mostra que você não usaria algo assim e aquele anel tinha um desenho horrível que eu nem gostei. Nicole não disse nada. — Mandei demolir a casa porque você não quer nada que me lembre ela, os seus cadernos ficam no quarto que está reservado para você e se quiser pode recomeçar a faculdade e ser estilista. Eu não vou impedir você.
— Por que você quer fazer esse tipo de coisa depois que quase morri tentando salvar o meu filho?
— Já conversamos sobre isso, quero fazer as coisas direito, para que tudo continue o seu curso e você já me disse que tenho a simpatia do Jonas pelo apartamento e...
— Jonas é igual a você, por isso vocês não se dão bem. Ela ergueu a mão para acariciar a sua bochecha. — Lamento que você tenha que lidar com isso, mas se você procurar as coisas que gosta, encontrará as dele do mesmo jeito.
— Eu entendo, farei isso. Ele abaixou-se um pouco e deixou a mão da sua esposa acariciar a sua bochecha. — Você pode fazer o que quiser, depois que a recuperação terminar…
— Nunca fiz nada além de limpar casas, cuidar do meu filho... já faz muito tempo que não pisei num centro educacional. Nicole se afastou dele. — Não posso chegar de repente e dizer que vou ficar...
— Ok, faremos alguma coisa. Ele se sentou ao lado dela. — Ele pode começar a frequentar a creche, isso não o impede de conhecer mais crianças.
— Isso não parece tão rui*m. Ela murmurou, fazendo uma careta. — Acho que isso vai ser bom para ele.
— Ótimo.
A mulher chegou meia hora depois com uma caixinha contendo os anéis. Ele não sabia por que, mas tinha os nomes dos dois embutidos. Com a data do aniversário de Jonas.
— Isso é algo que eu nunca esperei. Nicole começou a chorar. — Você sabe que eu te odeio, certo? Ela perguntou num sussurro. — O meu filho está aqui e...
— Aqui. A vendedora entregou-lhe uma caixa de lenços de papel. — Você vai precisar deles.
Dilan afastou-se de Nicole e foi pagar pelos anéis. Vê-la num estado tão vulnerável apenas o lembrou de que a única pessoa com quem ele poderia fazer isso era Jonas e mais ninguém. Dilan pegou a sacola, onde estava o presente de Jonas, e passou para ela. Para que ela mesma pudesse dar a ele. Eles saíram do shopping e, sem perceber, Nicole estava com o seu paletó nos ombros por causa do frio repentino que estava ficando.
— Amanhã eles irão deixar as coisas para o quarto de Jonas. Informou Dilan, abrindo a porta para ele entrar. — Não poderei estar presente, mas sugiro que você fique por dentro de tudo, pois…
— A casa é enorme e você já falou que nós dois temos que dormir juntos. Ela fechou a porta.
— Você quer dormir no quarto principal? Dilan perguntou entrando no carro. — Quero dizervocê e eu dormirmos com Jonas...
— Sim, a cama é enorme e cabe mais gente. Nicole olhou para os anéis que enfeitavam o seu dedo. — Quando precisar de dinheiro, venderei esses anéis. Eles vão me dar muito dinheiro e...
— A única coisa que você pode fazer com isso é envolver a monarquia da Inglaterra na sua vida. Brincou ele. — É uma pedra que é a mais cara atualmente, é só uma pequena parte. Nem todo mundo pode ter e eu mandei buscá-lo especialmente para isso.
— Você é um mafioso?
— Não.
— É que você tem muito dinheiro e...
— Não vou negar que o meu pai me deu parte do dinheiro dele para fazer algo na minha empresa. Ele confessou olhando para frente. — Porém, aos poucos fui aprendendo a colocar a construtora em alta, os meus prédios são os melhores, assim como todas as moradias que tenho...
— Gosto da mansão que você tem no Caribe. Dilan franziu a testa ao ouvi-la. — Lembro que uma vez você me levou lá porque precisava fechar alguns negócios.
— De todos elas, você gosta dessa? Perguntou ele pensativamente. — Algo que eu deveria saber?
— Não.
Dilan não mencionou nada sobre isso, porque entendeu imediatamente a referência do motivo pelo qual ela gostava daquele lugar. Bem, pelo menos ele e Jonas tinham algo em comum. Estava muito escuro, então as ruas já estavam vazias e as pessoas estavam deixando os seus empregos.
— Tenho que lhe fazer uma pergunta. Disse Nicole, quebrando o silêncio.
— Diga-me qual.
— Se a Natacha aparecer depois de tantos anos. Ela começou a dizer. — Você vai querê-la de volta na sua vida?
— Sobre o que é essa pergunta?
— Apenas responda.
— Não vai acontecer nada, Natacha é meu passado e eu te disse que não sinto nada por ela. Eles pararam num semáforo. — Agora, faremos com que esse casamento dê certo, que ninguém nos incomode e que você deixe de ser uma mulher tão desconfiada.
— Não é como se eu tivesse muita escolha. Nicole revirou os olhos e apoiou o rosto na palma da mão, olhando pela janela. — Demita a sua secretária. Eu não gosto dela.
— Que?
— Ela me odeia, desde que nos conhecemos, ela sempre me deixa abaixo dela. Não gosto disso. Disse Nicole, e ele seguiu em linha reta para evitar rir. — Você pode colocar ela em outro lugar, você tem várias filiais, manda para qualquer uma.
— Ela faz bem o trabalho dela, não posso demiti-la só porque você está com ciúmes de uma mulher que eu não gosto. Ele tentou falar com calma. — Possivelmente, vocês podem se dar bem no futuro.
— Quando ela me viu na empresa outro dia, não me tratou com respeito. Ela olhou para ele. — Pense bem e imagine o que ela fará com Jonas se souber que ele é seu filho, porque a imprensa já vazou isso.
— Tudo será feito como você me disser, não direi mais nada.
Nicole sorriu triunfante, conseguiu o que queria e ele agora estava nas suas mãos. Eles chegaram em casa e as luzes ainda estavam acesas. Nicole desceu com a bolsa que lhe deram na joalheria, a mesma que Dilan pagou.
Ela não entendeu completamente os motivos pelos quais ele deu tal passo, porém, o seu coração estava começando a bater forte novamente e ela esperava não acabar com o coração partido.
— Mamãe! Jonas gritou, vendo-a e imediatamente tentou se levantar.
— Você ainda não pode andar. Disse Frederico, levantando-se do chão. — Achei que vocês não vinham mais, tenho que fazer alguma coisa agora.
— Claro, sem problemas. Nicole pegou Jonas no colo e começou a subir as escadas até o quarto.
— Vejo que as coisas estão menos tensas entre vocês dois. Disse Fred, caminhando até a porta. — Jonas é um bom menino e lembre-se de que você está lidando consigo mesmo, não o mate.
Ele assentiu bruscamente, olhando para a bagunça na sala. Bom, eu aguentaria isso, seria só naquela noite que os três iriam dormir juntos, depois disso, cada um por conta própria. Ele entrou no quarto, vendo Jonas deitado na cama, enquanto Nicole estava no armário procurando o que vestir, ele aproveitou o fato de estarem sozinhos, e foi até o banheiro.
— Você pode usar isso. Nicole deixou um pijama no assento do vaso sanitário. — Estaremos esperando por você na cama.
Ele não teve tempo de responder, pois já havia fechado a porta. Quando ficou pronto, contou até dez e saiu do banheiro, encontrando a sua adorada esposa e Jonas assistindo algo na televisão.
— Não, não e não. Disse Jonas, olhando para a mãe e depois para ele com ódio. — Ele não vai dormir aqui.
Ok, não seria uma noite agradável.