Episódio 16

1727 Words
Lembranças do dia do casamento. Dilan franziu a testa ao ver calmamente o corpo que se movia pela pista de dança com ar de doçura e que, pela primeira vez, conquistou o carinho dos seus pais, pois segundo os seus cálculos, Natacha ou Nicole, como ela realmente era chamada. Bem, a sua esposa, ela nunca se deu bem com a sua família. E agora, por algum motivo, ela estava se divertindo com os pais. Havia algo diferente naquela mulher, todos ali estavam encantados, porém, ele tinha as suas dúvidas. — Há algo de errado com você? Frederico perguntou, entregando-lhe um copo. — Você está olhando demais para Nicole e isso me deixou preocupado. — Você não percebeu algo estranho nela? Ele perguntou, franzindo a testa, olhando para a mulher que acabara de se tornar a sua esposa. — Desde que ela voltou daquela viagem, não consigo tirar da cabeça que está tudo errado e que não é minha esposa quem está ali. — Ela veio mudada daquela viagem, aproveite. — Não é isso… — Dilan. Nicole o chamou, pegando o seu braço. — Vamos dançar, por favor. Dilan a observou por um momento, os seus olhos estavam brilhantes e os olhares dos presentes estavam neles e ele não teve escolha a não ser seguir em frente. Não era tão ru*im ela estar tão feliz, se dando bem com todo mundo. O estranho é que ela o convidou para dançar onde ela sabia que dançar não combina com ele. — Você não quer dançar comigo? Ela perguntou, fazendo beicinho e pegando o copo dele para entregá-lo a um dos garçons. — Se você… — Não se preocupe, você só me pegou desprevenido. Ele a cercou com os braços. — Por que você quer ir para outro lugar na sua lua de mel? — Quero conhecer a Grécia, bom, os diferentes lugares. Eles começaram a se mexer com a música. — Você vai me levar? — Claro. Só estou perguntando. Aquele sorriso, aquele m*aldito sorriso que ela deu a ele não era o mesmo de sempre. ....... Dilan olhou para Nicole com um olhar crítico, ela estava realmente organizando tudo para que Jonas e ele fossem trabalhar na empresa. Teve que ligar para o médico do filho para saber se era bom ou rui*m levá-lo para o trabalho, porque apenas duas semanas se passaram desde que ele fez a cirurgia e ele lhe disse que a recuperação estava indo muito rápido para uma criança da sua idade. — Está tudo aqui. Disse Nicole, saindo da sala e caminhando em direção às escadas. — Vou ficar aqui, porque quem vai colocar os móveis no quarto do Jonas está chegando em breve e preciso que tudo esteja em ordem. — Você está nos deixando, mãe. Disse Jonas, dos braços do pai. — Você está nos mandando para o matadouro, assim como no romance que vemos. — Sim, é exatamente isso. Disse Dilan, seguindo-a como se ela fosse um cachorrinho. — É um perigo estarmos os dois no mesmo lugar, ele não me ama, eu também não e agora você está... — Fazendo as coisas direito. Comentou Nicole, abrindo a porta para ela e entregando-lhe a bolsa. — Vá em frente, vou mandar comida para vocês, não comam nada e mande o seu motorista me procurar. Ela bateu a porta na cara deles e não teve escolha a não ser ir até o carro, onde o motorista já os esperava. — Tente não me envergonhar. Disse ele, sentando-o na cadeira e colocando-lhe o cinto de segurança. — A sua mãe tem fé que nos daremos bem. No entanto, farei o meu melhor. — Eu quero ficar. Sussurrou Jonas. — Será onde o tio Fred trabalha? — Sim, ele deve estar trabalhando para mim. O carro começou a andar. — Tudo o que tenho é seu, você é quem manda se eu morrer e... — Então, se você morrer, eu fico com tudo o que você tem? — Sim, você é meu filho. Ele respondeu confuso. — Por que você pergunta? — Você tem que morrer rápido, eu tenho que ficar milionário e o tempo não é eterno. Dilan abriu e fechou a boca como se fosse um peixe, aquela criança não poderia dizer algo assim. Ele tinha três anos, era um pirr*alho. É claro que muito inteligente e ainda mais porque assistia novelas com a mãe. Aquela criança precisava ser estudada. Sim, os melhores médicos e estudos sobre aquela criança para saber o que realmente estava acontecendo com ele, porque falar tantas coisas que lhe vinham à cabeça, não fazia sentido, até o próprio filho estava desejando a morte dele, algo inédito, caramba! Quando chegaram na empresa, ele pegou a sua pasta, a bolsa de Jonas e com muito cuidado desceram do carro. O garotinho colocou os braços em volta dos ombros de Dilan, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. Os seus funcionários ficaram chocados ao vê-lo naquela fase de pai amoroso. Os boatos da imprensa estavam se tornando realidade, pois as fotos dele saindo do hospital, também com a mulher com quem se casou e depois desapareceu, eram verdadeiras. Aquele garotinho era idêntico a ele, a mesma criança que estava lá semanas antes. — Bom dia, senhor. Cumprimentou a sua secretária, confusa. — Essa criança é...? — Eu sou filho dele e tenho um nome. Disse Jonas, olhando para ela com a testa franzida. — Eu não quero ela aqui, tire ela de perto de mim. — A sua mãe me disse a mesma coisa. Ele ignorou a secretária e entrou no escritório, sem perceber que havia fechado a porta na cara da menina. — O chão está limpo, então você pode andar, aqui o espaço é curto e você não fará nenhum esforço. — A mamãe virá? Ele perguntou, sentando-se em uma das almofadas. — Eu não gosto daquela mulher. — A sua mãe disse a mesma coisa, mas não posso demiti-la, porque ela é minha melhor funcionária. Ele suspirou e deixou as coisas de Jonas no sofá. — Há muito espaço e a sua mãe preparou alguns brinquedos para você. Você quer assistir televisão? — Posso ver? — Claro. Jonas assistia tudo o que Dilan fazia, e até se divertiu assistindo a enorme televisão. E Dilan conseguiu se concentrar no trabalho, pois realmente tinha muito o que fazer. De vez em quando recebia ligações da sua secretária para certas coisas, que ignorava. A única ligação de fora que recebeu foi de Nicole, e ele nem precisou esperar dois toques para atender. — Vocês dois ainda estão vivos? Nicole perguntou em tom divertido. — Imaginei que vocês estivessem se matado no caminho para a empresa. — Quase conseguimos, porém, o seu filho sabe como conquistar as pessoas em um piscar de olhos. Comentou Dilan, observando Jonas brincar com o quebra-cabeça. — As coisas estão indo bem entre nos dois nesse momento. — Foi uma boa ideia adiantar o seu momento juntos. Houve uma pequena pausa. — Vou levar comida para vocês, caso você tenha esquecido. — Estou pensando nisso. Ele se virou na cadeira e olhou para a passagem pela cidade. — Como está tudo indo com a reforma do quarto? — Eles trabalham rápido, só tenho a sensação de que nós três teremos que dormir mais alguns dias juntos na mesma cama, porque a tinta não vai secar durante a noite ou pelo menos é o que eu acho. — Eu sei, só que a qualquer momento ele vai me jogar da cama porque segundo ele estou invadindo o espaço dele. — Ele é um menino, você só precisa ter paciência com ele. Sussurrou Nicole, e ele ouviu um barulho do outro lado. — Receio ter que desligar agora, acho que a mobília acabou de ser quebrada. — Você precisa de ajuda? — Não, nem duas horas se passaram e você já quer vir. Nicole encerrou a ligação, e ele estalou a língua, bravo, aquela mulher deixava os seus cabelos em pé com as coisas dela e sem dúvida ele a queria ao seu lado. Algumas batidas na porta o fizeram sair da realidade, para sua má surpresa, era sua secretária, que tinha alguns relatórios em mãos. — Você tem uma reunião agora, senhor. Ele levantou-se, pegou os relatórios e caminhou até onde o seu filho estava. — Estarei no escritório ao lado, preciso que você fique aqui e não quebre nada. — Eu ficarei aqui. Disse Jonas sem olhar para Dilan. — Tudo bem. Ele olhou para sua secretária. — Ninguém entra no meu escritório, a menos que seja Frederico ou Nicole. — Nicole? Aquela mulher…? — Ela é minha esposa e ele é meu filho, caso você tenha visto a fofoca sobre entretenimento. Ele ajeitou o terno. — Vá fazer o seu trabalho. Ele esperou que ela saísse do escritório e foi para a sala de reuniões que ficava ao lado do escritório dele. Ele deixou a porta entreaberta e foi fazer o seu trabalho. Frederico tinha visto de tudo desde a sua chegada, a tal ponto que o sorriso zombeteiro que ele tinha no rosto não iria desaparecer por nenhum motivo. Dilan brincava com a caneta, ouvindo tudo o que os seus funcionários diziam. A porta que dava para seu escritório se abriu, alertando todos os presentes. Jonas entrou na sala de reuniões engatinhando, pois ainda é um pouco difícil para ele andar bem após a cirurgia. Em uma da suas mãos havia um punhado de cabelo, a suas bochechas estavam vermelhas e ele chorava. — Pai. Ele soluçou, procurando por ele. Dilan levantou-se da cadeira e foi até onde Jonas estava chorando muito. — O que aconteceu… Dilan viu que ele não tinha ferimentos no corpo e que apenas respirava pesadamente. Ele caminhou rapidamente até o seu escritório, fechando a porta atrás de si e vendo que os seus brinquedos estavam no chão, espalhados por todos os lados. Ele tirou um punhado de cabelo da mão dela, percebendo que era da sua secretária. — Estou aqui. Ele o balançou de um lado para o outro. — Papai está com você. ‍​‌‌​ ‌‌‌​​‌​‌‌​‌​ ​‌ ‌‌‌​‌‌​​​‌‌​​‌‌​‌ ‌​​​‌ ‌‌‍
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD